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Juppongatana, a lei do mais forte (capítulo 14)

 

                             Capítulo XIV - Epílogo (parte I) - País rico, exército forte (Fukoku Kyohei)

Em vida, Šišio e seu grupo perderam a guerra para Kenšin Himura e seus amigos. Só que o tempo passou e Šišio, já morto, não apenas virou o jogo e saiu-se vencedor sobre o espadachim ruivo. Uma grande ironia do destino. O mundo e suas voltas...

10 anos se passaram desde a derrota e morte de Šišio, Hōdži, Yumi e Usui. Ou seja, estamos em 1888, ano 21 da Era Meidži. Seus subordinados ainda vivos seguiram caminhos diferentes um do outro, tendo cada um ido para um canto. No presente momento, Sōdžirō, após passar longos anos no norte de Honšu e em Hokkaido, continua com suas andanças e se encontra agora na ilha Sakhalin, já em território russo. Alguns anos mais tarde, Sōdžirō passou a fazer parte da hoste cossaca do Amur, servindo a partir de então o tsar da Rússia. Saidzuči, por sua vez, é um dos membros do corpo diplomático japonês na Áustria-Hungria, onde vive na Viena do imperador Francisco José I. Fudži continua com o seu trabalho em Hokkaido, ajudando o país nos projetos de desbravamento e colonização das regiões da extremidade norte do país. Kamatari se encontra na França, mais precisamente em Toulouse, após ter passado por Inglaterra, Holanda e Alemanha antes, dando continuidade a seu trabalho de espiã disfarçada de estudante.

Čō continua trabalhando como espião para o governo e ainda tem que aturar a humilhação de Saitō. Mas, como é funcionário do governo, ele pode portar espadas, e isso aplacou sua antiga ira em relação ao governo Meidži. Andži ainda está preso em Hokkaido, numa área próxima ao seu antigo monastério budista. Mais 15 anos de prisão ainda o aguardam. E por fim, o voador alado Hennya, que foi empregado pelo governo Meidži como espião voador, no ano de 1886 foi derrubado e capturado em Vladivostok depois de ter sido acertado em sua asa esquerda por um tiro de um cossaco da hoste do Amur, e em seguida preso na mesma cidade ao confessar sua atividade. Em decorrência disso um pequeno atrito diplomático entre Rússia e Japão teve início, e no fim Hennya voltou ao seu país natal. Como Čō disse em uma conversa a Kamatari logo após a morte de Šišio, os membros do Džuppongatana tem a importante missão de não deixar que o governo Meidži conte apenas sua versão dos fatos.

No inferno, Šišio, Hōdži, Yumi e Usui formaram um grupo destinado para a conquista total do inferno, a qual conta com vários aliados poderosos, entre eles Džin-E Udō. Muitas lutas tal grupo travou, e para a conquista total do inferno o caminho é longo, muito longo.

Kenšin, por sua vez, é um homem de 39 anos de idade e casado já faz oito anos com sua amada Kaoru Kamiya, e desta união três filhos nasceram: Kenji (n. 1881), Akira (n. 1884) e a caçula Momoko (n. 1886). Em 1882 Kenšin aposentou sua Sakabatō, entregando-a a Yahiko, tendo em vista a crescente deterioração de sua condição física notada por sua médica Megumi pela primeira vez logo após a luta contra Shishio e seus homens. Isso em decorrência do uso contínuo do estilo Hiten Mitsurugi ao longo de dois decênios e o fato de Kenšin não possuir o mesmo porte físico avantajado tal como o de seu mestre, a despeito de seu grande talento e agilidade. A partir de então, Kenšin, depois de tantas lutas ao longo de sua vida e ter andado pelo Japão durante anos de norte a sul, passou a se dedicar cada vez mais a sua nova família e a seu novo lar. Kenšin vê na criação de seus filhos e no cuidar da família como parte de sua luta. Afinal, depois de ter matado tantas pessoas no passado agora ele deu origem a novas vidas, e acima de tudo quer que seus filhos não venham cometer futuramente os erros que cometeu em vida e que estes deem continuidade a seu legado. E mesmo tendo abandonado a Sakabatō e com a crescente deterioração de sua condição física, ainda assim dá aulas de kendžutsu em vários dodžos de Tóquio e ajuda sua esposa a ministrar aulas em sua residência. O problema físico do espadachim ruivo por si só não é mortal para a pessoa, mas pode abrir caminho para que outras doenças mais letais ataquem Kenšin aproveitando-se do enfraquecimento gradativo de seu organismo.

O dia do décimo aniversário da vitória sobre Šišio e seu grupo chegou, e foi feita uma confraternização no Dojo Kamiya para relembrar esse dia. Lá estavam Kenšin, Kaoru, Megumi, seu marido Tohru e sua filha de dois anos Yumiko, Yahiko, Tsubame, Tae, Kendži, Akira, Momoko, Šinya e Kenta (os dois últimos filhos de Yahiko com Tsubame). Sanosuke, por sua vez, não estava presente no local. Ainda era uma persona non grata no Japão por causa do incidente em Nagano com o senhor Tani, mesmo passado já uma década do ocorrido. No momento presente ele se encontra na Holanda, mais precisamente em Amsterdã. Saitō, por sua vez, está em uma missão nos arredores de Fukuoka, e desde o término da luta em Hokkaido contra o grupo Kenkaku Heiki em 1883 nunca mais o viram. Os moradores do Aoi-ya, por sua vez, também estão fazendo no momento uma confraternização similar em Kyoto, mas por motivos de força maior não puderam de reunir com Kenšin e seus amigos de Edo nesse dia.

1 Comentários

  1. Sishio perde a vida...

    Foi combater no inferno com alguns de seus asseclas e rivais.

    Seu grupo se dispersa...

    A vida segue...

    Os ciclos parecem se repetirem
    .
    "É necessário que tudo mude para que tudo permaneça do jeito que está", já dizia o ditado.

    Parabéns por esse trabalho !

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