E com vocês, o segundo capítulo de o Rei Vegeta. Segunda e última postagem minha aqui nessa semana.
Capítulo II - Queda na pobreza.
Os
tsufurianos são um povo de modo geral pacífico. Durante o século VI e mesmo
durante boa parte do século VII, estiveram indiferentes em relação à presença
do povo oriundo do planeta Sadala nas terras periféricas e inóspitas de Plant.
E quando os notavam, os olhavam com certa curiosidade, como se fossem uma
espécie de um retrato deles de muitos milênios antes, quando ainda eram um povo
primitivo que viviam em condições similares e levavam um estilo de vida
caçador-coletor. Em outras palavras, como se fossem um fóssil vivo deles
mesmos.
Mas
tal situação começou a mudar a partir do ano 630, quando em decorrência de uma
forte seca um bando saiyano atacou alguns povoados tsufurianos na região norte
do planeta Plant. Isso foi um claro sinal de alerta às autoridades de Plant de
que medidas deveriam ser tomadas em nome da segurança dos povoados
fronteiriços. “Ou nós tomamos uma atitude, ou nós estaremos em maus lençóis
cedo ou tarde”, disse na tribuna do Senado um tsufuriano chamado Taopur.
“Precisamos dar uma lição neles, do contrário eles vão ficar cada vez mais
ousados com o tempo. E antes que seja tarde demais para nós”, disse outro
senador tsufuriano, chamado Luobos.
A
partir de meados do século VII, os tsufurianos passaram a promover periódicos ataques
contra os acampamentos e povoados saiyanos, com o claro objetivo de
enfraquecê-los e expulsá-los das áreas dos povoados fronteiriços. O clã de
Vegeta foi alvo de uma dessas incursões antes dele nascer, o que lhe causou
significativas baixas. Também costumam construir muros e outras fortificações
de caráter defensivo nessas áreas limítrofes (para imaginá-las, pensem na
muralha de Adriano, construída pelo Império Romano na atual fronteira entre
Inglaterra e Escócia durante o reinado do imperador de mesmo nome, criada para
conter os ataques de povos como os pictos e os escotos, no limes também criado por Roma nas fronteiras dos rios Reno e Danúbio
para conter os ataques os ataques dos povos germânicos que viviam na fronteira
norte, ou mesmo a Grande Muralha da China, criada pelos imperadores chineses ao
longo de vários séculos e várias dinastias para conter os ataques de povos como
os hunos e os mongóis – só que com um visual mais hi-tech).
Dentro
do senado tsufuriano há alguns elementos belicosos que desejam o extermínio
total e completo dos saiyanos. Ante o crescimento não apenas da força, como
também da população de seus vizinhos bárbaros (preocupação essa que eles já
demonstram desde o final do século VII), eles temem que seja uma questão de
tempo surgir uma liderança extremamente forte, hábil e capacitada no seio dos
saiyanos, os junte sob um único estandarte e faça com que a correlação de
forças dentro do Planeta Plant um dia mude, assim virando o jogo em favor dos
oriundos do Planeta Sadala. Assim sendo, tais figuras acham que essas medidas
todas tomadas contra “certos bárbaros primitivos” não são o suficiente para
acabar com aquilo que eles olham como uma “ameaça existencial aos tsufurianos e
aos nobres valores de nossa raça”. “Se vocês continuarem assim, um dia eles
ainda vão virar a canoa e será tarde demais”, uma dessas figuras disse em uma
sessão na assembleia no Senado de Plant, chamada Trauber.
O
ataque saiyano começa. Depois de cruzarem o rio Aram, eles reduziram a ruínas
algumas cidades tsufurianas, dentre elas Musar, Fikura e Maluse. Entretanto, no
fim das contas, acabaram dando um passo maior que a perna: embalados pelos sucessos
iniciais, foram detidos e massacrados próximo às muralhas da cidade de Fragaris.
O exército tsufuriano, sabendo de antemão que Fragaria seria o próximo alvo do
inimigo, primeiro preparou as defesas da cidade, ante a aproximação inimiga
armou uma emboscada aos saiyanos e pouco a pouco foi aniquilando-os, além de
confiscar o butim de guerra de seus inimigos, conquistado nos enfrentamentos
anteriores.
Vegeta foi capturado e foi decapitado vivo na capital tsufuriana, Sitrusar. Ou seja, o pequeno Vegeta perdeu ainda pequeno seu pai, ainda aos 10 anos de idade. E o pior ainda estava por vir. Quatro anos mais tarde, ele viria a perder a mãe, vítima de cólera. Logo em seguida ele caiu na miséria, vagando sem rumo pelas florestas, pântanos, desertos e estepes do Planeta Plant. Para agravar ainda mais a situação, pelo fato de Vegeta ter cabelo marrom e, portanto ser diferente da maioria dos saiyanos, ele era muito discriminado por outros saiyanos. Não raro estes o insultavam e o violentavam. Em uma ocasião ele estava perto de morrer, mas milagrosamente sobreviveu. No entanto, Vegeta nesse tempo todo aprendeu a ser forte, orgulhoso de si mesmo e independente. Foi assim durante três longos e duros anos. Até que encontrou abrigo na tribo Ook.
6 Comentários
Cara ! Que história contundente e dramática!
ResponderExcluirA rivalidade entre tsufurianos e sayanos ocasionou uma perda imensurável para o pequeno Vegeta.
Certamente, o combustível para que ele se molde na dor, tornando-se um guerreiro poderoso.
Muito bom !.
Tiro o chapéu
Muito ingteressante o modo como a história é narrada, parece saída direto de um livro de história, contando sem diálogos uma narrativa, apontando os anos em que ocoerreram alguns eventos importantes.
ResponderExcluirE muitas coisas tem paralelos na história de nossa realidade, como a mãe dele morrer de cólera, essa me deixou surpreso, no tanto que vi de DB não lembro deles citando doenças e tals, principalmente os Sayajins.
Em putz ele tbm foi violentado? Dá prá entender o motivo de crescer e ser um cara tao severo.
A história segue interessante.
Bom, como desconhecedor da saga Dragonball, eu gostaria de comentar e perguntar coisas, então vou primeiro ao comentário - Achei muito legal como narraste tudo e algumas partes realmente me deixaram bastante surpresos até, mas com certeza é interessante a forma como apresenta o teu texto e isso cativa! Por isso, parabéns pelo teu trabalho! Agora vem as dúvidas, eu assisti muito pouco de Dragonball, justamente por não curtir a trama, mas eu tinha uma ideia e não sei se alguém me contou ou vi em algo, que o Vegeta viu o Freeza matar o pai dele, mas na tua saga tu menciona o pai dele morrendo decapitado na cidade dos Tsufurianos... A tua é um universo paralelo ou eu que tenho a história de Vegeta errada? Quanto ao caso do "não raro eles o insultavam e o violentavam" é no sentido de estupravam ou é outro sentido que tu quis colocar? Mais uma vez parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirPrimeiro que essa história é sobre o Rei Vegeta, o pai do Vegeta que nós conhecemos. Portanto, o chefe saiyano que é morto nesse capítulo é o avô paterno do Vegeta que nós conhecemos, não o pai. E segundo mais no sentido de dar porrada e outros golpes do tipo.
ExcluirInteressante. É bastante intensa a visão geral da batalha entre os Tsufurujins e os Saiyajins (ou Tsurufurianos e Saiyanos como você diz), algumas informações destoam do cânone principal, mas nada que atrapalhe a história, eu diria que é até um charme.
ResponderExcluirTô curioso pra ler mais das suas histórias!!
Abraço.
Excelente episódio. Muito interessante a forma da história e a dor e perda de Vegeta.
ResponderExcluirVocê merece todos os aplausos.