Capítulo #3 – O guardião de ferro
Em um local desconhecido e completamente tomado pela escuridão, Lorde Crashware andava um tanto cambaleante por conta dos golpes dos Virtuarangers. Jamais tinha sido atingido daquela forma e a falha por não ter adquirido as armas completava sua humilhação.
Porém, ele deu uma sonora gargalhada e disse a si mesmo:
- Confesso que fui tolo em subestimar os adolescentes de CyberMaster e isto fez com que eu fosse derrotado. Porém, uma pequena derrota não irá afetar o meu plano de dominar o Simulacro e o Concreto. Eles pagarão muito, mas muito caro por terem ousado em ferir Lorde Crashware, o futuro Senhor do Simulacro e Concreto! Hoje, eles venceram, mas no fim, eu triunfarei! Hahaha! Hahaha!
De repente, ele fora interrompido de seu monólogo, porque o local onde estava iluminou-se. Crashware estava em um escritório e ele estava sentado em uma cadeira ornada em ouro. O escritório tinha uma enorme janela com vista para o mar.
A causa do escritório iluminar-se foi a entrada de um robô humanoide prateado, de altura proporcional a um humano de aproximadamente 1,75 m. Além disso, ele tinha no rosto algo equivalente a um bigode fino.
- Milorde, o senhor finalmente chegou. O que... o que houve com o senhor? Está ferido?
- Ah, olá, Cheats. – cumprimentou Crashware – Pois é, tive um problema com alguns adolescentes coloridos, mas um longo descanso na Câmara Médica resolve.
Cheats era o robô-mordomo de Lorde Crashware desde quando este se alojou na Ilha Lagstone e a Mansão Crashware foi construída. A Ilha Lagstone era completamente isolada do continente do Simulacro e inabitada, até a chegada de Crashware, que se autoproclamou o dono daquela terra.
Crashware disse ao seu mordomo:
- Hã, Cheats, antes de eu ir descansar, quero que chame o Dr. Glitcher.
- Sim, milorde! – respondeu o mordomo, que se retirou em seguida.
Cerca de um minuto depois, Cheats retornou acompanhado de um homem alto de cabelo grisalho desgrenhado e bigode exageradamente grande e que usava um jaleco branco fechado. Dr. Henry Glitcher era o cientista de confiança de Crashware. Cheats retirou-se do aposento.
Dr. Glitcher perguntou:
- Mandou chamar-me, milorde?
- Sim, doutor. – respondeu Crashware – Bem, por causa da batalha contra os pirralhos de CyberMaster, eu estou ferido e preciso recuperar-me. Mas antes, quero pedir para você instalar mais um casulo em Simulacro City e desta vez, que você prepare algo que vá surpreender aqueles tolos.
- Sim, milorde. Aliás, eu tenho algo já preparado e acho que é para esta ocasião.
- Ótimo! Então, não se faça de rogado em usar o que já preparou.
- Sim, milorde.
- Bem, eu preciso descansar na Câmara Médica. Dispensado, doutor.
- Sim, milorde.
Então, o cientista retirou-se do escritório de Crashware.
Simulacro City – Torre de Controle
Na Torre de Controle, os Virtuarangers, trajados com seus uniformes, estavam no Centro de Treinamento da torre, com as armas recém-adquiridas em punho.
Uma voz feminina ecoou no CT, dizendo:
- Iniciar Modo 1 de treinamento!
- Vamos lá! – bradou Rodrigo para os outros.
Então, uma horda de robôs surgiu diante deles.
- Nossa, esse é o Modo 1?! – espantou-se Cauê – Não quero nem imaginar os outros modos...
- Ah, Cauê, deixe de reclamar! – replicou Sofia – Quando mais difícil, melhor para gente enfrentar os Bugs.
- Ela tem razão. – disse Gabi – Vamos detonar esses robôs!
- Isso aí. – disse Rodrigo – Vamos!
Então, eles foram ao ataque. Rodrigo destruía os robôs dando espadadas com sua VirtuaSword, Cauê rebatia os ataques dos robôs, que lançavam raios oculares, com seu VirtuaShield, Sofia atirava flechas na cabeça dos robôs com seu VirtuaBow e Gabi atirava bolas de fogo com seu VirtuaRod.
Com todos os robôs destruídos, a voz feminina anunciou:
- Iniciar Modo 2 de treinamento!
O Modo 2 consistia em metralhadoras surgirem da parede e elas já estavam disparando na direção dos Virtuarangers.
- Atrás do escudo, pessoal! – bradou Cauê.
Os outros obedeceram e o VirtuaShield rebateu os tiros.
- Sofia, você consegue acertar suas flechas nas metralhadoras? – perguntou Rodrigo.
- Claro, meu querido. – respondeu Sofia – Só observe.
Então, a garota atirou as flechas nas metralhadoras e elas atiraram entre si, destruindo-se.
- Incrível! – impressionou-se Rodrigo – Você é a melhor, Sofia!
- Não há de quê. – respondeu a garota.
A voz feminina do alto-falante disse:
- Fim do treinamento!
Os Virtuarangers desativaram os trajes.
CyberMaster entrou no CT e disse a eles:
- Muito bem, Virtuarangers. Vocês estão progredindo nos treinamentos.
- Obrigado, CyberMaster. – disse Rodrigo – Esses treinamentos são bem desafiantes.
- Bem, posso pensar em treinos mais desafiantes ainda... – disse o homenzinho – E como estão as armas?
- Estão ótimas. – disse Cauê – A gente tá pegando o jeito.
- Ótimo. Crashware não vai deixar barato por não conseguir as armas. Por isso, todo treinamento é necessário.
Os Virtuarangers assentiram.
De repente, o alarme soou no CT. CyberMaster apertou um botão do bracelete que usava e surgiu um mapa de Simulacro City.
- Um casulo de Crashware surgiu no ponto 3-6-3. É uma zona industrial. Vou transferi-los para lá. – disse CyberMaster.
- Certo! – disseram os Virtuarangers, em uníssono.
Então, CyberMaster apertou mais um botão do bracelete e os Virtuarangers desapareceram.
Simulacro City – Ponto 3-6-3
A zona industrial de Simulacro City era repleta de fábricas, porém o ar não era poluído como nas zonas industriais do Concreto, já que não haviam chaminés que expeliam fumaça para o ar.
Por volta das cinco horas da tarde do horário do Simulacro, os Virtuarangers, já com os trajes, andavam pelas ruas procurando pelo casulo até que eles viram NPCs trabalhadores das fábricas correndo. E o motivo da correria era óbvio: um enxame de Bugs voando.
- Bugs! Isso significa que o casulo está perto. – disse Rodrigo.
- É, mas é melhor nós nos livramos dessa horda primeiro. – disse Cauê.
- Certo. Vamos atirar neles, pessoal!
Então, os Virtuarangers disparavam tiros de suas pistolas contra os Bugs voadores e eles caíam feito jacas podres, agonizando e depois explodiam.
- Fizemos a limpa, mas ainda temos que encontrar o casulo. – disse Rodrigo.
Os outros assentiram e eles seguiam caminhando para procurar o casulo.
- Olhem! – gritou Sofia, apontando.
Então, eles viram a torre negra com o símbolo de Crashware.
- Vamos acabar logo com isso. – disse Rodrigo – Vamos atirar no símbolo.
Os outros assentiram e eles apontaram as pistolas na direção do casulo. Contudo, eles ouviram passos. Passos que faziam barulhos de ferro...
Um Bug um pouco maior que os outros e que usava uma armadura surgiu diante deles. Em uma das mãos, estava um enorme machado de duas lâminas.
Ao lado do Bug de armadura, eis que surgia Dr. Glitcher.
- Olá, Virtuarangers! É um desprazer conhecê-los.
- Quem é você? – perguntou Rodrigo.
- Sou o Dr. Henry Glitcher, o mais fiel servo de Lorde Crashware. Eu precisei ir até vocês para apresentar-lhes a minha mais nova criação: o IronBug.
O cientista estendeu a mão para sua criatura.
- Humpf, ele não assusta. – zombou Sofia.
- Ah, não? – replicou Dr. Glitcher – Não subestimem o IronBug. Vão pagar por terem ferido Lord Crashware!
- Ele teve o que mereceu. – disse Rodrigo – Agora, nos dê licença, porque temos um casulo para destruir.
- O IronBug não irá permitir. – rebateu Dr. Glitcher – Ele irá mostrar sua força. IronBug, ataque!
Então, a criatura ergueu o machado e bateu-o no chão. O impacto fez com que o chão tremesse e os Virtuarangers caírem.
- Nossa Vida Útil diminuiu para 85% só com esse ataque! – informou Cauê – Realmente, esse bicho não está para brincadeira.
- Eu disse para não subestimarem o IronBug. – disse Dr. Glitcher – Vou deixá-los na companhia dele.
Então, o cientista apertou um botão na manga do jaleco e desapareceu dali.
- Vamos fazer a “Estratégia Fantasy Legends”, pessoal. – disse Rodrigo – Com Crashware deu certo, então, com esse bicho, pode colar.
- Certo! – disseram os outros.
A “Estratégia Fantasy Legends” consistia em Rodrigo e Cauê irem para a linha de frente e as garotas atacarem pelos flancos, como fazia no jogo Fantasy Legends. Contra o IronBug, a estratégia foi adotada. Rodrigo deu uma espadada na criatura, mas ela nem esboçou reação. Sofia deu flechadas, enquanto Gabi soltava bolas de fogo. Contudo, nada surtia efeito.
- Vamos atirar com as pistolas, pessoal. – disse Rodrigo.
Então, eles disparavam tiros com suas pistolas, mas nada adiantava.
- Por que esse bicho não se mexe? – perguntou Sofia – Ataque, seu covarde!
IronBug atendeu ao pedido e desferiu um ataque lateral com seu machado nos Virtuarangers. Naturalmente, eles foram ao chão, porém, para piorar a situação, seus trajes foram desativados.
- Droga, eles desativou nossos trajes com um só golpe! – lamentou Rodrigo.
- Eu nem posso curar a gente. – disse Gabi.
- E eu nem tive tempo de levantar o escudo. – disse Cauê.
- Ele está vindo! – alertou Sofia.
De fato, IronBug estava se aproximando dos Virtuarangers indefesos com o machado erguido, pronto para dar o golpe final.
De repente, a voz de CyberMaster saiu dos Pad Changers:
- Virtuarangers, apertem o botão B dos Pad Changers para voltarem à Torre de Controle.
- Certo! – eles responderam em uníssono.
Então, eles apertaram o botão B dos Pad Changers e desapareceram dali, com IronBug dando um golpe no vazio.
Torre de Controle
De volta à Torre de Controle, os Virtuarangers estavam bem frustrados com a batalha contra IronBug.
- A culpa foi minha. – disse Sofia – Eu não devia ter provocado o bicho.
- Não há nada com que se culpar, Sofia. – consolou-a Rodrigo – Realmente, nós subestimamos o IronBug.
- Se fosse nos jogos, o dano dele seria Nível 100! – disse Cauê – Só um golpe dele detonou a Vida Útil dos trajes.
- CyberMaster, quanto tempo para os trajes serem reabilitados? – perguntou Gabi.
- Por volta de duas horas, Gabriela. – respondeu o homenzinho – Como a Vida Útil foi para 0%, a restauração completa demora mais tempo.
- Duas horas?! – exclamou Rodrigo – Até lá, os Bugs acabaram com a zona industrial...
- Pois é, CyberMaster. Não tem outro jeito de pelo menos nos dar 50% de Vida Útil? – perguntou Gabi.
- Bem, há... – respondeu CyberMaster, hesitante – Porém, é arriscado. Basta um golpe do IronBug, que o traje desativa de novo e aí são mais duas horas de reparo.
- Então, temos que tentar. – disse Cauê – O nosso foco é destruir o casulo e nós podemos evitar o IronBug. Ainda não estamos prontos para enfrentá-lo, esta é a verdade.
- Tem razão, Cauê. – concordou Sofia – Se a gente destruir o casulo com essa Vida Útil paliativa, evitamos uma parte do problema.
- Exatamente, pessoal. – disse Rodrigo – CyberMaster, nos dê essa Vida Útil extra, por favor. Temos que proteger o Simulacro, certo?
- Bem, não tem como dizer não a vocês. – disse o homenzinho – Vou dar-lhes 50% da Vida Útil, mas tenham muito cuidado. Como disse, se a Vida Útil zerar de novo, o reparo vai demorar ainda mais.
- Certo! – disseram os Virtuarangers em uníssono.
Então, CyberMaster apertou um botão de um console e os Virtuarangers desapareceram da Torre de Controle.
Simulacro City – Ponto 3-6-3
De volta à zona industrial de Simulacro City, os Virtuarangers foram diretamente ao local do casulo, contudo, IronBug estava de atalaia à frente da torre negra.
- Vamos destruir o casulo sem mexer com o IronBug. – disse Rodrigo – Vamos ativar os trajes.
- Certo! – disseram os outros.
- START! VIRTUARANGER!
Seus corpos brilharam, surgindo assim os trajes.
- Vamos atirar no símbolo. – disse Rodrigo.
Porém, o vozerio dos Virtuarangers chamou a atenção de IronBug e ele se movia lentamente, brandindo seu machado.
- Droga, ele está vindo! – disse Rodrigo – Então, vamos fazer o seguinte: Sofia tenta acertar uma flecha no símbolo, enquanto Cauê tenta segurar o IronBug com seu escudo. Gabi e eu cuidamos dos outros Bugs para abrir caminho para Sofia.
Os outros assentiram e se espalharam.
O IronBug deu um golpe lateral de machado, mas o VirtuaShield de Cauê resistiu. Em seguida, a criatura tentou um golpe frontal e mais uma vez, o escudo resistiu.
- Não vou aguentar por muito tempo, pessoal. – disse Cauê – Pode parecer que não, mas só o impacto dos golpes dele reduziu minha Vida Útil para 40%.
- Então, temos que nos apressar. – disse Rodrigo – Gabi, vamos liberar o caminho para a flechada da Sofia.
- Certo! – disse a garota.
Então, os dois dispararam tiros de suas pistolas contra os Bugs que saíam do casulo próximo ao símbolo de Crashware. Além disso, Gabi lançava bolas de fogo com seu VirtuaRod. As criaturas caíam e se explodiam no chão.
- Sofia, agora! – bradou Rodrigo.
A VirtuaYellow pôs uma flecha no arco, apontou para o símbolo no casulo e soltou a flecha, que atingiu o alvo. Isto fez com que a torre desmoronasse. Um casulo a menos em Simulacro City.
- Consegui! – gritou Sofia, dando pulinhos.
Enquanto isso, Cauê resistia aos ataques de IronBug, mesmo que sua Vida Útil ia reduzindo aos poucos. De repente, os ataques cessaram. A criatura foi ao chão e explodiu-se, espalhando pedaços da armadura.
- Nossa, o IronBug também era conectado com este casulo. – disse o VirtuaBlue.
- Bem, o importante é que conseguimos destruir mais um casulo e com metade da nossa Vida Útil. – disse Rodrigo.
- Vamos voltar para a Torre de Controle, pessoal. – disse Sofia – Essa batalha me deu fome.
Os outros assentiram e eles apertaram o botão B dos Pad Changers para retornar à Torre de Controle, enquanto o Sol se punha em Simulacro City.
5 Comentários
Grande Israel!
ResponderExcluirO IronBug se mostrou mais perigoso que os adversários anteriores, com exceção, é claro, do Lorde Crashware.
O legal a ser observado é que, tanto, os Virtuarangers quanto aos Bugs Monsters estão em processo de França evolução, o que é adequado para esse estágio inicial da trama, algo clássico nos Super Sentais.
A narrativa está evoluindo muito bem e se tornando cada vez mais interessante.
Excelente trabalho!
Meus parabéns!
Obrigado pelo feedback de sempre. Abraço.
ExcluirOps: corrigindo : processo de franca evolução...
ResponderExcluirFoi um capítulo bem interessante para apresentar um dos capangas do Crashware, espero que venham outros por aí.
ResponderExcluirFoi bacana também mostrar os heróis subestimando o monstro, mas no fim achei que faltou um pouco mais de dificuldade para que os Rangers o vencessem.
Mas foi um episódio bem maneiro! Parabéns!
Obrigado pelo feedback. Abraço.
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