Bom dia, boa tarde, boa noite, dependendo de quem estiver lendo.
Obrigado por aguardar por este capítulo. Até me reorganizar, demorou um bocado.
Espero que gostem!
It’s
Morphin’ Time!
Dois meses depois as seis estavam reunidas no terreno que
Fatma havia comprado, e já havia cuidado dos aposentos delas. Finalmente a
primeira reunião aconteceria. Fatma era o ponto de ligação entre todas, as
outras não se conheciam antes desta reunião. Houve quem já teve afinidade entre
si, outras nem tanto. Fatma precisaria que elas pelo menos trabalhassem em
grupo para seguirem em frente.
-
Ouvi falar que neste templo que eu escavei,
estudando um pouco, há grandes joias de poder ilimitado que vai nos permitir
fazer coisas grandiosas... E pra isso eu vou precisar da ajuda de vocês. –
Disse Fatma, sorrindo para todas.
-
Mas você não disse que era para nós trabalharmos
juntas? – Perguntou Safira.
-
E nós vamos. Primeiro, vamos descobrir que poder
é este, e depois como usá-lo em nosso benefício.
-
Isso dá tanto letra de música... Parece uma do
Maiden... – Disse Sara, com os olhinhos brilhando.
-
Concordo, Sara. – Disse Alia.
-
Você disse joias? – Perguntou Miria com os
olhinhos brilhantes depois de processar parte do que a líder havia lhe dito.
Lapis foi a única que não esboçou reação. Ver aquele
ambiente feliz em que ela estava inserida já era bem diferente do anterior. Ela
já se sentia feliz.
-
E como você ouviu falar? – Safira era a mais
racional das seis, e não concordava com frases do tipo ‘ouvi falar’. – Você nos
reuniu aqui apenas com uma promessa de tesouros? E se não houver nada nesse
templo?
Lapis levantou-se. Era a mais tranquila de todas, mas
naquele momento, todas descobririam que ela era a mais espiritualizada. Ela viu
a aura de Fatma naquele momento e ajoelhou-se. Era seu sangue egípcio falando
mais alto. Fatma não entendeu nada, mas em um determinado momento ela começou a
brilhar em dourado, e depois em vermelho. A cor do sol se pondo no horizonte
desértico.
-
Fatma... Não é que você ouviu falar de algo.
Suas memórias de outra encarnação lhe trouxeram conhecimento de todas as
pirâmides existentes no mundo. A civilização egípcia, das quais nós todas somos
descendentes, já atuou pelo mundo todo, muito tempo antes da era mongol, ou da
era chinesa. E nós estamos diante da única pirâmide presente em solo
brasileiro. Não sei qual persona egípcia da qual você é renascida, mas com
certeza é poderosa o suficiente para que lhe mande mensagens dentro de sua
própria mente.
-
Será? Tem alguns meses que eu me sinto, mesmo,
diferente. Muitas intuições, direções do que fazer, conhecimento que eu nunca
tive me veio à cabeça... – Confessou Fatma.
-
E eu acredito que, assim que conseguirmos
destravar o poder que você falou dentro deste templo, muitas verdades se
revelarão. Nós teremos nossos papéis nesta situação e Fatma será, de fato,
nossa líder.
Todas olharam para Lapis, ela sem dúvida seria alguém que as
ajudaria, muito, no processo de decifrar as partes espirituais daquele templo. Todas
eram cientes que o antigo povo egípcio era muito espiritualizado, a ponto de
considerar alguns de si mesmos deuses.
-
Precisamos partir imediatamente, uma vez que
agora estamos unidas, precisamos seguir em frente... Vamos pegar nossos
equipamentos e partir, o templo é aqui perto. – Disse Fatma, empolgada com tudo
aquilo que Lapis havia dito.
Logo as seis andaram em direção ao templo, juntas, lado a
lado, entrando, porém, andando em fila indiana, uma vez que o corredor era
muito estreito. Por alguns minutos sentiram uma sensação claustrofóbica, mesmo
com aquele mural de blocos alaranjados, cor de areia, chão do mesmo jeito, o
corredor em formato de pirâmide, o pé direito com altura de uns três metros.
Depois de um certo tempo, o corredor estreito se abriu em um
salão muito amplo. Havia uma espécie de altar no centro, que dava a entender
que era algo muito sagrado, e logo à frente dele, deitado, havia uma espécie de
sarcófago. As seis andaram lentamente até o local, e chegaram em frente ao
altar.
Fatma chegou rapidamente à frente do sarcófago, e como se
guiada por uma entidade externa, o tocou. Assim que ela tocou o objeto, o mesmo
se abriu, emitindo uma luz dourada muito forte. Tal luz envolveu completamente
o corpo de Fatma e a concedeu uma nova roupa, muito similar ao que era descrito
como a principal roupa de Cleópatra.
Logo, foi possível visualizar uma imagem gigantesca da
mencionada Imperatriz, acima de Fatma. Ela brilhou por algum tempo e enviou uma
mensagem à mente das seis meninas que estavam à frente daquele altar.
“Vocês, que foram escolhidas diante do poder dos deuses,
seguirão em frente combatendo as forças das trevas. Você...” - Disse ela,
apontando para Fatma – “... Será o meu Avatar neste mundo, representando o
meu poder e tudo o que eu represento, será a minha nova reencarnação. Vocês
outras servirão como guardiãs dela, recebendo o poder puro das pirâmides.
Espero que vocês possam fazer bom uso desses poderes, e salvar este mundo da
iminente destruição.”
Em cima do altar, cinco pedras preciosas no formato de
pirâmide surgiram; Uma Azul no centro; Do lado direito da Azul, uma Dourada e
uma Prateada; Do lado esquerdo da Azul, uma Preta e uma Branca. Logo em
seguida, na mente das cinco meninas que seriam as guardiãs, veio a seguinte
frase: “Que poder do grande Egito nos proteja”, mostrando em suas mentes
a imagem do que elas assumiriam, seus trajes de batalha, suas armas, seu
conhecimento sobre elas e também seus assistentes robóticos de tamanho gigante.
Como se em transe, cada uma das cinco meninas pegou cada uma
das gemas em formato de pirâmide, as espalmando em suas mãos, conforme a mão
dominante delas. Três seguraram em suas mãos direitas, e duas em suas mãos
esquerdas. Logo, as cinco bradaram, em uníssono: “Que o poder do Grande
Egito nos proteja”. Logo em seguida, cinco raios de luz foram projetados em
cima das cinco meninas, fazendo com que elas assumissem trajes mágicos com
aparência de metálicos. Elas se olharam entre si e, maravilhadas com o que
acabaram de testemunhar, viraram-se e olharam para Fatma, que ostentava o traje
de Imperatriz do Egito, agora sendo fácil discernir que ela era descendente
direta de Cleópatra.
Então as cinco, devidamente trajadas como protetoras,
ajoelharam se perante a nova Imperatriz, bradando a plenos pulmões, “Vida
longa à Imperatriz”. Fatma obviamente ficou envergonhada com o
desenvolvimento da cena, mas cabia a ela também assumir seu novo papel diante
das cinco. Elas cumpririam missões em seu nome, a protegeriam de todo o mal e
salvariam o mundo também.
Quando as cinco desfizeram suas transformações, logo um
bracelete dourado foi colocado no pulso de suas mãos dominantes, cada um com
uma pequena pirâmide feita com as gemas que elas haviam encontrado antes.
-
Não consigo descrever em palavras o que passamos
agora – Disse Safira, pasma.
-
Concordo – Disseram as outras cinco, em
uníssono.
-
Mas eu, Imperatriz de um Império a ser
renascido? Eu nunca pensei nisso, nem em meus sonhos mais loucos! – Disse
Fatma, inteiramente surpresa com a velocidade com que tudo aconteceu.
-
Se você foi escolhida, não resista, Fatma.
Aceite. Você nos dará poder e nos guiará em nossas missões. – Disse Lapis.
-
Levará um tempo para que eu me acostume, então,
por favor, me dê um tempo.
-
Precisamos, então, terminar de escavar o templo.
Deste jeito, não teremos como seguir conforme a missão que nos foi dada – disse
Safira. – E se Fatma é aquela que nos guiará e será a nossa deusa como
reencarnação de Cleópatra, precisamos decidir, entre todas nós, quem será a
líder de nosso esquadrão, porque isso é, sim, um esquadrão.
A resposta foi muito fácil. Todas, com a clara exceção de
Safira, apontaram para ela. Todas elas sabiam da mente analítica da menina, e o
quanto ela era forte.
-
Aceito a liderança do esquadrão, então. – Disse
Safira, curvando-se, com honra – Aos poucos daremos papel para cada uma dentro
da equipe, assim podemos ajudar umas as outras em momentos de necessidade. Eu,
sendo a líder, cuidarei da estratégia. As demais receberão papéis conforme o
tempo.
Todas aceitaram a decisão de Safira.
E os dias foram passando, a pirâmide foi sendo revelada aos
olhos de quem quisesse ver. A venda da terra que foi sendo removida da
escavação continuou gerando renda e garantindo que tudo continuasse. As Maidens
também ingressaram em treinamento de combate, afinal de contas, não eram todas
elas que tinham, e as que não tinham, aprenderam, mesmo que não conseguissem ser
fluentes logo de cara.
Com o tempo, cada uma foi aprendendo seu papel dentro da
equipe, e como trabalhar em equipe. Algumas, como a Lapis, a Miria e a Alia,
tiveram dificuldades em aprender, mas com a paciência de Safira e a
engenhosidade de Sara com as coreografias de luta, as três foram vencendo suas
dificuldades.
O primeiro teste das meninas foi um monstro-escaravelho de
2,5m que atacou o campus da Faculdade de Medicina, tocando o terror. Fatma
estava pensando em suas próximas ações para ajudar as guardiãs o melhor
possível quando as imagens do monstro lhe vieram à mente. Ele atacava o
refeitório, fazendo com que todas as pessoas ali presentes corressem o máximo
que podiam.
As meninas viram Fatma parecer passar por uma massiva dor de
cabeça, então, encarnando a energia de Cleópatra, Fatma vestiu novamente a
túnica de deusa, usando seus poderes como uma espécie de augúrio, uma visão
além do alcance.
-
Meninas, hora de agir pela primeira vez. Tem um
monstro-escaravelho presente no refeitório da Faculdade de Medicina, precisamos
impedi-lo!
-
Mas como fazemos isso? – Miria já se apavorava.
Ela nunca tinha passado por nada disso, sendo apenas uma modelo.
-
Primeiro, temos calma, segundo, vamos lá,
terceiro, agimos conforme a cena mostra. – Disse Safira, com a resolução de
sempre.
E assim elas vão, a pé mesmo, levando cerca de 1 hora para
chegar. Quando chegaram, o lugar já estava um caos, pessoas haviam sido
feridas, outras haviam morrido, e muitas estavam por perto, com medo. As cinco
guerreiras se prostraram à frente do monstro, todas com muito medo – mesmo que
tivessem mostrado resolução antes, a coisa real é completamente diferente.
-
Parado aí!! – Sara se adiantava, fazendo pose de
luta – O que você pretende aqui? Não é bem-vindo!
-
Vim buscar comida. Não posso comer?
-
Pessoas não! – Disse Safira, sua voz um pouco
trêmula.
-
E quem vai me impedir? Vocês? Com esse medo todo
que estão? Não me façam rir.
No momento seguinte, o monstro estala os dedos e aparecem outros
monstros menores, alguns maiores, outros menores que as nossas guerreiras. Eles
já vêm mostrando os dentes de raiva, seus olhos faiscando de ódio, e as cinco,
com evidente medo, recuavam, mas foi quando o poder de Fatma lhes deu coragem.
-
Que o poder do Grande Egito nos Proteja!
– As cinco bradaram em uníssono, fazendo com que cinco grandes raios de luz as
cobrissem, fazendo com que seus trajes de combate metálicos aparecessem.
Todos olharam para as cinco, com esperança renovada, parecia
até mesmo a outra equipe que somente ficava na capital.
-
A que salvará a todos os espíritos! Gold Maiden!
– Lapis bradou.
-
Para trazer a beleza ao mundo! Silver Maiden! –
Miria bradou.
-
Para que a vida não seja em vão! White Maiden! –
Alia bradou.
-
Que a música e a dança estejam sempre presentes!
Black Maiden! – Sara bradou.
-
Para que o mundo esteja sempre em paz! Blue
Maiden! – Safira bradou, continuando em seguida – Nós somos as…
-
PHARAOH MAIDENS!! – E uma explosão nas
cores das Maidens se fez atrás do grupo.
-
Quanta baboseira… Lacaios, ataquem! Quero
continuar comendo. – O monstro-escaravelho ordena a seus comandados, enquanto
ele vai em direção a uma pequena menina – Esta aí vai ser o meu aperitivo.
-
Nããããoooo!!!!! – Bradou Blue Maiden, partindo
pra cima do monstro-escaravelho na base da voadora e o acertando no meio da
cara, desviando-o da menina para o lado oposto, permitindo que ela fugisse.
As outras quatro ficaram abismadas, com o ímpeto de Safira, mas
Sara logo comemorou.
-
BOOOOOOAAAAAAAA!!!!
Logo os monstros menores foram atrás das outras quatro, que
graças ao treinamento de Sara, abateram a todos sem o menor problema. Era
possível entender que o traje não apenas as protegia, mas também as fortalecia.
Enquanto isso os lacaios maiores pararam de esperar e foram para cima de Safira,
que saiu distribuindo socos e chutes sem muita confiança, mas o suficiente para
livrar-se de alguns e desviar de outros.
Assim que a carga dos menores ficou mais leve para as outras
meninas, Sara foi pra cima dos maiores com Safira, que já pisoteava a cabeça de
um após aplicar-lhe um golpe facão com sua perna de cima para baixo. Já com
Sara a história era diferente. Ela era uma lutadora muito experiente, com
poucos golpes acabou com os lacaios maiores. Safira ajudou como pôde, mas é
nessas horas que a experiência fala mais alto.
Enquanto isso, o monstro-escaravelho se levanta, olhando com
ódio para Safira, que interrompeu seu ‘lanchinho’.
-
Humana insolente! Como ousa! Irá pagar por
deixar meu lanche fugir!
-
Maidens! A MIM! – O comando de Safira foi claro,
cheio de autoridade, as quatro logo estavam junto delas, finalizando os
capangas rapidamente.
Logo as cinco começaram a atacar o monstro em conjunto, colocando
em prática a luta em equipe que elas haviam treinado. Safira posicionava as
garotas mentalmente, enviando mensagens em imagens mentais para elas, fazendo
com que elas se posicionassem rápida e facilmente. O maior acerto das meninas
foi um combo onde todas acertaram bem mais do que apenas um golpe.
Começou com Safira acertando uma voadora no peito do
monstro, seguida de Sara, que lhe acertou três chutes voadores na cara. Miria
acertou-lhe uma rasteira que lhe fez cair ao chão, Alia fez um golpe facão de
cima para baixo com a perna direita no meio do peito, onde Safira havia
acertado anteriormente, fazendo com que rachasse, Lapis acertou um golpe
espiritual na mente do inimigo, fazendo com que ele ficasse atordoado.
O combo continuou com Safira desferindo um golpe que juntou
as duas mãos no meio da cabeça do inimigo, Sara fez uma pirueta e, com a força
da energia cinética, acertou uma meia voadora no peito do monstro com seus dois
pés esticados; Alia chutou-lhe as partes baixas e Lapis o atordoou novamente,
mas dessa vez somando-se tontura à desorientação.
Lapis quis acertá-lo fisicamente, correu, pulou alto e
acertou os pés do bicho, os destruindo no processo.
Quando todas terminaram de golpeá-lo, ele jazia no chão,
imóvel, mas grunhindo de dor.
-
NÃO É POSSÍVEL! COMO FRANGUINHAS AMEDRONTADAS ME
DEIXARAM NESTE ESTADO? – A raiva do monstro foi palpável ao ponto de as trincas
de seu exoesqueleto começarem a se regenerar, formando cicatrizes odiosas,
permitindo que ele se levantasse mais uma vez.
-
Meninas, reagrupar! – Bradou Safira.
E elas reagruparam conforme Safira havia ordenado, e juntas,
as cinco esperaram uma brecha para atacar o monstro, que andava lentamente na
direção delas.
Mentalmente, Safira chamou Fatma.
-
Fat, esse monstro tá sendo barra! Você não
consegue algo para que a gente possa derrotá-lo de uma vez por todas?
-
Tá, pensem nas armas que vocês querem, as que
mais se adequam ao estilo de vocês, e eu vou tentar infundir meu poder!
-
Vocês ouviram, meninas. Todas pensando nas armas
que melhor se adequam ao estilo que treinaram!
Todas se concentraram, e logo as armas apareceram rapidamente. Lapis ostentava um par de pistolas; Miria, um par de sais, garfos utilizados para luta de curta distância; Alia ostentava um Bo, um varão de metal retrátil utilizado para luta de curta e média distância; Sara utilizava um par de adagas e Safira, uma espada longa de uma mão.
3 Comentários
Vejo aqui muito potencial a ser explorado.
ResponderExcluiras personagens podem se desenvolver muito e assim a história tende a ficar mais interessante
Sim, é por isso que eu estou trabalhando as personagens aos poucos, pra não ter nenhuma incoerência. Obrigado por ter lido, Norbie.
ExcluirGrande George!
ResponderExcluirUm capítulo dividido em duas partes, onde a primeira mostra a reunião das descendentes do antigo povo egípcio na pirâmide descoberta por Fátima, que nada maus era que a reencarnação da Imperatriz Cleópatra.
Muito boa essa sacada.
As outras cinco, se tornam as Pharaoh Maiden, regidas por Fatma, a sucessora atual de Cleópatra.
Eu adorei isso!
A segunda parte, mostra o confronto com o Monstro Escaravelho e a luta ficou muito bem narrada.
Apesar da natural falta de entrosamento da equipe recém formada, elas lutaram com muita determinação.
No final, o famoso gancho, com elas ganhando armas apropriadas de Fatma.
Gostei da comunicação por telepatia.
Como uso muito esse recurso e tu o sabes bem, adorei.
Meus parabéns!
Ficou muito bom!