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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 9)

 

                                      Capítulo IX - Laços que unem, obstáculos que separam  

Durval, por meio do poder de Odin, almeja conquistar todo o mundo sob sua autoridade, e no meio desse processo de conquista almeja se vingar da mesma União Soviética que o prendeu e o manteve preso no gulag um dia. “Todo e qualquer monumento a Stalin que eu vir no meu caminho será demolido”, uma vez ele bradou, fazendo uma referência ao líder da União Soviética na época de sua prisão, ao qual ele nutre grande ódio. Nesse intento, ele em 1980 se envolveu em uma luta contra Vanaheim, na qual ele mesmo liderou os exércitos asgardianos em pessoa e no fim foi vencido e morto no meio de uma sangrenta batalha. Com o falecimento de Durval, Hilda, que já se interessava pelos assuntos políticos de Asgard e após vencer seu primo Harald (o qual era o favorito de Durval para sucedê-lo) em uma disputa por poder e afastar do poder grupos partidários de seu tio, se tornou a representante terrena de Odin. Logo a verdade sobre o falecimento de seu avô veio à tona (algo do qual a própria Hilda já vinha desconfiando há alguns anos). Durval não só matou o avô de Hilda e Freja, como também seus pais, Knut e Helga, que faziam oposição a sua política expansionista e tiveram mortes misteriosas nas mãos de Durval. Eles morreram antes mesmo de Hilda e Siegfried se conhecerem, vítimas de um complô palaciano. É assim que Durval agia com seus inimigos políticos que lhe são mais incômodos: os elimina em surdina sem que ninguém perceba e depois divulga ao mundo que eles morreram de alguma doença ou algum ataque cardíaco repentino.

Com Hilda no poder em Asgard, a política expansionista de Durval foi abandonada por completo, dando lugar a uma política externa pacifista. A tal ponto que uma das primeiras coisas que Hilda fez foi acordos de paz com os reinos vizinhos de Asgard, entre eles Vanaheim. Mas, mesmo com todo seu pacifismo, Hilda não é idiota. Ela sabe muito bem que precisará da força das armas para vencer futuros inimigos que venham a ameaçar Asgard. Hilda nem mesmo hesitará em convocar os Guerreiros Deuses caso venha a ser ameaçada por algum Deus, quer seja do panteão nórdico ou de qualquer outro. Quer seja ele Loki, Hela, Hades, Poseidon, Zeus, Rá, Anubis, Šiva ou qualquer outro.

Dias depois, Hilda foi sagrada em uma cerimônia no pátio do Palácio Valhalla diante de uma plateia de milhares de pessoas como governante de Asgard e representante terrena de Odin. Na plateia sua irmã Freja estava, assim como Hagen, Shido, Mime, Alberich e todos os outros candidatos a futuros Guerreiros Deuses (até mesmo Bado, que tudo observava de dentro do Palácio Valhalla, sem que ninguém soubesse). Seu pai adotivo e seu irmão também lá estavam. Por Freja Siegfried foi incumbido coroar Hilda com um colar dourado. De início Siegfried sentiu-se sem jeito diante de tal pedido da irmã de sua amada, mas com um empurrãozinho dela, de seu pai, de Hagen, de seu irmão e do resto da plateia Siegfried perdeu o medo e se dirigiu serenamente até Hilda. Perante Hilda, Siegfried se ajoelhou e estendeu suas mãos lhe entregando o colar e as joias. “Divina Hilda, eu, Siegfried, humildemente lhe dou esse colar e essas joias para que você governe Asgard da forma mais sábia e justa possível”. Hilda, emocionada com as palavras de Siegfried, pega o colar e as joias e os veste. Siegfried, por seu turno, sentiu uma emoção indescritível ao ver Hilda trajando aquele belo vestido azul turquesa e aquelas joias douradas. E em seguida pede para que Hilda lhe permita que ele faça um juramento. Hilda aceita. “Eu, Siegfried, prometo a você, Hilda de Polaris, lhe servir humildemente, lhe dar todo o meu apoio e lhe ajudar a defender Asgard sempre que preciso”. Do lado da plateia, Alberich observa a cena, aborrecido. “Que coisa patética... quem esse plebeu pensa que é? Mal esses cretinos pedem por esperar”. E solta risadas. Shido do lado estava e deu uma bela de uma de uma dura em Alberich. “Baixa um pouco a bola, Alberich”. Ao término da sagração, Siegfried e Hilda foram saudados por todos.

Para Siegfried, ver Hilda se tornar a governante suprema de Asgard foi uma grande alegria. E diante de tal fato resolveu dedicar-se ainda mais nos treinos para se tornar Guerreiro Deus. Afinal, é um motivo muito forte para protegê-la. Uma vez, Siegfried disse a Shido que para proteger Hilda sacrificaria sua própria vida caso se fosse preciso. “Sério, Siegfried? Você seria capaz de uma atitude tão radical como essa?”, perguntou Shido. “Sim, se eu não tiver outra escolha a não ser essa, sim, sacrificaria minha vida pelo bem de Asgard e de Hilda“. Em um encontro posterior no Palácio Valhalla, Siegfried disse que Hilda estava maravilhosa com esses trajes e essas joias. “Siegfried, muito obrigado”, respondeu uma envergonhada Hilda. “Hilda, eu nunca vi mulher tão linda quanto você”, Siegfried respondeu. Os dois ficam se fitando por alguns segundos como se nada houvesse ao seu redor. Um terno abraço se seguiu, e depois os dois seguiram cada um seu caminho. Antes mesmo que se beijassem, Hilda disse a Siegfried que tinha que ir em uma Thing (assembleia governativa). “Posso lhe acompanhar até lá, Hilda?”. Hilda responde que sim. Siegfried acompanhou Hilda até o local da Thing. Antes de ir à reunião, Hilda prometeu a Siegfried que depois o encontraria. Após o encontro, Hilda prometeu para si mesma que agora que Durval está morto e que ela é a governante de Asgard de tudo fará para que o amor entre os dois seja consumado enfim.

Entretanto a morte de Durval não significou que o caminho para concretização da consumação do amor entre os dois estava livre, tal qual aconteceu na Rússia com Nicolau II e Aleksandra após a morte de Alexandre III, em 1894. Como Hilda agora é a governante de Asgard, seu novo ofício ocupou grande parte de seu tempo e suas energias. E não é só isso: uma parte considerável da nobreza de Asgard (cujo porta-voz principal é Conde Egil e que sentiram-se extremamente ultrajados ao ver que quem sagrou Hilda foi o filho de um ferreiro e não alguém que tem sangue azul) também pensa como Durval e é contra o relacionamento da governante suprema de Asgard com um plebeu. E contra isso ela infelizmente não pode fazer nada.

A própria Hilda colocou tal questão em pauta em uma das primeiras Things (assembleia governativa) de Asgard ocorridas em seu reinado. Nessa reunião toda a nobreza de Asgard se reuniu para debater a questão. Para Hilda e Siegfried, assim como para Hagen e Freja, a única esperança de que pudessem ficar juntos no curto prazo era essa. Muitos nobres que participaram da Thing eram favoráveis a que as restrições quanto a casamentos entre nobres e plebeus sejam derrubadas, enquanto que muitos outros eram a favor de sua manutenção. Os que eram a favor de que a lei fosse posta abaixo alegavam, entre outras coisas, que a nobreza de Asgard precisava de certa dose de sangue novo e que se continuasse só a se casar entre si continuaria a ser flagelada por doenças terríveis como a hemofilia. A mesma hemofilia que causa grande dor e sofrimento a seus portadores mesmo esses tendo pequenos ferimentos, tal como aconteceu com Aleksej, o último tsarevič (herdeiro do trono) da Rússia. Já os nobres que eram a favor da manutenção da lei alegavam que caso essa restrição fosse aprovada seria a existência da nobreza de Asgard enquanto tal seria posta em grande perigo e que Hilda colocou isso em pauta para conseguir vantagens pessoais. A votação foi acirrada, e no fim, a contragosto de nossos pombinhos, foi decidido que a lei seria mantida. Assim essa longa tradição, que remonta aos primórdios da história de Asgard, continua em vigor.

1 Comentários

  1. Em meio às conspirações palacianas de Asgard, Durval morre, sendo que Hilda assume o trono, promovendo algumas mudanças, dando mais espaço para os plebeus.

    Certamente, uma decisão que provocará reação aos conservadores.


    Em meio a esse cenário, a paixão entre Hilda e Siegfried só aumenta.

    Será que esse amor vencerá dessa vez ?

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