Capítulo VII - O rapto dos filhos do Doutor Gori (parte I)
Pouco antes
de se formar em Virunga, mais uma tragédia atingiu Gori. Foi a vez da mesma
doença que ceifou a vida de Gori I também ceifar a vida da senhora Hou. Foram
momentos angustiantes tanto para Gori quanto para Obez. Gori amava sua mãe. Se
para ele o pai era um verdadeiro herói, a mãe era uma verdadeira heroína. Já
para Obez, Hou era uma verdadeira segunda mãe, que sempre apoiou o
relacionamento dos dois. “Jamais me esquecerei de você, Hou”, disse Obez no
velório da sogra.
Assim como
aconteceu com o pai, a morte de Hou gerou mais atritos entre Gori e membros do
alto escalão da política de Épsilon. O filme da vez passada se repetiu, com
todo o esforço para curar Hou da doença que a acometeu igualmente mostrando-se
inútil e os senadores achando que a ideia de Gori seria um grande desperdício
de dinheiro que não levaria a nada. Hou repentinamente adoeceu e em questão de
semanas faleceu.
Poucos meses
antes de Hou adoecer, Gori II e Obez se casaram em um dos principais templos de
Berengei, situado não muito distante da Grande Universidade de Virunga. Sob
votos de juras de amor eterno e de que só a morte iria separá-los, o sacerdote
do templo os casou e assim Gori II e Hou formaram uma família.
Uma vez
casados, foi questão de tempo os frutos dessa união surgirem. Eles tiveram dois
filhos gêmeos, Sarmag e Čin. Que logo se tornaram a alegria da família Gori.
Por causa do
nascimento dos filhos, Obez começou a passar mais tempo em casa cuidando das
crianças, ao passo que Gori fazia de tudo para ser um pai presente na vida dos
filhos, procurando por todas as maneiras passar tempo com eles e ver o
desenvolvimento deles. Afinal, ele quer que seus filhos o tenham como um herói
tal qual Gori II em relação ao avô paterno deles.
Tudo indicava
que dias de alegria e prosperidade se avizinhavam para a família Gori. Mas,
como logo veremos eventos ocorridos em galáxias bem distantes de Épsilon
jogarão um verdadeiro balde de água fria na família Gori, e serão de grande
importância para o futuro de nosso querido e ilustre chimpanzé reumático.
Em 1966, bem
longe do Planeta Épsilon, mais especificamente na nave Clone, a sede do
Cruzador Imperial Mess, ocorre uma reunião extraordinária. A pedido do Monarca
La Deus, Kaura se dirige à nave Clone. Na presença não só de La Deus, como
também do Doutor Keflen e algumas de suas criações, Kaura recebe a seguinte
ordem: raptar cinco crianças terráqueas.
Kaura: “A que
devo a honra do teu chamado, honorável Monarca La Deus?”.
Monarca La
Deus: “Kaura! Nosso grande e estimado aliado de longa data! Temos uma ordem a
você”.
Kaura: “E do
se trata, honorável Monarca La Deus?”.
Monarca La
Deus: “O Planeta Terra. Quero que você rapte cinco crianças terráqueas, para
que um dia uma delas suceda ao Doutor Keflen como grande cientista de Mess, e
assim dê continuidade ao meu secular projeto da experiência mutante”.
Kaura: “O teu
pedido é uma ordem, La Deus. Nós, os caçadores espaciais, servimos lealmente a
você já faz mais de 300 anos, desde os dias de meu ilustre antepassado, Azak, e
não será agora que as coisas serão diferentes”.
Monarca La
Deus: “Ótimo, Kaura. Sei que posso confiar em você. Assim que você nos entregar
as crianças, ganhará como recompensa um planeta no Universo do qual você será o
senhor”.
Doutor
Keflen: “Mal vejo a hora de poder ver essas crianças que você vai nos trazer,
Kaura”.
As outras
crias de Keflen protestaram contra a decisão de La Deus, em especial Wandar.
Mas logo a zebra alada baixa a bola depois de tomar algumas rajadas energéticas
de seu mestre.
Ao término da
reunião, Kaura organiza uma equipe de sequestro, e para isso reuniu seus
melhores guerreiros. Ao todo, sete guerreiros por ele comandados foram
recrutados para tal missão. Mas Kaura também tem seus próprios interesses, e
sem que La Deus soubesse, contatou uma conhecida dele, a Rainha Ahames IV. Sem
que ninguém percebesse, Kaura entra em contato com Ahames.
Kaura:
“Ahames IV, a ilustre rainha de Amazo-Giraz! Minhas saudações, alteza!”
Ahames:
“Kaura, então é você. O que quer de mim? Tenho certeza que você não veio até a
minha presença só para ter uma conversa trivial comigo”.
Kaura:
“Precisamente”.
E então Kaura
vai direto ao ponto e a coloca a par de tudo.
Ahames:
“Então você quer que eu rapte algumas crianças no Planeta Épsilon? Já ouvi
falar desse planeta antes Kaura, dizem que a tecnologia de lá é muito avançada.
Mas não acha que uma missão dessas é arriscada demais?”
Kaura: “Nem
um pouco, Ahames. Invadir aquele planeta é a coisa mais fácil do mundo. Várias
vezes os caçadores espaciais visitaram Épsilon e fizeram sequestros por lá sem
serem incomodados”.
Após pensar
um pouco Ahames resolve participar dessa empreitada, que será sua primeira
empreitada conjunta com Kaura. Amazo-Giraz se encontra sob o tacão de Bazoo, e
ela resolve participar dessa empreitada ao lado de Kaura visando fazer uma
expedição de reconhecimento para coletar informações úteis e assim preparar o terreno
para uma futura invasão do Planeta Gozma ao planeta dos simióides.
Foi questão
de tempo Bazoo ficar sabendo a respeito do conluio entre Kaura e Ahames e
querer tirar satisfações com ela.
Bazoo:
“Ahames! Se achando muito esperta, não? Me diga, o que você conversou com o
Kaura, que é um aliado do Monarca La Deus, meu inimigo de longa data?
Explique-se!”
Ahames: “O
Kaura quer que eu faça um sequestro no Planeta Épsilon, ao mesmo tempo em que
ele faz um sequestro no Planeta Terra. E eu achei uma ótima oportunidade de
fazer uma expedição de reconhecimento sobre Épsilon de forma a prepararmos uma
invasão de conquista no futuro. Tenho certeza que essa missão será importante
para nós, senhor Bazoo”.
Bazoo: “Muito
bem Ahames. Hoje eu estou de ótimo humor, e deixarei que você participe dessa
missão conjunta com o Kaura. Com uma condição: que você faça um relatório
completo sobre o Planeta Épsilon, os recursos e a tecnologia de lá e me
entregue pessoalmente. E depois disso, não quero mais vê-la fazendo acordos com
ele ou quaisquer outros aliados de meus inimigos. Do contrário, você sofrerá
uma punição exemplar”.
Ahames IV:
“Sim, Senhor Bazoo”.
O que será
que Kaura e Ahames têm em mente, e o que eles querem com tal sequestro?
1 Comentários
Aqui vemos uma virada na trama .
ResponderExcluirAlém da perda da mãe, as projeções de Gori quanto a futuras invasões de seres de outros planetas, começam a se concretizar.
Ahames é a encarregada .
Logo ela...
Se nada for feito pelos moradores de Épsilon, teremos desagradáveis surpresas.
A conferir!
Parabéns!