Ao
término da lua cheia, restavam apenas 6% da população tsufuriana original. E os
saiyanos obviamente voltaram ao estado normal. Enquanto seus inimigos ainda
estavam transformados em Oozaru, várias vezes os tsufurianos tentaram cortar
fora a cauda dos saiyanos, sabendo que sem a cauda a transformação em Oozaru se
desfaz. Mas quase todas as tentativas foram fracassadas: a cada 10 tentativas,
no máximo 2 ou 3 delas tinham sucesso.
Estamos
no ano 729 de nossa era. Alguns tsufurianos, vendo que a guerra (já em seu quarto
estágio) estava perdida, fugiram do planeta Plant, jurando vingança a Vegeta
III e toda sua linhagem por toda a eternidade, a ponto de lançarem maldições. “Um
dia nós ainda se vingaremos de vocês, saiyanos!”, um desses sobreviventes
disse, de sua nave espacial, ao ver de uma distância segura o Planeta Plant
pela última vez. “Vegeta, soberano e líder supremo dos saiyanos, amaldiçoado
seja você e toda a tua linhagem! Que todas as maldições e pragas do Universo recaiam
sobre você e toda a sua linhagem por toda a eternidade! Nós nunca esqueceremos
o nosso destino, e um dia ainda se verão conosco!”, outro disse também após
abandonar o planeta natal em uma nave.
Os
últimos bastiões da resistência tsufuriana foram destruídos, e um ano mais
tarde, nenhum deles mais restava em Plant. A guerra enfim terminou após a
tomada de Sitrusar, a capital de Plant. Ante o poder esmagador dos saiyanos,
foi questão de tempo Sitrusar cair e suas muralhas e fortalezas serem reduzidas
a farelo. A mesma Sitrusar na qual a cabeça decepada de Vegeta II, o pai do
atual soberano saiyano, foi exposta como forma de humilhação pública e mostra
do poder tsufuriano. Vegeta queria capturar o rei tsufuriano, como forma não
apenas de vingar o pai, como também de colocar um toque de ironia na coisa
toda. Já que se há algo que Vegeta III gosta muito são ironias do destino.
Entretanto,
não conseguiram capturar o rei tsufuriano, Ananasu, que milagrosamente
conseguiu escapar em uma nave aproveitando-se do caos da guerra. Nada muito
diferente, por exemplo, do que o xá de Khwarezm e o rei da Hungria fizeram
depois que sofreram pesadas derrotas para os mongóis no século XIII, ou o rei
de Portugal Dom João VI fez quando fugiu de seu país ante a invasão francesa e
se dirigiu ao Brasil. O rei então foi dado como morto, e Vegeta se contentou em
fazer o mesmo com o príncipe herdeiro do trono, Apelsar. Aos últimos tsufurianos,
Vegeta expôs a cabeça decepada do príncipe herdeiro, um dos líderes da
resistência tsufuriana, em uma grande estaca, e no fim das contas os últimos
resistentes foram mortos e aniquilados sem piedade.
Vegeta
foi coroado o rei dos saiyanos, com direito a uma grande cerimônia. Ao se
tornar rei dos saiyanos e ser coroado como tal, Vegeta intitulou-se Vegeta III,
em homenagem a seu pai e a seu avô paterno, que eram poderosos chefes tribais
em vida. E, após ser coroado como o Rei Vegeta III, renomeou o nome de seu
planeta. A partir de agora o Planeta passou a se chamar Vegeta, em sua própria homenagem.
Em essência, Vegeta agiu de forma análoga a um leão que assume a chefia de um
bando após derrubar do poder o seu antecessor. Ou mesmo como os Abássidas
agiram após derrubar os Omíadas do poder no Império Árabe-Islâmico após a
Revolução Abássida (750): massacraram os omíadas a pauladas durante um
banquete. Ou como Šao Kahn (e antes dele Onaga) fez com Edenia e tantos outros
mundos que ele conquistou em nome da Exoterra. Entre tantos outros exemplos.
Já
os tsufurianos, apesar de terem sido exterminados, tiveram parte considerável
de sua tecnologia herdada pelos saiyanos. Um aparelho criado pelos tsufurianos
que chamou muito a atenção dos saiyanos foi um chamado rastreador, que não
apenas mede em números o poder de luta de qualquer indivíduo, como também pode
detectar a presença deles no campo de batalha. De acordo com tal aparelho, o
Rei Vegeta possui cerca de 8.000 de poder de luta. Entretanto, tais aparelhos
possuem uma fraqueza: eles estouram quando estão diante de alguém com um poder
de luta que excede a capacidade de leitura deles. E, como a própria guerra
contra os tsufurianos mostrou, eles geralmente estouravam quando o poder de
luta em questão atingia mais de 6 mil de poder de luta (mas felizmente uma boa
quantidade deles conseguiu sobreviver à guerra). E, além disso, esse aparelho
não consegue acusar a presença de guerreiros que conseguem ocultar seu ki ao
reduzi-lo a níveis baixíssimos.
Muitos
se perguntam sobre o fato de os tsufurianos, embora antes muito poderosos e um
dos povos de tecnologia mais adiantada do Universo 7, terem sido reduzidos tido
sua glória de outrora reduzido a escombros e pó. Na verdade, o poder tsufuriano
há tempos já apresentava sinais de esgotamento e até declínio. Antes mesmo do
início da guerra contra Vegeta, eles já apresentavam sinais de inverno
demográfico, e os confrontos com os comandados de Vegeta foram pouco a pouco
colocando mais lenha na fogueira. Além disso, o serviço militar entre a
juventude tsufuriana já não era tão desejado e tão prestigiado como antes, e
até já surgiam movimentos contra o exército dentro deles, que inclusive
chegavam a pregar a abolição do exército enquanto instituição.
Na
política, os principais políticos tsufurianos, em todas as instâncias de poder
do povo até então dominante em Plant, estavam muito mais preocupados com jogos
de influência e de poder que com a ameaça que já pairava no ar há muitos anos.
E não era só um ou outro político que assim agia. Vários políticos, tanto do
alto quanto do baixo escalão de todas as principais forças políticas de Plant
assim agiam. E isso muito indignava Darmanin e seus partidários, que sabiam
muito bem não só sobre a aproximação da lua cheia como também do crescente
poder de seus vizinhos. O próprio Darmanin, ciente do perigo vindouro, tentou
fazer com que a lua de Plant não ficasse cheia ao lançar um raio especial nela
atirado de um observatório espacial. Entretanto, os caciques da política tsufuriana
lhe negaram tais fundos, sob a alegação de que isso não só era um projeto inútil
e muito caro e dispendioso, como também, do alto da arrogância deles, diziam
que a hora em que a lua cheia chegasse as armas e máquinas deles iriam se
encarregar de tudo.
Tal
situação foi minando pouco a pouco minando a fé de muitas pessoas quanto ao
apodrecido e corrupto sistema político tsufuriano. Sinais de conflitos
intestinos entre os próprios tsufurianos já pairavam principalmente nas regiões
periféricas, insatisfeitas com a inépcia do poder central ante a nova ameaça
(situação essa que, como vimos no capítulo anterior, Vegeta soube aproveitar
muito bem). E as famílias tsufurianas, além de não produzirem a mesma
quantidade de filhos que produziam antes, já não tinham a mesma solidez de outrora.
Como
vemos, o poder tsufuriano nos últimos anos do século VII e começo do século
VIII era como se fosse uma madeira apodrecida, que por fora parecia forte, mas
que por dentro estava bem fragilizada e pode ser quebrada ao menor toque. E
assim não foi muito difícil para Vegeta e seus comandados aniquilarem o poder
tsufuriano e virarem a balança de poder dentro do Planeta Plant em favor deles.
Assim, a canoa virou e quem foi derrubado para dentro da água foram os
poderosos de outrora. E pode-se ver muito bem que ante o crescente poder de
Vegeta os políticos tsufurianos agiram de forma similar a que agiram, por
exemplo, os imperadores da China (à época dividida entre os Ťin ao norte e os
Song ao sul) diante do crescente poder mongólico na primeira metade do século
XIII.
O
regime que Vegeta ergueu é do tipo monárquico. Em suma ele é um rei, que
concentra sobre suas mãos um poder muito amplo. Tem como base de apoio uma
nobreza composta pelos chefes das tribos que se juntaram a ele na guerra contra
os tsufurianos, um conselho de anciãos e uma casta de sacerdotes, que cuidam de
assuntos ligados à religião e ao sobrenatural. Cada sacerdote representa um
Deus do panteão saiyano.
As
terras de seu domínio foram divididas em várias províncias, com governadores
especialmente nomeados pelo rei. Em suma, um regime completamente diferente do
que era adotado pelos tsufurianos. O poder que Vegeta possui contrasta e muito
com o que o antigo rei tsufuriano possuía, que era limitado pelo senado. Ele
ergueu em cima das ruínas tsufurianas uma capital majestosa, Lesak. Logo após o
término da guerra, os saiyanos entram em contato com um povo alienígena chamado
arcosiano. Estes oferecem aos saiyanos tecnologia em troca de ajuda para
encontrar um novo lar para os arcosianos. A partir de então os saiyanos
passaram a fazer viagens pelo espaço e a se encontrar com outros povos
alienígenas.
3 Comentários
Muito bom Pistoleiro, excelentes informações e narrativas sobre o passado de Vegeta e a subida de seu pai ao trono... Parabéns pelo trabalho e construção da cronologia e acontecimentos!
ResponderExcluirA conclusão que chego, ao ver você, meu caro Pistoleiro Veloz ao unir ficção e vida real é que, independente do Planeta, as populações e os líderes agem de modo parecido com que acontece aqui.
ResponderExcluirCorrupção, negacionismo, enfraquecimento das instituições, guerras e suplementação de um império em detrimento da ascensão de outro , mais poderoso.
Esse é o retrato da guerra entre sayadianos, liderados por Vegeta III e tsufurianos , que eram superiores, mas entraram em decadência.
Parabéns, amigo!
Parabéns, Pistoleiro.
ResponderExcluirÓtimo episódio e bem encaixado em toda ordem de fatos que você pretende nos mostrar.
Siga firme!