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Força Especial Bataranger - Capítulo 6 - Sons da noite

No capítulo anterior:

Mateus precisou usar sua velocidade e sua esperteza para deter uma ladra velocista.

 

Capítulo 6 – Sons da noite

 

Corredores da BataBase

 

Aline estava procurando Jéssica para o treinamento da tarde. A Bataranger n°. 5 sumiu depois do almoço e as regras da BataBase eram simples: quem não estiver no batalhão depois do horário de almoço, será penalizado (a) e a pena ficava a critério dos superiores. Faltando 15 minutos para o fim do horário de almoço, Aline decidiu procurar pela amiga, para ela não se atrasar.

Chegando ao dormitório feminino, Aline encontrou Jéssica deitada na cama, com fones de ouvido.

Aline: “Jéssica, vamos, a gente vai se atrasar para o treinamento.”

Jéssica não parecia ouvir. Estava totalmente entretida com a música.

Aline: “Jéssica! Dá para parar a música?”

E Jéssica continuava não ouvindo.

Aline pegou o celular de Jéssica e desligou a música.

Jéssica: “Ei, eu estava ouvindo!”

Aline: “E eu também, porque seu fone estava muito alto. Quer ficar surda, garota?”

Jéssica: “Eu, hein? Parece até minha mãe, que eu nunca tive... O que você quer?”

Aline: “Esqueceu do treino da tarde? Faltam dez minutos e se a gente atrasar, podemos ser penalizadas.”

Jéssica: “Ih, é, esqueci completamente! Mas eu não podia perder o último sucesso do Night Angels.”

Aline: “Night Angels? Que bicho é esse?”

Jéssica: “É minha banda de heavy metal favorita. É uma banda brasileira, inclusive. Eles lançaram a última música agora há pouco e não podia perder. Acabei perdendo a noção do tempo.”

Aline: “Vamos logo, loira. Deixa esse Night sei-que-lá para depois.”

Jéssica: “É Night Angels.”

As duas se retiraram apressadamente do dormitório, para não se atrasarem ao treinamento.

 

Sala do comandante

 

No dia seguinte, o comandante Lopes chamou os Batarangers para sua sala.

Cmte. Lopes: “Batarangers, tivemos notícias de surtos de vampirismo nos últimos dias. A princípio, chegamos a pensar que era por causa dos ataques dos vampiros do Morro do Morcego, mas depois da prisão de Morcegão, eles não estão descendo tanto para o asfalto como antes. Bem, voltando ao assunto, está havendo surtos de vampirismo, no período na noite, claro, e o epicentro é a região da Lapa.”

Cris: “Permissão para falar, senhor!”

Cmte. Lopes: “Permissão concedida.”

Cris: “Eh... A Lapa é tomada de vampiros. É normal quem vai para lá, vire vampiro.”

Cmte. Lopes: “Bem observado, Ribeiro, mas o número de vampiros se intensificou depois de uma banda de heavy metal começou a tocar pela Lapa, mais precisamente no Circo Voador. Uma tal de Night alguma-coisa.”

Jéssica: “Night Angels?! Oh, desculpe, senhor. Nem pedi a permissão de fala.”

Cmte. Lopes: “Tudo bem, Nascimento. Pelo visto, você conhece a tal banda. Bem, essa banda começou a se apresentar na última semana e de lá para cá, começaram esses surtos de vampirismo.”

Jéssica: “Night Angels está aqui no Rio? Por que eu não soube disso?”

Todos olharam para ela.

Jéssica: “Ah, desculpa. Pode prosseguir, comandante.”

Cmte. Lopes: “Certo. Bem, eu os chamei aqui para irem investigar a causa deste surto de vampirismo e aplacá-lo o mais rápido possível, antes que se espalhe pela cidade inteira.”

Batarangers: “Sim, senhor!”

Cmte. Lopes: “Contudo... Já que apenas Nascimento conhece a tal banda, ela será requisitada para esta missão.”

Jéssica, prestando continência: “Sim, senhor! Estou pronta, senhor!”

Cmte. Lopes: “Além do mais, para Nascimento não ir sozinha, quero que escolha apenas um Bataranger para fazer-lhe companhia.”

Jéssica: “Sim, senhor. Eu escolho Hashimoto para ir comigo, senhor.”

Aline ficou com um semblante de indignação e disse “Eu?” apenas para leitura labial.

Cmte. Lopes: “Muito bem, moças. Quero que estejam no local indicado nesta noite. Boa sorte. Dispensados!”

Os cinco prestaram continência e deixaram a sala.

 

Corredores da BataBase

 

Aline ainda estava muito indignada com Jéssica, por ter sido escolhida para a missão da Lapa.

Aline: “Grrrr... Você me paga, Jéssica! Por que eu tenho que ir com você a um show de rock? Bons tempos quando eu ia prender chefes de morro e incendiários...”

Jéssica: “Em primeiro lugar, não é rock, é heavy metal. Segundo, é uma missão. Terceiro, é uma oportunidade para gente sair um pouco.”

Os rapazes só riam da discussão das moças. Cris não podia perder a oportunidade de provocar:

“Ô Jéssica, acho melhor você colocar uma coleira na Aline. Hahaha.”

Aline foi para cima de Cris.

“Olha que eu te mostro onde eu coloco a coleira em você, Cristiano!”

Cris: “Olha a boca!”

Jéssica soltou seu super-grito para atordoá-los.

Jéssica: “Chega, vocês dois! Aline, vamos nos arrumar para o show.”

Aline: “Para quê?”

Jéssica: “A gente vai à paisana, né? Não vamos dá bandeira por lá, principalmente em um antro de vampiros.”

Aline: “Ah, tá certo...”

As duas foram se afastando e Jéssica comentou:

“Até que a coleira não é má ideia...”

Aline deu um tapa no braço da amiga.

Uma hora depois, Jéssica voltou devidamente vestida à paisana, com seu cabelo loiro solto, camisa preta da banda Night Angels e uma calça rasgada na coxa e no joelho. Ela ainda estava usando maquiagem e batom pretos.

Jéssica: “E aí, meninos? Como estou?”

Jefferson: “Tá show, mana.”

Mateus: “Ah, Jeff, tu é suspeito para falar.”

Cris: “Ué, cadê a Aline?”

Jéssica: “Pois é, cadê essa garota? Ela estava comigo e já não está mais aqui. Aline!”

Ela saiu à procura de Aline.

Mateus comentou com os outros:

“Não queria comentar na frente dela, mas sua irmã tá gata, Jeff.”

Cris: “Verdade. Confesso que fiquei com vergonha de falar na frente dela.”

Jefferson: “E vocês vêm falar isso para mim? Esqueceram que somos gêmeos?”

Mateus: “É, mas vocês não têm a mesma cara, ainda bem. Ela ficou com toda a beleza. Hahaha.”

Cris também riu.

Jefferson: “Inhé, falou o galã... Se olha no espelho, mané!”

De repente, ouviram a voz de Jéssica:

“Vamos, Aline. Para de graça. ‘Cê tá linda.”

Aline: “Não tô, não! Estou ridícula!”

Jéssica: “Não tá, não! Deixa eles te verem.”

Cris: “O que está havendo?”

Jéssica: “Ah, a Aline tá com vergonha de se mostrar e eu tive que arrastar essa criaturinha até vocês.”

Cris: “Qual é, Aline? Deixa a gente te ver.”

Jéssica se afastou e mostrou Aline aos rapazes. Ela estava também vestida com camisa preta, um short curto preto, meia-calça e bota. Também estava com maquiagem e batom pretos, além do cabelo estilo maria-chiquinha.

Cris: “A-a-a-line? É você mesma?”

Aline: “Claro que sou eu, besta! Só estou um pouco... diferente. Ei, por que está gaguejando e de boca aberta?”

Cris: “É que... eu nunca te vi sem uniforme... Quero dizer, vestida além do uniforme... Ah, vocês entenderam!”

Mateus: “Ih, parece que o Cris gamou, hein?”

Jefferson: “É verdade. Tá mais vermelho que a BataFarda dele.”

Todos riram, exceto Cris.

Jéssica: “Bem, vamos nessa, meninos. Nos desejem sorte.”

Jefferson: “Certo, mana. A gente vai monitorá-las daqui, junto com a doutora.”

Cris: “Boa sorte, garotas.”

Mateus: “Boa sorte”.

Jéssica: “Valeu, meninos. Vamos estabelecer contato, assim que virmos algo suspeito. Vamos, Aline.”

Aline: “Tchau, pessoal.”

Os rapazes: “Tchau!”

E elas foram se afastando.

 

Lapa, Rio de Janeiro – Noite

 

Aline e Jéssica chegaram à Lapa, um bairro considerado o “mais boêmio” do Rio de Janeiro, por conta de ter vários bares e danceterias. O Circo Voador é um espaço cultural onde há shows de vários ritmos e fica próximo aos Arcos da Lapa.

Elas chegaram ao Circo, compraram o ingresso e o lugar estava completamente lotado. Uma banda estava tocando naquele momento, mas não era a Night Angels.

Aline começou a se sentir mal naquele ambiente completamente desconhecido para ela.

Jéssica: “Amiga, tá tudo bem?”

Aline: “Tô ótima... Estou em lugar esquisito, porque alguém me arrastou para cá. Nada mais perfeito.”

Jéssica: “Ei, não começa. Estamos em missão, tá certo? Além do mais, por que não fazer algo diferente, tipo, se divertir um pouco?

Aline: “Tá, então, por que me escolheu? Por que não escolheu seu irmão, por exemplo?”

Jéssica: “Ah, o Jeff é um amor de pessoa, nunca me deu trabalho, mas eu te escolhi, porque você é a única amiga que eu tenho. Eu sempre quis que a gente fizesse algo que as amigas comuns costumam fazer e eu achei que essa seria a oportunidade.”

Aline: “Posso te pedir uma coisa, em nome da nossa amizade?”

Jéssica: “Claro.”

Aline: “Você se importa se eu tapar meus ouvidos? Estou quase ficando surda, de tanto barulho.”

Jéssica: “Tudo bem, amiga. O importante é estarmos juntas.”

A banda parou de tocar e de repente, o Circo Voador ficou quase todo escuro, iluminado apenas pelas luzes do palco.

Anunciador: “Como vocês, NIGHTTTT ANGEEEEELSSS!”

A plateia foi à loucura, quando a banda surgiu e começou a tocar. Era uma banda de quatro integrantes, todos homens: um no vocal, um na bateria, um na guitarra e outro no baixo. Todos eles vestiam preto e tinham variados estilos de cabelo.

Aline voltou a se sentir mal em meio àquela escuridão. Ela observava tudo ao redor, para ver se tinha algo suspeito. Observava também Jéssica, que estava totalmente envolvida com a música. Ver a amiga animada, mesmo que elas estejam em missão, ainda mais com o desabafo dela, causava satisfação em Aline.

Mas a sensação ruim não passava. Ela aproximou-se de Jéssica e disse, gritando:

“Jéssica, vou lá fora tomar um ar e já volto.”

Jéssica: “Falou.”

Aline se direcionou à saída. Porém, foi empurrada por um dos espectadores, depois por outro e por outro. Ela parecia um joão-bobo no meio da plateia.

Aline: “Ei, vocês! Olhem por onde andam!”

E de repente, ela viu que aqueles espectadores tinham olhos avermelhados e caninos proeminentes...

Aline: “Vampiros!”

Como ela não poderia dar bandeira, discretamente, ela foi atrás de Jéssica. Encontrando-a, disse:

“Jéssica, eu encontrei vampiros por aqui e...”

Ela parou, porque todos na plateia viraram vampiros!

Eles foram se aproximando para atacar as Batarangers, expondo seus caninos. O mais estranho ainda é que Jéssica parecia está alheia a tudo.

Aline: “Jéssica, vamos sair daqui!”

Jéssica: “Hã? Tá bom.”

Aline, puxando Jéssica para si, abria caminho na plateia de vampiros com seu super-chute. As duas conseguiram sair daquela loucura.

Aline: “Hashimoto para a base. Nascimento e eu descobrimos os vampiros aqui no Circo Voador, mas não sabemos como eles se transformaram. Não é mesmo, Jéssica?”

Jéssica parecia estar no mundo da Lua, naquele momento.

Aline: “Jéssica, você ouviu o que eu disse?”

Jéssica: “Hã... Sim, amiga. Eu tô com uma sede...”

Aline: “A gente bebe água, quando chegar lá na base. Vamos.”

Ela puxou a amiga pelo braço e sentiu algo estranho...

“Jéssica, você está gelada! Como, se nem está frio?”

Jéssica: “Ah, eu sinto frio só de bater algum vento.”

Aline: “Ah, tá. Vamos reportar tudo para a base.”

E elas saíram da Lapa, em direção à base.

 

BataBase – Divisão de Ciência & Tecnologia

 

Aline e Jéssica chegaram à DCT, onde estavam os rapazes e a Dra. Angélica. Jéssica, de repente, gritou:

“Ah, essa luz está muito forte! Ah, eu tô com sede, muita sede.”

Angélica: “Tem água na geladeira da copa.”

Jéssica: “Valeu, doutora.”

Jéssica foi à copa.

Angélica: “Jéssica, acende a luz. O interruptor fica na porta.”

Jéssica: “Não precisa, doutora.”

Angélica: “Bem, Aline, conte tudo o que viram.”

Aline contou tudo sobre os vampiros que surgiram do nada lá no Circo Voador.

Angélica: “Que estranho. Pelos meus estudos sobre vampirismo, a transmissão é pela saliva de infectados. Em outras palavras, é por mordida na veia jugular. É humanamente impossível que centenas de pessoas se mordam ao mesmo tempo e virem vampiros em questão de segundos.”

Cris: “O que a senhora acha, doutora?”

Angélica: “Não sei, Cris. Parece ser uma nova forma de infecção de vampirismo que a Ciência ainda não consegue explicar.”

De repente, ouviu-se um barulho de vidro quebrado vindo da copa. Os Batarangers correram para lá.

Jefferson: “Mana, tá tudo bem?”

O jarro d’água estava quebrado no chão e Jéssica gritou:

“Eu... tô... com sede!”

Ela estava pálida e falando de um jeito até agressivo.

Jefferson: “Mana, o que aconteceu? Você ainda está com sede? A gente pode arrumar mais água...”

Jéssica: “JÁ FALEI QUE ESTOU COM SEDE.”

E ela ficou com os olhos avermelhados e caninos proeminentes... Jéssica tinha virado vampira!

Jefferson: “Jé-jé-jé-ssica?! Sou eu, seu irmão. Fale comigo!”

Jéssica: “Eu...estou...com sede!”

Angélica: “Gente, ela está com sede...de sangue!”

Cris: “Meu Deus!”

E Jéssica foi para cima de seus amigos. Cris e Mateus tentaram segurá-la, mas ela se desvencilhou rapidamente, com uma força sobre-humana.

Jefferson: “Desculpa, mana, mas vou ter que fazer isso.”

Ele começou a se iluminar, mas sua irmã deu seu super-grito e o derrubou. Ela saiu correndo dali.

Angélica: “Jefferson, tudo bem?”

Jefferson: “Tô bem. Cara, o grito da Jéssica ficou ainda mais forte.”

Aline: “Bem, temos que prendê-la, para que ela não cause algum prejuízo à base, a nós e a ela mesma.”

Cris: “Certo. Vamos colocar as BataFardas. Prontos?”

Os outros: “Prontos!”

Batarangers: “BATAFARDA! ATIVAR!”

Angélica: “Vou orientá-los daqui, pelo rastreador GPS. Pelo que mostra aqui, Jéssica ainda não saiu da base, até porque todas as saídas estão bloqueadas.”

Eles prestaram continência e saíram atrás da Jéssica-vampira.

 

Corredores da BataBase

 

Angélica: “Pessoal, Jéssica está na Ala Norte, próximo ao elevador que vai para a garagem.”

Batarangers: “Certo!”

E eles foram até a Ala Norte e lá encontraram Jéssica. Ela estava cada vez mais pálida, descabelada e começando a perder consciência.

Eles apontaram as BataPistolas para a companheira e Jefferson disse:

“Calma, mana. Nós só queremos o seu bem. Não vamos machucá-la.”

Ela não parecia ouvir e começou a avançar.

Cris: “Para trás, Jéssica! Não nos obrigue a atirar!”

Jefferson: “Tá louco? Vai atirar na minha irmã?! Eu não vou deixar!”

Cris: “Calma, Jeff. É só intimidação. Nunca iria atirar na sua irmã.”

Mateus: “Pessoal, ela está avançando!”

De repente, Jéssica parou e foi ao chão, desacordada. Aline foi até ela e a algemou.

Aline: “Desculpa, Jeff, tive que usar o paralisador elétrico para detê-la.” Comunicando-se com Angélica: “Doutora, pegamos a Jéssica.”

Angélica: “Ótimo. Tragam-na para cá.”

E eles foram levar uma Jéssica “vampirizada” e desacordada até a DCT.

 

Divisão de Ciência & Tecnologia

 

Os Batarangers amarram Jéssica em uma cama, para que ela não escapasse. Eles e Angélica ficaram observando-a.

Angélica: “Então, Jéssica também foi vítima do vampirismo do Circo Voador. A questão é: Aline, por que você não virou vampira também?”

Aline: “Sinceramente, não sei, doutora. Eu já estava achando estranho a Jéssica sentir uma sede fora do normal e dela estar com a pele gelada. Só não entendo porque não virei vampira, como ela.”

Cris: “Será que não pode ser um efeito tardio?”

Angélica: “Impossível. O efeito do vampirismo é imediato. Não há efeito tardio.”

De repente, a assistente de Angélica, Talita, chegou até eles. Era uma jovem negra e alta, por volta dos 25 anos.

Talita: “Doutora, fiz a pesquisa que a senhora pediu. Está aqui.”

Ela entregou uma folha de papel à Angélica.

Angélica: “Obrigada, Talita. Bom trabalho.”

Talita prestou continência e se retirou.

Angélica: “Bem, turma, eu pedi para Talita pesquisar algo mais sobre transmissão do vampirismo e parece que ela veio com o resultado.”

Ela começou a ler a folha dada por Talita e de repente, ela arregalou os olhos e disse:

“Olha isso, pessoal. ‘Outra forma de transmissão do vampirismo é pelas ondas sonoras emitidas pelo sonar’. É isso! Por isso essa transmissão tão rápida em aglomeração de pessoas. Ondas sonoras!”

Cris: “E os surtos ocorrem sempre durante os shows do Night Angels. Não acredito em coincidências...”

Angélica: “Nem eu, Cris. O que me surpreende é a Aline não virar vampira.”

De repente, Aline teve uma lembrança de mais cedo:

Aline: “Você se importa se eu tapar meus ouvidos? Estou quase ficando surda, de tanto barulho.”

Jéssica: “Tudo bem, amiga. O importante é estarmos juntas.”

Aline: “É isso! Eu não virei vampira, porque eu não ouvi a música! Jéssica e o resto da plateia ouviram e viraram vampiros.”

Mateus: “Peraí, tô meio perdido. A banda lá transforma todo mundo em vampiro pelas ondas sonoras e a Aline não virou porque não ouviu a música?”

Aline: “Isso mesmo, Mateus. Inclusive, eu ainda estou com meus tampões de ouvido.”

Ela tirou os tampões dos dois ouvidos. De repente, Angélica deu um grito e disse:

“É isso! Isso me deu uma ideia para deter essa bandinha furreca. Mas para isso ter êxito, vamos precisar da Jéssica.”

Jefferson: “Mas como? Ela é uma vampira agora e pelo que eu saiba, não há cura para o vampirismo.”

Angélica: “E quem falou em cura? Infelizmente, como Jefferson disse, não há cura no momento para vampirismo, mas nossa amiga, pelo menos, pode voltar ao normal.”

Jefferson: “Como, doutora?”

Angélica: “Você mesmo não disse que o super-grito dela estava mais forte? Então, se usarmos as ondas sonoras do grito dela contra as ondas dos Night Angels, isso pode reverter a polaridade e Jéssica pode voltar ao normal. Não tenho certeza de nada, é só conjectura.”

Cris: “Mas não custa nada tentar. É melhor do que nada. Obrigado, doutora.”

Angélica: “De nada.”

Aline: “Bem, pela hora, os Night Angels ainda estão se apresentando. É a nossa chance.”

Cris: “Beleza. Vamos agir logo. Tá na hora desses Night Angels virarem anjos caídos...”

 

Circo Voador

 

Os Night Angels estavam tocando a última música do repertório daquele show. A música parou e o vocalista começou a dizer:

“Valeu, Lapaaaaa! Vocês são demais! Nos vemos semana que vem!”

De repente, ouviu-se uma voz feminina no meio da plateia:

“Aaaahh, mas já? Toca mais uma música, por favor.”

A dona da voz era uma bela descendente de japonês. O vocalista respondeu:

“Meu bem, a gente tem horário. Se quiser ver a gente, vamos estar amanhã na Barra da Tijuca ou pode esperar até semana que vem, que a gente volta aqui.”

Moça japonesa: “Ah, não! Eu quero que vocês toquem só mais uma música, agora. É que eu vou viajar amanhã, para fora do Rio e não tem como eu ir nos outros dias. Como eu sou muito fã de vocês, não queria perder essa oportunidade. Toquem pelo menos mais uma música, por favor.”

Vocalista: “Tá certo, só porque você pediu com jeitinho, gata.” Voltando-se para os outros integrantes da banda: “A saideira, pessoal.”

Moça japonesa: “Espera! Se importam de eu chamar uma amiga minha para cantar com vocês? Ela também é muito fã de vocês e ela sempre sonhou em cantar junto com sua banda favorita.”

Vocalista: “Claro, pode chamar sua amiga? Qual é o nome dela?”

Moça japonesa: “O nome dela... é Jéssica!”

Jéssica apareceu e deu seu super-grito na direção do palco, atingindo os Night Angels. Eles revelaram sua verdadeira face de vampiros e o vocalista ordenou:

“Galera, pau na máquina! Vamos transformar essa japonesa em vampira.”

Aline: “Não vão, não, queridinhos. Estou com os ouvidos tapados e vocês estão presos! Aline Hashimoto, Força Especial Bataranger. BataFarda, ativar!”

Aline se transformou na BataRosa n° 2.

Guitarrista: “Sujou, Blade. A japinha é uma Bataranger.”

Blade: “Relaxa, Vlad. Vamos transformá-la em uma de nós, de qualquer jeito”.

Os Night Angels começaram a tocar novamente, mas Jéssica deu seu super-grito também, causando um choque de ondas sonoras. Este choque fez Jéssica ir ao chão, desacordada.

Ela voltou rapidamente a si e disse:

“Onde estou? O que aconteceu?”

Aline: “Que bom que voltou ao normal, Jéssica! Rápido, coloque esses tampões nos ouvidos.”

Jéssica colocou, ainda sem entender.

Jéssica: “Aline, o que está havendo? Por que ataquei os Night Angels?”

Aline: “Pois, então... Eles são os responsáveis pelos surtos de vampirismo. Mais do que isso, eles próprios são vampiros.”

Jéssica: “É verdade? Então, minha banda favorita não passava de um bando de vampiros?”

Aline: “Sim e eles te transformaram.”

Jéssica: “Que decepção... Blade, Vlad, Dracu e Nosfe! Vocês são uma decepção para mim!”

Dracu, o baixista: “A gente nem sabe quem é você, garota.”

Jéssica: “Pois eu digo quem eu sou. Jéssica Nascimento, Força Especial Bataranger. BataFarda, ativar!”

Jéssica se transformou na BataAmerela n° 5.

Nosfe, o baterista: “Outra Bataranger?”

Blade: “De boa. Somos quatro contra duas.”

De repente, ouviu-se uma voz masculina:

“Agora, são cinco contra quatro!”

Os outros Batarangers chegaram.

Cris: “BATARANGER 1 VERMELHO!”

Aline: “BATARANGER 2 ROSA!”

Jefferson: “BATARANGER 3 AZUL!”

Mateus: “BATARANGER 4 VERDE!”

Jéssica: “BATARANGER 5 AMARELA!”

Todos: “FORÇA ESPECIAL BATARANGER!”

Blade: “Atacar!”

Os Batarangers e os Night Angels começaram uma batalha. Aline e Jéssica contra Blade, Cris contra Vlad, Jefferson contra Dracu e Mateus contra Nosfe.

Após uma troca de golpes de ambos os lados, os Batarangers sacaram suas BataPistolas e atiraram contra os vampiros, mas não surtiu efeito.

Então, Jefferson lançou uma bola de luz, como se fosse uma granada de flashbang e isso atordoou os vampiros. Com isso, os Batarangers sacaram suas BataBazookas e atiraram, lançando os Night Angels ao chão.

Jéssica: “Night Angels, vocês estão presos, de acordo com artigo 45, do Código Penal Municipal: Provocar surto ou epidemia, com detenção de 5 a 10 anos.”

Os Batarangers algemaram os integrantes da banda de vampiros.

 

Sala do comandante

 

No dia seguinte, os Batarangers e Angélica estavam na sala do comandante e ele fez os devidos agradecimentos pela missão cumprida.

“Mais uma missão bem-sucedida, Batarangers. Vocês demonstraram muito coragem, principalmente as moças, Hashimoto e Nascimento, além da nossa Dra. Gomes, claro.”

As três, prestando continência: “Muito obrigado, senhor!”

Cmte. Lopes: “À vontade. Sobre os prisioneiros, a Divisão de Investigação da F.E.B. apurou que eles já causavam esses surtos de vampirismo em outras partes do Brasil. Pena não ter uma F.E.B. em cada canto do país.”

Aline: “Bem, pelo menos, aqui nós impedimos que eles continuassem a transformar o povo em vampiros, por ora.”

Cmte. Lopes: “Muito bem, vamos sempre ficar de olho nos HMs foras-da-lei, além das movimentações de Skruk. Dispensados!”

Os Batarangers e a doutora prestaram continência e saíram da sala.

 

Dormitório feminino

 

Durante a curta folga entre o almoço e o treino da tarde, Jéssica estava deitada na sua cama do quarto que divide com Aline. Esta foi ver a amiga e disse:

“Vamos, Jéssica. Daqui a pouco, é o treino da tarde. Não vamos nos atrasar.”

Jéssica: “Já vou indo. Hã, Aline... Me desculpe por ter te escolhido contra sua vontade para o show do Night Angels. Porém, se você não tivesse tapado os ouvidos, você também seria vampira.”

Aline: “Tudo bem, Jéssica. Amigas saem para se divertir, até mesmo em missão, não é mesmo? Uma pena que sua banda favorita não era o que parecia ser.”

Jéssica: “Nem fala... E o som deles era animal. Pena que eram vampiros. Pelo menos, fica a lição.”

Aline: “Pois é, tem que tomar cuidado com quem toca heavy metal, de agora em diante.”

As duas riram.

Jéssica: “Ah, eu também peço desculpas por ter te atacado. Já pedi desculpas ao Jeff, aos meninos e à doutora, por causa do jarro e da copa. Só faltava você.”

Aline: “Que isso, Jéssica?! Você não estava consciente. Era uma vampira sedenta por sangue, não minha amiga. A nossa amiga.”

Jéssica: “Sabe, eu me sinto envergonhada por tudo isso. De ter gostado do Night Angels, de ter te envolvido nisso, de ter te atacado, de ter te feito vestir aquela roupa...”

Aline: “Ah, aquela roupa não era tão ruim assim, se for parar para pensar.”

Jéssica: “Sei... Você não achou ruim, porque o Cris gostou de te ver com a roupa, né?”

Aline: “Não começa...”

Jéssica: “Ah, o treino! Estamos atrasadas! Vamos, japa.”

As duas se retiraram apressadamente do dormitório, para não se atrasarem ao treinamento.

 

No próximo capítulo...

Os Batarangers vão investigar a misteriosa Corporação Ômega e terão um reforço nessa empreitada.

9 Comentários

  1. A história ficou interessante, mas acabei com algumas duvidas... como os protetores impediam os heróis de ouvirem as músicas mas não as falas tanto dos valores como dos colegas?
    E como fizeram a Jéssica ir até o show e ainda atacar a banda antes de deixar de ser vampira?

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    1. Eu gosto dos seus comentários, porque você é sempre atento aos detalhes. Isso mostra que o capitulo foi lido e que o comentário é embasado no que foi escrito por mim. Bem, sobre a primeira pergunta, confesso que ficou estranho, aí tem que ter suspensão de descrença. Sobre a segunda, lembra que os Batarangers prenderam a Jéssica vampira? Eles a soltaram no show e ela estava inconsciente.

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  2. Eu adorei esse capítulo ,onde conhecemos um pouco mais sobre Jéssica e Aline.

    As duas Batarangers mostram entrosamento e química ,apesar das diferenças de cada uma.

    Sem querer comparar,mas esse entrosamento se parece muito o que Sayaka tinha com Não em Changeman,aoesaw das dias serem opostas.

    Isso ficou muito bem narrado por você!

    Outra coisa que curto em sua narrativa é que ,muito mais que as lutas em si ,você foca na construção dos personagens.

    Já me ganhou como fã só por causa disso.


    Parabéns!

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  3. Ps : correção : entrosamento da Sayaka com a Mai,para ficar claro.

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  4. Fala meu velho, parabéns por mais uma publicação! Cara, sou um leitor que presta muita atenção aos detalhes, como deves ter visto em meus comentários iniciais e, com o pessoal do blog a gente tem uma ideia de "críticas construtivas" que espero, possas levar em boa consideração! Ainda importante dizer que, apesar de qualquer dica, a história precisa ser escrita da forma que o escritor deseja, escrever algo que não se encaixa com o que tu queria, não é algo viável ou mesmo prazeroso então, tenha sempre isso em mente, escrever como tu quer escrever e com os acontecimentos que tu quer que aconteçam, eu considero que tem de ser a regra prioritária! Dito isso, a gente que lê se reserva o direito de dar pitaco e espero que não se chateie com isso, pois muitos consideram que "apontar detalhes" desencoraja quem escreve, eu já vejo no sentido contrário, te intui à melhorar e criar cada vez coisas mais coesas! Assim sendo, eu curti muito a narrativa e a situação toda, o esquema da banda causar o efeito vampirismo, mas considero que ficou meio vago, se era uma metamorfose física (o que não poderia ser desfeito e a Bataranger continuaria vampira) ou se era um tipo hipnose, o que então não lhe daria capacidades de morder e sugar sangue como um verdadeiro faria... Também fiquei em dúvida quanto aos sons, como eles bloquearam os sons mas alguns sons eles ouviam... Acho que esses detalhes, como o fato do Cris não ter pedido pra mãe ser tratada e ficar sozinha na favela onde ele ajudou a derrubar o chefão, o chefão ficar o dia todo de boas sem ser atacado e só atacarem ele de noite, são detalhes que na minha cabeça ficam gritando quando leio algo... De qualquer forma, só o fato de estares criando e postando já é um grande feito, muitos tem a trama na cabeça mas nunca se dispõe à mostrar aos demais, então te parabenizo pelo trabalho e pelas postagens! Espero que possamos ter essa abertura de apontar detalhes para que eu possa comentar em teus episódios, senão fico restrito e sem poder ser sincero em minhas respostas! Grande abraço!

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    1. Meu caro, eu não vejo problema nenhum em apontar para detalhes que lhe incomodam, pelo contrário, isso serve para vê o que deve ser melhorado. Por exemplo, quando vocês falam que tal coisa "aconteceu rápido demais" ou perguntam "por que o chefão só ataca à noite?" e assim vai, eu tento escreve da forma que não incomode tanto o leitor, até porque não se dá para agradar a todos. E tem outra coisa: se eu não tiver o feedback ou só receber críticas e/ou elogios, eu nunca vou saber o que os leitores estão achando. Abraço.

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  5. Outro bom episódio.

    É notório o amadurecimento da equipe. As dúvidas que eu tinha eu pude tirar até com base nas suas respostas para os nossos colegas.

    Há muitas coisas que talvez a gente esteja achando rápido.... Mas, com certeza, faz parte dos mistérios que você pretende revelar ainda.

    Muito bom.

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