Loading....

Esquadrão Mítico Tupangers - Episódio 10

Salve, pessoal, tudo bem com vocês?

Desculpem a demora neste capítulo. Andei lendo algumas coisas novas e espero que vocês curtam... Quis explicar mais coisas, porém acho que mais escondi do que expliquei. Comentem!!


10. A origem do mal

Por algum tempo, os Tupangers puderam viver sua vida normalmente. O Inimigo não mandou mais monstros, o que esfriou a pista que a polícia buscava para resolver o caso relacionado à primeira e última aparição dos seres gigantes informados pela população.

De tempos em tempos, todos se reuniam para entender como estava a situação, como eles podiam fazer para vencer o Inimigo de uma vez por todas.

Quando os Tupangers deixaram o plano mítico daquela vez, Aiyra interpelou Tupã.

Aiyra: Senhor, não achas que já é tempo de eles saberem de toda a história?

Tupã observava sua subordinada com respeito, e sabia que sua pergunta era pertinente.

Tupã: Tens razão, Aiyra. Eles precisam saber. Mas antes que eles saibam, eu queria poder aumentar a equipe em mais dois guerreiros. Assim eles teriam o poder mínimo para combater os generais.

Aiyra: Então partirei para a busca de mais dois guerreiros, senhor Tupã. O mais rápido o possível.

Aiyra deixou o plano mítico e partiu em busca dos dois guerreiros, como havia feito com Alexandre.

Enquanto isso, o Inimigo resolveu agir. Estava cansado de perder para aqueles guardiões patéticos. Ele liberaria o primeiro dos Quatro Generais, e seus monstros seriam mais poderosos, até porque ele não queria destruir o mundo, ele queria dominá-lo, por isso não era hora de despertar seu poder total.

Nas sombras ele caminhou para um dos quatro pilares do submundo e logo o acordou.

Inimigo: Acorde agora, Takhal. Seu mestre ordena.

No plano dos humanos, uma doença, uma praga se formou, conhecida primeiramente como Coronavirus. Matou milhares onde o General surgiu, o local de um dos pilares, e esta praga se espalhou pelo mundo, criando uma pandemia, a primeira desde muito tempo, desde a última vez que os Cavaleiros do Apocalipse foram libertos.

A época em que os antigos guardiões lutavam contra o Inimigo.

Uma gargalhada sinistra pôde ser ouvida mesmo no plano humano, e aqueles que a ouviram ficaram loucos.

Takhal: Uma vez mais me desperta, mestre? Se faz necessário destruirmos os humanos?

Inimigo: Desta vez definitivamente, Takhal. Os humanos não merecem o mundo que têm. O tomarei deles e governarei este mundo no lugar dos deuses que se tornaram fracos. Não têm mais devotos e para defender seu reino precisaram despertar, mais uma vez, novos guardiões do natural. Humanos pertencentes a esta época que a conhecem melhor que qualquer um de nós.

Takhal: Mas mesmo adormecido, meu mestre, eu acompanhei as eras. Não fui selado igual ao senhor. Sei seus pontos fortes e seus pontos fracos. Criarei seus piores pesadelos, farei que percam tudo o que mais amam nesta vida, que não é o natural. E, pelo que eu entendi, Tupã ainda não contou a eles sobre o senhor, mestre Japeusá.

Japeusá: Há quanto tempo não ouço meu próprio nome... Há séculos que não o ouço. Mesmo entre eles, não ousam pronunciá-lo. Isso explica porque ainda não vieram me atacar diretamente. Provavelmente ainda não têm o poder para fazê-lo... E eu estava me preocupando à toa. Na era mitológica, quando Tupã me transformou em um caranguejo para me punir pela minha “falta de honra” ...

Japeusá fez o gesto com as mãos para exemplificar as aspas e riu de maneira insana. Era a risada de alguém doente, trancafiado por muito tempo por suas próprias ações. Depois de recuperar o fôlego, continuou.

Japeusá: ... Eu superei o poder dele com todo meu ódio e consegui destruir o selo que me continha. Agora tenho meu poder total, diferente de tantas centenas de anos atrás. Estou mais forte que nunca, e eles estão mais fracos, uma sombra do que já foram. É hora de destroná-los e de destruí-los. Somente com a destruição este mundo pode ser algo digno de meu poder.

Observando sua área do plano mítico – o plano das sombras, Japeusá viu as almas em tormento eterno, em desespero, as almas que ainda estavam ali desde que foram capturadas. Havia almas de várias idades, desde as que viveram a era mítica até as encarnadas na última vez que despertou, mesmo selado, havia 531 anos.

Japeusá: Agora vá, Takhal. Faça o que precisar fazer para poder alcançar o nosso intento.

Takhal: Vi que o senhor tentou usar parte da fraqueza deles contra eles mesmos, como os dispositivos que carregam, os chamados celulares, até cópias deles mesmos. Foi muito inteligente, mas desculpe a franqueza, mal executado, meu mestre.

Japeusá riu, como se o que Takhal havia dito era uma piada das boas.

Takhal: Vou usar esta ideia, mas a um nível um pouco mais profundo. O senhor verá. Vou usar um dos efeitos que surgiu com o meu despertar.

E desta vez foi a vez de Takhal rir, e Japeusá riu junto. Há quem diga que quem ouvisse a risada dos dois juntos perderia a sanidade por completo.

Logo, no altar dos deuses naturais, patronos dos Tupangers, surgiu uma sombra... Mas uma sombra boa. A equipe seria introduzida a ele em breve.

No plano dos humanos deu-se a notícia do Coronavírus, agora chamado de COVID-19. O mundo era afetado diretamente, várias pessoas morriam todos os dias. Com isso, os Tupangers foram separados por causa das medidas tomadas pelo Governador do Estado e pelo Prefeito da Cidade de São Paulo, uma vez que todos moravam na capital.

Dado dia, três meses depois do começo da quarentena imposta, os Tupangers foram chamados pelo plano mítico, e era uma voz que eles não conheciam.

Venham, Tupangers. É chegada a hora de conhecerem a verdade.

Achando que fosse mentira, afinal de contas o Inimigo já tinha tentado enganá-los desta maneira, os cinco ignoraram o primeiro chamado.

Foi quando Tupã resolveu ajudar a contraparte de sua Avatar.

Tupã: Tupangers, peço que compareçam ao plano mítico. É chegada a hora de conhecerem algo além da verdade.

Não entendendo o que significavam os dois chamados, sendo o segundo vindo de seu patrono, mas se Tupã desejava a presença de seus guardiães, eles se puseram a caminho.

Ao chegar no plano mítico, encontraram um homem que, em feições, era como se fosse gêmeo de Aiyra. Alto, forte, cabelo liso e cor de graúna, pele avermelhada típica dos índios Tupi, e vestia uma túnica feita de linho branco.

Iúna: É um imenso prazer em finalmente conhecê-los pessoalmente, caros Tupangers. Eu sou Iúna, avatar dos deuses.

Fabio: E cadê a Aiyra?

Iúna: Minha irmã saiu em missão passada pelos deuses. E como um dos cavaleiros do apocalipse de Japeusá foi desperto, se faz necessário que vocês saibam toda sua história. E você deve ser o líder, o azul, escolhido por Tupã em pessoa. Fabio, não é mesmo?

Ada: E como vamos saber que essa sua história não é armação do Inimigo?

Tupã: Porque eu corroboro tudo o que ele disse até agora, cara Ada.

Pois cinco viraram-se para trás e Tupã estava ali.

Ada: Desculpe duvidar de vós, grande Tupã. Mas o inimigo já tentou nos enganar desta maneira, por isso tínhamos que duvidar de alguém que não conhecíamos.

Tupã: E fez muito bem, Ada. Sempre alerta.

Iúna: Agora, senhor Tupã, permita-me começar a contar. Quanto antes eles souberem por nós, melhor.

Tupã assentiu com a cabeça e meneou em um gesto que permitia que ele seguisse em frente.

“Nos temos mitológicos, entre todos os seres abençoados com a deidade, havia um deus chamado Japeusá. Ele era bondoso e ajudava a todos, porém, de todos ele possuía a mente mais fraca, nunca lhe foi permitido estar junto dos humanos até que evoluísse”.

“Com isso, ele vivia triste, pois queria conhecer os humanos, dadas as maravilhas que os outros deuses falavam deles, das maravilhas que eles conseguiam fazer sozinhos e o quão rápido eles podiam aprender. Naquela época, os humanos acreditavam e adoravam os deuses, e eles amavam os humanos em resposta”.

Ada continuou, em resposta. Conhecia a lenda de Japeusá.

“Dado dia, um humano entrou no plano mítico e, na hora em que ia embora, Japeusá pediu para ir junto, e bondoso como aquele humano era, o levou, sem que os demais deuses soubessem, a pedido do próprio Japeusá. Em contato com os outros humanos, ele conheceu os sentimentos ruins de outros humanos e se corrompeu”.

Iúna se surpreendeu por uma humana ainda conhecer a história dos deuses. Deixou que ela continuasse.

“Quando Japeusá voltou para o plano mítico, ele estava diferente, mais parecido com os humanos de má índole. Maldoso, trapaceiro e, quando reencontrou nosso líder, quis a todo custo seu poder e posição. Fez de tudo para que ele caísse”.

“Quando Tupã descobriu toda a história do porque Japeusá mudou tanto, foi atrás dos humanos e os transformou em serpentes. Para não deixar o corrompido sem punição por ter uma mente fraca, Japeusá foi transformado em um caranguejo, porque ele não sabia andar para frente, apenas para os lados, e os caranguejos que vieram depois disso nunca mais conseguiram andar para frente”.

Iúna: Mas o que vocês humanos não sabem é que Japeusá conseguiu desfazer seu selo várias e várias vezes pela força do rancor. Japeusá se tornou o deus da vingança e da trapaça, e as piores calamidades ocorridas na raça humana aconteceram por influência dele.

Iúna: Mas ele sempre conseguiu despertar apenas um de seus cavaleiros do apocalipse, nunca manteve dois – fato que aconteceu apenas agora. Ele tem um cavaleiro atuando no Oriente, quando vocês ouvem falar da tal guerra santa de Israel e Palestina, era o cavaleiro da guerra que nunca mais pôde ser selado. Agora ele conseguiu libertar o cavaleiro da peste, e o primeiro efeito do surgimento deste ser odioso é o que vocês chamam hoje em dia de Coronavírus.

Todos estavam bestas. Nenhum humano atribuía a si a criação do vírus, e a especulação era que se tratava da evolução de vírus similares que não eram tão mortíferos assim. Agora tudo fazia sentido, somente um poder sobrenatural ligado às pestes do mundo poderia ter desencadeado tal evolução.

Iúna: A última vez que esse cavaleiro foi desperto foi em outra grande pandemia, a da Gripe Espanhola. Mas como esse despertar foi contido por mim e por Aiyra, não foi preciso despertar os guardiães de outrora, como foi feito com vocês.

Os cinco estavam estupefatos. Tupã e os demais sabiam da origem do Inimigo, agora sabiam seu verdadeiro nome... Se tratava de uma batalha entre deuses do panteão brasileiro.

Enquanto isso, na ilha de Fernando de Noronha, Aiyra chegava aos dois irmãos... Era hora de convoca-los de uma vez por todas.

A ilha não era muito grande, por isso não foi difícil encontra-los. Ele estava ausente, mas a presença dela era um farol que ele estava ali em algum lugar, e ela, como sempre, em frente a um computador, utilizando internet sem fio, guiada via satélite.

Aiyra os observava havia muito tempo, chegou até a conversar com eles, mas a transformação deles deveria ser em hora apropriada, pois era quase como Ying e Yang.

Flutuando por cima das águas com um poder concedido por Yara, Aiyra chegou ao barco e sentou-se ao lado da menina.

Menina: Ora ora, você voltou... Mais uma visita cordial, suponho?

Aiyra: Não, Débora. Desta vez é pra valer. Vim convocar vocês. Onde está o Eduardo?

Débora: Lá em baixo. – Ela apontou para baixo do barco.

Aiyra: E como fazemos para chama-lo?

Débora: É simples. Eu tenho um rádio que vai a um comunicador que está ligado ao capacete do traje de mergulho dele, vamos lá.

As duas entraram na cabine do barco, e lá tinha todo tipo de material náutico sofisticado, e perto do timão havia um rádio prateado que Débora puxou.

Débora: Edu, na escuta?

Eduardo: Diga, mana. Quer outra estrela do mar? Não dá. Não vejo uma desde a semana passada, e você sabe disso.

Débora: Temos uma visita. Acho que você vai gostar de saber quem é. Você pode voltar à superfície um pouco para conversar com ela?

Eduardo: Você sabe que eu não subiria por ninguém menos que Aiyra, né? Me diz que é ela quem está aí contigo e que ela veio nos recrutar.

Aiyra: Você estava esperando tão ansioso por isso, Eduardo? Sentiu tanto assim a minha falta?

Eduardo não respondeu mais. Era possível ouvir no rádio a respiração ofegante dele, como se estivesse nadando em direção à superfície à toda velocidade.

Aiyra: Ele sentiu tanto assim a minha falta, Débora?

Débora: Você não faz ideia do quanto.

Aiyra: Acho que agora eu faço. Vamos conversar melhor.

12 Comentários

  1. Gostei desse capítulo.
    o ponto principal, para mim, foram as revelações sobre o grande vilão, adorei ler sobre lendas nacionais e sua ligação com a atual situação do mundo, com a pandemia em que estamos vivendo. Foi uma ótima sacada!
    E vão chegar mais dois membros! No aguardo ansioso!
    Meus parabéns por mais esse ótimo capítulo amigo!

    ResponderExcluir
  2. Grande George!!
    Mais um capítulo fera, mais uma vez utilizando com maestria as lendas da nossa rica cultura. Muito bem explanado as identidades, planos e objetivos dos vilões.
    Obrigado por nos presentear com essa obra, no aguardo do próximo episódio.
    Forte abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado por ter lido, Renato. Fico feliz que tenha gostado.

      Não perca o próximo capítulo.

      Excluir
  3. Muito bom episódio George, já te falei o quanto sou anti folclore brasileiro, porque o brasileiro geralmente só detona tudo com ideias e apontamentos sem qualquer sentido de elevação nas atitudes dos personagens do Folclore, mas tu e Norberto conseguiram usar isso de uma maneira que conseguiu me cativar mesmo com toda essa ressalva! Simplesmente muito bom aprender sobre as lendas do país de uma forma tão objetiva e clara e ver que nem tudo termina em festa entre os personagens de nosso país... De tudo o que mais que encantou foi a relação entre Ayra e os dois novos integrantes, Eduardo e Débora, a amizade que parece consumada entre eles evitará o famoso "porque isso, porque aquilo, porque nós", eles ao que parecem já sabem de boa parte e só esperavam o momento de se unir, o que deu um tom diferente pra origem dos novos personagens! Bom demais da conta ter Tupangers de volta, parabéns meu amigo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado, Lanthys. A ideia veio de Sailor Moon com a Sailor Vênus, que eu percebi que já era uma referência a Tokusatsu.

      Continua lendo!!

      Excluir
  4. Muito bom conhecer todos detalhes do vilão tirano e, assim como Norberto, adorei ler sobre as lendas nacionais. Estabelecer um link coerente com a pandemia foi algo fenomenal.

    A série ganha novos ares e perspectivas. Parabéns, mesmo!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado por acompanhar, Artur. Fico contente que tenha gostado.

      Excluir
  5. Oloko, mas já vai ter mais membros? Esses ao q tudo indicam são veteranos, "a carta na manga", já q pelo visto ja conheciam Aiyra e todo o resto, bem interessante. Mas oq é ainda mais interessante q isso, é o fato de vc novamente explorar um tema atual na sua historia e alguns outros temas reais justificando eles com alguma coisa da fic (Tipo a Gripe Espanhola e a guerra de Israel), pra mim isso foi muito genial, ent imagina oq n será associado aos outros cavaleiros, de vdd muito massa essa sacada, isso q eu chamo de pesquisa e aproveitamento. Inclsuvie, muito bacana a historia do Japeusá, explorar nossa cultura tbm é outro elemento q me cativa muito na sua historia, e depois dessa otima sequencia, estou bem cativado pro que virá, talvez ser mala tenha valido a pena :v kkkk. Brincadeiras a parte, depois de terminar de me atualizar nos capitulos postados, vou esperar ansioso pelos proximos, pode apostar nisso

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Com certeza eu pesquisei pra dar andamento. Quanto aos dois, eu me baseei na Sailor Venus, que foi a primeira a ser recrutada, mas no entanto é a última das cinco principais a aparecer, junto com o Arthemis, por isso eu também trouxe o Iúna, outra referência a Sailor Moon.

      Abraço e continua acompanhando, obrigado!

      Excluir
  6. Serei redundante nos comentários tão bem feitos por nossos colegas.

    Um capítulo repleto de revelações , onde a verdadeira cultura brasileira aflora de modo magnífico.


    Essa junção que você fez sobre os Cavaleiros do Apocalipse, com as deidades do nosso panteão, abrangendo ainda algumas filosofias orientais como o Yinh e Yang foi uma grande sacada , que nos mostra uma visão diferente sobre a espiritualidade.


    A relação com o Coronavírus, ateaves do Cavaleiro da Peste e a identificação de Japeusá,como o inimigo a ser combatido, deu novo rumo à trama .


    O Mal passou a ter nome. De algo genérico, passou a ser representado por uma divindade caída.


    Que venham os mais novos membros !


    Muito bom!

    Parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fico contente que tenha curtido. Eu tenho conseguido fazer alguns episódios chave, que farão com que você possa ter maior imersão na história.

      Excluir