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Esquadrão Mítico Tupangers - Capítulo 22, O Inferno - Parte 1


E aí, pessoal, tranquilos? A continuação de Tupangers está aqui para vocês. Espero que curtam!


Todos ficaram preocupados. Como os restos mortais de Uushgi, o Cavaleiro do Apocalipse da Fome, poderiam ter sumido pouco depois de o terem derrotado? Mas era bom estarem preparados para o pior, afinal de contas estavam lidando com os quatro guerreiros mais poderosos de Japeusá, e metade do trabalho já havia sido feito.

Mas naquela hora eles estavam cansados, feridos e satisfeitos, todo o esforço que fizeram deu resultado, afinal de contas eles haviam derrotado dois dos quatro generais de Japeusá. Não era pouca coisa.

- Gente, vamos voltar pro plano mítico? Acho que um descansar seria bom. – Pediu Fábio, já sem o capacete.

Todos concordaram com o pedido do líder e seguiram o caminho proposto. Quando chegaram ao lugar costumeiro onde se encontravam para lutar contra o mal, lá estavam Aiyra e Iúna, e eles não estavam sozinhos. Uma garota estava com eles.

Possuía cabelos negros como a noite, olhos castanho-escuros, corpo bastante curvilíneo. Sua pele era avermelhada, natural dos índios. Usava uma camiseta básica branca e uma calça de tecido liso com o comprimento até os tornozelos, usava calçados rasteiros que davam a sensação de serem confortáveis, úteis apenas. Usava um jaleco branco por cima da roupa básica, o que realmente lhe dava o ar do que fazia: era uma médica.

Todos estavam muito surpresos com sua aparição, o que significava que o panteão estava, enfim, completo.

Todos os deuses também estavam presentes, até mesmo a colíder do panteão, ao lado de Tupã, e a última a ser apresentada estava ali, por causa de sua protegida: Jaci, a deusa da lua, maternidade e contraparte de Guaraci, o deus sol, no firmamento.

Não era preciso dizer que Tupã estava muito feliz com a volta de sua querida esposa ao seu lado.

- Finalmente todos os Tupangers estão reunidos uma vez mais. Dois dos Cavaleiros foram derrotados e nosso objetivo está dois passos mais próximos de, enfim, concluirmos a nossa missão. – Falaram Aiyra e Iúna em uníssono. Os deuses ressoavam e ansiavam pelo reencontro, e os trajes dos Tupangers ganharam uma última modificação, pelo cumprimento da última missão e também por estarem todos ali.

- Oi, gente. Sou Tsukiko, e ao que parece ser, sou a membro que faltava na equipe. Espero não atrapalhá-los. – Cumprimentou a jovem humildemente.

Pedro foi o primeiro a se manifestar depois que todos se apresentaram.

- Você até parece irmã da Aiyra e do Iúna, mas tem um nome japonês? Interessante.

- É que eu fui criada por um, né. – Respondeu Tsukiko, com um sorriso no rosto e com um orgulho indisfarçável.

- Isso explica. Obrigado e desculpa qualquer coisa. – Terminou Pedro.

- Foi nada, não. Todo mundo me faz essa pergunta, já tô acostumada. – Tsukiko, em seu tom de voz, deixou claro que nem ligava mais pra isso.

- E a novidade: Agora os Tupangers passam a ter dois líderes. Uma liderança compartilhada. Fábio, você vai dividir a liderança com a Tsukiko, peço que a ajude a se enturmar. – Disparou Aiyra, sabendo que era um verdadeiro Coquetel Molotov no ânimo dos mais velhos. Mas todos receberam bem a notícia, aparentemente não reclamaram, afinal de contas, os deuses escolhiam seus protegidos e como a equipe se comportaria.

- Mas ele já tem namorada, viu? – Falou Amanda com um tom cômico na voz.

- Ei, eu tô aqui pra salvar o mundo, não pra arrumar namorado! Além do que, eu tenho mais coisas importantes pra pensar do que ficar pensando em homem. Fica em paz que eu não vou dar em cima do Fábio. – Tsukiko tava com pouco humor para aquele tipo de comentário. Não queria ser a estraga prazeres de nada, e não ficaria de muito papo com o garoto, só o básico. Por mais que ele fosse bonito na opinião de Tsukiko, ela achava que ele não fazia seu tipo. Mas isso ela não falaria pra ninguém.

- Gente, vamos parar com as alfinetadas? Todos aqui somos amigos e adultos. Sabemos onde pisar neste tipo de situação, não é mesmo? – Falou Ada.

Todos concordaram com a protegida de Ceuci e assentiram em concordância com a cabeça.

Com isso começaram os treinos, afinal de contas, por mais que Tsukiko soubesse lutar, ela não estava acostumada com as armas dos Tupangers, principalmente ela que era colíder do esquadrão também.

Porém, algo que todos temiam, aconteceu. Por causa da influência de Dain, todos os brasileiros se tornaram mais belicosos, mais agressivos, mais propensos a brigas sem sentido. E, por causa de um desentendimento desses, O Presidente e o Vice brasileiros brigaram. E, por causa de muita coisa horrível que o primeiro disse ao segundo, este último decretou a extinção da democracia, realizando um novo golpe militar, tomando a liderança do executivo brasileiro de assalto.

E, pela “traição” ao país, por ter manchado a reputação do país aos olhos do restante do mundo, o agora ex presidente foi marcado com uma sentença de morte. E o Vice deixou bem claro, não importa quem fosse, quem tentasse salvar o condenado seria sentenciado com a mesma pena: a morte.

No desenrolar das semanas, todos os Tupangers souberam disso e ficaram muito, mas muito preocupados. Não poderiam agir de forma alguma em favor do agora ex presidente, mesmo que já o houvessem salvo antes. Era uma decisão do alto escalão, não cabia a eles intervirem, por mais poder que possuíssem.

Não houve qualquer censura na mídia, ao contrário do que havia acontecido no AI5, mas qualquer depreciação contra o atual governo, fosse em qualquer das mídias presentes no país, seriam chamados a depor, e conforme gravidade, seriam punidos adequadamente.

O congresso foi dissolvido e as câmaras dos Deputados e Vereadores em todas as cidades no país também foram, deixando um militar de alta patente comandando cada uma das cidades. Claro que agora contingência não era só obrigatória para todos os homens maiores de idade, mas também para as mulheres na mesma situação.

Muitos na população comemoraram tal ato, mas a grande e esmagadora maioria, principalmente os mais velhos, maldiziam o momento em que o ex presidente ascendeu à uma candidatura com membros do exército presentes em sua chapa.

Logo, a Polícia Civil e Militar ganharam maior status, podendo julgar e condenar os bandidos diretamente. Muitos temeram por suas vidas, afinal de contas, crimes raciais poderiam acontecer sob pretexto de desacato à autoridade.

Aos poucos, todos os grupos milicianos e quadrilhas organizadas foram desmantelados, com seus membros presos ou mortos, dependendo de seu nível de hierarquia. As prisões se tornaram fortes, e os recursos antes usados para manter os cárceres, foram removidos, para que os presos pagassem por sua estadia com trabalho e produção de produtos para reversão de renda para o sustento da própria carceragem.

Claro que os Estados Unidos não viram isso com bons olhos, era mais uma nação do mundo que se militarizava fortemente, e o pior, muito próximos deles.

Foi também instituído um toque de recolher nacional até que a situação da segurança pública fosse corrigida, e quem desrespeitasse seria levado sob o mesmo pretexto. O policiamento agora era ostensivo, e quem quisesse se tornar um policial, fosse civil ou militar, teve suas vias facilitadas por um lado, e dificultada para aqueles que não tinham um código de conduta rígido.

Os artistas temiam por suas vidas, pois aquilo tudo poderia começar como a utopia que se mostrava ali, mas depois toda a repressão ao direito de expressão ocorreria mais cedo ou mais tarde.

O medo da máxima “Brasil, ame-o ou deixe-o” era claro em todos os membros da classe artística, com o número de exilados aumentar, e muito. Os artistas mais velhos, temendo por suas vidas, não querendo suportar mais uma vez um regime militar, deixaram imediatamente o país.

Depois de alguns meses naquele estado, Japeusá parecia ter se ocultado de vez. Mas todos eles sabiam que aquela situação não era normal. Após avaliar as situações que se abriam e as repressões causadas, era até mesmo óbvio que era fruto da influência do Cavaleiro do Apocalipse Dain, da Guerra.

O que os Tupangers começaram a fazer, de maneira bem discreta, foi avaliar os polos de violência. Onde houvesse mais guerra, independente do motivo, era onde Dain estaria. E foi, por ideia dos antigos políticos, depostos com o golpe militar, que houve uma passeata, já chamada de “Novas Diretas Já” ou mesmo de “Retomada da Democracia”.

Os partidos políticos continuaram existindo, mas desta vez de forma não direta, afinal de contas, fazia alusão ao antigo modo de governo.

Foi fácil perceber que em tal manifestação haveria confronto, e onde houvesse confronto de grandes proporções, lá Dain estaria. E o esquadrão mítico não estava errado, ele estava lá mesmo.

Porém, a confusão estava enorme. Dain estava muito forte, alimentava-se da vontade humana de guerrear, e alimento naquela praça de guerra não faltava. Os Tupangers não tinham como se aproximar do inimigo naquele momento. E se deixassem que as coisas esfriassem, ele poderia fugir.

Várias pessoas já haviam sido feridas, e o número só aumentava. Os Tupangers, de maneira bem discreta, quase não perceptível, tirava os feridos da batalha que se mostravam naquele protesto, restando apenas os que estavam aptos a se manterem ali, que eram milicianos, ex-traficantes, policiais civis e militares, além alguns políticos mais fortes fisicamente.

Aquela situação não podia mais se manter. Era hora de acabar com aquela guerra, ou caso contrário o Brasil sucumbiria. E aquele era apenas o primeiro confronto, havia diversos ao longo do país.

10 Comentários

  1. A situação escalou pacas!
    Uma pena os Tupangers não terem ocnseguido localizar o inimigo, dando a ele a chance de praticamente dominar o país inteiro...
    Agora é ver como eles conseguirão reverter a situação.
    Mandou bem cara!

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    1. Valeu. Espere cenas do próximo capítulo. MUWAHAHAHAHA

      Abraço!!

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  2. Que capítulo esplêndido!

    Depois do espetacular episódio de Neo Black RX do meu querido amigo Artur Shadow Moon, sou presenteado ao final do dia com esse grande episódio.


    A meta linguagem, unindo ficção e realidade foi muito bem narrada .

    Caraca!

    Uma nova ditadura, organizada pelo Vice que, cansado de ser humilhado pelo doidivanas que nos desgoverna , me parece algo bem factível de acontecer.

    E se acontecer, será profético de sua parte.

    tsukiko é apresentada e será co-líder, ao lado de Fábio.

    Entramos na reta decisiva dessa grande história!


    Parabéns por esse lindo trabalho!

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    1. Valeu por ter gostado, você mandou bem em um resumo geral do capítulo.

      Abraço!!

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  3. Cara... Que medo... Que foi isso cara... Quase tudo que sempre tive medo dessa governança atual tu descreve no episódio de forma que se pode ver as coisas acontecendo... Caramba, tomara que teus dons de premonição seja ridículos, quero isso não pro Brasil, principalmente porque não tem Tupangers aqui pra resolver a coisa como tem na tua série kkkkk! Bom, eu creio que Brasil nunca mais terá uma ditadura pois o povo somente em sua minoria quer isso e são pessoas que tem a vida ganha e sem preocupação com o dia a dia ou com a sobrevivência pois a deles está assegurada, minha opinião claro, mas eu sinceramente li cada linha com aquele medo de que cara, isso poderia ser verdade... Enfim, maravilhoso episódio e maravilhoso medo me fez sentir com tudo isso... Que os Tupangers possam resolver a situação pois até pena de morte foi instituído num pais onde a justiça e os direitos são todos comprados e manipulados, seria o fim com toda a certeza... PArabéns Jorge! \0/

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    1. Você pegou exatamente o que eu quis dizer no episódio, Lanthys.

      É basicamente o que eu tenho medo caso o líder executivo de nosso país caia.

      Abraço.

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  4. Maravilhoso! Melhor episódio de sua obra!

    E isso que o Brasil vai virar sim. Preparem-se! É fato. Vai acontecer. Teremos um reinado de trevas infelizmente...

    Ainda bem que na sua saga temos os Tupan para nós salvar. Mas aí é só ficção. Mas, no real... já era.

    A qualidade de sua obra chega a níveis estratofericos. Melhor momento da série!

    Estou embasbacado.

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    1. Eu confesso que eu me empolguei mesmo neste capítulo.

      Obrigado mesmo por ler!!

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  5. A quanto tempo Jorge, aqui estou pra retomar minha leitura e já me deparo com isso. Acho q até foi o momento, n diria ideal, mas certeiro pra ler está situação de caos político q vc instarou por causa do cavaleiro da guerra, pq sinto um clima parecido pelo q estamos passando no momento, n vai sair flores dessas eleições n, garanto. Isso me faz relembrar o quão bem vc integra a cultura do Brasil na história, de fato é uma história com muito foco nacional, me lembro bem de suas críticas e comparações ao usar exemplos reais do nosso mundo na trama como havia sido com a a praga (Covid), e abordar mais uma vez a visão do período da ditadura é o cenário perfeito pra explorar esse conceito de guerra, ainda mais com todas essas potências q de fato existem no país atrapalhando os heróis em achar o verdadeiro culpado, o título do capítulo n poderia ser mais apropriado, se deixar, vai virar um inferno msm, mandou muito. Admito q me perdi no começo em termos de passagem de tempo, mas logo me situe com a citação de q se passaram meses. Quanto a nova personagem, é oq eu sempre falo, tudo bem ela ser introduzida de forma até simples, oq vale é o desenvolvimento dela daqui pra frente e ela dividir espaço igualmente com os outros, isso q estarei esperando nas próximas leituras, até lá

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    1. Obrigado por ter gostado tanto do capítulo, man. Abraço

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