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Jiraiya Nova Geração #8 Noitada.



Olá Tokuleitores!
Torço aqui para que todos estejam bem e enfrentando da melhor forma possível essa quarentena!
E para ajudar, que tal um novo capítulo da saga das filhas de Toha Yamashi?
Dessa vez um capítulo mais tranquilo.
Espero que gostem e então, já sabem...
Boa leitura!



Jiraiya
Nova Geração #8
Noitada.



- Morram seus malditos!

Após horas de combate intenso, finalmente o último androide estava quase destruído, deixando um grupo de jovens ninjas ao seu redor, todos exibindo rasgos em seus uniformes, a respiração ofegante, as armas pesando nas mãos, tamanho cansaço.

- Precisamos finalizar logo essa lata velha... – Hananin Sakura mantinha as duas sais com as lâminas brilhando. - Hoje tem o primeiro capítulo do anime de garotas mágicas da temporada... E se eu perder não vou ter o que falar com o Shigeki...

Os demais jovens mantinham-se calados, já sabiam que, quando a caçula do grupo começava a reclamar, não parava mais.

Todos também já esperavam as ordens da nova Jiraiya, que buscava sempre fazer gestos simples, uma vez que nem todos ali sabiam de cor a linguagem de sinais.

Foi assim que, enquanto Hananin Sakura tomava a frente do ataque distraindo o inimigo, Reinin Eclipse usou sua arma para prender um dos braços dele, enquanto o outro era cortado ao meio por um golpe preciso de Seinin Allana.

- Sai da frente!

Antes que seus companheiros se afastassem completamente, Lenin Winchester executou inúmeros disparos, terminando por explodir o agora indefeso inimigo, cujo corpo caiu de forma pesada, sem que tivesse sobrado qualquer pedaço de sua cabeça.

- Porra! – alternando suas palavras entre o português e o japonês, sendo que os palavrões eram sempre dito em sua língua mãe, Eclipse se adiantou aos demais. – Devia ter esperado um pouco “cowboy”...

- Qualé... vi a chance e aproveitei... Não é essa a minha função principal?

- A sua principal função deveria ser não nos matar e...

Allana permanecia tão calada quanto a Jiraiya, mas enquanto a primeira se mantinha assim por timidez e falta de confiança de que fora realmente uma boa escolha como herdeira do manto da nova guardiã da família Seinin, a outra mantinha uma observação atenta ao redor, tentando buscar alguma pista, qualquer pequeno indício da identidade dos responsáveis por aqueles ataques, que vinham se intensificando desde o confronto com Makumba.

- Já chega! Deu no saco isso! Se vocês, que dizem por aí que são mais velhos e “maduros” vão ficar nessa discussão, eu tenho mais o que fazer. Fui!

Levemente envergonhados por terem sido lembrados por uma menina de quinze anos de que eles deveriam ter uma postura melhor, logo todos estavam no carro da Jiraiya, exceto Eclipse, que preferia usar sua moto.

- Vem dormir Toha...

- Já vou Agnes... – o antigo Jiraiya permanecia diante de várias telas, escondendo algumas pastas, prometendo a si mesmo que era o melhor a se fazer. - Só quero esperar um pouco as crianças... Trocar umas ideias...

- Tirando a Sakura todos já são maiores de dezoito meu amor... Acredite, a última coisa que eles vão querer é ouvir histórias antigas e... – ao ver que o marido mantinha uma mão nervosa sobre o mouse, Agnes percebeu que de nada adiantaria insistir. – Bem... Se quiser um pouco de ação antes de dormir... Não demore.

Assim que se viu sozinho, Toha se arrependeu de imediato, se levantando rapidamente da cadeira, pretendendo alcançar Agnes o quanto antes, mas assim que deu alguns passos, parou.

Dor.

Dor lancinante.

 Ele caiu, evitando por pouco acertar o chão com seu rosto, enquanto uma das mãos agarrava o ferimento amaldiçoado.

A agonia se espalhava por todo seu corpo, era como sentir milhares de picadas de abelha, mas por debaixo da pele, como se os insetos quisessem rasgar caminho para fora, sentia também uma pressão nos ossos, como se estivessem prestes a se quebrar, todos ao mesmo tempo, além da sensação de que seu sangue, de repente, se converteu em fogo.

Era essa a terrível maldição dos Horrors.

Para alívio do pobre Toha, sua consciência não resistiu muito tempo e ele mergulhou na acalentadora escuridão.

O som de uma porta se abrindo e fechando, bem como a discussão da jovem equipe de campo, apelidada pelo velho ninja como simplesmente de “molecada”, despertou Toha a tempo dele se recompor e voltar a sentar-se diante do teclado, desligando tudo no instante em que a sala era invadida por suas filhas.

Ele cerrou disfarçadamente os dentes quando Sakura o agarrou pelo pescoço, num agora costumeiro abraço, procurando desesperadamente aproveitar o tempo que lhes restava.

Tempo esse que, infelizmente, todos sabiam ser curto demais.

- Bem... Como foi? – percebendo o pesado silêncio, ele continuou, com um sorriso acalentador que só um pai pode dar. – Tão ruim assim?

De repente todos começaram a falar ao mesmo tempo, cada um reclamando de algo que o outro fez, quase todos acusando Lenin Winchester de uma total falta de cuidado com os companheiros, até mesmo Tomoko gesticulada tão rápido que Toha, com dificuldade de entender, conseguiu o silêncio erguendo sua mão direita.

Nenhum dos jovens pareceu perceber o esforço do velho ninja.

- Olha... Eu confesso que na maioria das vezes em que agi como Jiraiya, foi em combates e missões solo, nunca me acostumei a agir em grupo... Isso até eu casar e, aí sim, sair em missões com a Agnes, muitas vezes salvando a vida dela e confiando a minha vida a ela.

Eles agora prestavam atenção às palavras do ninja, cada um com seus próprios pensamentos e motivos, esperando, talvez, alguma solução “mágica”.

- Acho que vocês poderiam sair para alguma balada hoje.

Silêncio geral.

- O que? Usei algum termo muito antigo?

Todos acabaram rindo, muito, mas foi o suficiente para diminuir a tensão que tomara conta da sala.

- Boa sorte com a “balada” gente... – Após outro longo abraço em seu pai, Sakura foi saindo apressada. – Preciso ver logo o capítulo do anime e fazer uma mini maratona dos que ainda restam da temporada passada, senão vou tomar um monte de spoilers na cara amanhã... Fui.

- Olha... Acho que pode dar certo... – Eclipse ia tirando o capacete conforme falava. – Eu só vim ao Japão a “trabalho”... Adoraria dar uma de turista...

- De fato... O treino para suceder o mestre Alan foi muito árduo... O que você diz Jiraiya... Digo, Tomoko... Ai... Me desculpe...

“Tudo bem...” a silenciosa Kunoichi, também tirando seu capacete e agitando seus cabelos, gesticulou para acalmar a companheira “Eu tô acostumando com isso... Eu acho que a ideia pode sim dar certo... Todos estamos muito cansados e estressados... Nós podemos ir até Akibahara...”

- Podem me deixar fora dessa... – Winchester já ia dando as costas aos demais e seguindo até seu quarto. – Vou dormir, afinal de contas pois, pelo que vocês falaram, eu tenho que treinar mais minha pontaria... Não vim pro Japão socializar, mas derrubar quem quer que seja que está ameaçando a família do melhor amigo do meu mestre...

- Uau... – Toha, ao perceber o clima que ficara na sala, tentou amenizar a situação. – Bem... Sugiro que vocês três saiam agora... Assim poderão aproveitar bem a noite e voltar a tempo de descansar... Prometo pegar leve no treino amanhã de manhã...

Os três jovens partiram rápida e animadamente, as meninas correndo para escolherem as melhores roupas e todos querendo tomar um banho para se livrarem das sujeiras resultantes de horas de combate contra vários androides.

Assim que se viu sozinho, Toha permaneceu alguns instantes parado, antes de levar a mão até seu ferimento e, apesar de saber das consequências, acabou por decidir que não seria uma boa companhia para sua esposa naquele momento, voltando a sentar diante de seu computador, ajustando o microfone em sua orelha direita.

- Registro 014. Quando vi pela primeira vez o guerreiro conhecido como Bakunin Homem Míssil, dei graças por minha máscara cobrir meu rosto quase por inteiro, escondendo assim a careta que fiz ao tentar segurar o riso... Ele é um bom amigo, mas... Putz... Aquele visual...

XXX

- Bem... Aqui estamos... E agora Jiraiya?

Seinin Allana se voltou para Tomoko com a mesma questão nos olhos, ainda que deslumbrados com tudo o que via ao redor no colorido e agitado bairro de Akibahara.

“Talvez devêssemos começar a nos chamar por nossos nomes reais... Ao menos enquanto estivermos sem as armaduras...”

- Certo... Desculpe Tomoko... O que podemos fazer por aqui?

“Acredito que poderíamos começar naquele bar de cosplays... É sempre engraçado ver algumas pessoas que se vestem como nós, mas que não precisam lutar por suas vidas como fazemos... O que me diz Aisha?”

- Hã? Desculpe, não estava prestando atenção... – Tomoko repetiu os gestos e a sugestão. – Ora, prá mim está ótimo! Célio?

- Tem umas garotas bem bonitas ali... Por mim pode ser também!

Logo eles estavam sentados em uma mesa, sendo atendidos por pessoas vestidas como personagens de animes diversos, tentando inclusive agir como os mesmos, o que muitas vezes rendia muita risada entre os três amigos, que brindaram pelos dois colegas ausentes.

- Que a Sakura coloque em dia seus animes e que nosso Cowboy aprenda a diferenciar amigos de inimigos no meio do combate...

Após o primeiro brinde e pouco antes dos lanches e porções chegarem os três já conversavam como amigos de longa data, como somente jovens são capazes, deixando de lado o peso da responsabilidade que carregavam.

Naquela noite seriam apenas três amigos se divertindo.

A noite seguia, foram do primeiro bar para outro, depois mais um, após descartarem rindo um karaokê, lembrando que Tomoko não poderia aproveitar tal estabelecimento, mas de forma leve e descompromissada.

- Percebi que você nunca tira as luvas Célio... Por que?

- Tenho mãos feias... Mas e você? O que tá achando de ser a sucessora de um dos grandes Ninjas do império?

- Dá muito medo... Eu consegui passar por todas as provas e pelos mais variados candidatos, na maioria homens... Quando venci todos, muita gente passou a falar pelas minhas costas... Soma isso com o fato de eu ser meio tímida...

- Meio?

- Tá... Sou muito tímida... E a pressão não ajuda...

“Vocês precisam aprender a relaxar...” Tomoko chamava a atenção para suas mãos “Imaginam um peso maior que o meu? Filha de dois dos grandes ninjas do passado, com uma organização ou sabe-se lá o que atrás de nós... Desde criança sofrendo para me tornar uma guerreira... Até perdi a voz por causa disso... Poderia ter crescido extremamente rebelde, amarga e anti social, mas em dado momento decidi que isso não iria me definir... Vivo hoje com poucos planos para o amanhã... Vivo o momento da melhor forma que posso... Claro que, quando eu tô lutando me concentro ao máximo e não dou chance pro azar, afinal de contas pessoas podem se ferir e até morrer, mas... Eu... Tô gesticulando muito rápido?”

- Você é uma inspiração garota! Nunca mais me pergunto por que você foi escolhida prá ser a nova Jiraiya... Não é Aisha?

“Como é que é? Você tinha dúvidas a meu respeito? Ora seu...”

Os três riram e pediram outra porção de batatas fritas, quando algo chamou a atenção de Célio, que se afastou pedindo desculpas e dizendo que as encontraria mais tarde.

No mesmo momento um grupo de motoqueiros ia saindo de suas motos e mesmo em meio à cacofonia de Akibahara, ficaram suas atenções nas duas belas jovens agora, na visão deles, deixadas a sós e indefesas.

Longe dali, Toha finalmente criara coragem para se deitar, desligando o computador e, após se levantar, tentou esticar o corpo, sentindo toda a dor que a idade lhe cobrava.

 - Senhor Yamashi?

- Olá Jack... Ou prefere que eu te chame de Winchester?

- Jack está bom... – o jovem americano entrava na sala com uma bandeja. – Chá? Não estou conseguindo dormir e adoraria a oportunidade de conversar com o homem que fazia meu mestre deixar de falar um pouco de si mesmo...

Uma risada sincera.

- Wild é uma figura não? Ok... Puxe uma cadeira... Vejamos se sabe fazer um chá melhor do que o café que ele fazia. – mais risadas e então Toha percebeu certa inquietação no jovem diante dele. – Quer falar sobre o que está te incomodando?

- Eu... Não tenho certeza de que fui a melhor escolha para continuar o legado de Leinin Wild... Quer dizer... Olha o que vocês fizeram... Eu sou só um órfão que ele levou para casa por dó e... Puxa... Como foi que você soube que poderia ser o Jiraiya, ainda mais numa descendência com mais de 30 antecessores...

- Acho que tive mais noção graças a Yajirō Iyo... Eu andava bem metido a besta... Me achando incrível, mas quando cheguei em casa e vi o Yajirō vestindo a minha armadura original...

Eles ainda ficariam por muitas horas conversando e bebendo chá.

- Nossa...

- Incrível...

- Elas são fantásticas...

Célio voltava para o bar quando viu a multidão que havia se formado diante do local, correndo para ter certeza de que suas amigas estavam bem, já pegando algumas shurikens de um bolso secreto na calça, mas assim que ele passou pelas pessoas que se amontoavam, viu que sua preocupação era desnecessária.

- Mandou bem Tomoko!

“Você também Aisha”

As duas garotas estavam de pé, em meio a vários homens vestidos como motoqueiros, todos desacordados e cheios de hematomas.

- Pelo visto vocês se divertiram...

- E você também...

Aisha passou pelo amigo, limpando uma marca de batom do queixo do rapaz, enquanto Tomoko se surpreendia por uma pontada de desconforto que aquilo lhe causara.

Finalmente seguiram para casa e cada um foi direto desmaiar em seus quartos, Tomoko demorando um pouco mais, já que teve de levar para a cama uma desmaiada Sakura, que estava diante de uma tela de computador, onde ainda passavam cenas de um anime de garotas mágicas.

Os três ninjas guardariam com carinho aquela noite, sabendo que, por pouco que tenha sido o tempo de paz que passaram juntos, foi ali que a semente de amizade entre eles fora plantada.

Uma amizade que seria duramente testada diante do que o futuro próximo lhes reservava.

Continua.

7 Comentários

  1. Que episódio senhores, maravilhoso!! Sim, não teve combate (não, péra, teve sim, mas foi no inicio e apenas pra dar entrada a trama de adolescentes, o que foi muito bem vindo também) e mesmo sem um episódio intenso de lutas, ele ficou intenso no restante todo. Ver Toha ter a crise de dor e descrever o que ele sente, ver os jovens se espezinharem e depois, através de uma sugestão inesperada, se reencontrarem de novo foi algo perfeito! Eu destaco ainda a conversa do Toha com eles, "que tal uma balada" e logo depois "que foi, falei algo muito antigo?" Cara, isso me arrancou uma risada aqui, como te disse, achei muita semelhança com "The Loud House" e eu amo esse desenho! Ver a Tomoko começar a se soltar, ver o Wild vir conversar com o Toha, ver o Toha conseguir deixar suas filhas se aventurarem na noite e nos combates, isso foi uma transição difícil que tu conseguiu fazer e eu quase chego a sentir a emoção de ter nas mãos algo tão promissor pra levar a frente! De boas meu velho, tu inovou e acertou, fizestes um episódio fantástico e eu tô aqui aplaudindo de pé! Parabens Norberto, Jiraiya NG já me conquistou!! \0/

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    1. Que bom que você gostou meu amigo! Eu precisava de um episódio assim para fazer os personagens interagirem de forma mais natural, sem parecer que a amizade entre eles surgiu do nada, por isso mostrar esse que foi um dos dias que eles saíram para tentar estreitar seus laços de amizade.
      A cena do Toha foi para lembrar que, apesar dele estar presente, também está presente a doença e também que não se trata de uma gripezinha...
      Eu também adoro loud house... provavelmente vem daí a forma como faço a interação de pais e filhos.
      Suas palavras são extremamente incentivadoras Lanthys. Muito obrigado por estar acompanhando meus textos e gostando tanto!
      Muito, muito obrigado mesmo!

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  2. Cara...

    Pouca lutas, mas um linda exibição dos relacionamentos de pais e filhos. Ver Toha tendo que enfrentar o momento de soltar mais suas filhas foi algo único. Lindo até.

    É algo que expressa a batalha de um pai nesse mundo moderno de hoje.

    Parabéns, meu amigo. Você consegue ser muito preciso e detalhista.

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  3. Valeu amigo!
    Como eu comentei, precisava desse capítulo com menos ação e mais emoção, algo para preparar os leitores para o que vem por aí.
    Valeu mesmo pela maratona de leitura Artur!

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  4. Curti o episodio. Esse é um daqueles episodios importantes para mostrar a interação entre os personagens, seus medos, anseios, pincelada em passados dolorosos ou não. Ter colocado três dos personagens curtindo uma noite em bares e trocando ideias durante o episodio foi muito bacana. Tirando a Tomoko com a qual ja me identifico, e a Sakura que vem desde o começo, simpatizei bastante com a Allana. Winchester ta começando a desabrochar mas o Célio, sinto que ainda precisa de espaço pra eu me importar mais com ele. Enfim, em minha maratona Jiraya NG 8 está lido meu amigo.

    Grande Abraço!!!

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    1. Grande Rodrigo! Nesse capítulo eu quis muito pisar do freio de grandes batalhas e justamente focar na "garotada, principalmente as meninas, mas pretendo, em breve dar foco nos rapazes, seja no título principal ou em especiais, como os da Agnes ou do segundo Barão Owl, lá de Jiraiya R....aguarde e confie.
      Valeu de coração pelo comentário!

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  5. O ninja brasileiro, sendo brasileiro, kkkkk, não perdoa!

    Gosto de capítulos assim, e utilizo até demais esse recurso ,de trabalhar nos relacionamentos e na personalidade de cada um, apontando seus medos ,traumas, inseguranças, aspirações, etc

    Isso humaniza os personagens eu curto muito.


    A vida não é só porrada!

    Tudo tem que ter um porque.

    Sacanagem com o Homem Míssil , mas o visual dele é ridículo mesmo, kkkkk.

    Ver o ocaso de Touha ,me comove muito .


    É um personagem icônico, que muito me inspira.


    Fabuloso !






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