Os Batarangers que ficaram no continente enfrentam uma invasão de homens-cupins.
Capítulo #14 – A Teia
Ilha das Rosas – Complexo de Araki
O grupo foi seguindo o Capitão Torelli até o saguão e ele parou. Estranhando o porquê do capitão parar, Angélica perguntou:
“Por que paramos, capitão? O que houve?”
O capitão respondeu:
“Porque o caminho para a Teia é por aqui.”
Angélica: “Onde? Aqui só há dois corredores e a estação dos vagonetes.”
Capitão Torelli: “Acalme-se, doutora. O caminho é por uma passagem secreta.”
Então, ele pôs a mão na parede entre os corredores e abriu-se uma passagem com mais um corredor. Os outros ficaram admirados, inclusive Zaira.
Zaira: “Incrível! Eu nunca imaginei que o caminho para a Teia estava no saguão!”
Capitão Torelli: “Pois é, além da Dra. Araki, só eu sabia desta passagem.”
Angélica: “Então, vamos para a Teia.”
Então, o grupo foi seguindo pelo corredor, que era extenso. Ao fim do corredor, havia um portão de aço lacrado com uma fechadura eletrônica digital com um teclado de números.
Angélica: “Hum, é a única porta do complexo que não tem leitor de mão, justamente a porta do laboratório de Araki. Ela ainda tem um apego ao passado...”
Tarso: “E agora, doutora? Como vamos descobrir a senha?”
Roberta: “Bem, nos filmes de espionagem, toda equipe tinha um hacker, mas aqui é vida real.”
Tarso: “E outra, são milhares de possibilidades de senhas. Não temos tempo a perder.”
Angélica: “Calma, gente, deixe-me pensar. Como a gente não temos o hacker da Roberta, a única chance seria ver pelas impressões digitais.”
Capitão Torelli: “E como daria para ver, doutora? Não entendo nada sobre Ciência Forense.”
Angélica: “Bem, capitão, pelo pouco que entendo de Ciência Forense, sei de três formas para detectar impressões digitais: por aquele pó branco, por papel celofane ou por luz negra.”
Felícia: “Luz negra? Isso é algo do mal?”
Angélica: “Hehehe, não, Felícia, é um tipo de luz que dá para ver algo no escuro.”
Felícia: “Ah, sim. Ainda bem.”
Tarso: “Pois é, mas não temos nada disso no momento.”
De repente, Zaira disse:
“Pois eu tenho a luz negra.”
Os outros voltaram-se para ela, com semblante de dúvida.
Capitão Torelli: “Você tem, Zaira? Como?”
Zaira: “Na minha pulseira, instrutor. Nela, eu tenho a lanterna comum e a lanterna com luz negra.”
Então, ela apertou um botão de sua pulseira multifuncional e revelou-se uma lanterna de onde saía uma luz arroxeada.
Roberta: “Caramba! Eu só vi isso em filmes.”
Tarso: “Eu também.”
Angélica: “Beleza, Zaira. Direcione a lanterna para o teclado, para ver se as impressões digitais de Araki estão nele.”
Zaira: “Sim, doutora.”
Ela direcionou a luz negra para o teclado e revelou-se as impressões digitais em quatro teclas.
Angélica: “Ótimo! Descobrimos os números que Araki digita! Agora, só falta encontrar a ordem dos números para acertarmos a senha.”
Tarso: “As possibilidades de senhas diminuíram, pelo menos.”
Angélica: “É verdade. Vamos tentar. Vou cobrir minha mão com o lenço para não deixar as minhas impressões digitais.”
Os outros assentiram e Angélica envolveu sua mão direita com um lenço e começou a digitar por onde estava as impressões digitais de Araki. Na primeira tentativa, o visor dizia “Acesso Negado”. Ela tentou por mais três vezes, até finalmente o portão se abriu.
Angélica: “Abra-te, Sésamo!”
Então, eles passaram pelo portão e entraram na Teia e viram que o local era de forma octogonal, com duas pontes se interligando em uma plataforma também octogonal ao centro, dividindo as pontes em quatro caminhos.
Felícia apontou para o alto e perguntou:
“O que é aquilo?”
Os outros olharam para cima e viram que, no teto, acima da plataforma central, havia algo realmente estranho... Uma espécie de ovo ou casulo gigante.
Tarso: “O que... o que será que tem dentro dessa coisa?”
Capitão Torelli: “Não sei, Monteiro, mas eu tenho um mal pressentimento sobre isso...”
Roberta os interrompeu, perguntando:
“Gente, e agora? Por qual caminho a gente vai seguir?”
Capitão Torelli: “Vamos para o caminho ao norte, depois a gente explora os outros.”
Os outros assentiram e seguiram pelo caminho à frente deles, mas olhando com receio para a coisa estranha no teto e também com receio de cair no abismo abaixo da ponte. No fim da ponte, havia uma porta, mas ela era automática. Portanto, eles não tiveram dificuldade em passar pela porta.
Então, eles chegaram a uma sala onde havia um telão com o mapa da cidade do Rio de Janeiro e no centro, havia uma bancada com cinco cupinzeiros dentro de uma caixa de vidro.
Angélica: “O que significa tudo isso?”
De repente, Tarso exclamou:
“Pessoal, olhem aqui!”
Ele estava apontando para o mapa do Rio de Janeiro no telão e os outros voltaram-se para ele. Angélica perguntou:
“O que foi, Tarso? O que encontrou?”
Ele respondeu, ainda apontando para o mapa:
“Não percebem, doutora e pessoal, que existem marcadores no mapa? E eu vi cinco marcações, em cinco pontos da cidade.”
De fato, haviam marcadores triangulares de cor laranja em cinco pontos diferentes da cidade.
Capitão Torelli: “Hum, dois marcadores na Zona Oeste, um na Norte, outro na Sul e mais um no Centro. Só não consigo entender o significado disso.”
Os outros: “Nem nós.”
Tarso deu mais uma olhada no mapa e viu que o marcador triangular da Zona Sul estava em...Copacabana! Por intuição, ele tocou no marcador e de repente, apareceu uma pequena tela de vídeo, onde estavam dois velhos conhecidos...
Tarso: “Turana e Hércules! Eles estavam na Praia de Copacabana na noite de Ano-Novo e disseram que estava a serviço (*). Talvez este vídeo explique que serviço foi esse.”
Roberta: “Dê o play no vídeo, Tarso.”
Tarso: “Certo.”
Então, ele tocou no vídeo e a voz de Turana irrompeu a sala:
“Mestra, conseguimos implantar o cupinzeiro com os embriões na areia da praia, do jeito que a senhora mandou”.
Alguém, que deveria ser Araki, disse:
“Excelente, minha cara! Esse foi o primeiro. No decorrer dos dias, mandarei mais alguém implantar os outros cupinzeiros e daqui onde estou, vou fazê-los se desenvolverem.”
Turana: “Hã, Mestra... A senhora não vai acreditar! Haviam três Batarangers por aqui. Hércules deu conta do vermelho e do prateado, enquanto eu inoculei meu veneno na rosa e ela vai morrer em breve, hahaha!”
Araki: “Bem, melhor, impossível. Isso já facilita meu trabalho. Estão dispensados.”
Turana: “Sim, senhora. Câmbio, desligo.”
E a telinha de vídeo saiu do telão.
O grupo via e ouvia com incredulidade a conversa de Araki com seus subordinados. Tarso foi o primeiro a comentar:
“Então, eles estavam no Réveillon de Copacabana só para colocar esses cupinzeiros com embriões na praia [Ele apontou para os cupinzeiros na bancada]. Mas embriões de quê?”
Angélica: “Provavelmente híbridos de humanos com cupins. Só pode ser, porque os novos HMs de Araki são baseados em insetos. É só um palpite...”
Capitão Torelli: “Esta é mais uma prova de que eu cometi o maior erro da minha vida em confiar na Dra. Araki. Ela e seus HMs subordinados falam em matar como se fossem passear no parque.”
Angélica: “Todos nós fomos enganados por ela, capitão. Contudo, ela vai ter o que merece!”
Capitão Torelli: “Isso mesmo, doutora. Espero que ela esteja por aqui na Teia.”
Angélica: “Nós também.”
Enquanto Angélica e o capitão estavam conversando, Zaira tocou em outro marcador, o do Centro. Assim como no marcador da Zona Sul, apareceu uma telinha de vídeo e quem falava com Araki era outro velho conhecido...
Roberta: “O Salteador (**)! Então, ele estava implantando um cupinzeiro lá no Centro.”
Tarso: “E nas outras zonas também. Como ele é capaz de saltar, não foi difícil para ele ir de um ponto a outro da cidade.”
Angélica: “Não consigo entender essa questão dos cupinzeiros, mas é melhor escanear o local para fazer a reprodução lá no SimuDeck.”
Então, ela pegou seu scanner de reprodução do local, que tinha uma forma de caneta, de onde saiu um raio laser na ponta.
Zaira: “Nossa, doutora! Não sabia que a senhora também tinha apetrechos.”
Angélica: “Pois é, eu usei isto na cena do crime do assassinato de Pedro Lahm, quando estive lá com o Inspetor Meirelles (***). Isto nos ajudou a descobrir que Lahm não se suicidou. Coincidentemente, foi justamente um pouco antes daquela nossa conversa no Mirante do Leblon (****).”
Zaira: “Ah, sim. Impressionante como nada é por acaso...”
Capitão Torelli interrompeu a conversa delas, dizendo:
“Vamos sair daqui e continuar a explorar a Teia.”
Os outros assentiram e deixaram a sala dos cupinzeiros e do telão. Logo que passaram pela porta automática, eles ouviram pelo alto-falante do complexo uma voz feminina que eles conheciam muito bem...
“Então, as moscas entraram em minha sala... Sejam todos bem-vindos à minha Teia!”
CONTINUA...
(*) Ler Força Especial Bataranger 3, capítulo 1 (“Queima de fogos”)
(**) Ler Força Especial Bataranger 3, capítulo 5 (“O Salteador”)
(***) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 23 (“Visões de um crime”)
(****) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 24 (“Surpresa em alto-mar”)
No próximo capítulo:
O grupo da Ilha das Rosas precisa escapar do complexo o quanto antes.
2 Comentários
Finalmente, a vilã aracnidea, no final, mostra que estava atenta a movimentação do grupo de Angélica e Tarso.
ResponderExcluirChegou o momento da "onça beber água".
Vem chumbo grosso, por aí!
Parabéns por mais esse capítulo!
Obrigado pelo feedback de sempre.
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