Araki se revela por voz ao grupo da Ilha das Rosas, ativa o sistema de autodestruição e libera uma criatura para impedir a fuga do grupo.
Capítulo #16 – Mente fria, coração quente
Ilha das Rosas - Complexo de Araki
Restavam nove minutos para a autodestruição do complexo...
E para piorar a situação do grupo da Ilha das Rosas, Araki liberou aquilo que estava no teto da Teia, uma criatura metade humana, metade aracnídea, que impedia a fuga do grupo.
Tarso: “Não temos escolha, pessoal. Para passar por ela, temos que lutar!”
Os outros assentiram e Tarso e Roberta ativaram suas BataFardas e o primeiro sacou seu BataRifle, enquanto a segunda sacou sua BataBazooka. Zaira e Capitão Torelli sacaram suas armas, enquanto Angélica e Felícia ficaram na retaguarda.
Os Batarangers, a ex-soldado Ômega e o capitão atiraram contra a criatura, mas nada surtia efeito. Então, a criatura lançou teias do pulso, como o Homem-Aranha, prendendo os quatro.
Angélica: “Pessoal!”
Voltando-se para Felícia, a cientista disse:
“Felícia, agora é com a gente!”
A mulher-felina assentiu, virou a fera e avançou contra a criatura. Enquanto isso, Angélica disparava tiros contra a criatura com sua BataPistola.
Alto-falante: “Oito minutos para a detonação!”
Felícia agarrou-se à mulher-aranha, dando-lhe arranhões no rosto e no peito, mas a criatura mantinha-se impassível. Felícia não se dava por vencida e continuava a arranhá-la, até que a criatura desvencilhou-se de Felícia, jogando-a abismo abaixo.
Angélica: “Felícia, não!”
Então, ela abriu as asas e levantou voo para salvar a mulher-felina. A cientista pegou-a a tempo, impedindo assim sua queda fatal.
Felícia: “O-obrigada, doutora. A senhora é realmente um anjo, hehehe.”
Angélica: “De nada, querida. Gatos caem de pé, mas nesse caso, acho que você ia parar no magma.”
Felícia: “Magma? O que é isso?”
Angélica: “Bem, é uma estrutura do planeta Terra onde tem lava. Fica exatamente abaixo da crosta terrestre, onde estamos.”
Felícia: “Nossa, então, se eu caísse, eu seria queimada!”
Angélica: “Exatamente. Bem, vamos deixar a aula de Geologia para depois e vamos nos juntar aos outros e sair deste lugar maldito.”
Felícia: “Ainda bem que a senhora me salvou, porque aí eu não cumpriria a promessa que fiz à Sabrina, que era para sair viva daqui.”
Angélica: “Você cumprirá a promessa que fez a ela, Felícia. Sairemos vivos daqui, se Deus quiser.”
Felícia assentiu e Angélica pousou com ela no colo na ponte onde estavam. Enquanto isso, Capitão Torelli retirou uma faca de combate de sua bainha e cortou os fios de teia que os prendiam.
Tarso: “Ufa, estamos livres. Obrigado, capitão.”
Capitão Torelli: “Não há de quê, Monteiro. Contudo, aquela coisa parece ser indestrutível! Como vamos nos livrar dela? Temos que ter um plano e rápido!”
Assim que o capitão disse isto, o alto-falante anunciava:
“Sete minutos para a detonação!”
Tarso: “Se meu primo estivesse aqui, ele pensaria em um plano, mas eu não sou ele. A gente tem que pensar em algo! Estamos sem tempo!”
De repente, Zaira disse, em um tom soturno:
“Eu sei o que fazer.”
Os outros voltaram-se a ela e Roberta perguntou:
“Sabe, grandona? Fala logo o quê!”
Zaira: “Simples, Silva. Eu vou usar meu colete explosivo e aí vocês passam por ela.”
Angélica: “Você quer dizer nós, não é, Zaira? Nós vamos passar pela criatura.”
Zaira não negou e nem confirmou, ficando em silêncio. Enquanto isso, a criatura se aproximava deles novamente.
Zaira: “Bem, é a hora. Vou usar meu colete e aí vocês passam.”
Tarso: “Você vai usar o colete de explosão de efeito moral, certo, Zaira?”
Novamente, a ex-soldado Ômega não negou e nem confirmou. De repente, ela tirou sua pulseira multifuncional e a deu para Angélica.
Zaira: “Fique com a pulseira, doutora. Vai precisar dela para derrotar a Dra. Araki de uma vez por todas.”
Angélica estranhou este gesto da outra e perguntou:
“Por que, Zaira? Por que está me entregando a pulseira e por que está falando com esse tom de... despedida?”
Zaira: “Porque quero pagar minha dívida com a senhora, com os Batarangers, a F.E.B. e os HMs capturados por mim. E vou pagá-la agora!”
Angélica: “Você não está pensando em... Oh, meu Deus! Zaira, não! Não faça isso!”
Porém, Zaira não quis ouvi-la e foi caminhando em direção à criatura. Os outros estranharam essa atitude de Zaira.
Felícia: “O que... o que ela está fazendo? Por que ela está indo para a criatura?”
Capitão Torelli: “Zaira, nem pense nisso! Recue! É uma ordem!”
Mas a ex-soldado Ômega não quis ao menos escutar seu instrutor. Enquanto ela caminhava até a criatura, o alto-falante anunciava:
“Seis minutos para a detonação!”
Sem olhar para trás, Zaira bradou para seus companheiros:
“Não há mais tempo a perder! Vou ativar o colete e aí vocês passam!”
Angélica: “Não vamos sair sem você, Zaira! Não precisa pagar sua dívida conosco com a sua vida! Você já se redimiu ao nos trazer até aqui e libertar os HMs. Reconsidere, Zaira, por favor!”
Tarso: “Exatamente. Zaira, nós já a perdoamos. Por favor, volte!”
Capitão Torelli: “Volte, soldado! Agora! Meia-volta, volver!”
Mas Zaira parecia estar surda para os seus companheiros. Então, Roberta usou sua supervelocidade e ficou na frente de Zaira, com os braços esticados na horizontal.
Roberta: “Vai ter que passar por mim, grandona. Não faça nenhuma besteira.”
Contudo, Zaira deu-lhe um soco no plexo solar, fazendo com que a BataLaranja fosse ao chão, contorcendo-se de dor. Tarso correu até ela e perguntou:
“Roberta, você está bem?”
Roberta: “Estou. Não consegui impedir essa cabeça-dura.”
Ela se levantou com ajuda de Tarso.
Com o caminho livre, Zaira ficou frente-a-frente com a criatura e apertou o botão que ativava a explosão de seu colete. Então, ela avançou contra a criatura e a explosão ocorreu...
O impacto da explosão fez com que a mulher-aranha caísse no abismo da Teia. O caminho até o portão de saída estava livre, mas Zaira não estava mais lá...
Angélica: “ZAIRAAAAAA!!!”
Então, a cientista ajoelhou-se e desabou em lágrimas. Os outros estavam atônitos com o que viram. Zaira desapareceu diante dos olhos deles! Tarso e Roberta desativaram suas respectivas BataFardas e ambos colocaram suas mãos nos ombros de Angélica, consolando-a. Capitão Torelli olhava para o abismo, ainda sem acreditar que sua ex-pupila tinha se explodido. Felícia só observava tudo aquilo, tentando entender toda a situação.
Angélica ainda chorava ajoelhada, balbuciando:
“Zaira... Zaira...”
Tarso: “Ela cumpriu sua missão, doutora. Disse que ia liberar o caminho para nós e cumpriu, mas se sacrificou para isso.”
Angélica: “Não... Não era para ser assim... Ela... ela... se redimiu... Se redimiu... Estava perdoada... Por quê? POR QUÊ?!”
Capitão Torelli: “Doutora, eu conheci Zaira muito mais que a senhora e ela sempre teve a mente fria, mas o coração quente. Para mim, ela sempre foi a mais ‘humana’ dos soldados Ômega.”
Angélica: “Eu entendo, capitão, mas... ela era tão jovem e tinha um futuro pela frente... Poderia deixar essa loucura que nós vivemos para ter uma carreira e até quem sabe uma família...”
De repente, um aviso fez com que eles despertassem do torpor causado pela perda de Zaira:
“Cinco minutos para a detonação!”
Rapidamente, Angélica ergueu-se e disse:
“Temos que sair daqui agora. Como disse Tarso, Zaira cumpriu o prometido, mesmo que seja com a sua vida.”
Os outros assentiram e saíram correndo da Teia, no caso de Roberta, correndo na velocidade normal. Eles atravessaram o extenso corredor que dava para o saguão do complexo, gastando assim um minuto.
Alto-falante: “Quatro minutos para a detonação!”
Então, o complexo começava a tremer e desmoronar. Eles chegaram ao saguão e foram direto para a estação de vagonetes, onde tinha a porta com leitor de mão. Capitão Torelli pôs sua mão e a porta abriu. Lá estava a composição de vagonetes e eles subiram neles, com Angélica e Capitão Torelli no vagonete da frente e Tarso, Roberta e Felícia no vagonete de trás. O capitão acionou a alavanca e a composição seguiu seu caminho até o Porto do Rio de Janeiro, fazendo com que eles escapassem do complexo de Araki.
Angélica olhou para trás, viu o complexo desmoronando e disse:
“Adeus, Zaira.”
CONTINUA...
No próximo capítulo:
O grupo que estava na Ilha das Rosas chega ao Rio de Janeiro infestado de homens-cupins.
2 Comentários
Cara !!!!
ResponderExcluirCaiu lágrimas aqui ! Desconfiei de Zaira o tempo todo e você me dá um tabefe na cara , mostrando o quão enganado estava.
Estou sem palavras ! Que o sacrifício dela não seja em vão!
Capítulo dramático !
Parabéns!
Obrigado pelo feedback de sempre. Confesso que me emocionei enquanto escrevia e nada melhor encerrar o arco do complexo dessa forma. Abraço.
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