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Rise to the Skies - Página 11



Bom dia, boa tarde e boa noite, Leitores.

Desculpem a demora. Estou passando por um momento turbulento na minha vida, e somente agora eu consegui finalizar o capítulo 11. Mas retomando muita coisa na minha vida, eu vou retomar também tudo o que eu ando escrevendo. E em breve trago novidades.

Mas fiquem com o capítulo.

Espero que gostem.

11. A primeira impressão é a que fica

Muitos quiseram cumprimentar Arisa depois da ovação. Para impedir que tudo aquilo virasse baderna, Keisuke primeiramente levou a menina até seu escritório.

- Arisa, você quer mesmo falar com todos eles? São muitas centenas de técnicos que você ajudou a salvar... E cada um deles quer falar contigo. Para falar apropriadamente, levaria mais de um ano inteiro. E, nem você, nem nós, faríamos outra coisa.

- Fica complicado mesmo, Keisuke-san. Tem alguma sugestão?

- A minha sugestão é você continuar a sua viagem. Não quer encontrar a Dra. Orinori?

- Sim... Quero ver se e possível eu voltar para casa. Mas sei que ainda me falta, e muito. Porém... Eu queria deixar alguma coisa para que eles pudessem se lembrar de mim... Algumas palavras.

- Pode deixar. Escreva alguma coisa e eu transmitirei a todos.

Arisa deixou-se ficar no quarto de hóspedes que Keisuke havia arrumado para ela, e ela levou algum tempo para escrever uma mensagem que a deixasse satisfeita com o que poderia ser dito. Quando ficou satisfeita, isso depois de algumas horas a parte, ela foi falar com o líder de Crecentia novamente.

- É uma boa mensagem – Disse ele em resposta – Pode deixar que deixarei todos os técnicos cientes dos seus sentimentos. Agora eu sugiro que vá, antes que fique presa a eles aqui.

E Arisa pegou o caminho de saída de Crecentia. Primeiro voltaria para Aerial, para falar com Yuyu, e contar o que havia acontecido no evento. Pegou sua nave e partiu em voo para lá, e não encontrou muita oposição, afinal de contas, havia muita gente que queria sair dali rapidamente, para esquecer de todo o sofrimento que havia passado no cativeiro, e ninguém a havia reconhecido - ainda.

Devido às boas correntes de vento, Arisa chegou rapidamente a Aerial, e logo se dirigiu ao escritório de Yuyu, para contar-lhe as novidades.

- Poxa, que aventura você teve, hein, Arisa? E ainda conheceu o Keisuke... Já te contei que trabalhei com ele?

O jeito com que Yuyu falava de Keisuke entregava um sentimento reprimido, mas Arisa não se meteria no relacionamento dos dois.

No fim, veio a pergunta cabal...

- Yuyu, qual é a próxima cidade que eu posso seguir para poder ir em sentido a Shining Future?

- Deixa eu ver aqui... Faz tempo que eu não vejo a professora.

Arisa levantou uma sobrancelha...

- Professora?

- Sim, todo mundo que trabalha com tecnologia um dia já teve aula com ela, sendo técnico ou não. Os técnicos falam mais com ela, claro, mas todos que têm cargos relevantes em Nova Star já conversaram com ela e tiveram aulas com ela. Keisuke já falou com ela, minha irmã também... Enfim, todo mundo que você conhecer que teve alguma relevância na cidade onde mora, pode ter certeza de que já falou com ela.

Arisa não sabia disso, e essa informação era muito importante. Qualquer um que fosse relevante em uma das cidades de Nova Star já tinha falado com a doutora Orinori. Tratou de gravar isso em mente.

No momento seguinte, Yuyu abriu um emissor holográfico e nele havia um mapa completo de Nova Star. Crecentia não era muito longe de Aerial, mas era de difícil acesso, por isso, para chegar lá, era preciso chegar pelo ar.

Do mesmo jeito que a próxima cidade que ela iria.

Torphal.

Disse também que a maneira mais fácil de chegar lá, sem problemas, era voando. Não explicou mais do que isso, o que deixou Arisa com mais perguntas do que quando chegou, mas Yuyu não quis explicar à menina o porquê daquilo. Ela descobriria facilmente.

Depois de algumas conversas amenas para discutir algumas frivolidades, afinal de contas estamos falando de duas garotas, uma delas ainda na flor da idade – e Nanako realizou uma chamada de vídeo com a irmã e conversou também com Arisa. Momentos amenos assim são raros em uma vida comum.

Descansando mais uma noite em Aerial, Arisa pegou sua nave e partiu sentido à nova cidade, Torphal. Quanto mais a pequena se afastava da cidade conhecida, mais o tempo ia piorando. Saindo de um dia ensolarado e sem nuvens para uma quase completa tempestade.

Sem contar que a distância era bem maior do que a compreendida entre Aerial e Crecentia, mesmo indo pelo ar. Arisa, em determinado momento da viagem, ficou impaciente, achando que não veria mais nada interessante pelo meio do caminho, pois o tempo fechava mais e mais, e não dava para ver mais nada de cima.

Depois de três dias de viagem – e dois dias em que Arisa dormiu na própria nave, encolhida por causa da falta de espaço, finalmente ela começou a vislumbrar as sombras das torres em meio a todas aquelas nuvens.

E a aparência não era das melhores.

Comparada às construções limpas de Aerial, às festivas de Crecentia, às litorâneas de New Pier ou mesmo às desgastadas de Old Complex, Torphal era sombria, dava calafrios... O termo veio à mente de Arisa quase instantaneamente quando ela pensou em algo que ela poderia comparar...

Uma enorme e malfadada masmorra de torres.

Ao passo em que Arisa foi se aproximando com sua aeronave, os sinais luminosos a levavam para a torre mais a leste. Ela também recebeu uma comunicação via rádio, pedindo que ela pousasse em uma determinada torre para passar pela inspeção, a fim de que não houvesse nada de errado enquanto ela ficasse na cidade.

Arisa acatou o pedido para o local de pouso, e tão logo foi se aproximando, guardas locais foram acenando para que ela os seguisse, a fim de passar pela tão falada inspeção.

O pouso foi tranquilo. A inspeção foi para verificar se havia armas na aeronave de Arisa, característica essa que nem sequer passou pela mente da jovem garota quando construiu a aeronave que pilotava. Houve uma revista, tanto na aeronave quanto na própria Arisa (que realmente não gostou nem um pouco disso), e depois de alguns minutos tensos aguardando o resultado da inspeção, ela havia sido aprovada.

Também ela deu graças às entidades que poderiam ser chamadas de deuses naquele mundo... Mais um pouco sua aeronave havia caído... Aquela viagem havia sido todo o teste que faltava para a construção de Arisa – a autonomia de combustível. Antes que fosse levada para conversar a pedido dos inspetores, ela havia pedido a eles que abastecessem sua aeronave e depois informar qual seria o custo.

Ao chegar à sala em que os inspetores a levaram, ela encontrou um homem. Ele tinha a aparência mista de um samurai dos períodos mais antigos com um ciborgue, e este tentou sorrir quando Arisa adentrou a sala onde ele estava, falhando miseravelmente na primeira impressão. A culpa não era dele, apenas que o lugar já tinha prestado seu serviço como amedrontador ou medonho.

- Desculpe pela primeira impressão, nossa cidade passou por maus bocados ao longo de sua história. Meu nome é Kenta Yamashina, e é um prazer conhecer alguém que ajudou tanto meu senpai..

Pela primeira vez desde que chegou a Torphal, Arisa conseguiu sorrir. Era claro que ele falava de Keisuke, e o jeito com que Kenta falava dele era de alguém que nutria muito respeito pela pessoa citada. Era claro que o líder daquela cidade havia recebido um relatório sobre o que acontecera em Crecentia, e já sabia como lidar com a menina, o que facilitava a situação para ele, embora não para ela.

Ao menos ela já sabia que aquele Kenta já conhecia a doutora Orinori, seria mais fácil obter informações assim que terminasse o reabastecimento de sua aeronave.

A partir daquela apresentação, Kenta começou a contar um pouco da história de Torphal. A cidade não tinha aquela aparência por acaso, ela havia sido mesmo uma prisão no passado, a serviço da capital de Nova Star, Ascendance, e que muitos criminosos haviam passado por aquelas torres.

Era claro que aquela cidade recebeu um banho de sangue ao longo dos séculos, mas não precisava ter aquela aparência. Pouco havia sido feito para melhorá-la. Ignorando aqueles pensamentos, quanto mais Arisa ouvia sobre a história de Torphal, mais ela entendia o porquê de ela chegar em voo naquela cidade de torres... As partes mais baixas deveriam ser as antigas prisões.

“Será que as pessoas da parte de baixo são malvistas aqui em cima? Será por isso que eu não vejo ninguém malvestido? Será essa a parte de uma discriminação não reprimida aqui?” – Várias perguntas pipocavam na mente da jovem Hisami, e muitas delas, sem dúvida, ela sabia que não veria resposta a respeito.

E que sequer faria perguntas a Kenta, pois tinha certeza de que era um tópico sensível.

Ao invés de tentar pensar no que perguntar, Arisa resolveu tentar, em um segundo momento, esquecer as dúvidas. Não achou que qualquer informação vinda de Torphal fosse útil naquele momento. Apenas seria necessária a permanência para reabastecimento e informação para chegar na próxima cidade.

E então, depois que terminou de ouvir a história de Torphal, Arisa observou um pouco Kenta, ele não parecia gostar de contar a história da cidade que administrava, parecia que estava ali forçado e que administrava somente porque alguém havia mandado, provavelmente Keisuke. Mas ela resolveu partir adiante, pedindo informações mais acertadas sobre a dra. Orinori.

- Então, senhor Kenta, o que o senhor pode me contar a respeito da senhora Orinori?

Kenta observou bem a garota e depois desviou o olhar para uma parte qualquer da parede enegrecida de seu escritório. “O que eu posso falar da professora Orinori”, se perguntou. Este raciocínio durou por alguns minutos, mas depois, ele continuou.

- Infelizmente não me vem à mente algo que eu possa compartilhar contigo a respeito da professora Orinori, algo que a distinguiria dos demais. No meu ponto de vista, ela é imensamente inteligente, cuida bem de seus alunos, conversa bem com as pessoas... Mas fora isso, ela é uma pessoa normal, claro, tirando o fato de ela ser uma elfa. Para poder te passar alguma coisa a mais, vou precisar pensar com mais cuidado para poder te passar o que sei sobre ela. Afinal de contas, ela não a conhece e você está indo atrás dela por causa de algo que aconteceu contigo.

Arisa não gostou muito da resposta recebida de Kenta. Por mais que ela tivesse ficado contente com o fato de que ele era relacionado a Keisuke, mas parava por ali. Ele não parecia estar ali por ter sido boa pessoa, parecia estar cumprindo uma pena. Então, ela resolveu aguardar o término do reabastecimento para poder sair da cidade o quanto antes... Então resolveu deixar Kenta com seus pensamentos e ir ver como estava o reabastecimento de sua aeronave.

Ao chegar no local, ela percebeu que havia alguém mexendo nela ao invés de reabastecer.

- Perdão, houve algum problema com a minha aeronave?

O mecânico ficou branco quando viu Arisa atrás de si, perguntando por algo que havia sido instruído a fazer. Ele, ao invés de explicar o que estava acontecendo, largou tudo o que estava fazendo e saiu correndo.

Arisa resolveu verificar sua aeronave, e um dos giroscópios, que mantinha a estabilidade dela, havia sido danificado... E logo um raciocínio se fez presente na mente da jovem técnica: A falta de resposta de Kenta e esta danificação deliberada da nave fez entender que tinha alguém, provavelmente o próprio Kenta, não queria que ela saísse do local.

“Será que eles têm técnicos”, se perguntou a jovem Hisami. “E isso não é maneira de pedir para alguém que fique...”

Foi quando Arisa resolveu passar um pente fino na aeronave. Não era só o giroscópio que havia sido danificado, várias outras peças também haviam sido danificadas ou até mesmo removidas. Elas estavam espalhadas por toda a oficina, embora um galão de combustível havia sido deixado em um canto só para fazer as aparências.

A menina consertou as peças danificadas e recolocou as peças removidas, instalando um sistema de segurança na sequência, para que evitasse a remoção de outras peças em um momento em que ela não tivesse material para repará-las. Avaliou o conteúdo do galão e era realmente combustível, mas de baixa octanagem, que até mesmo danificaria o motor da aeronave.

Tudo era realmente um complô.

Mas Arisa pegou aquele combustível e trabalhou nele, para fazer alguma coisa decente antes que trancasse seu minilaboratório depois de muitas horas trabalhando em tudo.

Assim que terminou, no final da tarde, perto do início da noite, com a aeronave reparada e reabastecida, a trancou e foi falar com Kenta, claro. Ela havia se preparado para caso qualquer coisa. A experiência que ela ganhou em Crecentia mostraria que ela já não era mais uma inexperiente em combate.

Era hora de entender o que estava acontecendo.

2 Comentários

  1. Grande George!

    Rise to the Skies está entrando naquela fase que chamamos de momentos de tensão.

    Ao pousar na sombria Torphal, Arisa se dá conta que sua aventura será mais difícil que imaginava.

    Sabotada por Kenta, o guardião desse local tenebroso, Arisa terá que mostrar que é muito inteligente e esperta e não cair nas lábias de Kenta.

    Excelente capitulo!

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    1. Cara, obrigado por ler. De verdade. Espero corresponder ao que você espera da história.

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