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Ametista, a Guerreira de Cristal - Capítulo 4 - Meu nome é Ametista

 

No capítulo anterior:


Radya leva Rita para Dimensão da Ametista e a treina para as batalhas contra o Reino do Quartzo Negro.




Capítulo #4 – Meu nome é Ametista




No dia seguinte, Rita acordou por volta das seis horas da manhã e foi trabalhar no restaurante de seu pai. Tudo parecia estar como era antes, um dia comum de trabalho no restaurante Joias do Brasil, no qual Rita servia as mesas e fazia o delivery. Por volta das cinco horas da tarde, depois de fazer as entregas, ela voltou ao restaurante, tomou banho, trocou de roupa, despediu-se de seu pai e montou em sua bicicleta rumo à faculdade.

Durante o caminho, Rita pensava em tudo o que tinha ocorrido no dia anterior. Para ela, nada daquilo parecia ser real: monstros de pedra, mulheres de armadura, cristais mágicos, reinos no centro da Terra, dimensões dentro de espelho... Tudo parecia um sonho, um sonho bem maluco...


Faculdade Pérola do Conhecimento


Rita chegou na faculdade para mais um dia de aula. As aulas daquele dia não eram muito agradáveis a ela, porque eram aulas de Matemática e Física, cujas disciplinas ela não dominava. 

Contudo, a aula de Matemática foi interrompida de uma forma bem incomum. Um homem gigante barbudo de armadura marrom invadiu a sala de aula. O professor, extremamente assustado, perguntou:

- P-p-posso ajudá-lo?

O gigante de armadura respondeu:

- Sim, estou procurando uma garota com o pingente de ametista. Disseram-me que ela estava aqui, neste local.

Ao ouvir isto, Rita discretamente tirou seu pingente e colocou-o no bolso. Zirkon passou o olho por todas as mulheres da sala, conferindo o pescoço delas, para ver se elas usavam o pingente. Como não encontrou a joia, ele retirou-se da sala.

O professor e os outros alunos ainda estavam apavorados com aquela “visita”, mas eles foram até a porta da sala ver Zirkon caminhar pelo corredor, acompanhado de três soldados obsidianos. Eles viram também os seguranças da faculdade tentar parar aqueles seres estranhos, mas os seguranças foram facilmente derrotados.

Aproveitando-se da confusão, Rita afastou-se da aglomeração e foi ao banheiro feminino, que estava vazio. Ela apontou o pingente para o espelho do banheiro e Radya apareceu. Rita perguntou:

— Radya, aquele grandalhão é mais um servo de Obsidius?

A Protetora do Cristal do Raio assentiu e respondeu:

Sim, seu nome é Zirkon e é um dos servos mais fiéis e mais fortes de Obsidius. Ele foi capaz de derrotar a mim e a meus irmãos com muita facilidade, quando os obsidianos invadiram o Reino do Quartzo de Luz.

— Nossa! Se nem vocês conseguiram derrotar esse cara, imagine eu, que ainda estou aprendendo — disse Rita.

Ele está atrás de você, Rita. Você escapou dele porque escondeu a ametista, mas ele vai continuar a atacar inocentes. Só você pode pará-lo.

— Como? Você mesma disse que ele foi capaz de derrotar os Protetores dos Cristais!

Ponha em prática tudo que nós treinamos, Rita. Você é capaz de pará-lo, por ora. Não podemos deixar que inocentes paguem por nossa luta.

— Tá certo, eu vou. Liberte a Ametista!

Então, o corpo de Rita brilhou e a armadura roxa surgiu.

Enquanto isso, Zirkon entrava de sala em sala atrás da garota com o pingente. De repente, ele ouviu uma voz feminina por trás dele, que perguntava:

— Ei, grandão, procurando por mim?!

Então, ele virou-se e viu justamente a quem procurava: a garota com o Cristal do Raio, vestindo a armadura de ametista.

— Ah, finalmente encontrei você! Vou pegar o Cristal do Raio e entregá-lo ao Imperador Obsidius — disse Zirkon.

— Só passando por cima do meu cadáver, Zirkon. Diga ao seu imperador que ele nunca terá o Cristal do Raio.

Zirkon brandiu o seu machado e disse, em tom ameaçador:

— Então, você não me deixa escolha. Vou ter que usar a força.

O gigante tentou dar uma machadada em Rita, mas ela defendeu o golpe com sua espada. A luta sucedeu-se assim, até que Zirkon desarmou Rita e deu-lhe um chute no plexo solar, fazendo-a ir ao chão.

Enquanto isso, alunos e professores assistiam àquela batalha aturdidos, mas muito curiosos. Quem seria este gigante e de onde veio a misteriosa figura de armadura roxa? Alguns acabaram filmando a batalha com seus celulares.

Rita levantou-se com a espada e disse a Zirkon:

— Vamos lutar lá embaixo, do lado de fora, para não machucar inocentes.

— Humpf, tudo bem — concordou Zirkon.

Então, ele e os soldados obsidianos retiraram-se da faculdade e Rita foi atrás deles. Eles foram até o estacionamento do Bangu Shopping, por ser um local mais amplo e ao ar livre.

— Fizemos o que você pediu, agora, vamos obter o Cristal do Raio — disse Zirkon.

— Pode vir! — desafiou Rita.

Então, eles retomaram a batalha, com Rita defendendo-se dos ataques de Zirkon. Como da outra vez, o gigante desarmou a garota e dessa vez, deu-lhe um tapa que a fez voar sem asas até chocar-se com um carro.

— Droga, Radya! Você tinha razão, ele é muito forte! — lamentou Rita.

Radya apenas disse:

Não desista, Rita! Ponha em prática o que treinou. Para começar, tente desarmá-lo. Você está muito na defensiva. Em alguns casos, o ataque é a melhor defesa.

— Certo! — respondeu Rita.

Então, ela levantou-se e avançou contra Zirkon. Dessa vez, era ele que se defendia de Rita. Ele tentou o contra-ataque e foi neste momento que Rita conseguiu tirar o machado do grandalhão, com a arma indo ao chão.

— Hum, você foi a primeira a me desarmar, mas também será a última. Soldados, peguem-na! — ordenou Zirkon.

E então, os três soldados obsidianos aproximaram-se de Rita, enquanto Zirkon pegava seu machado no chão. Rita brandiu a espada e deu um ataque giratório, fazendo sair raios roxos na espada. Os soldados foram ao chão facilmente.

Zirkon estava novamente com o machado e disse:

— Eu subestimei você, garota, mas agora não vou mais brincar!

Ele girou seu machado horizontalmente e lançou-o na direção de Rita. A garota foi atingida e foi ao chão.

— Droga, não consegui desviar! E agora? — perguntou Rita.

Concentre todo o poder do raio na espada. É a nossa única chance — disse Radya.

— Será que vai ser suficiente contra ele?

Claro que sim, se você concentrar o poder com mais intensidade.

— Não sei se você sabe, mas já tentei e não consegui!

Agora não é hora para lamúrias, Rita. Precisa se concentrar e lembre-se: não pense em mais nada.

Rita deu um suspiro e disse:

— Certo. Vou tentar.

Zirkon pegou seu machado para tentar dar outro ataque, mas Rita fez o que fora pedido: concentrou todo o poder do raio em sua espada, sem pensar em mais nada, limpando a sua mente. Com isso, a lâmina da espada ficou com um brilho muito mais intenso e vários raios roxos saíram. Ela desferiu um golpe lateral com a espada, rompendo o peitoral da armadura de Zirkon. Com outro golpe lateral, Rita quebrou o cabo do machado do grandalhão.

— Impossível! — gritou Zirkon.

— Vai querer mais?! — desafiou Rita.

— Humpf, por hoje, não. Você venceu esta batalha, garota, mas da próxima vez, quando eu consertar meu machado, não terá a mesma sorte. Marque minhas palavras.

— Estarei esperando — respondeu Rita.

Então, Zirkon e os soldados obsidianos desapareceram por debaixo da terra.

Você conseguiu, Rita! Você derrotou o poderoso Zirkon! — exclamou Radya, efusivamente – Não disse para não desistir?

— Consegui, mas não sem sua ajuda. Sem ela, estaria partida ao meio com aquele machado.

Acho que deveria ser menos modesta e mais confiante, Rita, mas sem ser arrogante, claro.

— Claro que não sou arrogante. Meu pai sempre me diz para nunca ter arrogância para nada.

Seu pai é muito sábio.

— Bem, tenho que voltar para a faculdade e…

Ela parou e viu que estava cercada de uma multidão munida de celulares filmando toda a batalha com Zirkon. Um garoto aproximou-se de Rita e perguntou:

— Você… você é uma super-heroína?

Rita, sem jeito, respondeu:

— Bem, eu… acho que sou.

Uma garota perguntou:

— Então, qual é o seu nome?

Rita pensou e respondeu:

— Meu nome? Meu nome é…

Ela olhou para sua armadura roxa e continuou:

— Meu nome é… Ametista!

2 Comentários



  1. A construção da personagem protagonista segue feita com cuidado e isso é muito bom!

    Seus medos, inseguranças e hesitações...

    Embora poderosa, Rita , a Ametista, ainda está muito insegura, o que é natural, afinal, não se fica forte da noite pro dia e isso foi muito bem pensado.

    Eu só acho que o Zirkon, por ser tão poderoso como foi narrado, desistiu da luta de modo relativamente fácil.

    Certamente, esse recuo precoce tenha alguma razão de ser.

    Parabéns pelo episódio e que venham os próximos!

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    1. Obrigado pelo feedback de sempre. Sim, sou a favor que haja uma construção dos personagens e não que eles estejam "prontos demais". Abraço.

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