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A garota que jogava suas roupas (capítulo XV)

 

                                   Capítulo XV - Trato é trato: Chloé e Sabrina em Lille (parte III)

Enquanto Chloé, Sabrina, Selina e Marisol estão na sorveteria, a senhora Boulanger recebe uma ilustre ligação. É ela, a rainha do estlo, Audrey Bourgeois. Audrey ficou sabendo que Chloé está em Lille e está passando o presente fim de semana na cidade natal de Charles de Gaulle junto com as primas e os tios que a rainha não vai nem um pouco com a cara.

Como já foi dito antes, Audrey como mãe é um zero à esquerda, mas ao mesmo tempo é uma leoa quando o assunto é manter as filhas longe dos parentes que ela, por conta de mágoas de juventude, detesta.

Liliane: “O que você quer dessa vez, Audrey?”.

Audrey: “Liliane, você sabe muito bem o motivo. O André me contou tudo. A Chloé está contigo e não vou tolerar que ela fique mais um único segundo ai na tua casinha modorrenta e cafona!”.

Liliane: “Você não toma jeito nunca, né minha irmã? Você é um zero à esquerda como mãe e só se lembra dela para mantê-la afastada de nós. Quando é assim, até se lembra do nome dela. Sabe Audrey, sinceramente, eu não te entendo. Não entendo como você pode ser uma mãe tão... tão inútil. Você, que nunca recebeu a tua filha ai em Nova York!”.

Audrey: “E eu não entendo como que você é tão enxerida, a ponto de ficar se aproximando da Chloé. Não tem vergonha na cara, Liliane, em ficar se metendo aonde não é chamada?”.

Liliane: “Não sei se você sabe, mas a minha sobrinha fez uma aposta com as minhas filhas enquanto ainda estava em Cannes. Ai ela perdeu a aposta, uma aposta que envolvia você, e então teve que vir aqui em Lille, passar o fim de semana conosco. Ou seja, ela veio ficar aqui conosco uns dias para cumprir a palavra dela às minhas filhas”.

Audrey: “Não tem coisa melhor para me dizer, minha irmã? Esperava mais de você, sabia?”.

E então Liliane provoca a irmã, colocando o dedo na ferida.

Liliane: “Claro que tenho. Sabe quem fez a Chloé perder a aposta? Você, minha irmã, que mal chegou a Cannes e já voltou a Nova York. Você é quem fez a Chloé perder a aposta que ela fez com as minhas filhas, não eu, o meu marido ou as minhas filhas. Você e ninguém mais”.

Audrey começa a sofismar para o lado da irmã.

Audrey: “Eu fiz a minha filha perder a aposta? Mas que patético, a culpa é daquele esquisitão de roupa vermelha que apareceu na mansão, o tal do Chapolin Colorado, que me encheu de marretadas, não minha”.

Liliane: “Que eu saiba quem mal veio a Cannes e já voltou a Nova York não foi o Chapolin Colorado, e sim você, Audrey. Sinceramente, não sei onde que você está com a cabeça em querer colocar a culpa no Chapolin Colorado. Eu é que esperava mais de você, irmã”.

As duas conversam mais um pouco, com Audrey sofismando a respeito do fato de ter ido embora de Cannes e reiteradamente colocando a culpa no Chapolin.

Liliane: “Não tem coisa melhor para me dizer, Audrey?”.

Audrey: “Está demitida!”.

E assim mais uma tensa conversa entre irmãs se encerra. Terminada a conversa, Liliane vai ao caixa da padaria, e Bernard lhe pergunta o que se passa com ela. “É a Audrey, querido. Como sempre, ela me tira do sério com aquelas provocações dela, e dessa vez por causa da Chloé”, responde a tia de Chloé. “Há algo que vai fazer você melhorar de ânimo, querida”, diz Bernard. E ele apresenta três ilustres visitantes à esposa. Lá está o casal Dupain Čeng, dessa vez acompanhado da filha deles, Marinette.

O senhor Tom Dupain tem um irmão em Lille, François, e veio visita-lo. Marinette de início nem queria ir, mas ao saber que o Adrien ia estar lá em campanha da firma do pai dele, mudou de ideia (o que um coração apaixonado não faz...).

Pois bem, Tom e Sabine aproveitaram a estadia deles em Lille para fazerem uma visita a velhos amigos e comer umas delícias na padaria deles. Tom e Bernard se conheceram há muito tempo em Paris (isso quando Bernard estudou um tempo na capital), assim como Sabine e Liliane.

Conversa vai, e conversa vem. Enquanto Chloé e as primas estavam na sorveteria, Marinette passou um tempo na casa delas. Certa vez, Sabine perguntou à Liliane sobre as crianças, que ela e Tom conheceram quando ainda eram muito pequenas. Liliane respondeu que elas receberam a visita de uma prima e foram à sorveteria. “Acho que elas não demoram”, diz a irmã de Audrey. Mas, poucos minutos antes delas chegarem, os Dupain Čeng foram embora do local.

Sem que Marinette (que encontrou Adrien no centro da cidade, no meio da campanha de caridade da qual o loiro participou, e com ele conversou rapidamente) soubesse e nem ao menos fizesse ideia, ela passou um tempo na casa de familiares de uma colega de classe que ela não se dá nem um pouco bem. E detalhe: bem no mesmo dia em que a colega em questão lá se encontra.

No dia seguinte, Chloé e Sabrina vão embora de Lille. Mas não sem antes de a loira oxigenada (assim como a ruiva) receber uma surpresa: uma caixa de macarrons preparada especialmente pelos tios.

Marisol: “Chloé, antes de você e a Sabrina irem embora, gostaríamos de presenteá-las com isso daqui. É uma cortesia dos meus pais a vocês. Tenho certeza que vocês vão adorar. É especialidade da casa, e uma para cada uma”.

Sabrina: “Uma caixa de macarrons, mas que delícia!”.

Chloé: “Por que está me dando isso, Marisol?”.

Marisol: “Chloé, depois do sorvete que você pagou para nós e de ter passado esses dias aqui, achamos que isso é o mínimo que podemos fazer por você”.

Diante de tal ato de cortesia, Chloé não tem outra saída a não ser aceita-lo.

Chloé: “Sério? Muito obrigado pela cortesia, sério”.

Liliane: “Esses dias que você passou conosco foram dias muito agradáveis, Chloé. Bem que você poderia vir mais vezes aqui. Você é sempre bem vinda por aqui, sabia?”.

Bernard: “E assim você vai poder se deliciar mais uma vez com os macarrons e outras especialidades da casa que nós fazemos”.

Chloé promete aos tios que um dia voltará a Lille visita-los.

Horas depois de Chloé ir embora de Lille e voltar a Paris, eis que Marisol e Selina recebem uma ligação telefônica um tanto inusitada. É da prima delas que mora do outro lado do Oceano Atlântico. Como veremos abaixo, Chloé e Zoé podem ser muito diferentes em matéria de personalidade, a parisiense é esnobe e a nova-iorquina não, mas ainda assim as duas têm seus pontos em comum. Zoé igualmente não vai com a cara das primas que moram em Lille e também periodicamente liga para elas só para esnobá-las e contar vantagem para cima delas.

Marisol: “Oi Zoé, que bom que você ligou para nós! E então, quais são as novidades ai em Nova York?”.

Zoé: “Pode tirar o cavalinho da chuva Marisol, pois eu liguei para você só para avisar que estou com a minha mãe em uma festa chique da revista em que ela trabalha. Só tem gente importante aqui! E vocês estão ai, ajudando os teus pais a assarem pão e doces. Pobres coitadas”.

As gêmeas sabem que a melhor defesa é o ataque, e isso os pais delas lhes ensinaram muito bem.

Marisol: ”Antes nós aqui assando pão e doces que você e a tua mãe nesse teu mundinho de falsidade, Zoé. Na verdade, você é uma falsa, Zoé. Sinceramente, acho que você e a tua mãe estão em seu habitat natural nessa festa de gente esnobe”.

As duas ficam discutindo por mais alguns minutos, até que Zoé toma uma fumada e resolve desligar o telefone na cara da prima.

Selina: “Quem era, Marisol?”.

Marisol: “A Zoé, ela ligou aqui só para contar vantagem para cima de nós por estar em uma festa chique lá em Nova York junto com a mãe”.

Selina: “A Zoé... para mim ela é pior que a Chloé, sabe?”.

Marisol: “E por que acha isso, irmã?”.

Selina: “O rosto da Zoé, ela tem uma carinha de anjo inocente que engana bem os outros quando se olha para ela. Ela parece um anjinho por fora, mas é um demônio terrível por dentro. Enquanto que a Chloé já deixa claro para o que vem. Por isso que prefiro a Chloé a ela”.

Marisol: “Entendi o que diz dizer Selina e confesso que também prefiro a Chloé a Zoé. As aparências enganam, como diz o ditado. Mas o que podemos esperar, ela é filha da nossa tia Audrey, não é nenhuma surpresa ela também agir dessa forma”.

Selina: “E não entendo a nossa tia, como ela não só pode ser tão rancorosa para conosco, como também passar esse sentimento às filhas?”.

Marisol: “Também não entendo a tia Audrey, Selina. É um grande mistério que talvez nós nunca saberemos”.

3 Comentários

  1. Uma visão diferente da Zoé.

    Aqui , ela é retratada como alguém pior que a Chloé.


    Interessante !

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  2. A família de Chloé é muito complexa.Um querendo engolir o.outro.

    Um se achando melhor que o outro...

    Não é a toa que a Chloé seja desde jeito...

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    Respostas
    1. E eu senti que no desenho faltou um maior aprofundamento do histórico familiar da Chloé.

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