Olá Tokuleitores!
Espero que estejam todos bem e em segurança. Força que logo, espero, tudo vai se normalizar.
E vamos para mais um capítulo da saga do Kamen Rider Peacemaker.
Nesse episódio teremos a estreia de algo que não pode faltar para um Kamen Rider.
Portanto, sem mais demora... Boa leitura!
Kamen Rider
Peacemaker #3
Danos Colaterais.
“Querido Aruto. Meu filho.
O “acidente” foi terrível… Mal sobrevivi e foram
meses até que os médicos desistissem de tentar desligar os instrumentos que
ainda me mantinham vivo…
Se não fosse por seu avô e sua insistência e fé
de que eu despertaria do coma, eu teria realmente morrido, mas o que Korenosuke
Hiden enfia na cabeça acaba quase sempre conseguindo fazer.
Ele reuniu uma imensa equipe de cientistas para
focarem seus esforços para a minha recuperação, conseguindo assim o milagre no
qual os médicos haviam deixado de acreditar.
“Filho...” lembro da forma como ele entrou no
meu quarto, pouco depois de eu acordar, parecia muito mais cansado do que eu
jamais o vira, era como se, de repente, o peso do mundo houvesse caído de uma
vez sobre seus ombros, cobrando a idade real que ele tinha.
Foi uma conversa longa e difícil… Começando com
a descoberta do roubo da tecnologia Hiden pelo doutor Shiro Osaka, que sempre
defendeu o uso e venda militar do HumaGears, até a provável participação dele
no “acidente”…
Confesso que nunca tive o melhor dos
relacionamentos com meu pai, mas quase ter me perdido mudou algo nele… Seus
esforços para criar os HumaGear segundo a sua visão, para ajudar a humanidade,
redobraram, fazendo os avanços em robótica e inteligência artificial darem um
salto de décadas em poucos meses.
Eu estava me recuperando lentamente, tentando
ser um pai mais presente, apesar da dor que eu ainda sentia, tanto física,
quanto do coração por causa de sua mãe.
Eu não conseguia lidar com o fato dela não estar
conosco.
Foi quando seu avô me chamou em seu escritório
nas Industrias Hiden .
Foi aí que tudo na nossa vida mudou.
Ainda assim, peço do fundo do meu coração, que
você entenda.
Fiz o que fiz também pelo amor imenso que tenho
por você.
De seu pai... O humano... Soreo Hiden,”
XXX
África, região
central da Nigéria, anos atrás.
As balas apenas
ricocheteavam em sua armadura, mas, mesmo assim, se o ataque continuasse,
alguma delas acabaria por passar pela blindagem, por isso Peacemaker seguiu até
um veículo abandonado ali perto, arrancou parte da lateral e a usou como um
escudo improvisado, visando poupar energia.
- Pessoal?
Vocês estão por aí?
“Estamos com você Soreo” a voz feminina ressoou pelos comunicadores
auriculares, trazendo alívio para o Rider “Pelo
visto a situação ficou complicada para você nos chamar… Já terminou a missão?”
- Posso dizer
que a situação se complicou um pouco Karin-chan… Você e Hideki estão recebendo
meus dados?
“Todos os sinais de alerta estão piscando mais
que uma árvore de natal… Te acertaram com uma bazuca por acaso?”
- Granada… - um
assobio de assombro zuniu no ouvido de Soreo – Isso não vem ao caso agora…
Preciso saber quanto dano a Peacemaker aguenta antes de se desativar…
“No ritmo que você parece estar apanhando, vai
ter, no máximo, uns dez minutos antes dessa belezinha simplesmente desaparecer,
procurando nossa base móvel para usar os nanorrobos para se consertar.”
- Acho que
consigo resolver em uns cinco minutos.
Soreo firmou os
pés na areia, estendeu o pedaço do veículo à sua frente e começou a avançar,
sem se importar com os pedaços do escudo improvisado que iam sendo arrancados,
conforme o calibre das armas dos mercenários parecia ir aumentando.
O tempo passava
lentamente e, mesmo ficando cada vez mais perto dos atacantes, os disparos não
cessavam, mesmo quando ricochetes fizeram alguns deles se afastarem, após levar
uma bala.
- Agora chega!
Num movimento
rápido, Peacemaker girou o pedaço de metal e o lançou contra os mercenários,
que se viram obrigados a parar de disparar e, procurando por abrigo,
dispersaram, dando ao rider a chance que ele precisava.
Correndo a uma
velocidade muito acima da de um humano comum, ele saltou no meio dos
mercenários e aumentando a confusão, alguns acabaram disparando e acertando
mais os próprios colegas do que o homem de armadura que distribuía golpes entre
eles.
O primeiro
mercenário que ele alcançou teve o nariz quebrado, após levar uma coronhada da
própria arma, cuja ponta havia sido agarrada e amassada pelo Peacemaker, que
encaixou um chute no estômago do mesmo, jogando-o contra três colegas, que se
viram obrigados a largar suas armas para amparar a queda dele.
Antes dos
mercenários se recomporem, dois caíram após serem atingidos por socos certeiros
em seus queixos, enquanto o terceiro levou um chute na lateral da cabeça.
Sabendo que não
havia honra ou mesmo camaradagem entre seus inimigos, Soreo tratou de alcançar
outro grupo de atacantes, que já se preparavam para disparar, não se importando
se atingiriam os colegas caídos.
Aproveitando a
força e velocidade que seu traje lhe proporcionava, mais o auxílio de seus dois
amigos, que o ajudavam com informações, acompanhando a luta através de
minidrones, enquanto permaneciam a uma distância segura, o Peacemaker não
desperdiçava nenhum golpe.
A cada ataque,
um inimigo caía.
Mesmo assim a
cada um caído, parecia que outros cinco vinham tomar seus lugares.
Os tiros das
metralhadoras começavam a ser sentidos através da blindagem da armadura e Soreo
percebeu ao longe, graças ao seu sistema de captação de áudio, que veículos
pesados iam se aproximando.
- Pessoal… Me
atualizem… Acho que tem algumas daquelas picapes com metralhadoras embutidas se
aproximando… Talvez eu precise de algo mais para sair dessa.
Silêncio.
Enquanto o
Peacemaker derrubava mais cinco mercenários, acertando-lhes socos e chutes
certeiros, fazendo com que eles precisassem se arrastar para sair do local da
batalha, quando conseguia, ele dava pequenos tapas na lateral da cabeça.
- Isso ainda tá
funcionando? Pessoal? Karin-chan? Hideki? Alguém?
Ao longe, em
meio aos escombros do que outrora fora um bairro residencial, enquanto destruía
um rifle e derrubava outro inimigo, Soreo viu as caminhonetes que traziam em suas
traseiras pesadas metralhadoras.
“Soreo” a
voz de Hideki ressoou pelos comunicadores da armadura “À sua esquerda”.
Outro chute,
que custou os dentes dianteiros de um dos mercenários, e o Peacemaker conseguiu
olhar por sobre seu ombro, após ouvir o ronco familiar de um motor.
Ela estava
chegando.
Harmonizer.
A moto parecia
toda feita de uma única peça compacta e, assim que passou ao lado do
Peacemaker, o rider saltou sobre ela e se encaixou perfeitamente, dando a
impressão de fazer parte do veículo.
Uma vez tendo
os controles acionados, imagens holográficas surgiram diante dos olhos de
Soreo, inundando seus sentidos com informações do ambiente o seu redor, ao
mesmo em tempo que iniciava o processo de reparo da armadura.
- Uau! Parece
que temos novidades… - à direita de seu rosto surgia um inventário das
melhorias recentes incluídas na Harmonize. - Agora sim vai levar poucos minutos
pra encerrar tudo.
O Peacemaker
acelerou, passando pelo grupo dos mercenários que continuavam lutando,
derrubando-os com pequenos discos taser que, assim que tocavam nos inimigos, os
derrubava com potentes descargas de eletricidade.
Várias vezes
bastou que Soreo fizesse um drift com a Harmonizer para que a poeira levantada
cegasse os inimigos, tornando-os presas fáceis para golpes dados com a roda
traseira da moto, ou alguns chutes que os tirava do combate sem lesões
permanentes.
Mas no dia
seguinte os sobreviventes teriam dores horríveis.
Ainda que a
imagem da criança que ele falhara em proteger queimasse em sua mente, Soreo
Hiden mantinha sua decisão de evitar ao máximo as prováveis casualidades que
sua missão poderia causar.
Quando os
primeiros tiros, vindos das picapes que finalmente chegavam ao local da luta,
resvalaram na lateral da Harmonizer, o Peacemaker já havia derrubado os
soldados que estavam a pé e partiu rápido para enfrentar os veículos.
A cada minuto
perdido ali, o maldito doutor Osaka ficava cada vez mais longe, o que levaria
sua equipe à estaca zero, precisando reiniciar as buscas pelo cientista renegado.
Aproveitando
que uma pilha de destroços formou um tipo de rampa, a Harmonizer recebeu a
primeira picape praticamente voando para cima do veículo, mal dando tempo para
que os mercenários, que cuidavam da metralhadora, saltassem para longe.
Graças à forma
compacta e a resistência do metal usado na lataria da moto, a picape foi
praticamente partia ao meio, com a frente do veículo batendo contra uma parede
semidestruída, fazendo os já abalados tijolos caírem sobre os mercenários, só
não os acertando pois o vidro do para-brisa acabou aguentando o impacto.
Ainda sob uma
saraivada de balas, sem perder tempo ou sequer permitir que a moto perdesse
muito de sua velocidade, o Peacemaker logo emparelhou ao lado da segunda
picape.
“Olha só isso Soren...” uma entusiasmada Karin quase fez o rider perder
o controle da moto, ao soltar um grito pelo comunicador “Desculpa! Desculpa! Mas olha só!”.
Das laterais
dianteiras da moto dois pequenos drones começaram a voar, indo na direção do
capô de uma das picapes, se fixando no metal com garras afiadas.
“Em três, dois..” antes do final da contagem, faíscas puderam ser
vistas saindo dos aparelhos e no instante seguinte o motor do veículo morreu e
os pedais travaram.
A inércia fez o
restante e a picape capotou.
- Impressionante
pessoal… Agora vamos finalizar e…
A frase foi
interrompida quando Soreo viu a terceira picape fazendo uma curva e seguindo
direto para ele, a metralhadora disparava sem parar, o homem que a empunhava
gritando de modo insano, pretendendo matar o demônio que havia acabado com seus
companheiros.
“Soreo… Não faz isso… Ele vai fazer não vai?”
“Com certeza Karin-chan… Se prepara por que vai
ser feio.”
Os mercenários
avançavam sem desacelerar.
O Kamen Rider
Peacemaker partiu a toda velocidade.
O motorista
gritava impropérios em sua língua nativa.
Soreo se
mantinha em silêncio.
E então…
Impacto.
A dianteira da
Harmonizer afundou na lataria da picape, destruindo o motor do veículo e
fazendo com que ele se erguesse no ar, capotando após dois giros, o motorista e
o homem da metralhadora voaram para fora do veículo, caindo sem sentidos em
meio ao que havia restado do asfalto daquela rua
Peacemaker só
parou sua moto, derrapando, a poucos metros de distância.
Horas depois
Soreo Hiden permanecia parado, olhando o grupo que ele ajudara retirando as
armas dos inimigos, liberando alguns e mantendo outros como prisioneiros,
enquanto Hideki guiava a Harmonizer para dentro de um imenso veículo blindado,
misto de tanque e ônibus, a base móvel terrestre da equipe.
- O que vai ser
deles?
- Provavelmente
amanhã o ciclo de luta recomeçará, Karin-Chan, eles então vão perder ou ganhar
e então tudo vai recomeçar… De novo e de novo...
- Isso é tão
triste…
- Sim… E por
isso precisamos impedir o doutor Osaka de vender os HumaGear para esses
senhores da guerra… As chances de algo dar errado, deles desenvolverem algum
tipo de consciência e acabarem se voltando contra toda a humanidade são
imensas… Precisamos pará-lo. Agora.
- Nós vamos meu
amigo… Nós vamos…
Antes de embarcar
no Blindado, Soreo Hiden olhou ao longe e, vendo as crianças que ele havia
conseguido salvar, andando por entre os escombros, sua infância roubada pela
guerra, não conseguiu sentir que havia feito alguma mudança real naquele
conflito.
Ele cerrou os
punhos e outra vez jurou para si mesmo que não descansaria até tornar o mundo
um lugar seguro para seu filho e para todas as futuras gerações.
Era uma batalha
pela qual valia a pena lutar.
E ele lutaria.
Continua.
lustrações da Harmonizer
6 Comentários
Simplesmente fantástica, maravilhoso episódio que me levou por uma viagem incrível entre várias coisas que já vi no passado... Uma das primeiras cenas foi a união entre PeaceMaker e a Harmonizer (aliás, que nome lindo para uma moto) onde me lembrou e muito, Cybercop Júpiter em sua BladeLiner, sinceramente foi uma sacada incrível, pois além de reforçar a força de ataque do personagem, ainda começou a reparar sua armadura rider, ou seja, uma sacada maravilhosa para não parar o combate e ainda assim se recuperar! Por falar em combate, eu fiquei muito empolgado com a cena dele indo pra cima dos mercenários com o pedaço de carro, me lembrou e muito, a cena dos mechas de Super Sentai quando eles vão avançando pelo campo de batalha sem qualquer restrição mesmo sob fogo cerrado, ou mesmo Jiban quando avançava em toda sua imponência diante dos disparos dos soldados Biolon, inclusive, com a clássica "entortada de cano" da arma como Jiban fazia! E pra finalizar (que pena que finalizou o episódio), a cena dele diante da pickup com sua Harmonizer partindo contra ele para um choque completo me lembrou duas coisas, Moto Laser e, Kamen Rider Kuuga à bordo da TryGouran! Véio, fantástico demais esse episódio, não fosse tudo isso, a reflexão sobre a guerra, sobre eles prenderem os mercenários atuais e amanha tudo começar de novo, e que a guerra ali não tem fim e que as crianças tiveram sua infância roubada ou ainda, que ele apesar de tudo considera que não fez diferença ali, sinceramente, adulto, maduro e altamente empático! Não tenho palavras mais pra elogiar sem ser repetitivo, maravilhoso meu amigo, maravilhos!! \0/
ResponderExcluirGrande amigo Lanthys! Sempre um prazer ver seus comentários inspiradores!
ExcluirEu queria muito que a estreia da Hamonizer, cujo nome escolhi para que combinasse com um nome como "pacificador", por isso "Harmonizadora" me pareceu uma escolha boa.
E o lance da moto servir não apenas de arma, mas como meio para ele recuperar a armadura, considerando que a missão do Peacemaker o levaria para zonas de guerra me pareceu algo natural.
A cena da porta do carro me empolgou pacas na hora de escrever, quis mostrar que, mesmo em risco extremo o Soreo insiste em avançar pelos seus ideais, e por que, na minha cabeça, a cena ficaria bem foda.
Moto Laser! Nossa, fazia tempo pacas que eu não lembrava dessa série.. Via muito na infância e, verdade, em Kuuga teve uma cenas bem legais dele na moto.
A cena final, com a reflexão sobre a guerra eu pensei para servir de desenvolvimento do Soreo, para deixá-lo mais tridimensional,
Valeu demais pela força de sempre, por tirar um pouco do seu escasso tempo prá ler meus textos e fazer esses comentários magníficos.
Obrigado de coração!
Não há palavras pra escrever.
ResponderExcluirSó uma constatação: TODOS TEMOS QUE PARAR DE POSTAR. É sério!
Só podem existir obras suas no blog. Ou, a gente cria um blog só pra você. É incomparável sua escrita. Nosso nível nem faz cosquinha em você. Temos de reverenciar!
Você casou e explora tudo que um Rider precisa. Vejo coisas do enredo de Zero One e vejo coisas até de Black. Nossa, a alma rider está em PeaceMaker.
Harmonizer: PERFEITA!!!
PARABÉNS!
Cara, vlaeu o comentário, mas esquece esse negócio de parar!
ResponderExcluirTodos os membros do mindstorm são excelente, cada um a sua maneira.
Fico feliz por estar à altura do legado Rider.
Norberto !
ResponderExcluirOutro capítulo muito bem descrito!
É impressionante sua capacidade de surpreender !
É impressionante como sua narrativa vai se encontrando , se encaixando, crescendo a cada episódio.
Você é genial!!!
Gostei no nome da moto: Harmonizer!!!
É como se fosse uma extensão de Peacemaker, regenerando até a armadura .
A constatação de Peacemaker que a luta não terminaria tão cedo e sua frustração, foi bem narrada .
As cartas para Aruto são outro ponto que curto .
Parabéns!!!
Valeu o comentário e a leitura amigonuma série tão curta da pra deixar tudo bem amaradimjo e guardar uma ou outra surpresa.
ExcluirAs cartas pro Aruto foram um meio de humanizar mais o Peacemaker.
Valeu mesmo!