CARCARÁ-NEGRO: DECISÕES - PARTE I

 

 

 Fala galera!

 

Mais um pedaço de uma história do Carcará-Negro, que acontece depois dos eventos do episódio piloto, sendo muito importante pois vai dar explicações sobre o modo do personagem agir e contar um pouco de sua origem, dividida em pelo menos 2 partes. A primeira está bem curta... Espero que vocês gostem.

 

Jeremias Alves Pires

 

*HORAS DEPOIS DO EPISÓDIO PILOTO: VOZES

Decisões - Parte 1

Acabou, Cristóvão estava decidido. Acessou a porta secreta já com o martelo em mãos. Olhou os vários monitores exibindo imagens das câmeras de seus pássaros robóticos espalhados pela cidade.

  - O que você vai fazer Cris? - Logo indagou a voz, a maldita voz...

  - Pra mim já chega...  O coitado que atacamos ontem... O cara que roubou a bolsa... Se matou... - Lágrimas rolaram sem parar pelo rosto de Cristóvão.
 
  - Foi a escolha dele... Somente dele... - Lentamente a criatura vinda das trevas da alma de Cristóvão vai surgindo por trás dele, toda feita de sombras, corpo de homem, cabeça de pássaro, olhos vermelhos em brasas longas asas - E quanto  a ela? - A criatura apontou  para um canto.

Névoas surgiram do nada, risadas de crianças se fizeram ouvir.
 Logo Cristóvão pode ver uma senhora idosa a brincar com um menino de uns cinco anos. A criatura então voltou a falar.

  - Dona Tereza, avó orgulhosa do Pedrinho... Uma pessoa boa de vida e alma simples... Tudo ia bem pra ela, até se encontrar com ele em uma esquina escura...

De repente, Cristóvão não está mais no ninho do Carcará, mas numa rua escura.   Dona Tereza caminha tranquila com sua sacola de compras, quando é abordada por um criminoso com uma faca.

  - Ela não reagiu... Entregou tudo o que tinha - A criatura continuou a narrar - Ainda assim, o pior aconteceu...

Diante dos olhos apavorados de Cristóvão, o criminoso esfaqueou a senhora, diversas vezes, gargalhando o tempo todo. Pra finalizar, o meliante perfurou o olho esquerdo de Dona Tereza e partiu assobiando.

  - Chega!!! - Cristóvão caiu de joelhos, todo sujo com o sangue de Dona Tereza.

  - Naquela noite, nasceu o "Fura Zoio", um dos bandidos mais temidos de São Paulo, que nós juramos caçar e punir...

  - Por favor, chega de todo esse horror... - Cristóvão chorou, tapando os olhos com as mãos...

  - Abra os olhos, Cris! Abra agora! - Ordenou a Criatura...

Cristóvão obedeceu, mas não era o corpo de Dona Tereza, mas o de sua amada Lenora, com um buraco de bala no meio da testa, jorrando sangue como água de uma torneira, formando uma poça.

  - Lenora!!! - Cristóvão grita.

  - Sua vez... - Uma outra voz chama atenção de Cristóvão.

Assim que olha para o lado, mais uma vez ele está diante do assassino da única mulher que amou na vida.

  - Seu desgraçado!!! DESGRAÇADO...

O assassino aponta seu revólver para Cristóvão e dispara. Cristóvão acorda de sua alucinação, mas a voz da Criatura continua a atormentá-lo...

  - Você se esqueceu dela? Do que jurou pra ela? Você jurou proteger os inocentes, punir os culpados. Fizemos nosso trabalho. Caçamos o tal de Fura Zoio, o impedimos de fazer uma nova vítima, o humilhamos e expusemos. Não me venha agora lamentar se o maldito deu fim a própria vida...

Um monitor apita, interrompendo a discussão.

  - Alerta! Alerta! Inocentes em perigo...

No monitor, Cristóvão vê um casal sendo sequestrado e posto dentro de um carro.

  - Preparar transformação! - Ordenou Cristóvão.

  - Câmara de transformação pronta... - respondeu uma voz robô.

  - Mais tarde a conversa continua, Carcará... - Disse Cristóvão antes de entrar na câmara de transformação.

Continua...