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Jiraiya R especial #2 O Treinamento de Agnes.


Olá Tokuleitores! Espero que estejam gostando do retorno do incrível ninja!
E chegou a hora do novo especial, focado agora na Kunoichi Hananin Agnes.
Boa leitura!



Jiraiya R especial #2
 O Treinamento de Agnes.




A neve castigava a pele da ninja conhecida como Hananin Agnes. Seu uniforme não protegia seu corpo e seus olhos não conseguiam ver um palmo a frente.

Mas ela sentia que ele estava ali, mesmo que o único som que chegava aos seus ouvidos era o silvo do vento, que seguia inclemente.

Logo ela seria atacada e precisava estar pronta. Suas mãos apertaram o cabo da espada até elas perderem a sensibilidade, seus sentidos estavam focados para perceber até o menor ruído.

Por isso sua surpresa foi enorme quando algo pulou às suas costas. Ela girou o corpo a tempo de sentir que seu corpo era empurrado com força na direção do chão.

A neve abafou sua queda e flocos voaram pelos ares. A criatura se preparava para um novo ataque e Agnes sentiu a morte se aproximar. Nesse momento passou pela sua mente os últimos acontecimentos que a trouxeram ali.

XXX

Agnes relia a carta que recebera de Manabu pela quarta vez. Não era possível acreditar que o Barão Owl havia morrido, afinal ele era um dos mais poderosos membros de todo o antigo império dos ninjas. A preocupação que sentira nos últimos dias crescia cada vez mais e agora parecia que não era apenas imaginação.

Ela seguiu até o pequeno santuário de sua casa, acendeu um incenso e orou pelo namorado. Passou o resto do dia a olhar para a montanha que ficava a alguns quilômetros da propriedade dos Hananins.

Ultimamente ela passava cada vez mais tempo olhando o verdadeiro monolito, seu topo coberto de neve parecia evocar um estranho sentimento de melancolia e urgência.

Na manhã seguinte a chegada da carta ela pegou o novo uniforme que havia feito, colocou numa mochila com provisões e depois de pedir para que um de seus primos cuidasse da propriedade, resolveu escalar a montanha.

Os primeiros passos foram dados com certo receio, afinal a subida seria extremamente íngreme, ela não conhecia muito sobre escaladas e não imaginava os perigos que a esperavam no topo.

Conforme ia avançando ela começou a perceber que algo a observava. Algo que evocava um sentimento estranho, mas ela não conseguia discernir o que exatamente e, sem poder fazer nada a respeito ela simplesmente continuava em frente.

De repente ela percebeu algo. Não havia barulho nenhum. O som dos pássaros, dos outros animais, do riacho. Nada parecia fazer barulho.

Agnes estava totalmente imersa no mais puro e opressor silêncio.

Ela girou algumas vezes ao redor de si mesma, tentando localizar a presença que sentira a pouco, sem sucesso, no entanto, mas logo a sensação de estar sendo observada voltou, forçando-a a voltar seu olhar por cima do ombro.

Ali estava.

Era um vulto enorme, disforme como uma sombra ou fumaça que estava prestes a dissipar. Possuía uma forma que lembrava a de um enorme lobo. Os olhos eram de um vermelho sangue e não apresentavam pupilas, apenas um brilho estranho e doentio.

Sem emitir um som sequer ele avançou. Com um movimento rápido, Agnes saltou para o lado a tempo de evitar o ataque, ou pelo menos assim ela pensou. Um pequeno filete de sangue escorria de seu ombro e ela sentiu um estranho frio percorrendo seu braço.

Ela se preparou para mais um ataque, que não aconteceu. Assim como tinha surgido, a fera desapareceu deixando apenas o ferimento como prova de sua existência.

Improvisando um curativo, a ninja continuou avançando, mal sentindo o braço. Alguns metros depois ela viu uma choupana e entrou buscando abrigo da nevasca que se anunciava.

A casa era simples, uma sala, um quarto, uma cozinha e um banheiro. Os móveis eram rústicos, mas, mesmo assim, ela mal teve tempo de chegar à cama e logo estava dormindo.

Horas depois ela acordou sentindo o braço arder menos e, desse modo, pegou alguns suprimentos da mochila e preparou uma sopa. Logo estava caminhando pelo resto da casa quando algo lhe chamou a atenção.

Num dos cantos estava um pote metálico que parecia destoar de toda a simplicidade da casa. O mais estranho era que dali parecia emanar aquele sentimento que ela trazia no peito toda a vez que voltava seu olhar para a montanha. Ao examinar com mais cuidado ela percebeu um fundo falso e ao retirá-lo achou um pergaminho.

Ela leu e seus olhos se arregalaram. Era uma série de novas técnicas que haviam sido deixadas ali para que fossem descobertas por um descendente da família dos Hananins na hora de maior necessidade para a humanidade.

Ela passou horas lendo o pergaminho e logo começou a testar os conhecimentos ali contidos. Era como magia, pois a cada tentativa ela conseguia captar ainda mais a essência das técnicas novas.

Quando Agnes achava que estava chegando a hora de partir ela o percebeu.

Sem nem mesmo olhar para a porta ela sabia que a criatura estava ali. Com um uivo, mais alto que qualquer som que a ninja já tivesse ouvido, a cabana explodiu, lançando-a longe, em meio a restos fumegantes de madeira e neve , deixando-a com a certeza de que não sairia dali viva.

Ainda assim, se fosse aquele o momento de sua partida, ela não iria de forma silenciosa.

A nevasca tinha chegado com toda a força e Agnes começava a perder a sensibilidade de seu corpo. Uma vez fora da casa ela apenas percebia a presença de seu inimigo e tentava se preparar para o ataque.

XXX

Com dificuldade de enxergar, a mente da kunoichi voltava ao seu presente, a tempo de ver que o lobo espiritual a tinha ferido mais seriamente do que ela desconfiava, já não podendo segurar a espada, mas o monstro também tinha pagado o preço. Enquanto algo parecido com sangue negro escorria de uma das patas da fera, Agnes segurava com orgulho uma adaga que ela havia mantido escondida até agora.

O monstro então se voltou para ela tendo sede de sangue estampada no olhar. A ninja poderia jurar ter visto um sorriso se formar onde deveria ser o rosto da criatura. Fazendo uma pequena oração e se despedindo mentalmente de seu namorado “Toha... Me perdoe...” ela se colocou de pé desafiando a criatura.

A respiração produzia uma pequena fumaça ao sair de sua boca quando, retirando um galho de flores do cinto, gritou a plenos pulmões:

- Técnica da Tempestade de Pétalas![1]

Imediatamente o ar ao redor da criatura, além da neve, apresentava um sem número de pétalas que cobriam totalmente sua visão. Percebendo que poderia ser atacado a qualquer momento o lobo negro uivou outra vez procurando destruir as pétalas ao seu redor. O resultado foi surpreendente.

O ar onde antes havia pétalas agora estava repleto por adagas como a que ela tinha usado para ferir o inimigo. Era Agnes quem sorria agora e, usando o último fôlego, ela gritou a plenos pulmões:

- Técnica da Tormenta de lâminas![2]

Imediatamente todas as adagas atingiram o corpo do lobo que caiu sem ter tido tempo de emitir um único som. Agnes, mesmo vitoriosa também caiu de encontro a neve e desmaiou.

Ela não saberia dizer quanto tempo esteve desacordada. Quando finalmente acordou estava de volta à cabana, mas ela não tinha sido destruída?

Ao lado da cama um lobo branco também acordava e a encarava com muito interesse. Ela ajeitou o cabelo, sorriu e decidiu não dar atenção demais ao que havia acontecido. Havia aprendido e dominado uma nova técnica, sobrevivera a uma experiência excepcional e parecia ter conseguido um novo amigo.

Diante das dificuldades que se avizinhavam, ela decidiu que o melhor era aproveitar qualquer vantagem que ela conseguisse.

- Talvez eu nunca venha a entender totalmente o que aconteceu aqui e acredito que você não me contaria não é? – o lobo a olhava com uma cara de pouco caso. Ela sorriu e continuou – Claro que não... Bom, tenho muito o que fazer... Aposto que Toha está precisando de mim. Descansamos um pouco e amanhã partimos. Tenho que te dar um nome... Que tal... Hum... Fenrir?

E assim uma amizade nasceu.


[1] Técnica da Tempestade de Pétalas: Hananin Agnes fica de frente para o oponente, retira um ramo de flores escondido na manopla da mão direita, em seguida ela realiza diversos círculos no ar diante de si. Ela termina erguendo a mão e então uma densa “chuva” de pétalas recobre o inimigo impedindo ele assim de Ter uma visão perfeita de onde ela está.


[2] Técnica da Tormenta de Lâminas: Depois de transformar as pétalas em adagas Hananin Agnes leva as mãos de encontro uma à outra quase batendo palmas na frente de seu corpo. Desse modo as adagas se lançam direto sobre o inimigo de todas as direções possíveis tornando a fuga impossível.

8 Comentários

  1. Muito bom, muito show de bola. Realmente me fugiu da memória que ela não tinha o Fenrir desde sempre, achei que fosse minha mente me enganando, mas eis a origem do Fenrir. Eu confesso que fiquei sem entender o que se passou na montanha, acho que tua ideia era de que ninguém entendesse, mas tipo, teve um contexto mais filosófico, do tipo, ela estava sendo chamada por uma força especial dos Hananins, devido ao novo mal que se aproximava e a figura da criatura seria como se fossem suas possibilidades de não conseguir dominar as novas técnicas, como se fossem as provas que ela tinha de vencer para dominar tais capacidades? Ou realmente foi mais uma criatura tipo os corvos monstruosos à cercar a ninja e tentar matá-la como eles tem feito com mais ninjas? No demais, maravilhoso e prático episódio Norberto, como sempre agradável de ler e cativante no quesito vontade de continuar!

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  2. Grande amigo Lanthys!
    Esse especial foi para mostrar como a Agnes aprendeu suas poderosas técnicas, bem como ganhou a companhia do feroz Fenrir.
    Sobre os acontecimentos na montanha foi uma tentativa de deixar o leitor escolher... Eu quis fazer uma alegoria dela seguindo instintos que podem ter ou não origens místicas, para alcançar todos o seu potencial, ao mesmo tempo que eu tentava trazer a família Hananin para os holofotes, portanto deixo ao critério de cada leitor escolher. Foi uma manifestação apenas mental? Ou realmente uma criatura mística intecedeu e mostrou a Agnes o caminho para se tornar uma Kunoichi mais forte?
    Valeu mesmo o comentário meu amigo e obrigado pela força de sempre!

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  3. Caraca!!!!

    Episódio com alegorias e interativade para que o leitor decida de fato pense no que traz força para Agnes. Genial! Só um escritor como você poderia fazer isso.

    Especial fenomenal para entender a origem de Fenir.

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  4. Valeu! Pior que nem esperava que o capítulo ganhasse esse ar tão interpretativo! Foi totalmente sem querer!
    Valeu mesmo por mais esse comentário!

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  5. Excelente como sempre, Norberto. Acho que essa história era nova né? Digo, foi escrita recentemente? Não lembro de ter lido ela na época da TokuBrasil... Adorei, mas as técnicas novas me lembraram um pouco algumas técnicas de Bleach. De qualquer forma, me veio uma ideia aqui pra um One Shot com Jiraiya

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    1. Opa! Valeu o comentário amigo! Essa história é da época da ficha mesmo, provavelmente devo ter publicado errado do Tokubrasil. Quanto a técnica, acho que na época eu taxa realmente na febre de bleach...
      E já estou ansioso pra ver essa sua história com o Jiraya.
      Valeu mesmo o comentário! Um abraço e até mais!

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  6. Vejo como algo místico deixado pelo por Genishiro Murakami, o pai adotivo de Agnes e líder dos Hananins ,na serie.

    O lobo ,no meu entender pode ser uma alegoria de que Murakami era o seu mentor e assumia a forma espiritual de um lobo.

    Agnes cresce na série.

    Surpresas nos aguardam

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    1. Fico muito feliz por esse capítulo suscitar tantas visões.
      Fiz com carinho pois curto demais a personagem.
      Valeu de coração pelo comentário e pela leitura

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