Olá Tokuleitores!
E eis que chega minha vez de participar do projeto Tokusatsu Z.
Saindo da minha zona de conforto, escolhi um seriado que pouco me lembrava, confiando em alguns detalhes que vi na Wikipedia.
Mas vamos lá, espero que gostei desse conto.
Sem mais delongas, boa leitura!
Bicrossers
Tokusatsu Z
Família.
Após uma semana
intensa de trabalho, Ken Mizuno só queria poder sair da cama depois das dez da
manhã, no mínimo, tentando se recuperar das noites mal dormidas, por causa dos
projetos de sua firma.
Por isso ele
não se mexeu quando a porta do quarto se abriu com um leve rangido, lembrado a
ele as várias vezes que a esposa havia pedido para que fosse colocado algum
óleo nas dobradiças, nem tampouco deu a entender que havia percebido as duas
pequenas figuras que haviam entrado.
Os invasores
andavam com o corpo arqueado, como animais prestes a dar o bote em suas vítimas
indefesas, se aproximando o mais silencioso possível, os sorrisos nos rostos
aumentando mais e mais.
Sem aviso,
assim que chegaram ao lado da cama, saltaram sobre Ken, que finalmente se virou
a tempo se agarrar os filhos em pleno ar, prendendo-os num forte abraço e
começando uma sessão de “tortura” de cócegas.
Tetsuo e Anne
fingiram desistir, mas assim que seu pai afrouxou o abraço, ambos voltaram ao
ataque, o menino praticamente sentando na cabeça de Ken, enquanto sua irmã mais
nova tentava mantê-lo imobilizado deitando sobre sua barriga.
- Certo
crianças... – uma voz doce, mas com o verdadeiro poder de parar furacões se fez
ouvir da porta do quarto. – O café está pronto... Deixem seu pai voltar a
respirar... Já, já, vocês tem o treino de Baseball... Vamos, vamos, vamos...
Assim que os
dois passaram por ela numa disparada, provocando um ao outro para ver quem
chegaria mais rápido à cozinha, Ayame se aproximou do marido.
- Sinto
muito... Sabe como eles ficam nos finais de semana... Impossível de segurar
e...
A frase foi
interrompida por um longo e apaixonado beijo, aproveitando que as crianças não
estavam presentes, conforme Ken literalmente havia saltado da cama, cobrindo em
instantes a distância que o separava da esposa.
Claro que assim
que eles terminaram, ambos trocando um significativo olhar apaixonado, uma
dupla de risinhos foram ouvidos, indicando que os irmãos estavam no final do
corredor que dava para a cozinha.
- Agora vocês
vão ver monstrinhos! – Ken ergueu os braços, mãos em forma de garra, pernas
sendo comicamente erguidas conforme ele avançava. – Acordaram o deus da
montanha de fogo! O guardião vai pegar os monstrinhos! Duplo Direto Crosser!
Conforme os três
se afastavam, Ayame pegou seu celular e conferiu as últimas mensagens, torcendo
para que seu interlocutor não demorasse demais.
A festa de
aniversário tinha que ser toda preparada no curto tempo em que ela mandasse o
marido levar os filhos para o baseball, nem um minuto a menos ou a mais.
XXX
Acordar de
ressaca, normalmente envolto por lençóis baratos e pelas pernas de uma
desconhecida, era rotina na vida de Ginjiro Mizuno, por isso ele nem ao menos
tentou acordar a jovem que roncava ao seu lado, indo tropegamente até onde ele
acreditava ter um banheiro, para outros afazeres rotineiros.
Após vomitar,
tomar uma ducha fria, prometer para si mesmo pela quinquagésima vez que iria
largar aquela vida, arranjar uma esposa e alguns filhos como o irmão, finalmente
Gin foi de forma furtiva até a cozinha, tomou um café horrível, requentado no
micro-ondas, afanou uma torrada e, ao ouvir um estranho gemido vindo do quarto,
não pensou duas vezes.
Cinco minutos
depois já estava na rua, seguindo a toda velocidade em sua moto, vendo no
painel do veículo que sua cunhada, como sempre, estava estressada com os
preparativos da festa de aniversário de Ken.
Ao parar numa
cafeteria para se alimentar direito, tomando alguns comprimidos para dor de
cabeça com um cappuccino, enquanto procurava os melhores locais para ele
comprar, correndo, o que deveria ter arrumado semanas atrás.
Sem prestar
totalmente atenção, olhando várias vezes para o celular, Gin quase colidira com
um carro parado à sua frente, o transito todo estava paralisado devia a um
acidente alguns metros adiante.
Os pedestres
que passavam pelo motoqueiro, todos com seus celulares à mão, é claro, seguiam
animados para o local do acidente, comentando que não era o primeiro naquela
manhã, onde algumas pessoas pareciam ter despertado com um sentimento suicida.
Atrasado como
estava Gin mal prestou atenção às conversas, conferiu a melhor rota para
contornar o acidente e, mesmo subindo em uma calçada próxima, gritando
“licença” para quem entrasse em seu caminho para sair dali o mais rápido
possível, sabia o tamanho da bronca que o esperava na casa do irmão.
XXX
- Não pode
ser... Não pode ser... Não pode ser...
Foram poucas as
vezes em que o doutor Kozuke Mizuno sentiu-se tomado pelo desespero, a única
que tomava sua memória, de tempos em tempos, foi de quando a esposa morreu num
banal acidente doméstico.
Ele só
conseguira se recuperar da perda devido ao apoio dos dois filhos, da nora e dos
netos que aprendeu a amar e que finalmente o afastaram das pesquisas.
Pelo menos até
ele perder a esposa que reaprendera a amar.
Depois disso
ele se afastou de vez, pesquisando formas diversas de tornar o mundo mais
seguro para sua família, mesmo que isso custasse o contato com eles.
Agora ele
apenas se afundava numa confortável poltrona, torcendo em seu íntimo para que a
mesma pudesse sugá-lo e encerrar o desespero que tomava seu espírito, conforme
olhava fixamente para as centenas de telas à sua frente.
Sua mão direita
estava enfaixada, uma mancha seca que a cada minuto ele parava para coçar ia
aumentando por sobre o tecido do curativo. Ao finalmente reunir coragem
suficiente, acionou o comunicador que
chamaria seus filhos até aquele esconderijo.
Logo depois
permaneceu sentado, esperando e vendo as telas diante de si. E coçando a mão
ferida.
Nada poderia
prepara-lo para o que se desenrolava nas imagens, captadas clandestinamente de
todas as câmeras de segurança da cidade, fossem oficiais como as da polícia, ou
particulares, como das lojas de conveniência.
Não, nada
poderia prepará-lo, pois o que ele via era terrível demais.
Diante de seus
olhos uma cidade morria.
XXX
Batidas na
porta da frente anunciavam que finalmente Gin havia chegado, mas isso não
aliviaria a bronca que Ayame preparava enquanto deixava os enfeites de uma parede
pendurados para receber seu cunhado.
Fazia pouco
mais de uma hora que ela conseguira convencer Ken a levar sozinho as crianças
para o treino, podendo assim preparar a festa surpresa.
- Finalmente...
Eu... – sua voz sumiu ao constatar que não era Gin Mizuno que estava à porta,
mas alguma coisa saída de um pesadelo. – Não! O que...
Sua frase foi
interrompida quando uma mandíbula estalou ao se abrir, exibindo dentes podres,
mal dando tempo para que ela esboçasse uma reação, tendo parte de seu rosto abocanhado.
Uma explosão de
dor, vinda da região da boca e nariz, tomou sua mente antes que ela, num
movimento espasmódico, bater a porta, fechando-a atrás da criatura, que
começava a juntar os dentes, arrancando uma grande parte da face da pobre Ayame
que, num último pensamento, enviou orações aos céus, pedindo para que seu
marido e filhos se mantivessem a salvo.
Depois só
escuridão.
Em poucos
minutos o carro da família parava rapidamente diante da casa, Tetsuo e Anne
desciam, conforme seu pai ia fechando a porta do passageiro, pela janela, lhes
passava algumas instruções.
- Preciso
responder o chamado do vovô, entrem em casa, avisem sua mãe para fechar as
janelas e portas e me aguardar... Não faço ideia se tem algum perigo lá e não
vou arriscar levar vocês três... Crianças... Podem fazer isso?
Os dois
assentiram, mãos dadas desde que haviam entrado no carro, quando alguma
confusão no treino de Baseball fez com que Ken Mizuno os agarrasse, colocasse no
carro e os trouxesse para casa, fazendo os dois prometerem permanecer de olhos
fechados e um segurando a mão do outro durante o percurso.
Eles seguiram
direto conseguindo evitar a maioria dos focos de confusão pelo caminho e assim
que viu os dois entrarem, Ken deu a partida e saiu correndo.
- Mãe?
As crianças, assim que fecharam a porta atrás
de si, estancaram e permaneceram sem se mexer na entrada de casa, completamente
apavoradas com a quantidade se sangue que espalhara pelo local.
Ouviram então um som vindo de um dos quartos
e permaneceram paralisados de medo.
- Mãe?!
XXX
Gin estava a poucos minutos da casa do irmão
quando recebeu a mensagem de seu pai, parando a moto para ler com atenção
“Preciso de vocês dois, só os dois. Agora.” Em seguida um endereço foi enviado.
Fazia tempo que o pai não entrava em contato
e um recado como aquele não poderia ser ignorado, conforme Gin tentava ligar
para a casa do irmão, pretendendo avisar que iria se atrasar mais ainda e, após
três tentativas frustradas, ele resolveu seguir até onde seu pai havia
indicado, mas não sem antes ouvir um terrível grito de socorro.
Gritos na verdade.
As vozes pareciam ser de uma mulher e muitas
crianças, por isso ele colocou seu capacete e partiu rápido.
Ao dobrar uma esquina ele parou a moto e teve
de piscar várias vezes e até se beliscar, pois não acreditava na cena que se
desenrolava diante de seus olhos.
Um ônibus escolar trazia cerca de dez
crianças e junto delas uma mulher, todos com uniformes de uma escolinha
fundamental próxima dali. Estavam gritando, abraçados uns aos outros,
completamente apavorados.
Era exatamente o que havia feito Gin
desacreditar em seus olhos o motivo de tamanho terror.
Ao redor do veículo, várias criaturas
tentavam entrar pelas janelas, arranhando-as, batendo no vidro, ou apenas
quebrando os dentes contra o metal, como se isso não lhes causasse dor alguma.
- Zumbis? São a porcaria de zumbis?!
Os mais próximos a ele se voltaram e,
arrastando seus pés, começaram a avançar, deixando claro que a exclamação
exagerada foi alta o suficiente para que eles perdessem o interesse nas
crianças que não conseguiam alcançar.
Mas se aquelas criaturas achavam que seria
mais fácil pegá-lo do que as crianças, Gin estava pronto para provar o
contrário.
Ele desceu de sua moto, se concentrou e seu
corpo logo passou a emitir um brilho azulado, seguido de pequenas fagulhas
elétricas e em poucos segundos em seu lugar estava um dos membros da dupla
conhecida como Bicrossers.
Sem dar tempo para que o primeiro zumbi se
aproximasse demais, ele puxou uma pistola do coldre preso à sua cintura,
atingindo o monstro no ombro, o que não o fez nem sequer diminuir a sua
velocidade.
Sem outra opção, lembrando-se dos vários
filmes que ele já vira na vida, focando sua mente no fato de que a coisa à sua
frente já não era mais humana, Gin disparou outra vez.
O zumbi tombou com um pequeno buraco entre os
olhos, de onde vertia um sangue negro e fétido.
Ele não levantou mais.
- Ceeerto... O lance então é acertar na
cabeça... – ele se voltou para os monstros que ainda atacavam o ônibus escolar.
– Podem vir desgraçados!
Dentro do veículo a mulher fez todas as
crianças se abaixarem, evitando assim que elas vissem o massacre que o homem de
armadura realizou, ainda que ela soubesse que ele estava fazendo aquilo para
salvá-los, ela era responsável pelos pequenos e pretendia evitar que eles
ficassem traumatizados desnecessariamente.
Ainda assim ela não desviava o olhar.
Jorros de sangue negro esguichavam pela rua e
paredes próximas conforme os zumbis iam caindo como moscas diante dos disparos
certeiros de Gin, mas nem sua pontaria impossível foi capaz de impedir que os
monstros o cercassem.
- Ai! – uma
boca teve os dentes destroçados ao morder o antebraço do guerreiro, que acabou
quebrando o pescoço do monstro num movimento involuntário, cheio de alívio por
estar vestindo sua armadura. – Desgraçado!
Quando a arma
já não se mostrou eficiente para derrubar os zumbis Gin a guardou, o que deu a
ligeira impressão à professora que ele havia desistido, fazendo com que ela já
começasse a pensar em como fugir, principalmente quando o guerreiro sumiu em
meio à massa de zumbis que o cercavam.
Antes, porém,
dela sequer se erguer de onde estava, mantendo as crianças abaixadas, foi
possível ver uma cabeça literalmente explodir, dando espaço para um punho, antes
branco, erguer-se totalmente enegrecido pelo sangue negro que o cobria.
Gin não
desistiria tão fácil.
Não com tanto
em jogo.
Seu irmão e a
família dele, seu pai e, agora, aquelas crianças do ônibus.
Em seu intimo
ele jurava que iria proteger e manter todos vivos, não importando com quantos
daqueles zumbis se jogassem contra ele, fossem vinte, cem, mil.
Ele derrubaria
todos para manter aquelas pessoas em segurança.
Mais um soco e
o que outrora foi um rosto, que sorria e chorava, mas agora estava transformado
numa máscara de podridão, praticamente explodia em carne acinzentada, miolos
carcomidos, osso, pele e cabelos mortos.
Com metade do
braço preso na cabeça do zumbi, que tremia em espasmos, Gin não teve escolha a
não ser erguer um dos pés até o peito da criatura, empurrando-o para longe, a
tempo de se proteger do avanço de outro, acertando-lhe um upper, que ergueu aos
céus mais um jorro de restos putrefatos.
Um chute no
pescoço de outro, dado sem força letal por mera hesitação do guerreiro deixou um
dos zumbis com a cabeça pendurada por um fiapo de pele cinza, ainda conseguindo
emitir um perturbador rosnado.
Gin balançou a
cabeça, tentou limpar o visor repleto de sangue negro e conseguiu parcialmente,
a tempo de se proteger de cinco monstros que avançavam, quebrando não apenas
suas garras, mas as mãos inteiras, o que não impediu que eles ainda tentassem
mordê-lo.
A urgência que
tomava o guerreiro de armadura atingiu seu limite e então foi como se seus
olhos fossem tomados pro uma névoa negra, enquanto ele começava a distribuir
socos e chutes.
Desse modo,
poucos minutos depois ele seguia caminhando lentamente até o ônibus, tendo sido
o único que permanecera de pé na rua, cercado por cadáveres, agora devidamente
inanimados e destroçados.
Assim que sua
mão bateu na porta de entrada do veículo ele já havia feito sua armadura sumi
para, em seguida, entrar fechando-a atrás de si, logo que a professora
conseguira se mover.
- Me-meu nome
é... Sayuri... – ela apresentou as quinze crianças, todas com idades entre oito
e nove anos, as únicas que ela havia conseguido salvar da escola quando a
invasão havia começado. – As outras crianças... Meus colegas... E-eles...
Finalmente não
sendo mais a única adulta presente, a corajosa professora permitiu-se lamentar por
todos os que haviam ficado para trás.
- Tá tudo
bem... – Gin abraçou-a, tentando oferecer algum conforto, mesmo que ele próprio
não soubesse direito o que fazer. - Olha... Mais na frente tem um prédio de
escritórios que parece seguro... Vou deixar vocês ali, em segurança e logo eu
volto para busca-los... Preciso encontrar meu pai, ele é um cientista e tenho
certeza de que deve estar bolando alguma cura para o que quer que esteja
acontecendo, mas ele disse, numa mensagem, que só era prá irmos eu e meu irmão...
Assim que nós o encontrarmos, eu volto... Prometo.
Claro que houve
objeções e pedidos desesperados para que ele os levasse junto, mas Gin
permaneceu irredutível. Se seu pai queria apenas os dois, eram só eles que
deviam encontra-lo.
Assim, poucos
instantes depois de deixar Sayuri e as crianças em segurança, ele avançou
rapidamente pelas ruas da cidade, torcendo para que pudesse chegar logo e mais
rápido ainda retornar.
“Me esperem...
Juro que voltarei para vocês.”
O trajeto até o
local indicado pelo doutor Kozuke Mizuno foi mais difícil do que os irmãos
esperavam, as ruas da cidade estavam um caos e tanto Gin quanto Ken precisaram
enfrentar os zumbis várias vezes.
Eles só se
encontraram, finalmente, horas depois de receber a mensagem, aos pés de uma das
maiores montanhas da região, ambos com suas roupas em estado deplorável, mas,
para alívio dos dois, sem nenhum arranhão.
O que não
impediu de estarem cobertos de sangue negro, dos zumbis que entrarem em seus
caminhos.
- Gin.
- Ken.
Um abraço forte,
fraterno, repleto de alívio por ver o irmão vivo e aparentemente bem, um abraço
que durou alguns minutos e então os dois finalmente se afastaram.
- Feliz
aniversário irmão...
- Obrigado
Gin... – um sorriso cansado deixou claro que haviam passado por um literal
inferno, não precisavam entrar em detalhes, por isso ficaram olhando ao redor,
procurando algum sinal do motivo do pai ter chamado os dois até ali. – A sua
mensagem era simples também?
- Sim... Nenhum detalhe a mais e...
Ambos
silenciaram quando o som de metal rangendo tomou a noite, chamando a atenção
dos irmãos para uma parte da montanha que ia se abrindo lentamente, revelando
dois imensos portões de metal.
- Hum... Os
mais velhos na frente?
Ken deu outro sorriso cansado e logo tomou a
frente.
Conforme eles avançavam, as portas se
fecharam e luzes iam se acendendo por um longo corredor, deixando à mostra
armas, armaduras, veículos e muitas portas lado a lado.
- Sejam bem vindos filhos... – eles chegaram
a um imenso salão central, onde acendeu-se uma tela holográfica – Eu gostaria
de estar junto de vocês, mas se estão vendo essa gravação é por que eu falhei.
Os irmãos viram a imagem se afastar mostrando
um moderno laboratório, onde seu pai foi até uma mesa atulhada de estranhos
aparelhos, cujas funções escapavam da capacidade de entendimento de suas
mentes.
O cientista então começou a explicar como
havia sido sua última pesquisa.
- Alguns
dias atrás eu identifiquei os primeiros zumbis que surgiram, a infecção teve
início em uma aldeia longe daqui, depois em andarilhos, que eu capturei antes
de entrarem em certas cidades próximas e por fim entre moradores de rua... Percebi
sinais claros de interferência genética, imaginei que pudesse até ser alguma
artimanha do Doutor Q, mas isso, eu não pude confirmar, pois assim que trouxe
alguns espécimes para serem estudados, cometi um erro. – ele então ergueu uma
mão enfaixada, que mal conseguia conter o sangue negro que escorria do
ferimento. – Sim... Eu fui infectado... Consegui criar uma solução que está me
mantendo são por enquanto, o suficiente para chama-los e preparar esse vídeo,
mas os efeitos estão acabando... Assim
que deixei tudo pronto para vocês, me refugiei num laboratório secreto, bem
longe daí... Os dados da minha pesquisa estão no computador central dessa base
que deixei para vocês, por favor, não venham me procurar... Salvem sua família
Ken, e todos que vocês puderem, façam dessa base um local de resistência e, se
preciso, de esperança... Para... Para o futuro da humanidade... – ele então
contorceu seu rosto, deixando clara a dor que tomava seu corpo naquele momento.
– Eu... Amo vocês... Mais do que tudo... Eu... Eu... Encerrar gravação....
A tela holográfica se apagou deixando os
irmãos em profundo silêncio, absorvendo as palavras de seu pai e só não
permaneceram assim por mais tempo, pois algo muito mais urgente pareceu estalar
na mente de Ken.
- Preciso ir buscar Ayame e as crianças.
- Sim. Claro... Eu... Eu ajudei algumas
crianças... Prometi... Voltar para ajuda-las... Acho que podemos trazer todo
mundo prá cá...
Os dois acessaram o bando de dados da base,
localizando o que queriam, acionaram suas armaduras e, com um sorriso nos
lábios, foram até o hangar da base, onde estava uma nova, maior e melhorada
Nave Mãe Starcore.
Instantes depois eles ganhavam os céus da
cidade.
- Primeiro minha casa, depois o prédio onde
você deixou as crianças, preciso encontrá-los o mais rápido possível.
Sem nunca ter visto seu irmão mais velho tão
sério e preocupado, uma preocupação compartilhada por Gin, o guerreiro decidiu
que o acompanhá-lo em silêncio, algo ainda mais raro, nos poucos minutos que os
separavam da base secreta até a casa de Ken.
- Enquanto eu entro você fica vigiando na
rua, certo? – O irmão mais velho ia baixando com cuidado a Starcore, procurando
não chamar a atenção em excesso dos monstros que estavam próximos à sua casa. –
Vai ser rápido, pedirei à Ayame que apenas pegue coisas pessoais e pequenas.
- Pode deixar... E mano... – os dois se
entreolharam antes de saltar da nave. – Tome cuidado.
Após um aceno positivo ambos logo estavam no
chão e Ken correu para casa, enquanto Gin cerrava os punhos, indo na direção de
um pequeno grupo de zumbis que iam se aproximando.
O primeiro que Gin alcançou teve a cabeça
literalmente explodida pela joelhada que recebeu, conforme o Bicrosser
aproveitava sua velocidade para aumentar a força do impacto.
Gin pousou, sentindo o estômago embrulhar
devido aos restos de massa encefálica que escorriam por sua perna, dando graças
aos céus pelo pai ter reforçado as armaduras que ele e seu irmão usavam agora
e, enquanto isso, aproveitava para afundar seu punho dentro do rosto de outro
monstro.
Com um giro da mão Gin terminou por arrancar
o braço de um novo atacante, que já se mantinha preso ao corpo por um fiapo de
pele e carne e, diante do absurdo da situação, sem pensar duas vezes Gin
acertou violentamente a cabeça do zumbi, fazendo-a voar longe enquanto seu
corpo caia tal qual marionete que teve suas cordas cortadas.
- Tô ficando bom nisso! – agora um chute
certeiro decapitava outro monstro. – Acho que juntos podemos dar um jeito em
boa parte da cidade e...
Finalmente Gin se calou, percebendo o tempo
em que seu irmão havia permanecido em silêncio, sem usar nem mesmo o
comunicador dos capacetes. Ele então se colocou a correr na direção da casa,
mas logo Ken saiu para a rua lentamente, sua armadura suja de sangue e, após
fechar a porta, ele caminhou na direção
da Starcore.
- O que você está fazendo? – Gin avançou na
direção da casa, mas Ken o deteve com um braço, conforme continuava a seguir em
frente, sem conseguir erguer a cabeça. – Cara, para de brincadeira! Precisamos
pegar a Ayume, o Tetsuo e a Anne
e sair daqui logo! Nós... – finalmente ele se calou, quando a compreensão o
atingiu como um soco na boca do estômago. – Não... Não, não, não...
- Ayume deve ter sido atacada pouco antes de
eu passar aqui prá deixar as crianças... Eu... Praticamente os entreguei...
Eu...
As palavras faltaram, quando ele finalmente
acionou os vários explosivos que havia deixado dentro da casa.
A onda de choque derrubou todos os zumbis
próximos, e o som atraiu mais centenas que vinham se arrastando na direção da
dupla, mas eles já estariam longe quando os monstros chegassem.
- Vamos... Temos algumas crianças para salvar.
Um silêncio avassalador permaneceu dentro da
nave, diante deles finalmente parecia se descortinar a verdade, a invasão que
parecia controlável, se mostrava como um monstro que ameaçava devorar tudo,
explosões, colunas de fumaça, incêndios, a cidade, assim como o doutor Kozuke havia percebido, estava morrendo.
-
Ken... Eu...
- Chegamos.
O prédio estava totalmente cercado por uma
horda gigantesca, que tomava as ruas ao redor, era possível ver que alguns
haviam conseguido entrar e, pela janela do andar onde haviam ficado Sayuri e as
crianças, era possível ver que eles ainda estavam bem.
Mas isso não iria durar muito.
- Espere. – Gin se ergueu e já corria até a
Moto Aérea Crosser, mas foi impedido pelo irmão. – Eu vou usá-la... Irei atrair
os desgraçados para longe, daí você posiciona a Starcore diante da janela e
pega as crianças e a professora... E não discuta irmão. Faça isso agora ou
perderemos todos eles.
Sem dar chance para uma discussão, Ken Mizuno se ergueu do assento do piloto da
Starcore e correu até onde ficava a moto, deu a partida e no instante seguinte,
com o máximo de estardalhaço que podia, pousou no centro da horda, produzindo
uma verdadeira cratera em meio ao mar de mortos vivos.
Finalmente
dando vazão ao ódio, tristeza e horror por ter perdido sua família, o bicrosser
Ken abria caminho, destroçando os zumbis como uma colheitadeira faz em um
milharal, cobrindo a moto e sua armadura com sangue negro e fétido.
Ele urrava como
um animal selvagem.
A Gin sobrou
fazer o que lhe fora ordenado. Ele manobrou a Starcore de forma que uma das
asas formou uma ponte entre a janela da sala onde Sayuri e as crianças estavam
e a entrada superior da nave.
O piloto
automático da nave foi acionado e logo ele estava diante da janela que, assim
que teve o vidro destruído, deu passagem para as crianças que, em grupos de
três, eram levadas pelo guerreiro até a segurança.
De repente os
vidros dos andares superiores se quebraram e vários zumbis literalmente
começaram a voar na direção da nave, muitos passando direto, se esborraçando no
chão, metros abaixo, mas muitos acabando por cair sobre a Starcore.
Esses foram
prontamente expulsos por Gin, muitos apenas sendo chutados para longe da nave,
quando partes de outros caiam sobre a fuselagem e acabavam presos.
Alguns ainda tinham
que ser persuadidos de outras formas, um em especial, chegou a se aproximar
perigosamente do guerreiro, enquanto ele transportava mais uma leva de
crianças, mas o monstro foi decapitado por um cabo de vassoura empunhado por
Sayur, que veio em auxílio de seu salvador e de seus protegidos.
Logo todos
estavam devidamente acomodados na Starcore e Gin acionou o seu comunicador.
- Tudo pronto
Ken, me diz onde você está que já te pego e... - “Sinto muito irmão.” A voz de
Ken, soava estranha, sem emoção, denotando um cansaço extremo. – Como assim
cara?
Qualé... Me fala logo onde você está que vamos te pegar e... – “Eu os perdi
Gin... Ayumi... Anna... Tetsuo... Eles eram tudo na minha vida e eu os
perdi...”
Apenas o guerreiro de armadura podia ouvir
seu irmão, os demais passageiros, se mantinham esperando, ouvindo os vários
zumbis que continuavam a se atirar sobre a nave.
- Para com isso Ken... Me fala AGORA onde
você está e...
“Não irmão... Eu já estou no inferno sem
minha família... Só me resta levar o máximo desses monstros comigo...”
- Droga cara! Eu também sou sua família!
“Agora essas crianças e essa mulher são sua
família Gin... Cuide deles e de quem mais você conseguir salvar... Essa é a
sua... Responsabilidade... Eu te am...”
Em seguida só estática.
- Ken... – por dentro do capacete o rosto de
Gin Mizuno estava banhado em lágrimas, mas conforme ele começava a prestar
atenção ao seu redor, vendo que as crianças começavam a chorar desesperadas por
causa dos zumbis que continuavam a cair sobre a Starcore, ele respirou fundo. –
Eu te amo irmão!
A Starcore voou o mais
rápido possível até a montanha que, num futuro próximo, seria batizada de Kibō.
XXX
Semanas se passaram e o
apocalipse zumbi não dava sinais de que iria terminar, pelo contrário, pelo que
podia ser visto dos monitores da base que havia se tornado morada de Gin,
Sayuri e as crianças, além de ter abarcado o mundo inteiro, o número de mortos
só aumentava.
- Tem certeza disso?
O
antigo bicrosser azul deu um sorriso sem graça para a professora, depois ambos
trocaram um leve e tímido beijo.
-
Eu prometi para as crianças que procuraria seus pais, todas me deram os
endereços... Eu... Eu devo isso a elas, a você, a todos vocês... Se não fosse
por vocês eu não teria resistido à... Perda... Do meu irmão... – ele então
colocou seu capacete, de uma armadura toda nova, não mais azul, ou vermelha,
mas quase toda negra, enquanto Sayuri ainda segurava sua mão. – Se houver mais
sobreviventes eu preciso trazê-los... E, quem sabe, talvez o Ken ainda esteja
por lá... Eu preciso ter certeza e...
-
Tudo bem... Estaremos te esperando... Gin...
-
Quando eu estiver com essa nova armadura, não serei mais o Bicrosser Gin
Mizuno, mas... O guerreiro Kurosu.
E
então ele se foi.
Fim.
Ilustração do Kurosu.
14 Comentários
Magnífico!! Estupendo!! Aplaudindo de pé com toda certeza!! Eu ainda assisti uns videos de Bicrosser pra poder me familiarizar com a serie de novo, pois assisti muito pouco e tem muito tempo... Lutas bem calminhas e sem muitas coreografias mas é fato que era uma saga que não me cativaria nunca! Então comecei a ler teu texto e ainda cogitando "cara, não vou conseguir curtir tanto devido a ser Bicrosser" mas então tu me traz essa trama familiar de uma forma que não se tem como ignorar... A morte da mãe, as crianças entregues para ela sem que ele soubesse, a morte do pai, a explosão da casa e a desistência de vida do Ken... Tipo, tu apresentou o personagem perfeito, a familia, os filhos, a harmonia, e o irmão desregrado, então tu tira nosso tapete destruindo por completo o justo e deixando como sobrevivente aquele que se sentia a ovelha negra da família... Mexeu com meus brios, ainda mais devido ao fato de duas crianças terem sido colocadas indefesas diante daquela que mais os protegeria, alguém que a protegeria tanto que o pai sequer ousou desconfiar de que elas pudessem correr qualquer perigo... A agonia que Ken deve ter sentido ao ver que sua falta de cuidado lhe custou pelo menos os dois filhos, é algo que acho tu não consegue tirar do coração e talvez, tendo empatia com ele, eu teria feito o mesmo caso algo assim acontecesse comigo... Sinceramente, tu conseguiu ir além do que eu esperava, tu realmente pegou pesado com meu coração de pai e me fez derramar lágrimas, dessa vez não de emoção mas de tristeza profunda pelos fatos... Meus parabéns meu amigo, simplesmente obra magnífica e um representante digno e perfeito de um conto de zumbi raiz, realmente maravilhoso! Parabéns Norberto, sem palavras!
ResponderExcluirGrande mestre dos comentários, sr. Lanthys!
ResponderExcluirFiquei extremamente aliviado agora meu amigo!
Estava bem inseguro quanto à qualidade do texto, uma vez que não estava totalmente familiarizado com o seriado que escolhi e esse foi meu grande desafio...
E, puxa! Que bom que a história da família de Ken conseguiu te tocar, tentei fazer de um modo bem emocional esse trecho, deixando, por exemplo, o destino das crianças subentendido, ao contrário do destino da mãe.
Muito, mas muito obrigado mesmo pelo comentário e a força de sempre!
Grande Norberto!!!
ResponderExcluirMais um texto incrível!
Texto muito bem trabalhoso, curti demais o ambiente, os personagens, enfim, tudo.
Mais uma excelente contribuição para esse projeto sensacional.
Forte abraço.
Valeu mesmo Renato!
ExcluirFico muito feliz por vc ter curtido!
Brigado mesmo pelo comentário e pela força
Grande Norberto Silva. Cara, eu sou uma das pessoas que ama Bicrossers por vários motivos. Pelo fato de serem dois irmãos heróis, pelo fato de terem as armaduras mais estilosas da década de 80, pelo fato de ter cenas que eu julgo memoráveis, porém nada havia me preparado para o seu texto. Quanto mais eu lia mais eu me sentia angustiado de saber que a qualquer momento um dos irmãos poderia ser mordido, mais ainda o Gin, que lutou bravamente salvando as crianças no ônibus. Quando ele começou a lutar meu coração pulou pela possibilidade de ele ser contaminado mas ai quando você escreveu que ele estava protegido pela armadura, fiquei muito mais muito aliviado. Mas ainda assim havia essa possibilidade pois eles corriam em suas formas civis até o esconderijo do pai. Diga-se de passagem, a morte do pai foi uma cena marcante, quando ele sente dor e se despede dos filhos e a tela se apaga.
ResponderExcluirMas a pior parte ficou com o Ken. Chegar em casa e ver a cena que ele viu, e ainda sair de cabeça erguida para salvar as outras crianças, mesmo com o coração destroçado, ainda tendo que segurar o irmão mais novo até que o mesmo entendesse o que aconteceu, meu Deus, que cena triste. E por fim, Ken não suportou por muito tempo a perda da família, e acabou por se entregar a uma batalha sem volta(será que é sem volta mesmo rsrs?).
E ai quando chega no final, você ainda me deixa uma ponta solta para uma possível continuação, em um mundo já devastado pelos zumbis. Aposto que você já está bolando alguma coisa nessa sua cabeça de escritor.
Bom, meu veredicto é aplausos e mais aplausos, DE PÉ, pelo desafio que sei que você enfrentou ao escolher Bicrossers, pela sua capacidade de juntar todos os fatos ocorridos com maestria, por sua capacidade de mostrar em poucas linhas a cidade ao longo do dia decaindo com os ataques zumbis e claro, meus parabéns por incentivar esse projeto e fazer com que nós reles mortais pudêssemos participar dele ao teu lado.
Esse é mais um texto seu que me encanta, me emociona, desperta sentimentos, e textos assim entram para minha lista de melhores fanfics já lidas.
Parabéns mais uma vez.
Grande Rodrigo!
ExcluirFico muito, mas muito feliz por um fã declarado de Bicrossers dizer que gostou tanto desse meu texto. Confesso que estava preocupado se tinha ficado à altura dos dois excelentes contos anteriores... Pois, assim como você bem disse, eu mal lembrava da série e precisei confiar nas informações da wiki e conferir os vídeos do YouTube... Daí foi montar como eu esperava que seria eles mais velhos e quais os laços familiares que seriam colocados à prova durante os percursos que eles iriam enfrentar... Quis deixar subentendido a maioria dos ataques, pois quis caprichar nos resultados dos ataques, nas dores dos vivos e ver como isso impactaria nos leitores.
Quanto ao projeto em si, eu apenas dei o pontapé inicial... Orgulho tenho dos participantes que, sem medo algum se esforçaram para criar longos contos extremamente bem escritos, indo muito além de suas zonas de conforto e produzindo verdadeiras obras primas.
Aplausos de pé para todos nós.
Adorei o clima dark que você pos em By crossers, algumas coisas não consegui sacar bem pois eu cheguei a ver o ultimo episódio onde depois de tudo eles perderam seus poderes , seria interessante falar como eles recuperaram. a possivel morte do ken supreendeu até, mas acredito q ele volte mais pra frente.
ResponderExcluirOlá amigo! Valeuesmo pela leitura e comentário!
ExcluirQuando escrevi esse conto não lembrava deles perdendo os poderes ao final, mas como o clima seria mais dark, acho também que pode ser considerado como uma versão alternativa onde eles mantiveram seus poderes.
Quanto a uma boa,, acho meio difícil pois a ideia original era apenas para uma one shot mesmo.
Muito, muito obrigado mesmo pelo comentário!
engraçado é... não sei do ator do ken, mas o Jingiro morreu 2 anos em um acidente de carro depois da série e nessa fic quem morre é o outro kkkkkkkkkkkkkk
Excluiroutra coisa que eu não sabia.
ResponderExcluirGrande Norberto!
ResponderExcluirBycrossers é aquela série de pegada mais leve com alguns absurdos como os heróis usarem um guarda roupas pra se transformar.
Mas o que você fez aqui foi algo fantástico, anos-luz mais adulto que a série.
Episódio dramático e bem sombrio com os zumbis infectando todo mundo.
As perdas do pai , de Ken e familia foram duros golpes para Gingiro o Bycrosser Azul, agora transformado em Kurosu.
Conforme o Kiske observou, o ator que fez o Gingiro morreu num acidente de moto.
Outro grande trabalho!
Parabéns!
Valeu pela leitura e pelo comentário amigo!
ExcluirQuando escolhi esse tokusatsu eu quis exatamente sair do clima mais infantil e deixar as coisas um pouco mais sérias.
Valeu!
Valeu mesmo pela leitura e comentário meu amigo!
ResponderExcluirEu confesso que escolhi Bycrossers só para não usar algum dos tokusatsus mais famosos, ou mesmo os meus preferidos... Era um desafio duplo para mim, além de fazer a união tokusatsu/zumbis, usar de modo interessante uma série que não estava entre as minhas favoritas.
Por isso acabei fazendo um conto baseado mais nas minhas, parcas, memórias da série, por isso a série de furos, indo desde o casal que "errei" ao fato de nem explicar como conseguiram seus poderes de volta.
Um dia precisarei conferir mais uma vez a série e, talvez, reescrever esse capítulo, talvez preparando uma minissérie ou algo assim.
Fico feliz por ter te trazido tantas lembranças.
Valeu mesmo!
Oi, Norberto...
ResponderExcluirVocê não errou o casal. A Ayame meio que flerta com os dois na série, mas no ep final ela fica com o KEN. Foi bem mal tratado isso na série... Ainda mais algo bem criancinha como Bicrossers.
Mas, isso dos poderes é algo que pode ser explicado na saga que você vier a fazer com esse novo poder que tu desenvolveste pro Gin. Nunca ficou clara a questão da entidade alienígena que deu poderes a eles. Essa mesma entidade no final retirou os poderes. Eles mencionavam ser o espaço quadridimensional.
Não quis parecer uma pessoa que foi injusto na crítica. O trabalho está ótimo. E, você deixou o gancho perfeito pra continuar. Dr. Q, Rita e Silvia sobreviveram no ep 33. Já o demônio Gowla Zonguer foi derrotado no 34 (ep final só exibido uma única vez na madrugada e só mais recentemente surgiu na internet ele dublado).
Adorei mesmo e parabéns por esse trabalho maravilhoso!
Tá aí... Por causa da história do caderno, eu queria um dia escrever algo de Bicrossers... Se topar que um dia possa contribuir de alguma forma... Estou aqui!
Um abraço!