Capítulo 13 - 1878, ano 11 da Era Meiji (parte 2) - antecessor e sucessor
Saitō, após ter ferido gravemente Sanosuke e ter usado o
assassino Akamatsu como isca para atrair e testar Kenšin se dirigiu ao Dodžo
Kamiya e lá ficou um tempo esperando por seu velho rival alegando que havia
pessoas que visavam sua vida. Até que o próprio Kenšin chegou a sua residência
e encontrou-se com seu velho inimigo, o qual não o via desde o fim do
Bakumatsu. Uma terrível e sangrenta luta teve início, e assim como aconteceu no
embate com Džin-E, Kenšin voltou a ser Battōsai, para o desespero de seus
amigos, em especial Kaoru.
Tudo indicava que um dos dois ia morrer nessa luta, até que
chegam dois velhos monarquistas: Kawadži e Ōkubo. Saitō queria por um fim a sua
velha rivalidade com Kenšin, e Battōsai idem. Só que seus superiores lembraram
ao ex-membro do Šinsengumi que ele veio enfrentar Kenšin não para matá-lo, e
sim para testar sua força. Saitō vai embora do Dodžo Kamiya e em seguida mata Šibumi
e Akamatsu. Ōkubo, por sua vez, diz a Kenšin e a seus amigos a respeito do
levantamento de Makoto Šišio nas cercanias de Kyoto e seus objetivos. Grande
ironia do destino. O mesmo Šišio que um dia foi criado pelos monarquistas agora
está se voltando contra seus antigos superiores. Em outras palavras, o feitiço
se virou contra o feiticeiro, e agora os representantes do governo Meidži
querem que Kenšin vá a Kyoto deter Šišio.
De início Kenšin se viu indeciso diante do pedido do
ministro Ōkubo, e seus amigos todos eram contra a ideia de Kenšin ir a Kyoto
deter Šišio. Megumi, Sanosuke, Kaoru e Yahiko, nenhum queria que Kenšin se
envolvesse em uma briga longínqua dessas. Ōkubo então deu uma semana para Kenšin
decidir a respeito. Muito longe dali, em Kyoto, Šišio através de seus espiões
em Tóquio ficou sabendo da última ação de Ōkubo. Sua rede de espionagem é
comandada por membros do clã Suenaga, um poderoso clã de ninjas praticantes da
arte Šinobi dos tempos do Japão Feudal. Suas origens remontam ao século XI, e
desde então serviram a vários políticos e nobres, incluindo até mesmo os xoguns
da dinastia Tokugawa. De início os Suenaga se mostraram favoráveis ao Governo
Meidži, mas com a abolição do velho sistema feudal vigente desde o século XVI
passaram a hostilizar o novo governo, a ponto de terem apoiado Takamori Saigō
na guerra Seinan e o próprio Šišio.
Devido a essa rede de informações espalhados por grande
parte do país a organização de Šišio já sabia da presença de Kenšin em Tóquio
desde alguns dias depois da derrota de Džin-E. Na ocasião, Hōdži estava em mais
um dia de trabalho em seu escritório. Quando de repente um espião de Šišio
estabelecido na capital do país enviou a Hōdži um informe falando a respeito do
recente ocorrido. Ao saber disso, Hōdži ficou muito surpreso. Rapidamente Hōdži
transmitiu a informação a seu mestre, que igualmente ficou surpreso com isso.
“Que interessante, o Battōsai, meu antecessor, agora está morando em um dodžo
em Tóquio depois de ter vagado pelo Japão inteiro. O que será que ele anda
fazendo por lá?”, indagou Šišio, o qual em seguida deu ordens para que seus
espiões de Tóquio lhe informassem sobre os próximos passos de Battōsai daqui em
diante. Para Šišio, era questão de tempo que o Governo Meidži enviasse seu
antecessor para detê-lo em Kyoto. E o tempo mostrou que o ex-monarquista estava
coberto de razão.
Šišio nos dias seguintes soube através de seus informantes
das vitórias de Kenšin sobre a Oniwanbanšū, Raidžūta e Tsukioka, assim como de
sua luta inconclusiva com Saitō e a visita de Ōkubo ao Dodžo Kamiya. No dia
seguinte Šišio, em sua base em Kyoto, já estava sabendo de tudo, até mesmo de
um plano para assassinar Ōkubo, e enviou Sōdžirō a Tóquio especialmente para
matar o ministro do interior. O jovem garoto aceitou essa missão sem
pestanejar, enquanto que Šišio e Yumi se dirigiram em seguida à vila Šingetsu.
Hōdži, por sua vez, foi incumbido de ficar na fortaleza e comprar muitos
armamentos para o Džuppongatana.
E o dia 14 de maio de 1878 chegou. O dia da decisão. Ōkubo,
após ter conversado com Morisuke Yamayoši, o governador da prefeitura de Fukušima,
estava indo ao encontro de Kenšin, mas antes que isso viesse a acontecer Sōdžirō,
com o auxílio da rede de espionagem do Džuppongatana, interceptou a carruagem
onde o ministro estava e a alcança usando a técnica Šukuči. Ao ministro Ōkubo,
Sōdžirō disse que mandar Battōsai para deter Šišio foi uma manobra brilhante,
mas que ainda assim Šišio conquistaria o país. Ōkubo em seguida foi morto pelo
Espadachim Celestial com um golpe de sua espada curta, e Sōdžirō logo em
seguida se retirou, sem que ninguém o notasse. O assassinato de Ōkubo foi
atribuído a um grupo de homens da província de Išikawa, os quais assumiram a
autoria do atentado.
Com o assassinato de seu velho amigo Ōkubo a indecisão de
Kenšin teve fim. O espadachim ruivo enfim decidiu ir a Kyoto deter Šišio antes
que seu sucessor mergulhe o Japão em uma nova era de caos e instabilidade
política interna a qual poderia ser desastrosa para o país. Mas, antes de ir
para Kyoto, Kenšin (que percebeu durante o embate com Saitō que dentro dele o
velho Battōsai ainda vivia) se despede de Kaoru, dando-lhe um caloroso abraço
antes de partir ao encontro de seu sucessor. Como era de se esperar, Kaoru cai
em lágrimas e passou os dias seguintes chorando por seu amado. Além disso, Kenšin
não quer colocá-la de novo em perigo tal como aconteceu com Džin-E.
Para não envolver seus amigos na trama, Kenšin se dirige
para Kyoto via estrada de Tōkai, e em determinada parte do caminho se encontra
com a jovem Misao Makimači. Membra da Oniwabanšū de Kyoto, Misao estava à
procura de Aoši, e ao saber que Kenšin conhecia Aoši passou a acompanhá-lo em
sua viagem a Kyoto. Mas, antes de chegar à antiga capital do Japão, a dupla
passa pela vila Šingetsu, e lá se deparam com um homem a beira da morte
protegendo seu irmão, Edžji Mišima, o qual a partir de então ficou sob os
cuidados de Kenšin, Misao e Saitō. O trio se dirige à mansão onde Šišio está. E
assim Kenšin e Šišio, antecessor e sucessor, enfim se encontram. As cortinas de
mais uma batalha longa e sangrenta se abrem.
1 Comentários
Essa batalha promete ...Antecessor e sucessor e um ódio mortal como ingrediente...
ResponderExcluirO que ocorrerá ?