SPECTRUM-EX – HALO 11 – VILA DA MORTE 1
Olá, meus amigos!
Que tipo de atrocidades podem ocorrer
nos lugares onde os olhos da sociedade se recusam a enxergar? Que tipo de
pessoas esse lugar seria capaz de criar? Essas questões levam as terríveis
linhas da história “Vila da Morte”, um tipo de sociedade alternativa nascida em
meio ao descaso, com valores morais próprios.
Trago a vocês um pedaço da história
“Vila da Morte”, que faz parte do universo do Spectrum, sendo um tipo de
história de origem de um grupo de vilões, repleta de horror gore...
Como a história está se estendendo
demais vou lançar em pequenos pedaços. Espero que eles façam sentido, pois
estou deixando a imaginação trabalhar livre, sem amarras, sem seguir regras,
sem julgamentos...
O Autor: Jeremias Alves Pires
Sinopse:
Vítima da ironia do destino, Ângela
encontra seu fim pelas mãos daqueles que mais do que servos, eram seus
amigos...
AVISO: ESSA HISTÓRIA NÃO É RECOMENDADA PARA PESSOAS SENSÍVEIS OU MENORES
DE IDADE.
Spectrum-EX Especial
VILA DA MORTE
I - Rainha Deposta
Ângela estava indo de encontro à
própria morte, conduzida por dois rapazes que já foram seus amigos de infância.
— Anda logo, magrela… - Um de seus
algozes a empurrou, chamando-a pelo apelido que usava quando corriam pelos
becos da “Vilinha”, a comunidade onde todos nasceram.
— Ângela… Meu nome é Ângela…
A garota de vinte e poucos anos fez os
dois homenzarrões tremerem, tamanho o ódio que carregava no olhar do rosto
destruído pelo festival de murros que havia recebido de seus carrascos, que em
nenhum momento demonstraram piedade ou consideração, mesmo Ângela já tendo sido
companheira de todos eles, líder, amiga, amante…
— Nós só queremos acabar com isso
rápido…
— Só estamos fazendo nosso trabalho,
como você já fez um dia…
Os dois capangas tentavam se
justificar, mais do que para ela, para eles mesmos. Não costumavam ter
problemas de consciência pelas atrocidades que cometiam, afinal de contas nunca
era pessoal, apenas cumpriam ordens. A própria Ângela muitas vezes lhes disse
isso, sem saber que ela um dia seria o trabalho.
A ironia da situação lhes fez ter um
breve momento de reflexão. Suas mentes voltaram no tempo, viram a garota toda
arrebentada por eles mesmos, tornar-se novamente a menina mais bonita da vila
que sempre estava grudada com o homem mais forte e temido, sendo os dois então
a beleza profunda e a abominação caminhando lado a lado, regendo a vida dos que
estavam em volta. Um batia, o outro consolava. Ângela e Reinaldo, Rainha e Rei
da Vila, heróis para uns, vilões para outros.
Tudo que o casal fazia, diziam
que era para o bem da vila. Ninguém jamais questionou de onde vinha o dinheiro
com o qual os dois resolviam os muitos problemas sociais daquele lugar
esquecido e até repudiado pelo resto do mundo. Mas em algum ponto algo se
distorceu.
Reinaldo, passou do rapaz obeso,
volumoso, que apesar da cara sempre fechada, cuidava de todo mundo, para um amontoado
de músculos e tatuagens de caveira, que ligava somente para o poder que
adquiria dia a dia, com extrema crueldade. Reinaldo tornou-se o “Rei”, que era
como todos deviam chamá-lo, ao custo de perder os dentes com um único tapa. Sua
doçura era somente para Ângela, que era amada por todos na mesma proporção em
que ele era temido.
Ângela também mudou com o tempo.
Tornou-se mimada, fútil e devassa. Rei fazia de conta que não sabia das
traições, não se sabe se por amor, ou vergonha. Ângela tornou-se obcecada em
satisfazer seus desejos, que foram passando a ser cada vez mais pervertidos,
mais bizarros…
Certa vez, durante o julgamento de um
pobre diabo que ousou questionar o Rei, Ângela mostrou uma face até então
desconhecida por todos.
— Meninos, o que vocês estão fazendo?
Não estão vendo que o problema desse coitado é que ele está muito "cheio
de si"... hahahaha.
Ângela rasgou a camiseta do jovem
obeso, que já havia passado por um terrível espancamento, que não se comparava
com o que estava por vir. Ângela cravou um canivete na barriga do infeliz, fez
um corte horizontal, abriu e começou a puxar pra fora tudo que sua mão era
capaz de alcançar.
— Eu vou te esvaziar todinho….
Hahahaha.
As gargalhadas de Ângela rivalizam com
os gritos de sua vítima, que não durou muito.
— Viram… Viram… Agora ele está bem mais
calmo… Hahahaha.
Ângela riu tanto que caiu sobre o
sangue e entranhas que estavam no chão. Rolou na sujeira como se fosse uma
criança brincando na neve.
— Olha amor, fiz um anjo pra você …
Rei não disse nada, não era capaz
sequer de se mover. Era ele quem costumava levar terror ao coração das pessoas,
mas a partir daquela noite as coisas iriam mudar…
Continua...
Jeremias Alves
Pires
4 Comentários
Uau!
ResponderExcluirPoucas palavras ! Muitos significados!
Uma crítica contundente à soberba de quem julga ser algo,quando na verdade ,é apenas um infeliz e iludido ser.
Pessoas arrogantes são assim. Não de dão conta que o tempo passar que a colheita de seus atos, pode tardar,as nunca falha.
Maravilhosa, meu amigo!
Mandou muito bem!
Muito obrigado. Gosto muito de tratar esse tipo de questão, mesmo em um texto de horror. Logo mando as outras partes do texto, acho que tenho mais 4 partes para lançar.
ResponderExcluirO trecho ficou muito bom, mas meio curto demais e, quando parecia que idolatrar a que veio, acabou.
ResponderExcluirMas foi um bom começo de construção de uma vilã que promete... aguardemos os demais capítulos
Opa. Valeu, reconheço que ficou curto.... rs. Os outros vão estar na mesma linha. A ideia é não ficar muito tempo sem postar. Eu mesmo me surpreendi com a Ângela.
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