Loading....

Jiraiya VS Garo #4 Queda.


Olá Tokuleitores!
E vamos lá para o capítulo da semana!
Espero que a mistura Jiraiya e Garo esteja agradando.
Portanto, sem mais delongas, segue mais um capítulo!


Jiraiya VS Garo #4
Queda.




O passado mais distante.

Tudo era escuridão.

Escuridão e solidão.

Às vezes um brilho avermelhado. Seguido de dor.

Muita dor.

Era o castigo da não existência a que ele era submetido. Fora enviado ao Makai por toda a dor que havia espalhado enquanto vivo, por todas as mortes, por todo o sangue derramado por suas mãos e, assim, tal sofrimento que parecia eterno, a noção de passagem de tempo já não existia.

Apenas a dor.

Claro que tamanho sofrimento tinha um objetivo, não era apenas sadismo, era algo mais.

Uma preparação para o que estava por vir.

Certa vez, dias, anos ou mesmo séculos após seu encarceramento, a luz da agonia se acendeu e com ela a dor, como sempre cada vez maior, planejada desse jeito para que ele não conseguisse se acostumar.

Mas algo finalmente havia mudado.

A escuridão não retornara.

Ele teve então consciência de seu novo corpo e de tudo ao seu redor, uma enxurrada de sensações, algo que o fez sentir saudades da escuridão, em agonia crescente usou garras negras, que haviam tomado o lugar de seus dedos, para cortar a carne escurecida e fétida de seu peito, um ato desesperado para encerrar a dor que acompanhava seu renascimento.

Sua mente era inundada com um nome: Kira.

Algo interrompeu sua auto flagelação, uma alma negra, ainda mais perversa do que ele era quando havia caído no Makai, se contorcia ali perto, despertando uma inexplicável compulsão, que praticamente atraía suas mãos, ou melhor, suas garras, na direção do recém chegado.

Era função daquele Horror, que acabara de renascer, usar de todos os meios para a tortura daqueles que haviam sido malignos o suficiente para merecer o sofrimento imposto no Makai.

Assim ele conhecera Dokussai.

Foi toda uma eternidade de dor infligida a seu hóspede, que Kira descobriu ser uma válvula de escape para a própria dor. Enquanto ele fazia outros sofrerem, conseguia a paz e calmaria que lhe eram negados.

Certa vez, entre uma tortura e outra Dokussai finalmente conseguira articular palavras, fazendo uma proposta, uma proposta desesperada para tentar fugir daquela situação.

Ele queria voltar à terra e permitir que seu torturador conseguisse fugir do Makai, levando suas garras sedentas por dor até o mundo dos homens, conseguindo, no processo, se vingar do homem que o enviara para aquele inferno.

O pacto foi selado, mas os resultados deixaram a desejar e logo um derrotado Dokussai retornou ao Makai, tendo sua tortura, mesmo parecendo impossível, redobrada.

O contato diário com o espírito do antigo líder da família de feiticeiros, além das almas de sua filha, de seu principal agente, Retsuga, além de outros aliados que morreram por causa de sua tentativa inútil de vingança, deixou a alma do torturador mais sensível ao que acontecia na terra.

Foi quando ele a conheceu.

Kei Yamashi.

Ajoelhada na terra molhada pela chuva torrencial que caía, diante do túmulo de seu irmão, a bela kunoichi se entregava ao ódio que sentia pelo assassino, que havia levado para sempre seu último parente de sangue, sem que ela tivesse tido a mínima chance de ajudar Manabu.

Um ódio que não encontrava válvula de escape, uma vez que o maldito Dokussai já havia sido morto por Jiraiya.

Ela não havia voltado a falar com Toha, seu irmão adotivo, desde o enterro do caçula dos Yamashi, afundando numa espiral de dor e desespero.

Um alvo fácil para um horror que fosse bem convincente.

E Kira era.

XXX

O passado mais recente.

O som de uma parede sendo destroçada tomou conta do ambiente, mas era algo que Toha não conseguia registrar, pois ele ainda estava perdido no olhar de ódio que o encarava.

A dor de ver o rosto que se escondia atrás da máscara de Satã Ashura desviou sua atenção até mesmo da lâmina negra que entrava pelo seu estômago, cuja ponta emergia, encharcada de sangue, pelas costas no ninja.

Só despertou quando reconheceu o grito dado por sua esposa, que surgia em pleno ar, de dentro da nuvem de poeira e destroços de onde viera o desabamento. Espada em punho, Agnes seguia evitando o ataque de dezenas de tentáculos, iguais aos do Horror que enfrentava o cavaleiro Makai conhecido como Garo.

A mulher que um dia foi Eminin Emiha, com um sorriso sádico no rosto se afastou de seu irmão adotivo, puxando violentamente sua espada, fazendo assim um arco de sangue que se espalhou sujando o chão.

Jiraiya caiu apoiado sobre um dos joelhos, nos ouvidos um tipo de zumbido ainda o impedia de se concentrar e somente após longos segundos de confusão, seu foco começou lentamente a voltar, graças em parte à imensa dor que vinha de seu ferimento.

Emiha o ignorava, caminhando lenta e sensualmente até onde se desenrolava o combate entre o Horror e Garo, percebendo que o cavaleiro dourado era a maior ameaça naquele momento.

A vilã logo percebeu seu erro.

 - Toha! – Hananin  Agnes exibia alguns rasgos em seu uniforme, de onde sangue saía farto, ferimentos que pioravam com todo o excesso de movimento que ela precisava para evitar e ao mesmo tempo atacar os tentáculos que estavam quase atingindo-a. – Preciso de ajuda!

Antes que Emiha pudesse se voltar para o irmão caído, Jiraiya, com um urro animalesco escapando dos lábios, saltou na direção da ameaça à sua amada, Espada Ancestral em punho, a lâmina brilhando, decepando cerca de cinco tentáculos apenas com seu primeiro ataque.

O absurdo que se desfraldava em sua mente, com a irmã querida se revelando a mestra dos monstros, fez com que o ninja só se lembrasse de que, no plano que haviam traçado, sua esposa estaria protegendo as crianças, quando acertou mais quinze tentáculos, ganhando tempo para se aproximar de Agnes.

- Toha! Você... Você Está ferido e...

- Não é nada... Como você está e... Espere aí... E as crianças?

O silêncio foi o suficiente para deixar claro que a resposta não seria boa.

- As... As crianças... Elas...

Nada. O terror da situação simplesmente emudecera a kunoichi, mas o motivo dela não conseguir responder a pergunta logo ficou evidente.

Várias criaturas surgiram pelo buraco na parede, todas parecendo versões miniaturas do Horror que eles acreditavam ser o responsável pelo sequestro, mas a verdade os acertou como uma bordoada.

Não havia reféns.

As crianças haviam sido mortas e consumidas, transformadas em nada mais que extensões para o Horror dos Tentáculos, servindo de isca e, posteriormente, armadilha para os inimigos de sua mestra.

A compreensão atingiu os ninjas e o cavaleiro Makai ao mesmo tempo e ainda que todos usassem máscaras que lhe escondiam totalmente as feições, ficara claro como tal verdade os afetara.

Num instante eles chegaram a baixar as armas, tentando aceitar a terrível verdade, Jiraiya e Agnes se viam apáticos, enquanto um novo ataque se aproximava e Garo acabou sendo enrolado por vários tentáculos.

Um riso histérico os tirou do torpor em que começavam a cair.

O riso vinha de Satã Ashura, de Eminin Emiha.

Aquilo bastou para despertá-los por completo.

Garo desferiu um potente soco no monstro que o mantinha preso, logo após livrar seu braço com um esforço descomunal e teve a certeza de que seu cotovelo estava provavelmente quebrado, pois a dor de dobrar o braço quase o fez desmaiar.

Em breve a armadura deixaria seu corpo e, lembrando disso, percebeu que precisava encerrar logo aquele combate.

Jiraiya correu em auxílio a Agnes, usando a Espada Ancestral para cortar os tentáculos e quando tentou acertar uma das criaturinhas, essa reverteu para a forma da criança que fora morta.

- Que qui conteceu?

Tal imagem teve o poder de refrear a mão do ninja, pelo menos até a criança exibir um sorriso cheio de dentes pontiagudos e então Jiraiya acabou por receber o impacto de vários tentáculos, enrolados de forma parecida com a de um porrete, fazendo-o voar longe.

Toha simplesmente não conseguiu desmaiar, a risada demoníaca da criatura que um dia fora sua amada irmã o enchia de ódio e adrenalina, fazendo-o se levantar, ignorando toda a dor que praticamente forçava seu corpo a parar, voltando assim a empunhar sua espada e a acertar os tentáculos que vinham em sua direção.

Finalmente livre, apesar de mal conseguir mover seu braço ferido, Garo já não permitia ser aprisionado, destruindo tudo o que o Horror lançava contra ele, nem mesmo um guerreiro como Kouga, muitas vezes taxado como frio e insensível, podia suportar o que fora feito àquelas crianças.

Muito mais com ódio do que com técnica, o cavaleiro dourado aproveitou uma brecha que surgiu ao rechaçar um ataque. O Horror permaneceu com os dois braços erguidos por menos que um segundo.

Tempo mais do que suficiente.

Garo atravessou os metros que os separavam e cravou sua espada até o cabo no abdômen do monstro, erguendo-a em seguida, resultando no tronco monstruoso cortado ao meio.

Em instantes o Horror desapareceu numa névoa fétida, sendo imitado por suas crias infernais.

Se vendo livres dos monstros, os três guerreiros olharam ao redor, tentando localizar Satã Ashura, mas já era tarde demais.

Ela se encontrava numa janela longe do salão, mas ainda ao alcance da visão de todos, deu tapinhas na própria bunda, lançou um beijo e saltou para a rua.

Toha fez menção de segui-la, mas caiu novamente sobre um dos joelhos, levando finalmente a mão até o ferimento em sua barriga, vendo a palma ficar encharcada.

A armadura dourada se desfez, deixando para trás um guerreiro que apresentava o cotovelo dobrado de forma estranha, claramente quebrado, e cuja dor também o impedia de seguir a nova inimiga.

Agnes mal conseguiu se aproximar do marido e o som da polícia invadindo o prédio chegou até eles, que só conseguiram escapar devido aos caminhos místicos especiais que um cavaleiro Makai podia invocar para ir de um local ao outro.

Assim que surgiram na sala de estar da mansão de Kouga todos desmaiaram, deixando para um assustado Gonza a missão de tratar de seus ferimentos.


XXX

O presente.

- Pois bem Kouga... – Toha não tinha paciência para rodeios, por isso foi logo direto ao assunto assim que ficou na presença de seu anfitrião. – Quero saber o que era aquilo, como dominou minha irmã e mais importante... Como posso salvá-la.

- Em breve teremos respostas... – se ficou incomodado com a agressividade do aliado, Kouga não demonstrou, ele sabia que numa situação como aquela era fácil ter a razão sobrepujada pela dor e pelo ódio, por isso permanecia o mais plácido que podia. – Mas já te adianto que não vai gostar de nenhuma delas...

Os três ficaram em silêncio, numa televisão próxima era possível ver mais uma reprise sobre o massacre da escola infantil, dando o número de crianças mortas, toda a destruição do local, entrevistas com parentes das vítimas e as perguntas sobre a identidade dos criminosos.

Gonza abriu a porta da sala e por ela entraram duas pessoas.

- Ei Kouga! – um homem de sobretudo negro entrou primeiro. - Gostei da barbicha!

O cavaleiro dourado passou as mãos pelo cavanhaque que deixara crescer a pouco tempo, desde que voltara do Makai. O gracejo o teria feito dar um semi sorriso, mas a situação não permitiria tal leviandade.

- Você está parecido com seu pai... – finalmente uma bela mulher entrou no recinto, vestia roupas extravagantes e empunhava um pincel ornamentado.

- Sejam bem vindos... Zero e... Jabi.


Continua.

5 Comentários

  1. UFA!!! Ainda bem que a Jabi surgiu, sem uma sacerdotisa Makai o troço tava ficando improvável de continuar! Agora vai ser a vez de Jiraiya experimentar a magia makai e se deixar levar por ela como Kouga se deixou ajudar pela tecnologia! Que episódio meu amigo, que episódio! Imaginar as crianças como monstros, imaginar a cena de Toha indo pra cima e a criança voltar ao normal, te fazendo pensar mesmo que por segundos "caralho, eu ia desferir uma espadada nessa criancinha", é algo que pra quem é pai pelo menos, mexe e muito com o emocional! O desespero de Agnes tentando salvar Jiraiya e ver ela pedir ajuda para que ele não se entregasse foi de uma maestria completa, visto que conseguiu até mesmo que o Jiraiya estivesse mais empolgante que o Garo neste episódio! Ainda acho que a Key está muito errada na atitude dela, sei que teve a dor, teve a tristeza profunda e Kira parece ser bem persuasivo, mas, como uma ninja de Togakure eu esperava mais dela... Por outro lado, não teria um personagem para causar mais impacto em Jiraiya do que ela como inimiga, ainda mais tão brutal como está agora... Realmente tu está fazendo um trabalho primoroso e meu único arrependimento é não ter lido isso antes! Parabéns Sion, tu é o cara, de novo! \0/

    ResponderExcluir
  2. Não poderia fazer um Jiraya VS Garo sem a equipe de apoio do cavaleiro dourado!
    O lance com as crianças eu confesso que foi uma ideia que me deixa orgulhoso. Imaginei que fosse uma boa maneira de mostrar como os Horrors são monstros terríveis...
    Opa, Jiraya ficou mais empolgante? UAU! Agora me senti um baita escritor...hahahaha
    Quanto à Emiha... Vamos ver o que o futuro nos trás né?
    Valeu mesmo pelos comentários e pela força de sempre meu amigo! Se os textos estão bons é muito por causa de comentários como esses seus.
    Valeu demais!

    ResponderExcluir
  3. Fala, meu amigo. Viajo um bocado no mundo de Garo... afinal, eu nunca assisti. Ainda assim, foi incrível a forma como a magia está guiando o rumo de Garo e Toha na batalha contra a Emiha. A cena de Agnes e Jiraya foi tocante e ao que tudo indica ... Agnes será uma peça fundamental para sobrepujar a armadura satã.

    Parabéns, meu amigo.Espero que eu não esteja entendendo sua história de moro errôneo.

    ResponderExcluir
  4. Olá meu bem amigo!
    Cara, Garo vale muito a pena, quando puder assista que não vai se arrepender... Essa mini que escrevi fica até melhor ao conhecer Kouga e cia.
    Brigadão pelo comentário e força de sempre

    ResponderExcluir
  5. Olá, Norberto !

    Jiraiya dispender todo o ódio e lutar contra a sua irmã, dilacerado pelo sentimento de dor foi o que mais me impressionou.

    PPoucas vezes vi Touha tão enfurecido .

    Agnes ,uma guerreira incansável e corajosa ao extremo. Outro ponto de destaque

    Key ,ao se entregar para o mal, sem antes conversa com o irmão, sobre em que contexto ocorrerá a morte de Manabu, demonstrou que toda aquela meiguice e pureza da série, demonstrou ser uma farsa.

    Talvez,isso já estivesse incutido na alma dela. Uma inveja dissimulada ,pelo fato de seu irmão adotivo ser mais importante que ela, como Sucessor de Togakure.

    Nada justifica essa atitude dela. A possesao a qual ela sofreu vestindo Satã Ashura só aflorou aquilo que era já tinha por dentro : sadomasoquista, ambiciosa, sexolatra e lasciva.

    Acho que ela não manifestou antes por causa de Tetsuzan.

    Parabéns, Norberto !


    Impressionado com os rumos de sua trama!

    ResponderExcluir