Jiraiya - Nova Geração #2 A Guerra de Reiha.

Olá Tokuleitores!
Espero que tenham gostado da primeira edição dessa nova série!
No segundo capítulo tudo se complica ainda mais!
Portanto, boa leitura!

Jiraiya

Nova Geração #2

A Guerra de Reiha.

Sakura não levou cinco minutos para correr até seu quarto e vestir o traje de combate, dado a ela por seus pais assim que fez quinze anos, e empunhar duas adagas Sai, as armas com as quais ela tivera mais afinidade, finalmente pronta para o combate.

Tempo suficiente para que seu mundo se destroçasse.

A luz que ela viu saindo da sala antecedeu uma explosão silenciosa que fez vir abaixo boa parte das paredes de sua casa e, para seu desespero, do quarto que ela finalmente havia deixado totalmente do seu gosto.

Haveria tempo para lamentar os pôsteres raros de modelos e bandas que ela conseguira com tanto afinco e passando por tantas dificuldades, pois naquele momento alguém ousava atacar sua família.

“Esses putos vão se ver comigo... Vão se arrepender de entrar no caminho da...”

- Hananin Sakura! – sabendo o tamanho da bronca que ela receberia se falasse os palavrões em que estava pensando, a jovem Kunoichi adentrou no que restara da sala, se apresentando como lhe foi ensinado, mas logo viu que não era necessário. – Mãe! Pai!

Vários guerreiros vestindo trajes negros, com detalhes de cores variadas para cada um, se aproximavam de Jiraiya, Agnes, Reiha e a estranha e silenciosa garota do visual legal, todos atordoados pela estranha explosão.

- Vamos irmãos Tsukaisutes... – um dos invasores parecia muito disposto a assumir a liderança. – Que o Alfa não seja o primeiro nem o último de nós a dar a vida pela Imperatriz! Morram de forma Gloriosa!

E então o verdadeiro ataque começou.

Os invasores, que tinham a vantagem numérica ao seu lado, pareciam surpresos pela explosão do aparente líder não ter levado, ao menos, um dos oponentes junto, mas isso não impediu que todos puxassem armas variadas, avançando com sede de sangue e morte.

Deles ou de seus inimigos.

Reiha deu alguns passos para trás, sendo amparada pela silenciosa Kunoichi que a acompanhava, evitando assim que ela caísse, fazendo com que a família Yamashi se colocasse diante das duas.

Antes de Toha e Agnes entrarem em combate, várias shurikens voaram, acertando pontos não vitais dos inimigos, fazendo-os recuarem, enquanto a própria Sakura ficava diante de seus pais.

- Eu seguro eles! Vão se trocar!

Dito isso, ela retirou de bolsos escondidos nas costas de seu uniforme, várias outras shurikens, essas sendo muito menos efetivas, uma vez que ela finalmente perdera o elemento surpresa.

Ainda assim seu principal objetivo havia sido alcançado.

Usando apenas suas adagas sai, ela enfrentava dois oponentes, evitando seus golpes, com velocidade e graça de uma bailarina, dobrando sua coluna para trás num ângulo quase impossível, para desviar da lâmina de uma Katana, para, logo em seguida, esticar um punho armado para frente e um pé num chute lateral, visando o flanco de um dos inimigos.

Foi quando mais três Tsukaisutes se aproximaram, que a outra jovem entrou em combate, de forma violenta.

Um corte expeliu um jorro de sangue, conforme o invasor ia caindo, após ter sido atingido pela katana da Kunoichi, que aproveitava o corpo deles como base para erguer-se no ar, acertando poderosos chutes nas cabeças dos outros dois Tsukaisutes.

O som dos maxilares se deslocando do local correto ecoou pela sala.

Eles tentaram se afastar, mas só conseguiram ser atingidos entre os olhos com os pés da guerreira, que seguia sem deixar nem uma pequena interjeição escapar de seus lábios.

O mesmo não ocorria com Hananin Sakura.

- Toma isso! – um dos inimigos tinha as costas das mãos devidamente cortadas e inutilizadas, para ser finalizado com um chute no queixo, fazendo-o cair sobre uma cadeira, espatifando o móvel. – Ops... Saco, minha mãe adorava essa coisa feia. Vocês me pagam!

A jovem saltou contra outro atacante, os dois pés acertando o peito dele, que mal deu dois passos para trás, já recuperado e erguendo uma katana.

Ele baixou a arma.

Somente sangue atingiu Hananin Sakura.

A guerreira silenciosa passava por ela e seu oponente, que caia de joelhos, sem acreditar que suas duas mãos haviam acabado de ser arrancadas dos braços, mas logo ele apagou, após um soco bem dado pela kunoichi.

- Ei! Valeu a força! – Sakura alcançava a outra guerreira que por muito pouco errou a garota, fazendo a lâmina de sua espada passar perigosamente perto do rosto dela, que mal escapou abaixando-se com agilidade impressionante. – Toma cuidado! – algumas shurikens voaram ao redor das garotas, derrubando vários outros atacantes. – Finalmente!

Jiraiya e Hananin Agnes, agora devidamente trajados, entravam no combate, ele com a Espada Ancestral em punho, ela fazendo chover pétalas de cerejeiras sobre seus inimigos.

Com sua lâmina brilhando de energia, o ninja conseguia derrubar os oponentes antes que eles pudessem usar o truque kamikaze, evitando, quando possível, golpes mortais, o que era extremamente difícil, já que os inimigos pareciam ansiosos para morrer, como eles mesmos repetiam, de forma gloriosa.

Várias lâminas surgiram em meio a pétalas rosáceas, derrubando outro tanto de inimigos, que amaldiçoavam os oponentes por não lhes conceder a honra de dar suas vidas por uma tal Imperatriz.

A kunoich ainda sem nome não se afastava de Reiha que, após absorver a maior parte da energia dispersada pela explosão do primeiro Tsukaisute, mal conseguia se manter em pé.

Desse modo os inimigos que tentavam se aproximar terminavam mutilados, sem mãos ou pés, mas nenhum recebia um golpe mortal, como era o esperado pelos invasores, que pareciam ficar mais e mais desapontados, atacando de forma cada vez mais displicente.

Os soldados descartáveis mal haviam recebido algum tipo de treino, uma vez que só eram mandados realmente quando era necessário um final explosivo para os inimigos da Imperatriz, por isso, ao ter seu trunfo descoberto, se mostraram oponentes extremamente fáceis de derrubar.

Pouco mais de meia hora foi necessária para que o chão da casa dos Yamashi ficasse totalmente coberto com dezenas de inimigos, deixando a família e suas convidadas como os únicos a permanecer em pé.

- Não... – Toha ergueu uma mão para que as mulheres ao redor parassem o que estavam fazendo, foi até a cozinha e trouxe as poucas cadeiras que haviam restado inteiras. – Não faremos mais nada até sabermos toda a história.

As atenções se voltaram para Reiha e a Kunoichi que não saia de seu lado, ajudando-a a se sentar.

- Certo... Por onde começar...

- Talvez pelo nome da mocinha...

- Não, devo começar antes... Na verdade poucos meses após a primeira derrota do Dokussai, quando percebemos que não daria certo... Hum... Que nós não estávamos na mesma sintonia...

“Seguimos caminhos diferentes, eu comecei a trabalhar como agente freelance, reunindo informações para diversas agências de espionagem, compartilhando principalmente sobre como ocorrera a guerra mundial dos ninjas, sobre parte da verdade a respeito de Pako e do deus Jiray... Estava totalmente focada no trabalho quando... Hum... Quando ela entrou na minha vida.

Eu até passei algum tempo tentando levar uma vida comum, Spike acabou me ajudando nisso, mesmo sabendo que eu nunca sentiria algo além de amizade por ele, mas logo a MSS, agência de inteligência da China, entrou em contato, pedindo... Não... Exigindo que nós trabalhássemos para eles, tentando descobrir a identidade da líder de uma organização que vinha agindo em segredo a vários anos e que, segundo eles, estava prestes a atingir seus objetivos.

A única informação que eles tinham é que ela chamava a si mesma de Imperatriz.

Eu nunca havia me envolvido em um caso tão tedioso, uma vez que era quase impossível conseguir alguém que falasse algo sobre a tal imperatriz, eu e o Spike estávamos quase desistindo e entrando em contato com o MSS para nos desligarmos, mas certa noite quando chegamos em casa, estava tudo virado de pernas pro ar... E ela tinha sumido.

Minha vida automaticamente se tornou um inferno... Eu e Spike reviramos a cidade, eu até cogitei te chamar, mas era algo que eu precisava resolver sozinha... Sim, eu sei que você viria... Enfim, escolhas foram feitas e eu vou ter que conviver com as consequências para o resto de nossas vidas.

Eu já estava enlouquecendo quando o sequestrador entrou em contato, se apresentou como Ninja Killer e marcou um encontro, exigindo que levássemos tudo o que havíamos conseguido a respeito da imperatriz para trocar pela pequena.

Fizemos o que ele falou e assim que constatou que não tínhamos nada mesmo de importante, tentou nos matar. Todos nós.

Foi a luta mais difícil da minha vida, mas conseguimos fazer com que ele fugisse após perder um dos olhos, mas não antes dele tentar matá-la, cortando sua garganta.

Ela sobreviveu, mas não sem ficar muda para sempre.

Eu... Tudo bem querida... Eu estou bem... Mais uma vez me perdoe... Eu... Eu... Só um minuto pessoal... Eu preciso de um copo de água.

...

Aquilo foi demais e finalmente nos afastamos de tudo e assim permanecemos durante anos, praticamente uma família feliz, ainda que marcada pela tragédia...

Quando ficamos sabendo do iminente retorno de Dokussai, acabamos indo te ajudar Toha e... Bem... Você se lembra de como terminou isso para mim... Maldito Retsuga... Queria eu ter finalizado sua existência...

...

Mais uma vez nos retiramos, continuando a viver praticamente reclusos, agora todos treinando para ficarmos mais fortes e nunca mais sermos derrotados tão facilmente, o que poderia ter nos destruídos, usamos para ficar mais fortes.

Infelizmente o destino parece querer apenas continuar nos atacando, tentando ver até onde iremos aguentar.

Nós duas estávamos voltando das compras e, ao virar a esquina que levava até nossa casa, não muito longe do centro de Tóquio, fomos forçadas a nos proteger quando nossa casa explodiu.

Uma ligação me disse que ninguém da minha vida estaria a salvo e que você seria o próximo, por isso minha protegida... O salvou... E...”

 - Ei! - o relato foi interrompido quando Sakura chamou a atenção de todos. – Vocês ouviram isso?

De repente um dos inimigos caídos se ergueu, arrancou a máscara, revelando um rosto tomado por uma felicidade insana.

- Olhem para mim irmãos! – ele trazia um pequeno aparelho na mão direita. – Olhem que morte gloriosa!

Ele apertou um botão e no instante seguinte várias lâminas de um metal negro eclodiram pelo seu corpo, que foi pendendo lentamente na direção do chão, começando a emitir o mesmo brilho do primeiro invasor morto.

Ao mesmo tempo os corpos de seus colegas, os inconscientes e os que haviam erguido o rosto na direção do colega, começaram a convulsionar violentamente.

Segundos depois ocorreu novamente uma imensa explosão silenciosa.

A família Yamashi e a ninja silenciosa abriram os olhos lentamente, sem saber ao certo como haviam sobrevivido, pelo menos até verem Reiha Yagyu diante deles, braços e pernas abertos, olhos emitindo um brilho esverdeado, terminando de absorver a energia liberada pelos Tsukaisutes.

Ela caiu e só não atingiu o chão pois foi amparada por sua companheira que a manteve em seu colo, conforme os demais se aproximavam, vendo que apenas cinzas haviam restado dos atacantes, sendo levados pelo vento que entrava pelas paredes destruídas da casa.

- Reiha! Resista!

- To... Toha... E-eu... Sinto muito...

- Não fale... Vamos te levar até a Senhora Tsumoto e..

- Não... Não posso deixar de... Toha... – ela então pegou uma das mãos da Kunoichi e a colocou sobre uma das de seu antigo namorado. – Essa... É... Tomoko Yagyu... Toha... Ela é... Minha filha... Nossa Filha.

Continua.

Ilustração da Hananin Sakura.