Sinopse:
Nesta história, você vai acompanhar Mashiro Kumade — um grande herói e, segundo ele mesmo, um deus autoproclamado. Depois de seu retorno, ele acreditava que tudo tinha chegado ao fim, afinal, até um deus pode morrer. Mas será que a saga de Mashiro terminaria assim? Óbvio que não! Acompanhe a nova aventura de Mashiro Kumade em um mundo completamente diferente.
Capítulo 1 - O porteiro e a fila das almas
Não havia céu, nem chão. Não havia vento, som ou tempo. Apenas um plano eterno, banhado por uma luz suave, infinita, sem origem, sem fim. Um vazio silencioso, repleto de uma paz estranha e inquietante. Ali, entre a luz e o nada, uma fila se estendia.
Não era uma fila de corpos, mas de almas — pequenas chamas flutuantes, como fogueiras vivas suspensas no ar. Cada uma brilhava com uma cor única. Algumas vibravam em azul puro, outras em vermelho intenso, lilás suave, verde sereno, dourado cintilante. Tinham tamanhos diferentes, brilhos distintos, ritmos próprios. Eram, no fundo, o reflexo de quem haviam sido em vida: suas escolhas, seus pecados, seus amores, seus medos.
As almas deslizavam lentamente pela imensidão, avançando em direção a uma única figura que aguardava à frente. Um ser solitário, imponente, parado sob um arco colossal de luz viva — uma entrada que parecia respirar, como se tivesse consciência.
Era ali que terminava a jornada. Ou continuava — mas de um jeito que nenhum vivo jamais entenderia.
E diante daquela passagem estava ele: o porteiro.
Não tinha idade, nem tempo. Sua pele era branca como mármore, o rosto sereno e sem expressão. Os cabelos longos e prateados caíam sobre os ombros como fios de névoa. Os olhos, completamente dourados, brilhavam como se pudessem ver tudo: o passado, o íntimo, os pensamentos nunca ditos.
Ele vestia uma túnica branca, que não tocava o solo. Flutuava levemente, como se ele estivesse eternamente suspenso entre dois mundos. Em sua frente, havia um livro — gigantesco, grosso, antigo e vivo. O livro se abria sozinho, as páginas folheando com delicadeza conforme cada alma se aproximava.
O porteiro não dizia palavras doces. Nem ameaças. Ele apenas lia. E julgava.
Uma alma azul se aproximou. Brilhava com uma luz constante e suave.
O porteiro olhou para o livro. A página daquela alma se revelou com frases douradas, linhas de bondade, traços de coragem.
"Você sofreu muito", disse ele, sem alterar a expressão. "Mas nunca entregou a dor aos outros. Escolheu o bem quando teria sido mais fácil escolher o ódio. Pode passar."
A alma azul piscou e atravessou o arco de luz. Seu brilho se fundiu com o clarão e desapareceu.
Outra alma chegou. Esta era de um dourado quente, com pulsos rítmicos de luz, como um coração batendo.
O porteiro consultou o livro e leu por um tempo mais longo. Suas sobrancelhas se franziram levemente.
"Você buscou conhecimento. Foi sábio. Mas também foi arrogante. Teve fé... e duvidou dela. Cometeu erros, mas não se escondeu deles. Fez o bem, mesmo que não fosse visto. Pode passar."
A chama dourada avançou, atravessando o arco.
Então veio uma alma cinza, opaca, quase sem luz. Seu brilho era instável, suas bordas tremiam, como se estivesse se apagando.
O porteiro hesitou. O livro girou suas páginas mais de uma vez, revelando trechos manchados, palavras riscadas, eventos dolorosos.
"Você teve medo. Se calou quando deveria ter gritado. Viu a injustiça... e se afastou. Foi covarde. Mas... não foi cruel. Ainda havia esperança."
Fechou o livro lentamente.
"Você não será punido. Mas também não encontrará descanso. Esperará."
A alma cinza foi envolvida por uma luz fria e desapareceu para longe — não para cima, nem para baixo. Para algum lugar entre tudo e nada.
Logo após, uma alma se aproximou com força. Era vermelha-escura, quase negra. Seu brilho era agressivo, sua presença pesada. Ao se aproximar, o ambiente pareceu ficar mais denso.
O porteiro olhou o livro.
As páginas tremularam como se não quisessem se abrir. Quando se revelaram, não havia letras douradas — mas marcas queimadas, manchas escuras e símbolos distorcidos. O rosto do porteiro não mudou, mas sua voz ficou mais baixa.
"Você destruiu por prazer. Mentiu por hábito. Corrompeu tudo que tocou. Viu o sofrimento... e riu. Quando teve escolha, sempre escolheu o pior caminho — não por necessidade, mas por prazer."
O livro começou a fechar sozinho.
"Você não será perdoado."
A alma vermelha tentou recuar. Mas era tarde.
Do chão inexistente, rachaduras começaram a se abrir em silêncio. A luz ao redor escureceu, e uma sombra densa, pegajosa, surgiu sob a alma. Tentou flutuar para longe, mas garras negras brotaram das rachaduras e a puxaram com violência.
Ela começou a se contorcer, seus contornos tremendo, como se gritasse — mas não havia som ali. Nada ecoava. Só a imagem do tormento. Foi arrastada para baixo, sumindo em meio a uma escuridão grotesca.
O porteiro nem piscou.
Virou calmamente a próxima página.
A fila seguiu. Chama após chama. Destino após destino.
Ele continuava ali, imóvel, eterno, lendo cada alma como se folheasse o universo. E entre aquelas que se aproximavam... havia uma branca. Pequena. Quieta. Intensa.
Mas essa... ainda não era sua vez.
Quando a alma branca chegou à sua vez, o porteiro ergueu lentamente os olhos dourados, já com o livro aberto diante de si. As páginas se moviam sozinhas, virando com um leve sopro de energia, até pararem exatamente na ficha daquela existência.
Ele leu por um instante, em silêncio absoluto, absorvendo cada detalhe, até afirmar com voz firme:
"Você pode ir."
A alma branca flutuou em direção ao arco de luz que pairava à frente, o portal para o descanso eterno. No entanto, no instante em que estava prestes a atravessar, a voz do porteiro cortou o ar como uma lâmina:
"Espere!"
A chama parou bruscamente.
"Me enganei", disse ele, relendo a página com os olhos semicerrados.
"Você ainda precisa encontrar alguém."
Sem explicação adicional, o porteiro fechou o punho. Sua mão brilhou com um dourado intenso e, com um golpe seco, desferiu um soco na direção da alma.
O impacto não produziu som, nem luz. A alma simplesmente desapareceu, como se tivesse sido apagada da existência.
O silêncio voltou ao lugar.
O porteiro então consultou novamente o livro. Na página aberta, estava escrito o nome da alma: Mashiro Kumade.
Ao lado do nome, preso com um clipe dourado, havia um bilhete amarelo. O papel parecia emitir uma leve aura, como se tivesse sido tocado por uma força além da compreensão mortal.
O porteiro leu a caligrafia firme do bilhete:
"Traga para mim. Tenho um assunto com ele."
A assinatura no rodapé era curta e definitiva:
Kami-sama.
O porteiro observou o bilhete por mais alguns segundos. Depois fechou o livro com cuidado, como quem compreende que um novo fio havia sido puxado na tapeçaria do destino.
Mashiro Kumade havia sido tirado do caminho tradicional das almas. E agora, convocado diretamente por Kami-sama, seu verdadeiro destino estava apenas começando.
Continua....
Nota do Autor: Espero que o site não tenha morrido....... Vou fazer essa história sem peso na consciência.
Um ponto curioso que eu devo ressaltar é que essa história é só brevemente inspirada na minha primeira história cujo junto com minha antiga conta foi banida, também faço um questionamentos vão querer ter alguma possibilidade de decidirem alguma tomada de decisão na história?











4 Comentários
Grande Maxprost!
ResponderExcluirO blog está ativo. As pessoas param de postar um pouco no final de ano .
É normal.
Quanto à história, achei interessante como o porteiro do além personificou a consequência dos nossos atos ( sejam eles bons ou ruins).
Vejamos como Kumade agirá.
Eu curti.
Parabéns por esse novo projeto!
Opa, mano, como tá? Só você restou e tá sumido, preciso aparecer para trocar conversa e, como saber que gostou da história, eu acho, e, inclusive, eu acho incrível como o ADM do Instagram acerta nas músicas nas histórias. Eu fui ver e botaram a música do Mashiro na série quando tem aqueles momentos de comédia genial, pena que vai desaparecer
ResponderExcluirNao desaoarece não .
ResponderExcluirOs Stones estão fixados. Clica na foto do Mindstorm que você verá todos os Stones.
Quem faz sou eu mesmo.
É normal em fim de ano o pessoal dar uma diminuída no ritmo, eu tô com alguns textos escritos, sendo que terminei a pouco uma série aqui no blog, mas quero bolar algo realmente bom prá postar.
ResponderExcluirIndo para o texto em si, assim como seu título anterior, acho quer você manda muito bem no conceito de transmigração de personagem, por isso acredito que seria legal se você bolasse um personagem autoral e o desenvolvesse, pois acho que seria bem mais interessante do que usar personagens do atual( e último, por enquanto) sentai.
Eu acompanharia felizão um personagem autoral criado por você