Os Seis Bionicos - A origem - Parte 3

 

SAN FRANCISCO - RESIDENCIA DA FAMÍLIA BENNET

Algumas horas depois dos eventos em Chihuahuan, Jack Bennett e seus filhos conversam no escritório. Nenhum deles conseguia acreditar no que havia acabado de acontecer. Depois de um ano achando que a mãe e esposa Helen estava morta, eles praticamente presenciaram o retorno dela dos mortos. 

Acomodados em poltronas em volta da mesa do escritório do pai, todos tentam achar uma explicação para o acontecido.

J.D: Eu penso, penso, e não consigo entender o que foi aquilo.

Meggie: Aquela, era mesmo a mamãe?

Bunji: Se aquela era mesmo a mamãe, por que nos atacar daquele jeito? E afinal de contas que poder era aquele que ela tava usando?

Antes que mais perguntas pudessem surgir Jack toma a palavra — Não vamos nos precipitar e ficar criando teorias a respeito disso. Vamos falar com o Doutor Sharp, quando ele entrar em contato. — Segue ele tentando acalmar os ânimos — O doutor com certeza tem uma explicação lógica pra tudo isso.  

Mal Jack termina sua frase e finalmente na tela na parede a frente dos biônicos, a imagem do Dr Sharp aparece abrindo comunicação audiovisual com a equipe.

Dr Sharp: Como vão meus amigos? Espero que estejam bem.

Eric é o primeiro a se manifestar — Bem? Você acha que da pra ficar bem? Nós acabamos de levar uma surra da nossa mãe, que até essa manhã estava morta!

Jack: Eric, Pare — Grita interrompendo o filho.

Logo em seguida Jack se vira para a tela e deixa sua atenção completamente voltada ao doutor. 

O Dr Sharp respira fundo, retira os óculos passando o dedo polegar e o indicador entre os olhos como se demonstrasse cansaço e em seguida coloca os óculos novamente e inicia sua explicação.

Dr Sharp: O projeto Bionic entrou em um beco sem saída há alguns anos. O governo insistia que nós encontrassemos resultados imediatos. A necessidade de sairmos na frente de uma corrida armamentista era grande. Estávamos sendo cobrados por todos os cantos do governo dos Estados Unidos, foi quando Jack se ofereceu para se tornar a primeira cobaia do experimento tornando-se Biônico 1, desde então ele vem cumprindo missões secretas para o governo dos Estados Unidos atuando como nosso agente. Infelizmente, pela necessidade de termos soldados altamente treinados e altamente resistentes, fechamos os olhos para um perigo que estava ao nosso lado o tempo todo. Quando começamos a interferir nas intenções terroristas da BlackSpaider, eles contra atacaram rápida e silenciosamente, infiltrando vários de seus agentes dentro do governo e não demorou muito para os projetos e todos os dados sobre os Biônicos caírem nas mãos deles.

Jack: Está dizendo que a BlackSpider estava atuando dentro do governo dos Estados Unidos? E não só isso, estavam trabalhando dentro do projeto Bionic? E ninguém percebeu?

Dr Sharp continua — Sim, é exatamente isso que estou dizendo. Quando descobrimos que havíamos sido comprometidos, já era tarde demais. Eu acredito, e agora é apenas uma especulação, que os cientistas trabalhando para eles, tenham conseguido sucesso onde eu falhei. Eles continuaram o projeto só que avançaram para uma área na qual nossos esforços para trabalhar com os implantes falharam.

J.D: O cérebro!

Dr Sharp: Exatamente. Pelo que pude ver nas gravações de câmera de segurança da instalação que vocês invadiram, Helen possui um controle mental muito além da capacidade humana. Só o fato dela conseguir dominar os ataques combinados de vocês já a coloca como nossa inimiga número um e nossa prioridade. 

Eric então toma a palavra — Espera um pouco Doutor! Tudo isso explica sobre os poderes dela, os implantes. Mas por que eles usaram justamente a minha mãe pra criar a arma perfeita deles?

Sharp respira, abaixa a cabeça, respira fundo mais uma vez, e então volta sua atenção à tela novamente como se estivesse apreensivo daquilo que estava prestes a dizer. — Eu acredito que usaram o corpo da Helen para atingir o Bionico 1.

Ao ouvir aquela afirmação Jack se mantém estático olhando para o monitor.

Dr Sharp: Não foi a primeira vez que o Jack deteve uma das células terroristas da BlackSpider. Ele mesmo já acabou com vários planos do grupo. O que eu acredito é que, eles precisavam de uma cobaia com morte cerebral para poderem mexer com o cérebro, fazerem as experiências que precisavam para avançar com os implantes biônicos. O Jack era uma pedra no sapato deles. Quando a morte da Helen foi anunciada, eles tinham tudo que precisavam na mão. A cobaia e a vingança. 

Maggie tomando a frente — Doutor, esses implantes que ressuscitaram minha mãe. Pelo que o senhor conhece deles, nós podemos ter esperança de tê-la com agente novamente?

Dr Sharp: Na verdade eu nem sei como eles conseguiram avançar com a pesquisa de onde eu parei. Eu precisaria estudar sua mãe pra te dizer com certeza mas, a princípio, talvez seja ideal considerar que sua mãe está morta e aquela inimiga que apareceu, não é ela.

Jack: Não vamos fazer isso Doutor. Eu sinto muito! Se houver alguma chance de trazer a Helen de volta pra nós então eu vou tentar a todo custo fazer isso.

Dr Sharp: Jack, pessoal, vocês sabem que isso pode ir completamente contra as ordens do governo não sabem?

Jack: Acho que digo por todos nós que no momento, entender o que aconteceu com a Helen e trazê-la de volta para nós, é nossa maior prioridade. Se tivermos que desobedecer às ordens do governo pra isso, então faremos.

Dr Sharp: Muito bem. Eu pretendo ajudá-los no que puder. Estamos tentando a todo custo localizar algum sinal da BlackSpider. Assim que eu tiver qualquer notícia do inimigo eu entro em contato, e coloco vocês em ação. Tentarei mediar o máximo que puder as intenções de vocês com as necessidades do governo. Vamos trazer a Helen para casa.

A imagem do Dr Sharp desaparece da tela que fica toda em um tom azul, para em seguida desligar completamente.

NOITE - UMA RUA QUALQUER DA CIDADE DE NOVA YORK

Um carro preto acaba de estacionar em frente a calçada de uma lanchonete, e fica ali parado por alguns segundos. Do outro lado da rua, usando uma calça jeans, jaqueta de couro e um casaco por baixo com a touca para fora da jaqueta que escondia a maior parte de seu rosto e cabelos ruivos, uma mulher se aproxima. Com as mãos no bolso e olhando para todos os lados ela finalmente alcança o carro, abre a porta da parte de trás e entra. Alguns segundos depois o carro parte dali rumo a uma rua sem saída e escura a alguns metros dali.

O motorista não olha para trás, mas encara a mulher pelo espelho retrovisor. É por esse mesmo espelho que ela pode perceber um pouco da aparência pelo menos do rosto do homem. O cara era branco, com cabelos pretos e olhos castanhos com uma barba curta bem feita. Trazia uma cicatriz no olho esquerdo, enquanto que no direito, o olho aparentava ser uma espécie de implante.

Helen: Qual o próximo passo?

Motorista: Nosso chefe disse pra aguardarmos novas ordens, mas tudo me leva a crer que vamos para San Francisco.

Helen: Por que?

Motorista: Você não faz perguntas. Você segue ordens.

Helen retira sua touca mostrando seus cabelos ruivos — San Francisco é onde está o quartel general do nosso inimigo. Se formos pra lá ficaremos expostos.

Motorista: É exatamente isso que o chefe quer. — Continua o homem encarando a mulher pelo retrovisor do carro. — Está chegando a hora do mundo começar a nos temer. Nós temos pessoas infiltradas em todas as esferas do mundo, temos armas, e principalmente temos você. Sua atuação em CHIHUAHUAN, foi de tirar o chapéu. Atrair os Biônicos com pistas falsas e esperar até eles aparecerem e ainda dar uma surra neles, aquilo foi magnífico.

Helen: Só me diz quando devemos estar em San Francisco.

Motorista: Eu devo entrar em contato de novo dentro de três dias. Fique escondida. — O homem pega um pacote cheio de notas de dólares e joga para a moça no banco de trás. Ela o pega de primeira, abre, olha as notas e coloca o pacote dentro do casaco. — Quando chegar a hora, esteja pronta. 

A mulher apenas retribui com um olhar em concordância, abre a porta do carro e sai caminhando pelo beco escuro desaparecendo na noite de Nova York.

CONTINUA ..>>