Capítulo X - Fuji e Saidzuchi
(Por motivo de viagem, fiquei mais de uma semana sem postar novos capítulos das minhas histórias. Mas já voltei e hoje trago o décimo capítulo de minha fic de Samurai X)
Por fim temos a dupla Saidzuči e Fudži, o Exército da
Destruição. Saidzuči é a frente e Fudži o verso, e a dupla é a arma secreta de Šišio,
como se fosse o coringa do jogo de xadrez. Ambos são de origem camponesa. Saidzuči
é o mais velho membro do Džuppongatana, tendo 60 anos ao todo, e tal como Hōdži
não luta. Mas Saidzuči não possui o mesmo talento administrativo e logístico
que o braço esquerdo de Šišio possui. Assim, se envolve mais com o campo de
batalha. Filho de um damiyō (grande senhor feudal) da região de Sendai, Saidzuči
e sua família durante o Bakumatsu
estiveram do lado do Xogunato. Mas teve um envolvimento mínimo nas batalhas da
época, estando a maior parte do tempo envolvido com os negócios exteriores do Xogunato.
Começou sua atuação diplomática em 1854, com a Convenção de Kanagawa assinada
com os Estados Unidos, e no ano seguinte esteve na delegação japonesa que
firmou o tratado de Šimoda com a Rússia tsarista a respeito da posse da ilha
Sakhalin e das ilhas Kurilas. Após o tratado de Šimoda se envolveu em
negociações e tratados com outras nações tais como Estados Unidos, França,
Inglaterra e Holanda.
Ao longo do final do Xogunato, o Japão, assim como a China
anteriormente, assinou com países como Rússia, Inglaterra, Estados Unidos,
Prússia e França uma série de acordos e tratados que posteriormente ficaram
conhecidos na história como os tratados desiguais. No caso da China, os vários
tratados desiguais implicaram em uma série de concessões para as potências
europeias, que iam desde abertura de portos ao comércio até perdas
territoriais, além de permitir que estas ingerissem cada vez dentro dos assuntos
internos do país. Tendo em vista a situação da China e a possibilidade do mesmo
poder se verificar com o Japão, Saidzuči, o qual desde o início não via o
Governo Meidži com bons olhos, chegou à conclusão similar a de Hōdži: de que
com os políticos que estão nas esferas de poder, o Japão jamais poderá reverter
tais tratados, e um eventual assalto de uma potência europeia ao Japão é apenas
uma questão de tempo.
Em determinada ocasião nos primeiros anos da era Meidži, Saidzuči
resgatou um jovem gigante chamado Fudži. Nativo do norte de Honšu, Fudži perdeu
seus pais e irmãos em decorrência de uma epidemia de cólera quando tinha 10
anos. Mas Fudži milagrosamente sobreviveu, e desde então passou a vagar pelas
florestas do local onde vive. No entanto, seus tormentos não pararam por ai.
Quando chegou por volta dos 13 anos, seu crescimento foi sendo cada vez maior
em relação às outras pessoas, e com 20 anos alcançou seu tamanho total: cerca
de 4 metros de altura, 230 quilos de peso.
Mas, por mais monstruoso que parecesse, Fudži tratava-se de
um sujeito muito bondoso, sempre ajudando os animais e outras criaturas mais
fracas ao seu redor. Mas, o fato de ser um gigante o tornou um monstro aos
olhos das pessoas ao seu redor. Por mais bondoso que fosse, ainda assim as
pessoas ao seu redor o olhavam com desconfiança e preconceito. Volta e meia era
provocado por valentões e visto por outros como um monstro terrível. Até mesmo
os apelos de Fudži de nada adiantaram. Continuava na mesma situação, como se
fosse um animal atolado na lama, e volta e meia era desafiado por aqueles que o
odiavam. Temiam que devido ao seu descomunal tamanho, Fuji destruísse o
vilarejo.
Até que por volta de 1874 um garoto chamado Hideki e seus
amigos chamaram a polícia para detê-lo, alegando aos policiais de que Fuji
planejava destruir o vilarejo a sangue frio. Com isso, Hideki e seus amigos
almejavam conseguir uma polpuda recompensa por parte das autoridades locais. O
fogo foi aberto e Fudži caiu no chão gravemente ferido e deitado em uma poça de
sangue. Tudo indicava que devido aos ferimentos e ao sangramento excessivo Fudži
iria morrer, até que Saidzuči apareceu para salvá-lo na hora certa. Primeiro
Saidzuči cuidou de suas feridas, e desde então os dois passaram a andar juntos.
Meses mais tarde Fudži, com os auspícios de Saidzuči, também aderiu ao Džuppongatana.
Assim como Andži, o ódio em relação àqueles que o magoaram no passado o move.
1 Comentários
Mais um caso de história triste , onde algo cruel pode mudar para sempre a vida de uma pessoa, até então tida como boa.
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