Uchuu Sentai Kyuranger - Nova Ameaça: Capítulo 4

 

Boa noite, pessoal. 

Primeiro de tudo, agradeço por lerem este conto. Tive umas turbulências em minha vida, mas agora estou melhor, e escrevendo bastante. 

Fiquem com o capítulo.

4. O Recomeço de Tudo

Seguiram pelo universo até chegar à constelação de Perseu, onde normalmente as lutas livres intergaláticas eram travadas, principalmente no planeta Medusa. Depois de desmistificado que eles não se tornariam pedra, quatro desceram ao planeta – Lucky, Spada, Hammy e Stinger. Kotaro, Raptor e Garu ficaram para trás... 

O primeiro ainda era muito jovem, a segunda precisava manter a Orion voando e o terceiro simplesmente não tinha paciência. 

Com Lucky mais sério e os três possuíam a determinação de sempre, era o time perfeito para aquela missão. 

Ao chegarem ao planeta Medusa, os três viram a aglomeração entre os seres que queriam comprar o ingresso para a luta mais esperada, que possuía diversos cartazes espalhados pela entrada do estádio principal onde haviam chegado.

O lugar parecia um coliseu grego, mas tudo ao redor exibia as mais recentes tecnologias do universo. Cabines de compra de ingresso já não tinham mais funcionários, e de longe era possível ver que as pessoas escolhiam entre os lugares disponíveis de acordo com o horário e a luta que queriam assistir, e assim recebiam o preço.

Hammy usou sua Kyutama para ficar invisível e entrou rapidamente no coliseu que se assomava à frente dos Kyurangers. Passou por alguns guardas, mas notou que o lugar não era muito bem guardado e foi fácil não esbarrar em ninguém e chegar ao ponto mais alto do local.

Era fácil entender vendo a paisagem, o planeta tinha uma nova líder que era tratada como uma imperatriz, e acima dela tinha uma estátua que emanava uma energia esquisita, como se quisesse priorizar o espetáculo.

Ela se sentiu compelida a tirar seu disfarce e se apresentar à tal imperatriz, mas anos sob disfarce daquele planeta fatídico a fizeram ter uma força de vontade imensa, então o feitiço aplicado – ela não tinha dúvida de que era isso mesmo – não surtiu efeito desejado nela.

Hammy decidiu sair logo dali, já havia visto o suficiente para que ela e seus amigos pudessem traçar um plano do que fazer. Era mesmo a Nova Jark Matter em ação.

Voltou rapidamente ao lugar que tinha combinado com Lucky, Stinger e Spada, e contou tudo o que viu a eles e suas impressões. Naquele momento, eles decidiram manter a descrição, porque por mais que houvesse poucos guardas, a quantia era suficiente para causar uma comoção e espantar o alvo, que poderia estar dominado pela líder do planeta.

Com isso, eles se sentaram e foram assistir à luta, não era sempre que eles podiam ver a fama de Champ em ação.

Apresentador da luta: Este é um momento glorioso, espectadores! Esta luta que presenciarão hoje é a melhor coisa que verão em suas vidas! Prontos para vibrar? 

E a plateia comprou a empolgação do apresentador, reagindo de acordo. Foi neste momento que os quatro chegaram à arquibancada. 

Apresentador da Luta: Do lado esquerdo temos ele! O Destruidor de Famílias! O Gerador de Viúvas! O Guerreiro Sombrio! Ulther Mordred! 

Vaias em massa partiram dos espectadores. Era fácil ver que ninguém queria ele vencendo, Champ era o “mocinho” da luta. Os quatro riram. Era mesmo a cara dele. 

Apresentador da Luta: E do lado direito temos ele! O Herói do Universo! O Topo da Tecnologia! O Paladino da Justiça! O Kyuranger, CHAMP! 

E o público ovacionou Champ. Ele entrou gloriosamente no ringue, erguendo as mãos para todos, saudando seus espectadores e fãs. 

Champ: QUEM QUER VER UMA VITÓRIA ESMAGADORA HOJE??? 

E os espectadores foram à loucura. Se era possível, Champ foi mais ovacionado ainda. 

Stinger riu mais ainda. Seu parceiro estava igual a pinto no lixo. 

Mas o adversário dele não gostou de ouvir aquilo, assumindo uma feição que denotava estar furioso. 

Por não entenderem o que acontecia, assistiram, atônitos, à luta que se desenrolava bem à frente deles.

Quando o juiz deu a autorização, a luta começou. Champ andou calmamente até o adversário, como lutador experiente que era. A novidade foi que o andar dele parecia menos “robótico”. Aquilo chocou os quatro. Ele parecia o mesmo!

O adversário, pelo que eles entenderam, já não olhava para aquilo com surpresa, mas sim estava concentrado com seu adversário à frente.

E foi dele a primeira tentativa de golpear com um soco, mas foi brilhantemente bloqueado por Champ, agora com sua mente completamente a parte do público. Foi fácil perceber que, para ele, agora não existia mais público, somente ele e o adversário em cima do ringue.

O segundo golpe também foi de Ulther, buscando uma sequência com o braço oposto ao primeiro. Mais uma vez, Champ bloqueou perfeitamente.

Já irritado com as duas tentativas falhas ao atacar, ele tentou uma rasteira. Os quatro Kyurangers, já acostumados com o estilo de luta do amigo grandalhão, ele pararia o golpe para evitar estrondos. Mas o que ele fez os surpreendeu: ele pulou a perna do adversário, deixando que o golpe passasse em brancas nuvens.

Ulther girou o corpo e subiu um chute giratório com a perna oposta, e mesmo no ar, Champ desviou, jogando seu corpanzil para trás. O estilo de luta não havia mudado, mas sim aprimorado, mais efetivo, prontos para lutas de exibição. Em um combate normal ele teria preferido o mais efetivo, sem tantos floreios, mas aquilo era uma luta de exibição. Cativar a plateia era seu intuito... E ele conseguiu com extrema facilidade.

Champ caiu de costas, mas levantou-se rapidamente. Era como um movimento fluido de kung-fu, luta que eles nunca haviam visto o amigo lutar, mas era claro que ele usava de seus movimentos. Aquilo já não era mais boxe ou luta livre... O que era então?

Os outros Kyurangers, na Orion, assistiam por meio das Seiza Blasters dos amigos presentes.

Kotaro: Eu não acredito... O Champ tá lutando MMA!

Raptor e Garu: Como assim? – E Garu emendou – que arte marcial é essa?

Kotaro: Não é “que arte é essa”, Garu, e sim “quais são”. MMA vem de Mixed Martial Arts, e Como se diz na Terra, um estilo de luta misto com várias artes marciais. Por enquanto, Champ só mostrou Boxe e Kung-fu, mas será que ele tem mais cartas na manga?

Os dois ficaram impressionados. Os quatro também ouviram o comentário, tinham fones de ouvido sem fio ligados às Seiza Blasters, que não atrapalhavam ouvir ao redor e permitiam ouvir o que seus amigos diziam na Orion. Estavam tão impressionados quanto, se não mais, por causa do estímulo visual da situação.

Ulther viu que sua manobra só tinha dado pontos ao adversário. Resolveu partir para o simples, porém efetivo, mudando o olhar, e Champ sabia, viu o olhar mudando de completamente enraivecido para um frio, calculista e pior: calmo. O Touro Preto sorriu e esperava muito de seu adversário.

Logo ele começou com ataques rápidos e visando derrubar Champ em suas articulações mecânicas, duas vezes mais rápido do que antes. Champ teve dificuldade de desviar, dado seu tamanho e suas articulações serem mais rígidas.

Foi quando um espectador falou, e Hammy não deixou de ouvir...

Espectador 1: Você acha que o Champ já vai usar aquilo?

Espectador 2: Claro! Ele sempre usa quando o adversário é bem rápido.

Hammy: Stinger, Lucky, Spada... Acho que vamos ver algo que o Champ aprendeu nesses últimos tempos. 

Os três sabiam que ela tinha ouvido isso de alguém na plateia, então se prepararam...

Mas nada do que tivessem ouvido poderia prepará-los para o que aconteceu.

Champ deu dois mortais de costas e ficou bem na ponta do ringue. No momento seguinte, não era mais o Champ que eles conheciam... Ele tinha conseguido um aspecto mais humano, parecido com o Balance, mas com as junções mais maleáveis, era como os mais novos modelos de ciborgue de combate que eles haviam visto. Champ diminuiu de tamanho um pouco, mas no momento seguinte eles entenderam.

Ele não havia perdido força, ele tinha ganho velocidade. Agilidade.

Com cinco golpes consecutivos, Champ aplicou uma rasteira, prendeu Ulther no chão e, com quatro golpes intensamente precisos, imobilizou e incapacitou seu adversário. Era, naquele momento, uma junção de Judô, Karatê e Kyusho-jitsu. Nome apropriado para um Kyuranger, não?

Kotaro estava bestificado. Perplexo. Ele tinha usado, naquela fração de segundo, mais três estilos de luta diferentes. Quando Champ levantou...

Champ: Hey juiz, não vai contar, não?

Todos riram. O juiz contou de 10 a 1, e depois deu a Champ a vitória por nocaute. O adversário estava desacordado, a contagem havia sido feita por mera conferência.

Apresentador da Luta: E o vencedor é... CHAMP!

Foi nesse momento que a ovação de Champ foi tão grande que até o coliseu de luta estremeceu. O Touro Preto merecia, ele tinha lutado perfeitamente, sem dar margem para o adversário sequer posar como uma ameaça.

Ao olhar para a plateia e ver os amigos queridos, Champ acenou calmamente, girando a manzorra com o dedo indicador em riste, claramente dizendo, sem palavras, “mais tarde conversamos”.

Assim que a algazarra foi diminuindo, Champ ainda estava no ringue, e a pessoa a quem Hammy havia visto como imperatriz daquele planeta apareceu, como se fosse para dar uma benção ao lutador vencedor. Champ estava tenso, afinal de contas, mesmo sendo da Nova Jark Matter, era uma pessoa importante que poderia causar um impacto negativo nas pessoas que o assistiam.

Ela chegou, toda imponente em um vestido diáfano, onde cobria apenas o essencial e revelava suas curvas pouco privilegiadas. Agora Hammy podia observá-la com riqueza de detalhes: ela parecia ter problemas de subnutrição, anorexia e seu corpo parecia ter a pele pendurada em um cabideiro de ossos. Mas ninguém parecia notar.

“Ao menos eu sou saudável”, pensava a Kyuranger consigo mesma.

Os outros três Kyurangers também notaram aquilo, e a exemplo de Hammy mantiveram-se quietos.

Champ se curvou em respeito à monarca, era claro que ela não parecia bem, e a culpa era claramente daquela estátua que a Camaleão Verde havia visto com os próprios olhos.

Imperatriz: É muito bom vê-los felizes, meus súditos. Vocês trabalham duro todos os dias, nada mais justo que eu, sua líder, traga esta diversão para que vocês esqueçam um pouco a dureza do dia a dia. Agradeço mais uma vez a grandeza do nosso campeão Champ por nós emprestar sua força para que possamos nos divertir um pouco.

E a monarca se curvou levemente, apenas em sinal de respeito. Champ agradeceu olhando firme para a monarca, sem sair de sua postura prostrada.

Imperatriz: Agora vamos continuar nos divertindo, meus queridos. Está apresentação foi apenas a cereja.

Logo em seguida, ela deixa seu camarote, indo em direção à sua sala de trono.

O povo começou a dispersar, e foi aí que Champ foi cumprimentar os amigos.

Champ: Ora! Quanto tempo não os vejo, hein? Bom ver vocês.

Stinger: Viemos saber como você está, parceiro. E vimos que está muito bem. Até MMA tá lutando...

Todos olharam sorrindo para ele. Aproveitou-se da informação recebida de Kotaro para mostrar que entendia ao menos um pouco.

Champ: Isso mesmo, parceiro. Andou vendo lutas quando eu não estava por perto?

Stinger: Uma aqui, uma ali, mas quem mesmo me contou sobre essa do MMA foi o Kotaro. Ele é bem antenado.

Lucky sorriu para o amigo. Ele havia aprendido a dar os devidos créditos quando a informação não era dele.

Champ: Venham comigo. Eu já faço uma ideia do porquê vocês estarem aqui, mas estas paredes têm ouvidos, não é seguro conversarmos aqui.

É os quatro seguiram Champ. Enquanto andavam...

Lucky: Mas que forma alternativa foi aquela, Champ? Você ficou muito louco!

Champ: Olha, se você não tivesse falado eu não teria acreditado que você é o Lucky, cara. Silencioso como um gato, observando mais do que falando... Que te deu, amigo?

Lucky: Responsabilidades, Champ. Responsabilidades.

Champ: Ah, sim, entendo. Mas respondendo à sua pergunta: Foi uma melhoria que eu ganhei de presente do professor Nikurock, tão especialista quanto aquele Anton que me criou.

Todos não puderam deixar de notar o asco com que ele falava do próprio criador, ele já sabia havia tempo que o dr. Anton tinha se juntado à Jark Matter por vontade própria e ainda o jogou contra Stinger. Era fácil ver que ele ainda tinha mágoa de seu criador por causa disso.

Desconversando, Lucky continuou, como se não tivesse visto a reação do amigo.

Lucky: Mas que ficou uma beleza ficou, hein, Champ? Você vivia dizendo que não era rápido o suficiente... Tá mais rápido do que eu agora!

Champ: Fico feliz que tenha gostado da luta, Lucky. Muito do que usei hoje foi por sua influência, viu? Eu lembrei como você lutava e procurei estudar. Você já lutava uns dois estilos diferentes, né?

Lucky: Não, velho amigo. Aquilo era o estilo de luta que eu aprendi em meu planeta Natal, na constelação de Leão.

Champ: Ah, é? Não sabia. Mas essa mistura de artes marciais foi benéfica pra mim, fiquei muito mais forte por causa disso, e por isso eu já consegui a minha centésima luta invicto, ninguém mais consegue me vencer.

Todos viram que aquilo não era empáfia, mas sim uma constatação. Era até um pouco chateada, como se agora ele quisesse um desafio a altura.

Os cinco andaram calmamente pela cidade que estava em polvorosa por causa da luta que assistiram, e pouco tempo depois Champ os guiou para uma casa extremamente grande, perto da entrada para a periferia, tudo em motivos clássicos ou romanos.

Champ: É aqui que eu tenho ficado. Sintam-se à vontade.