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KAMEN RIDER KEYS - EPISÓDIO 2: CODE BREAKER

 





KAMEN RIDER KEYS

 

EPISÓDIO 2: CODE BREAKER

 

Obra resultante de parceria entre Art Shadow Moon & Jirayrider.



Manhã de 8 de julho de 2030:

 

O sol despontava no horizonte, tingindo o céu com tons alaranjados e rosados. Algumas nuvens ainda pairavam e uma leve garoa caía sobre a Haeundae Beach, em Busan. A brisa matinal soprava suave, mas o cenário pacífico contrastava brutalmente com a violência que se desenrolava ali.

 

Keys, montado em sua moto Valkirion, avançava em disparada pelo asfalto, com o motor rugindo como uma fera à solta. A raiva fervia em seu peito enquanto ele via o rastro de corpos mutilados ao longo da praia. Homens, mulheres e, entre tais corpos, uma criança, pequena e inocente, agora em pedaços sob a luz suave da aurora. Um nó de fúria apertava sua garganta, transformando-se em pura determinação.

 

Sem hesitar, ele acelerou ainda mais e viu sua presa: uma figura gigantesca com couraça de rinoceronte biocibernético, com implantes metálicos reluzindo sob os primeiros raios do sol. Era uma máquina de matar e Keys sentia que aquele monstro era o responsável por toda a carnificina.

 

"Chega!", murmurou para si mesmo, cerrando os punhos no guidão da Valkirion.

 

Com um movimento calculado, ele engatou uma curva violenta e lançou a moto diretamente contra o rinoceronte. O impacto foi brutal; o monstro foi jogado para trás, mas antes que pudesse se recompor, Keys já havia dado meia-volta, acelerando para atropelá-lo novamente. Mais um golpe e o monstro foi arremessado alguns metros, com o chão tremendo com o peso do impacto. Na terceira investida, a força foi tão intensa que o monstro soltou um urro de dor ao ser esmagado contra o solo. Keys parou sua moto, olhos fixos no monstro caído, as mãos tremendo de raiva.

 

No entanto, o rinoceronte se levantou, agora, com os olhos vermelhos e brilhando intensamente. Com um grunhido ameaçador, abriu a mandíbula, e uma energia mortal começou a pulsar em seu interior. Antes que Keys pudesse reagir, o monstro disparou um raio devastador. A explosão o lançou para trás e, então, Keys perdeu o controle da moto, que deslizou e caiu a alguns metros. Keys se ergueu, respirando fundo, enquanto o monstro se aproximava, rindo de forma gutural.

 

"Então, você é o tal Kamen Rider…" o monstro rosnou, com uma voz grave e distorcida. "Eu sou Rinus Trojan, uma criação da Brain Machine. Você pode não aceitar, Keys, mas eu e você somos o início do fim para essa humanidade caótica."

 

Keys estreitou os olhos. "O Império Brain Machine e o vírus DEMON... todos já sabem quem vocês são. Desde que vocês começaram a atacar, o mundo os conhece. É claro que agora graças ao poder Keys, eu fui inteirado de tudo pela própria IA embarcada no meu corpo. Mas, nada justifica a atitude do Sr. Atiku Lee."

 

Trojan riu, sua voz ecoando ameaçadora. "Não somos apenas um vírus, garoto. Somos o futuro. E você pertence a nós, goste ou não… é parte de você."

 

Revoltado, Keys retrucou: "Eu pertenço a ninguém além de mim mesmo." Sem hesitar, tomado pela fúria, Keys avançou contra o monstro. "E eu vou provar isso te destruindo!"

 

Um grito de fúria – misto de dor e determinação – escapou de Keys, ecoando pela praia. "Aaaaaaahhhhh!!!"

 

Trojan lançou uma sequência de lasers, mas Keys se esquivou com agilidade e avançou diretamente. Com um soco, atingiu o rosto cibernético do monstro, seguido por uma sequência de golpes potentes. Cada ataque explodia em faíscas ao atingir a couraça metálica de Trojan.

 

Trojan cambaleou para trás, mas, em um movimento brusco, retaliou com um soco pesado que atingiu Keys no peito, fazendo-o recuar. Keys se equilibrou, limpando a armadura dos cacos que se partiram com o golpe. Os olhos vermelhos de Kamen Rider brilhavam intensamente, sem hesitação. Num movimento rápido, o teclado e o tablet se manifestaram como hologramas, sincronizando-se com os chips e a pedra de seu cinto. Uma onda de energia atingiu Rinus Trojan, forçando-o a tropeçar para trás. Espantado, o vilão percebeu algo: “O poder dele reconstituiu a parte da armadura dele que eu acabei de danificar”.

 

“É, verdade... Nem tinha percebido isso!”, brada Keys que sente agora um poder enorme emanando de si.

 

O poder interativo entre o cinto, tablet e teclado fez com que Keys materializasse uma espada laser, o sabre energético Codebreaker, que surgiu com um brilho azul intenso, cortando o ar com um som agudo.

 

"Hora de te apagar para sempre, Trojan... Prepare-se!" 

 

Rinus, ainda determinado, materializou uma foice energética, sua lâmina brilhando em tons de roxo e preto. A arma parecia ressoar com uma energia sombria, quase viva. 

 

"Acha que pode me destruir? Você é só um experimento descartável!" Trojan rugiu, avançando. 

 

Keys acionou o sabre Codebreaker, que brilhou com linhas azuis incandescentes, enquanto ele assumia uma postura de combate. Quando os dois oponentes, empunhando as suas armas, se chocaram, o impacto reverberou como um trovão, gerando ondas de energia que explodiram ao redor, estilhaçando janelas e fazendo carros próximos sacudirem violentamente. 

 

A batalha era feroz e desenfreada. Trojan girava sua foice com precisão letal, cada movimento criando arcos brilhantes que tentavam envolver Keys. O Rider, por sua vez, se movia como um raio negro, desviando por milímetros e contra-atacando com cortes rápidos e devastadores. 

 

Num momento crítico, Trojan usou o cabo da foice para empurrar Keys para trás, emendando com um salto mortal que culminou em um golpe vertical. Keys bloqueou o ataque com seu sabre, mas o impacto o lançou para trás, deslizando no asfalto e deixando marcas fumegantes. 

 

"Isso é tudo que você tem?!" Rinus zombou, enquanto a foice se desmaterializava e, num flash, retornava ainda maior, a lâmina agora bifurcada como mandíbulas afiadas. 

 

Keys, em resposta, ativou novamente o sabre Codebreaker. Linhas adicionais de luz começaram a pulsar na lâmina enquanto ele avançava novamente contra o maléfico rinoceronte. Cada golpe trocado gerava uma chuva de faíscas e uma pressão crescente no ambiente. 

 

Mas, então, Trojan, em um movimento traiçoeiro, girou a foice e a lançou como um projétil direto para um carro onde um civil estava escondido. A lâmina cortou o ar como um demônio faminto e... impactou com uma explosão de energia, destruindo o veículo e lançando o homem para longe. 

 

Keys parou. Pasmo, ele ficou com seus olhos arregalados ao ver o corpo do civil caído e imóvel no chão, com o sangue manchando o concreto. "Não..." ele murmurou, um nó apertando em sua garganta. 

 

"HAHAHAHA! Não consegue nem proteger os fracos!" Trojan gargalhou, erguendo a foice de volta. 

 

Uma sombra de ódio cruzou a face de Keys. Ele ergueu o sabre e o brilho azul tornou-se quase branco. Sua respiração tornou-se pesada, seus passos mais lentos. Quando ele falou, sua voz estava tingida de uma fúria implacável: 

 

"SEU MALDITO!"

 

O embate recomeçou, mas desta vez, Keys estava imparável. Cada golpe de sua lâmina era devastador, forçando Trojan a recuar. O chão rachava sob os dois gladiadores devido à intensidade dos ataques. Deste modo, a foice de Rinus começou a ser despedaçada aos poucos, emitindo faíscas instáveis. 

 

Em um movimento violento, Keys girou o Codebreaker em um arco completo, acertando a foice com tanta força que ela se despedaçou em milhares de fragmentos brilhantes. Rinus Trojan mal teve tempo de reagir antes que Keys o atingisse letalmente. 

 

"Termination Slash: Override!"

 

Keys saltou no ar, girando o Codebreaker em alta velocidade. Quando desceu, o golpe final atravessou Trojan como um meteoro, explodindo em um clarão ofuscante. 

 

Com um corte profundo, Keys atravessou a couraça do monstro, que entrou em pane e explodiu em uma detonação devastadora. No entanto, quando a poeira e a fumaça baixaram, uma visão chocante o aguardava.


Keys caiu de joelhos ao ver o que estava à sua frente: um ser humano, ferido e sangrando, agora lentamente perdendo as forças. O coração de Keys disparou quando ele reconheceu o rosto do homem deitado no chão. Era Nobuhiko Kurama, um amigo da faculdade, desaparecido há dois meses.

 

"Nobuhiko…" murmurou Keys, a voz trêmula, enquanto se aproximava e se ajoelhava ao lado dele, desesperado.

 

Com um sorriso distorcido e cruel, Nobuhiko ergueu os olhos, quase sem fôlego. "Você… achou mesmo que era o único?" Sua voz era um sussurro, abafado por uma risada gorgolejante. "Hahaha… Antes de você, existiram muitos como eu. Mas você… você é o ápice… o perfeito. Fui ousado em tentar te matar, mas a ordem… a ordem era só te levar de volta. Fui tolo! Não temos chance contra a perfeição que você é, meu caro Keys. Não se preocupe, eu sei quem você é… mas não vou mencionar o seu nome. Não vou te expor a estes moribundos que a tudo filmam e registram. Hahaha!"

 

"Por que… Nobuhiko, por que você fez isso com você mesmo?" a voz de Keys vacilou, cheio de confusão e dor.

 

"Existem olhos por toda parte", Nobuhiko riu, tossindo sangue, os olhos brilhando de malícia. "Há pessoas escondidas, observando, gravando tudo… Eles sabem de você… Sabem que você vai voltar. É seu destino. Você… é a união máxima de IA, vírus e tecnologia… Nós vamos dominar, Keys. Isso… é só o começo."

 

"Não, isso acaba agora!" Keys respondeu com raiva, com os punhos cerrados. Mas, Nobuhiko apenas riu, exibindo um riso frio e desumano.

 

"Você… não pode… mudar quem você é… e o que fizeram de você…" A voz do jovem Nobuhiko começou a falhar e, seu corpo, antes tão sólido, começou a se desintegrar, apagando-se como um holograma que sofreu um erro fatal. Aos poucos, restou apenas o vazio, o ar pesado ao redor. Nobuhiko desapareceu nos braços de Keys, como uma imagem corrompida que sumia em um erro irreparável de sistema num computador.

 

Ao redor, alguns civis corriam em pânico, enquanto outros, escondidos nas sombras, observavam e gravavam tudo com seus dispositivos.

 

Enquanto o sol começava a romper as nuvens, iluminando a cena sombria que Keys acabara de deixar para trás, uma sombra misteriosa se aproximava silenciosamente, os passos ecoando por trás de nosso valoroso herói. Kamen Rider Keys, ainda em modo de alerta total, não hesitou ao perceber a aproximação; saltou para o ar e, sem perder um segundo, liberou seu Rider Punch, um soco poderoso que rasgou o ar com um impacto devastador.

 

“Tome! Seu miserável! Rider Punch!”

 

A sombra foi lançada ao chão e rolou, mas, para a surpresa de Keys, ergueu-se lentamente, sacudindo a poeira, como se o golpe tivesse sido pouco mais que um incômodo.

 

Quando a figura se levantou completamente, revelou-se um ser imponente, envolto em uma manta sacerdotal negra, com um capuz que escondia parcialmente sua face bestial, uma fusão de leão e máquina, que emanava uma aura de mistério e poder. Ele, então, se apresentou ao herói. Com a voz ecoando grave e metálica, ele diz: “Eu sou... Darklion.exe. Sou um desertor do Império Brain Machine.”

 

O leão cibernético deu um passo à frente, analisando o herói que tinha diante de si. “Você é rápido e poderoso, Keys. Nem tive tempo de explicar por que estou aqui...”

 

Sem esperar que o leão terminasse, Keys avançou novamente, agora com seu Rider Kick, um chute cheio de fúria e desprezo. “Não me importa quem você é!” gritou, ao atingir o leão com toda a força. Darklion.exe cambaleou para trás, absorvendo o golpe, mas surpreendentemente se levantou, sacudindo a poeira mais uma vez.

 

“Parece que Rinus estava certo sobre você,” disse o leão, respirando pesadamente, porém mantendo uma postura firme. “Mas, saiba que você pode usar essa força para deletar todo o mal e resetar o que foi corrompido. Eu não vim lutar com você. Eu... quero que entenda que pode salvar a humanidade. Estou aqui para oferecer ajuda.”

 

A resposta de Keys foi um olhar gelado e mais uma explosão de golpes. Ele avançou brutalmente, seus socos e chutes implacáveis conectando-se contra o leão com precisão mortal. O impacto dos golpes ecoava pelas ruas da área residencial próxima à orla da praia onde ocorria todo imbróglio. Darklion.exe recuava, mas não retaliava. Apenas desviava dos ataques, mantendo-se no limite, evitando um confronto direto. Keys não deixou de perceber essa hesitação e intensificou os golpes. “Você fala demais!” gritou, enquanto desferia um chute forte o suficiente para fazer o leão colidir com a parede.

 

Darklion.exe finalmente tentou se distanciar, com seu corpo demonstrando sinais de cansaço. Keys, enfurecido, decidiu terminar a batalha de uma vez. Sacou sua espada: a Codebreaker. A lâmina com brilho azul-neon estava pronta para a aplicação do golpe final. Mas, antes que pudesse desferi-lo, Darklion.exe surpreendeu Kamen Rider Keys com um poder inesperado. Com um movimento sutil, o tenebroso leão ativou uma habilidade telecinética, que suspendeu Keys no ar e o lançou contra a parede oposta, em um golpe que fez o chão vibrar.

 

Keys se recuperou rapidamente, fitando o leão com uma raiva implacável. Saltou sobre sua moto, Valkirion, pronto para atropelar o adversário sem piedade. “Agora você não escapa, desgraçado!” brada, acelerando a moto. No entanto, quando Keys se aproximou a toda velocidade, o leão desapareceu, envolto em sombras e deixado apenas uma impressão sutil no ar, como se nunca tivesse estado ali.

 

Keys, confuso e furioso, passou a correr pelas ruas e becos da região com sua moto, procurando por qualquer sinal de Darklion.exe. Porém, não havia mais nada; o leão tinha sumido, deixando o herói com o coração acelerado e uma frustração crescente.

 

Enquanto continuava a busca, Keys percebeu que várias pessoas se aproximavam, algumas filmando, outras tirando fotos, com suas expressões variando entre o espanto e o medo.

 

“Você viu isso? Foi um Kamen Rider?” alguém exclamou.

 

“Mas... eu pensei que eles só existissem no Japão!” outro respondeu, incrédulo.

 

“Não seja tolo,” disse alguém mais velho. “Os Riders protegem o mundo todo. É a lenda que sempre ouvimos... E essa lenda está bem diante dos nossos olhos!...”

 

As vozes ecoavam pela rua e, Keys, sentindo a raiva subir e, não sabendo lidar com aquela situação que, ao mesmo tempo em que o sufocava, provocava-lhe medo e angústia, gritou em resposta: “Saiam da minha frente! Saiam, todos! Eu não aceito rótulos de ninguém... entenderam?”

 

Ele acelerou com tudo, passando por eles como um raio, com as pessoas mal conseguindo sair do caminho a tempo, surpresas e aterrorizadas pela velocidade e a determinação furiosa do misterioso herói mascarado.

 

Enquanto Keys deixava a cena, apenas a poeira de sua passagem restava. Assim, os espectadores ficavam para trás, espalhando murmúrios de admiração e temor.

 

Keys acelera a moto pelas ruas da cidade, mas logo, ele decide procurar um local mais tranqüilo para voltar à sua forma humana. Ele precisa de um momento de anonimato. Rapidamente, encontra um beco deserto, longe das movimentações frenéticas da cidade. Estaciona a moto e sai da estrada, indo até uma parede de concreto que o esconde das vistas alheias. Ele toca no cinto de Kamen Rider Keys, sentindo os chips e a pedra viva em seu interior. A sensação de querer voltar à sua forma normal é urgente, mas ele não sabe como fazer isso.

 

Com o coração acelerado, ele pergunta em voz baixa, quase sem esperança: “O que devo fazer para voltar ao normal?”

 

O cinto responde de imediato. Ou seja, o teclado e tablet se materializam diante de nosso herói. Keys então, apenas, digita uma senha no teclado. Após isso, na tela do tablet surgem imagens se organizando, formando um tutorial. 

 

“Você possui toda uma tecnologia embarcada em seu corpo. Todavia, o principal é a parte biológica dentro da sua armadura. Sua humanidade, seus sentimentos, emoções, pensamentos e desejos são o que permitem que você altere sua forma. Relaxe e busque sua essência humana. Unifique sua vontade com o sistema e sua transmutação será feita.”

 

Por debaixo daquela forma de Keys, Jonas fecha os olhos, sentindo o peso da missão que tem pela frente, mas também a carga emocional de estar em um estado tão distante de si mesmo. Ele respira fundo, sentindo as batidas do seu coração. Ele sente o calor da pedra viva e, como uma última tentativa, ele diz em pensamento: 

 

“Eu quero voltar ao normal. Mas, preciso da moto. Preciso dela para continuar”.

 

Uma luz intensa emana do cinto e o processo de transmutação começa. Em um flash de brilho, ele vê a armadura se desfazendo e em seu lugar surge a forma humana de nosso guerreiro: Jonas. Ao mesmo tempo, uma alteração começa a ocorrer na sua moto de combate: uma nova moto começa a tomar forma. O modelo tem design moderno, mas familiar. Afinal, trata-se de Valkirion que assume a forma de uma moto convencional de uso diário, uma Hyosung GV 300 S Aquila, modelo 2021. Deste modo, a máquina potente se transmuta em elegância, transformando-se em uma máquina que Jonas conhece bem, uma moto que lembra seu estilo e a agilidade que ele precisa para o dia a dia normal.

 

Jonas sorri, aliviado, mas seu pensamento logo o leva de volta para o que realmente importa. Ele monta na moto e começa a rumar para casa. O vento bate em seu rosto enquanto ele acelera e a cidade passa ao seu lado como um borrão. No entanto, sua mente não consegue se afastar das lembranças.

A denominação que lhe deram lhe soava inadequada e indigna. “Kamen Rider... Que tolice! Por que as pessoas gostam de rotular algo que nada sabem?...”

“Como se tudo fosse uma simples história de ficção...”

“Eles me colocaram um nome qualquer, como se isso fosse o suficiente para acabar com todos os meus problemas”...

“Não serei o que outros querem... Seguirei as minhas convicções...”

Jonas está tão nervoso que, segue com sua moto, agora em sua forma humana, mas sem perceber que nem estava de capacete. A disparada veloz pela estrada leva Jonas de volta no tempo, para o momento em que sua vida mudou para sempre. Ele se lembra da última vez que viu seu pai. Era uma manhã de outono, no Brasil, muitos anos atrás. Um homem da ciência, sempre com o sorriso firme e a confiança em seus olhos: seu pai, o cientista que estava no centro de todas as suas aspirações. Ele era o orgulho da família, trabalhando em biotecnologia para revolucionar o mundo e, por isso, foi convidado para uma missão científica nos Estados Unidos. Jonas era adolescente na época e não compreendia o que significava perder alguém tão importante.

 

“Não vai demorar, filho. Vou voltar logo. Prometo que, quando eu voltar, teremos toda a vida pela frente.”

 

Aquelas palavras ainda estavam frescas em sua mente, como se tivesse sido ontem. Mas, cinco meses depois, a tragédia aconteceu. O telefone tocou naquele fatídico dia. A notícia foi um golpe: uma explosão em um laboratório de biotecnologia nos Estados Unidos. O pai de Jonas morreu naquele dia, sem aviso, sem tempo para mais nada. A dor, o vazio, a sensação de perda tomaram conta de Jonas e de sua mãe. Eles estavam longe, sozinhos e tudo o que restou foram as lembranças de um futuro interrompido.

 

Jonas acelera, as lágrimas começam a cair sem aviso. "Eu não podia perder você, pai... Não podia!..." Ele sussurra para si mesmo. "Eu prometi que não deixaria sua morte ser em vão. Eu vou ser grande como você queria. Vou fazer algo grande. Algo que valha a pena."

 

A dor aperta seu peito e Jonas pensa nos sacrifícios que sua mãe fez para mantê-los unidos, para ajudá-lo a seguir o caminho da ciência. Mesmo com todas as dificuldades financeiras, ela estava ao seu lado, sacrificando tudo para que ele pudesse estudar e se graduar. E, sua mãe batalhou a ponto de Jonas conseguir a organização de sua tentativa de desenvolver um mestrado na Coreia do Sul. Ou seja, era a chance de buscar um futuro melhor. Eles passaram por tudo juntos e, agora, Jonas precisava fazer por sua mãe e pelo seu pai. Ele acelera ainda mais a sua moto, tentando afastar os pensamentos tristes.

 

Mas, então, o celular de Jonas vibra, interrompendo seus pensamentos. Ele olha para a tela e, de repente, seu corpo se enrijece. Trata-se de uma ligação de sua mãe. De pronto, ele estaciona a moto e atende.

 

“Onde você está, Jonas? Você sumiu! SOCORRO! Está acontecendo algo... eu não sei... socorro...!”

 

A ligação cai antes mesmo que Jonas pudesse pronunciar alguma palavra. Todavia, mesmo naqueles poucos segundos de ligação, antes que ele pudesse entender o que estava acontecendo, ele ouviu gritos e o som de destruição ao fundo. O caos. O pânico. A confusão. 

 

“MÃE!!!!!!! NÃO!!!!!!!”

 

Jonas grita, seu coração acelera em um desespero avassalador. Ele não tem tempo para pensar. A moto acelera, cortando as ruas da cidade, enquanto ele tenta desesperadamente ir até a sua amada mãe. Tudo o que ele sente agora é o desespero a tomar conta da sua mente a ponto de afetar o limite de sua sanidade mental, já tão abalada por tudo o que lhe ocorrera nos últimos dias. Misturado a isso, o pânico de perder o último pedaço de família que restou. O que quer que tenha acontecido, ele vai chegar a tempo. Ele tem que chegar...

Ele precisa chegar!


GALERIA DE IMAGENS DO EPISÓDIO:


(Todas as imagens foram feitas por meio de uso de IA - Bing sob criação de Jirayrider)

Darklion.exe

(Misterioso Leão do episódio zero)


Rinus Trojan




Nobuhiko Kurama


Jonas na moto


11 Comentários

  1. Uai!.


    Episódio repleto de ação , no começo com a frenética luta de Keys contra Rinus Trojan.

    Uma luta difícil, com uma drama no final.

    Rinus, na verdade, era um velho conhecido de Jonas: Nobuhiko Kurama.

    Seria uma alusão ao Nobuhiko de Black? Kkkkkk

    Creio que sim.

    Não bastasse isso, o misterioso Darklion.exe, um suposto desertor da Brian Machine, enfrenta o furioso Keys.

    Mas, essa hesitação de Darklion parece estranha....

    Aparentemente, ele tenta clamar para a consciência de Jonas, para seguir o lado do bem.

    Mas, será verdade?

    A conferir.

    Passado a adrenalina, Jonas tem que lidar com os curiosos de plantão, rejeitando a alcunha de Kamen Rider, embora, ele seja, de fato um...

    Essa fúria descontrolada pode prejudicá-lo.

    Jonas, precisa amortecer a revolta e atuar racionalmente.Do contrário, ele pode fazer coisas que se arrependa depois.

    Por mais difícil que seja, ele precisa se controlar, uma vez que foi instalado um vírus cibernético no seu corpo.

    Uma vez corrompido, ele pode perder a consciência de si mesmo e virar um demônio.

    Torçamos para que Jonas encontre o caminho da luz!

    No final, a história de Jonas revisitada, com a traumaticamorte de seu pai, enquanto trabalhava numa pesquisa nos Estados Unidos.

    Se isso não fosse pouco, no final, sua mãe pedindo socorro.

    Um episódio pra lá de tenso, de tirar o fôlego!

    Meus parabéns!

    Aplaudo de pé!

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    1. Jirayrider, meu parceiro nessa jornada, você conseguiu capturar a essência do episódio com uma precisão cirúrgica! É sempre um prazer ler suas análises que vão além da superfície e desvendam as camadas da história.

      Sim, a referência ao Nobuhiko de *Black* foi intencional. Não poderia deixar de homenagear esse clássico, mas também quis trazer minha própria visão ao personagem Rinus/Nobuhiko.

      Sobre Darklion.exe, você pegou a nuance exata. Ele é um mistério ambulante, um paradoxo. É quase como se houvesse algo de humano em sua hesitação, mas será que é real ou só parte de uma programação mais profunda? Você vai descobrir, e espero que seja tão impactante quanto parece.

      Quanto ao Jonas, seu comentário me emocionou porque você entendeu o cerne do personagem: o conflito interno dele. A fúria é a válvula de escape para a dor, mas também é a armadilha que o vírus DEMON pode usar contra ele. Ele está à beira de um abismo, e equilibrar-se será sua maior batalha.

      Muito obrigado pelo seu apoio e pelas palavras incríveis, meu amigo e coautor. Vamos continuar nessa missão de criar algo que emocione e inspire. Sua análise me dá mais combustível para seguir escrevendo!

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  2. Um capítulo excelente, muito focado na ação e, pelo que me lembro dos últimos títulos seus que li, mostrou uma evolução evidente nesse tipo de cena, sempre tão complicada para se escrever.
    Mas aqui eu posso dizer que você alcançou um nível muito alto nesse tipo de descrição. Consegui visualizar cada cena de forma clara e muito empolgante.
    Espero que Jonas consiga aprender a controlar esse ódio o mais cedo possível, que não estapeie mulheres alheias ou aliados por muito tempo, dificultando assim que surja naturalmente uma empatia por ele.
    A chance aliás já começará com o que for feito nessa corrida de encontro à mãe em perigo, será uma boa chance de focar no lado humano e, portanto, mais fácil de desenvolver uam identificação e ligação com ele.
    Ficarei no aguardo.
    Meus parabéns mesmo cara! Mandou bem demais.

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    1. Grande Norberto!

      Gratidão pela leitura e comentário.

      Como parceiro do Artur nesse projeto, sou testemunha do esforço e do espero que ele teve em produzir cenas de lutas de alto níveis, uma vez que eu ajudei em alguns diálogos.

      Fico feliz que tenha curtido!

      De fato, Jonas precisa controlar sua fúria, ou correrá o risco de ser dominado pelo vírus cibernético instalado em seu corpo.

      Gratidão!

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    2. Norberto, meu velho amigo, seu comentário me encheu de alegria e orgulho. Saber que você, um mestre nas palavras e nos detalhes, percebeu minha evolução na escrita de cenas de ação é uma recompensa imensa. Esse capítulo foi um desafio, mas também uma oportunidade de explorar as emoções e os conflitos de Jonas em meio ao caos.

      Sobre o Jonas, quero te tranquilizar: ele é muito diferente do protagonista de Blue Red Dike. Aqui, o foco é outro. Não veremos atitudes que comprometam a empatia pelo personagem, como aquela famigerada cena da outra fanfic. Jonas está em uma jornada de crescimento, enfrentando não só o vírus DEMON, mas também seus próprios traumas e dores. Ele será testado, mas sempre com o objetivo de amadurecer e encontrar o equilíbrio entre o ódio e a humanidade.

      A busca pela mãe dele é, de fato, um momento crucial. É ali que ele terá que encarar o que resta do garoto que perdeu o pai, mas também abraçar o homem que precisa proteger aqueles que ama. Espero que você sinta essa conexão crescer, porque estou trabalhando para torná-la real e tocante.

      Obrigado de coração pelo seu apoio e pelos elogios, Norberto. Saber que estou no caminho certo me dá ainda mais vontade de continuar a criar. Que venha o próximo capítulo, e que seja digno da sua expectativa!

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  3. Salve meus amigos, fico feliz em ver esse novo episódio feito com tanto capricho, postado aqui no MindStorm! Antes de mais nada, eu quero registrar como ficou bem escrito, sem palavras repetidas, sem descrições mal elaboradas, tudo foi bem feito, bem trabalhado, muito bem pensado, se tornando um texto claro, fluido e excelente de se ler! A qualidade da escrita está muito boa e conseguimos acompanhar os movimentos e ações de todos os personagens, de uma forma clara e agradável, meus mais sinceros! Agora quanto à trama em si, eu achei muito bem trabalhada e muito bem bolada, a luta foi muito bem descrita e muito bem balanceada, cuidei como vocês se esforçaram em não deixar explicações por fazer, como no exemplo, na imagem da moto acima, Jonas está sem capacete (óbvio, como mostrar o personagem de capacete né?) e vocês usaram isso na trama, alegando que ele havia "até" mesmo esquecido do capacete e esse tipo de preocupação, de cuidado, traz grande satisfação pra quem tá lendo, meus parabéns! No mais, é esperar pelo próximo episódio e ver como tudo vai continuar, uma vez que agora, mexeram com a única família que resta à Jonas, pode ser o início de uma Ultimate Form, no sentido de, o que tem dentro dele, por conta da fúria ou ódio, pode se externar... Veremos à seguir, parabéns aos escritores pelo trabalho!!

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    1. Grande Lanthys!
      Como parceiro do Artur nessa empreitada, fico muito feliz que você tenha curtido.

      Sou testemunha do esforço do Artur em fazer as cenas de lutas bem tensas e contundentes, dando uma maior dimensão do drama de Jonas.

      Gratidão pela leitura e comentário!

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    2. Grande Lanthys, mestre das palavras e dos comentários épicos, que prazer ver sua análise brilhante sobre o segundo episódio de Kamen Rider Keys! Fiquei imensamente feliz com sua leitura atenta e, como sempre, sua capacidade de capturar até os menores detalhes que tentamos construir na trama.

      Primeiramente, é muito recompensador saber que a qualidade do texto chamou sua atenção. Trabalhamos bastante para garantir que cada cena, cada movimento, e até mesmo as interações menores fluíssem de maneira natural e envolvente. A observação sobre o cuidado com os detalhes, como a ausência do capacete e sua justificativa na história, foi um ponto que sabíamos que leitores como você perceberiam. Esse tipo de feedback nos dá ainda mais ânimo para continuar elevando o padrão a cada episódio.

      Sobre a trama, fico muito grato por você ter sentido o peso emocional do episódio e compreendido o impacto das ações no Jonas, especialmente quando a história toca em algo tão delicado quanto sua única família. Você captou perfeitamente a tensão que buscamos criar. Talvez o próximo episódio realmente revele algo latente em Jonas, algo que esteja sendo moldado pela dor e pela revolta. Afinal, o que é um herói cibernético sem os demônios internos que o empurram ao limite, não é?

      Agora, sobre o título do episódio, é muito bom poder compartilhar algo mais contigo e com os outros leitores. Codebreaker não é apenas o nome da espada – embora ela seja uma peça central no arsenal do Jonas – mas também uma metáfora poderosa. Jonas, ou melhor, Keys, não é só o homem empunhando a espada, ele é o código que tem o potencial de quebrar as barreiras impostas pelo sistema e vencer o DEMON. Esse jogo de significados foi algo que pensamos cuidadosamente, porque no fundo, Keys não é apenas um guerreiro; ele é uma chave literal e figurativa para romper o caos que foi instalado.

      Por fim, quero agradecer mais uma vez por sua leitura cuidadosa e por sempre trazer insights incríveis. É esse tipo de comentário que motiva a gente a continuar, refinando cada palavra, cada cena, e pensando sempre em como surpreender vocês. Que venha o próximo episódio, e que a jornada de Jonas continue a impressionar!

      Abraços!

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  4. Salve, amigos! Que episódio irado, cheio de ação do começo ao fim. Curti muito o fato de o Keys não conseguir salvar todo mundo. Isso deixa a história, mesmo "fantástica", bem mais realista. O vilão Rino até zomba disso, mas foi a última risada do bicho, né? A revelação no final me deixou de cara tb, agora sabemos que o Jonas não é o único. E mal dá tempo do cara respirar, ele já é atacado de novo kkkk... E parabéns, mais uma vez pelas cenas com a moto, tanto quando ele usa como "arma" quanto como moto normal mesmo. E o conceito da lenda de "Kamen Rider" no final ficou incrível tb, já to no hype pelo próximo.

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    Respostas
    1. Grande Henrique!

      Como co-autor, fico muito feliz que tenha curtido.

      O Artur se esforçou muito para trazer uma cena de luta bem tensa.

      O drama de Jonas só está começando.

      Aguarde novas emoções!

      Grato.

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