No capítulo anterior
Cris encontra sua tia, além de descobrir que Tarso é seu primo.
Capítulo #16 – O último ato de Skruk
Telhado da BataBase
De volta ao serviço, depois da folga de três dias de luto por conta do falecimento de Lídia Ribeiro, mãe de Cris, os Batarangers se reuniram no telhado da base, porque Cris e Tarso tinham que contar uma novidade para os demais...
Depois da novidade contada, os outros quatro ficaram boquiabertos. Aliás, essa foi a expressão que mais fizeram nas últimas semanas, devido às revelações sobre a origem deles, dentre outros acontecimentos.
Depois de um longo silêncio, Aline foi a primeira a falar:
“Uau! Tá aí algo que não esperava! Cris e Tarso são primos! Quem diria que o ladrão de comida era parente do melhor atirador da academia...”
Cris: “Ei, não começa! Já deixei de ser ladrão há muito tempo.”
Aline disse, sorrindo marotamente: “Foi mal, não resisti.”
Jéssica: “Bem, eu sentia que havia algo mais entre eles, além de amizade...”
Os outros olharam estranhamente para ela, que rapidamente respondeu:
“Calma, seus maldosos. Quis dizer que eles ficaram tão amigos, que pareciam irmãos...ou primos, como é o caso.”
Mateus: “Objeção! Se eles fossem irmãos, brigariam o tempo todo, como o Jeff e a Jéssica.”
Jéssica: “Nós não brigamos, Mateus. É que o Jefferson não quer aceitar que eu sou a mais velha.”
Jefferson: “Mas você não é! Nascer um minuto antes não te faz ser a mais velha!”
Mateus: “Não falei? Os dois só brigam...”
Tarso: “Bem, Cris e eu talvez briguemos algum dia, mas eu fiquei feliz em descobrir que tinha um primo, ainda mais sendo um amigo tão próximo.”
Cris: “Igualmente, cara.”
Os dois primos apertaram as mãos e se abraçaram. Os outros observavam a cena, emocionados.
Aline: “Falando sério, fico feliz que vocês sejam primos. Também percebia um amor fraternal entre vocês, como percebo entre Jefferson e Jéssica, apesar das brigas deles. Aliás, todos vocês são irmãos para mim. Vocês são minha família.”
Os outros se surpreenderam com esse discurso de Aline. A sempre fria e séria Aline Hashimoto acabou de se abrir perante os Batarangers. Algo estava mudando nela...
Jéssica estava com os olhos vermelhos de tanto lacrimejar de emoção. Ela deu um abraço apertado em Aline e disse:
“Ownnn, amiga... Que bom te ver assim, se abrindo mais.”
Aline: “Ei, ei, Jéssica, Jéssica! Não consigo respirar com esse seu abraço!”
Jéssica soltou Aline e disse:
“Oh, desculpa. Mas eu gostei mesmo de você se abrir. Só falta se abrir para outra coisa, né?” Ela disse dando uma piscada.
Aline: “Não começa...”
Cris interrompeu aquele momento e disse:
“Bem, pessoal, agora sou que vou fazer discurso, hehehe... Eh... Eu queria agradecer a todos vocês por tudo que passamos até aqui. Sei que nunca fui um líder exemplar, mas eu aprendo muito com vocês. Fazendo as palavras da Aline as minhas, vocês são uma família para mim. Perdi minha mãe, mas eu ganhei um primo e alguns ‘irmãos’”.
Cris começou a chorar copiosamente. Os outros foram abraçá-lo, também tomados pela emoção.
Sala do comandante
No dia seguinte, o Comandante Lopes teve que se ausentar por algumas horas, por conta de uma reunião com o prefeito e o secretário municipal de Segurança Pública. Quando isso ocorria, Angélica era quem ficava no comando, porque, além dela ser chefe da DCT, ela era uma espécie de subcomandante, na verdade, o cargo de chefe da DCT, desde os tempos da Dra. Rosicler Araki. Angélica já tinha sucedido o comandante por várias vezes, porém, aquele dia seria diferente...
Angélica estava na sala do comandante, passando o briefing para as divisões Tática e de Investigação e monitorando as ações, quando ela recebeu uma chamada em seu celular. Quando viu o número que estava ligando na tela, não reconheceu, mas mesmo assim atendeu.
Angélica: “Alô?”
A pessoa do outro lado da linha respondeu:
“Gomes, há quanto tempo! Ainda bem que você não trocou de número nestes cinco anos.”
Angélica não podia acreditar em quem estava no outro lado da linha...
Angélicia: “Dra. Araki?! Caramba, quanto tempo! Como vai a senhora? Nossa, não tínhamos notícias suas desde quando a senhora saiu daqui da F.E.B.”
Dra. Araki: “Pois é, menina. Eu me envolvi em vários projetos desde que eu saí daí. Viajei bastante pelo exterior e cheguei a trabalhar para a Corporação Ômega. Agora, estou trabalhando em um projeto independente. Como hoje estou no Rio, resolvi visitar meu antigo emprego e meus velhos conhecidos.”
Angélica: “Que bom, doutora. As portas da F.E.B. estão sempre abertas para a senhora.”
Dra. Araki: “Obrigada. Eu estou perto da BataBase e já estou chegando aí. Aliás, como está Lopes?”
Angélica: “Hã, o comandante está bem, mas no momento, ele não está na base.”
Dra. Araki: “Tá certo. Chego aí em dez minutos. Até lá. Tchau.”
Angélica: “Tchau.”
Imediatamente, Angélica chamou os Batarangers. Eles chegaram na sala do comandante e prestaram continência.
Angélica: “À vontade. Batarangers, chamei-os aqui, porque vamos receber uma visita ilustre: a ex-chefe da DCT Dra. Rosicler Araki.”
Eles fizeram uma expressão de surpresa, exceto Cris, que aparentou não gostar da novidade.
Cris: “Permissão para falar, doutora!”
Angélica: “Permissão concedida, Cris. O que houve?”
Cris: "Eh... Essa doutora criou o remédio que matou minha mãe. Por conta disso, eu já a odeio.”
Angélica ficou sem jeito com as palavras de Cris. Para tentar acalmar o rapaz, ela disse:
“Cris, é só uma visita. Não precisa brigar com ela. Depois dela sair daqui, vocês se resolvem nos tribunais.”
Cris: “Tudo bem, doutora. Perdão pelas minhas palavras.”
Angélica: “Tudo bem, está perdoado.”
Voltando-se para os outros, ela disse:
“Vamos, a doutora deve estar chegando.”
Saguão da BataBase
Angélica e os Batarangers estavam perfilados no saguão, à espera da Dra. Araki. Passado um minuto, a doutora chegou. Era uma mulher de mais ou menos 50 anos, cabelo curto preto e tinha o nariz adunco, típico de descendentes de árabes e ela mesma era descendente de libaneses.
Dra. Araki foi cumprimentar Angélica. As duas se abraçaram e a ex-chefe de Angélica disse:
“Que bom vê-la, Gomes. Nossa, como você ficou linda!”
Angélica: “Obrigada, doutora. A senhora também está muito bem.”
Dra. Araki: “São seus olhos...”
Angélica: “Doutora, quero lhe apresentar os Notáveis, ou melhor, os Batarangers.”
Eles prestaram continência à Dra. Araki.
Dra. Araki: “Nossa, como eles cresceram! E ficaram muito lindos, principalmente as meninas!”
Aline e Jéssica: “Obrigada, senhora!”
Dra. Araki: “E os meninos não ficam atrás, hehehe... Isso mostra que fiz um bom trabalho...”
Jefferson e Mateus deram um sorriso tímido. Cris continuou sério.
Voltando-se para Tarso, Dra. Araki disse:
“Você eu não conheço. Quem é você, meu rapaz?”
Tarso: “Tarso Monteiro, senhora!”
Dra. Araki: “Hum, você é um HM?”
Tarso: “Não, senhora, mas sou um Bataranger.”
Dra. Araki: “Que bom. Isso mostra que não precisar ser HM para se tornar um Bataranger. Espero que isso vingue por aqui.”
Angélica: “Hã, doutora... Quer visitar a DCT?”
Dra. Araki: “Claro. Quero ver se está fazendo um trabalho melhor ou igual ao meu, Gomes.”
Voltando-se para os Batarangers, Angélica disse:
“Meninos, podem ir lá no SimuDeck. Talita vai estar lá no controle do simulador. Dispensados!”
Os Batarangers prestaram continência e se retiram.
Divisão de Ciência e Tecnologia
Angélica e Dra. Araki chegaram na DCT e a primeira apresentou a ex-chefe à sua equipe. Araki olhava tudo com aprovação, chegando a comentar:
“Gomes, realmente você conseguiu me superar. No meu tempo, a equipe era bem mais reduzida que a de hoje e não havia toda esta tecnologia. Meus sinceros parabéns!”
Angélica: “Fico muito lisonjeada, doutora. Então, há quanto tempo vai ficar aqui no Rio?”
Dra. Araki: “Ah, só por hoje. Amanhã, eu volto para o exterior, onde estou realizando meu projeto independente. Sabe, acho até melhor assim, porque às vezes, você cansa de ser subordinada...”
Angélica: “Realmente, mas eu nunca fui ambiciosa. Só faço meu trabalho. As promoções vieram naturalmente.”
Dra. Araki: “Entendo, mas você merece muito mais. Ainda será comandante da F.E.B., no lugar de Lopes.”
Angélica: “Que isso, doutora?! É muita responsabilidade. Se como interina já é difícil, imagina ser comandante, de fato.”
De repente, o alarme da DCT soou e Angélica olhou para o seu inseparável tablet.
Dra. Araki: “O que houve, Gomes?”
Angélica: “Houve uma falha no sistema de segurança aqui na BataBase. Estranho, porque há tempos não temos esse tipo de falhas por aqui.”
Dra. Araki: “Eu lembro. Inclusive, foi a minha gestão aqui na F.E.B. que avançou com os sistemas de segurança da base.”
De repente, os assistentes de Angélica começaram a ficar agitados.
Angélica: “Gente, o que houve?”
Um dos assistentes respondeu:
“Doutora, o saguão da base foi invadido!”
Angélica: “O quê?! Impossível! Ninguém entra na base sem autorização.”
Assistente: “Sim, mas parece que a falha de segurança escancarou as portas da base.”
Angélica começou a ficar agitada e resmungou:
“Ai, meu Deus... Justo hoje? O comandante vai ficar fulo comigo!”
Dra. Araki: “Acalme-se, Gomes! A F.E.B. é altamente treinada para este tipo de situação. Além do mais, você tem os Notáveis, não é mesmo?”
Angélica começou a se acalmar e disse:
“Tem razão, doutora. Vou chamar os Batarangers”
Dra. Araki: “Isso aí!”
Corredores da BataBase
Os Batarangers estavam se encaminhando ao SimuDeck, comentando a visita da Dra. Araki.
Jéssica: “Olha, até que essa doutora é simpática. Eu achei que ela era toda séria, tipo a Dra. Angélica, mas não, a Dra. Araki é bem comunicativa.”
Cris: “Bem, cada um com sua opinião. Ainda não perdoo essa mulher pelo Arakinus.”
Jéssica: “Cris, eu sei que ainda dói a perda de sua mãe, mas como a Dra. Angélica disse, é só uma visita e o resto vocês veem nos tribunais.”
Cris: “Humpf, tá certo... Mas ainda assim, não gosto dela.”
Jefferson: “Não sei se foi por educação, mas a Dra. Araki disse todos nós somos ‘lindos’ e isso inclui o Mateus. Com todo o respeito, mas ela exagerou nessa.”
Mateus: “Tá falando o quê, Jeff? Já te falei: a Jéssica ficou com toda a beleza.”
Todos riram.
De repente, o alarme geral soou, acabando com aquele clima de descontração. Uma voz no alto-falante começou a gritar “Código Laranja! Código Laranja!”.
Aline: “Meu Deus! Código Laranja? Nunca pensei que isso iria acontecer!”
Cris: “Hã, o que é Código Laranja? Essa parte não aprendi.”
Tarso: “Significa alerta de falha de sistema de segurança e invasão.”
Cris: “Sério?!”
Os BataMorphers apitaram e Cris falou:
“Ribeiro na escuta.”
A voz de Angélica fez-se ouvir:
“Meninos, você ouviram o alerta. O saguão foi invadido! Vão para lá imediatamente!”
Cris: “Certo! Câmbio, desligo!”
Voltando-se para os outros, ele disse:
“Vamos ativar as BataFardas. Prontos?”
Os outros: “Prontos!”
Batarangers: “BataFarda, ativar!”
Os corpos deles brilharam e surgiram as BataFardas.
Saguão da BataBase
Os Batarangers chegaram ao saguão e viram que ele estava tomado de soldados Ômega! Eram dezenas de soldados por todo o saguão. Os seguranças da portaria não ofereceram resistência aos soldados Ômega, por conta da quantidade destes.
Cris: “Soldados Ômega aqui? O que está acontecendo?”
Um dos soldados, que usava um uniforme semelhante ao de Skruk, respondeu a Cris, com voz abafada pelo capacete:
“Viemos atrás da Dra. Rosicler Araki, por ordem de comandante Skruk. Onde ela está, Batarangers?”
Tarso: “Nunca vamos te dizer, cara. Circulando daqui, agora!”
O soldado Ômega caiu na gargalhada e disse:
“Hahaha, só vamos sair daqui com a doutora, nem que ponhamos esta base abaixo! Dê-nos licença!”
Cris: “Vai ter que passar por nós, malandro!”
Soldado: “Não seja por isso. Soldados, abrir fogo!”
E os soldados realmente abriram fogo contra os Batarangers. As BataFardas os protegiam, mas não por muito tempo.
Jefferson: “Galera, vou ‘bangar’ esses malucos para atordoá-los.”
Cris: “Vai!”
Jefferson jogou uma bola de luz em direção dos soldados Ômega e atordoou alguns deles. (Nota: “bangar”, na gíria do videogame, significa jogar uma granada de luz ou flashbang, que serve para atordoar os inimigos).
Os Batarangers sacaram as BataBazookas e Tarso, seu BataRifle e atiraram contra os soldados Ômega. Muitos deles foram ao chão.
Quando tudo parecia controlado pelos Batarangers, eis que surge uma explosão no saguão! Os Batarangers ficaram surdos momentaneamente com a explosão. De repente, surgiram mais soldados Ômega, armados com bazucas... de verdade, ou seja, com mísseis no lugar de lasers.
Mateus: “Sujou!”
Cris: “Não vamos desistir. Temos que defender a base!”
Os outros: “Certo!”
Contudo, os soldados Ômega lançaram mais mísseis em direção aos Batarangers. A explosão os fez ir ao chão e desativar as BataFardas.
Com isso, os soldados Ômega foram adentrando na base. Os soldados da base não eram páreo para o armamento pesado dos soldados Ômega. Parecia questão de tempo para que a base fosse tomada.
Os Batarangers foram se levantando. Cris perguntou ao grupo:
“Estão todos bem?”
Tarso: “Vivos, pelo menos estamos, primo. Só que não conseguimos parar os caras.”
Aline: “Droga, eles jogaram pesado com aquelas bazucas! Isto foi desproporcional!”
Jefferson: “Bem, Aline, se nossos inimigos fossem justos, não seriam inimigos.”
Jéssica: “Faz sentido, mano. Agora, como vamos explicar isso para a doutora e pior, para o comandante?”
Mateus: “Pois é, cara. O comandante vai falar um monte...”
Cris: “Calma, gente. Primeiro, vamos reportar a situação à doutora. Depois, a gente vê o que faz para parar os soldados Ômega.”
Pegando seu BataMorpher, Cris falou:
“Ribeiro para Dra. Angélica. Está na escuta, doutora?”
Angélica: “Ah, sim, Cris, estou na escuta. Situação?”
Cris: “Infelizmente, não paramos os invasores, que são os soldados Ômegas.”
Angélica: “Soldados Ômega? Nossa, nem os reconheci pela câmera de vigilância. O que eles querem aqui?”
Cris: “Querem a Dra. Araki. Ela está com a senhora?”
Angélica: “Sim, ela está comigo, na DCT.”
Cris: “Que bom. Mantenha-a em segurança, porque eles entraram na base.”
Angélica: “Infelizmente, a falha do sistema de segurança bagunçou tudo aqui e nem podemos saber onde eles possam estar. Procurem-nos pela base. Vou colocar a doutora em um quarto do pânico que tem aqui na DCT.”
Cris: “Ótimo, doutora. Vamos atrás deles. Câmbio, desligo!”
Voltando-se aos outros, disse:
“Pessoal, vamos nos separar. Aline e Jéssica vão para a Ala Norte, Jefferson e Mateus, para a Leste, enquanto Tarso e eu vamos para a Oeste.”
Os outros: “Certo!”
E eles se separaram pela base.
Divisão de Ciência e Tecnologia
Angélica levou Dra. Araki para o quarto do pânico que ela tinha dito a Cris.
Angélica: “Pronto, aqui a senhora está segura. Os soldados Ômega está vindo atrás da senhora, mas eles não vão encontrá-la aqui.”
Dra. Araki: “Não entendo o que a Ômega quer comigo. Não tenho nenhuma dívida com ela.”
Angélica: “Na verdade, eles estão sob ordem de um tal Skruk.”
Dra. Araki: “Skruk? Quem é esse?”
Angélica: “É um sujeito que vem nos perturbando esses últimos meses. Ele diz estar no comando dos soldados Ômega, mesmo que não se tenha registro.”
Dra. Araki: “Eu mesma nunca ouvi falar desse tal aí. Deve ter chegado depois que saí da Ômega.”
Angélica: “Sim, ele apareceu há pouco tempo, mas está fazendo um estrago...”
De repente, o celular de Angélica apitou. Ela olhou a tela e exclamou:
“Caramba, o comandante acabou de mandar uma mensagem dizendo que está chegando! E agora, como vou explicar a ele esta bagunça?”
Dra. Araki: “Calma, Gomes. Conhecendo Lopes, ele não vai fazer e nem falar nada de mal a você.”
Angélica: “Eu sei disso muito bem, mas não quero decepcioná-lo. Ele me confiou o comando e eu falhei.”
Dra. Araki: “Não esquenta. Se Lopes falar alguma coisa, ele que se vê comigo!”
As duas riram.
Angélica: Bem, doutora. Vou deixá-la aqui. Vou falar com o comandante e já volto para vê-la.”
Dra. Araki: “Tá certo. Você é muito gentil, Gomes. Muito obrigada.”
Angélica: “De nada.”
E ela se retirou do quarto do pânico.
Enquanto isso, os Batarangers estavam procurando os soldados Ômega pela base. Aline e Jéssica relataram que a Ala Norte, onde fica o elevador que desce para a garagem, o SimuDeck, o refeitório e o Centro Médico, estava limpa. Jefferson e Mateus relataram que a Ala Leste, onde fica a DCT, DT, DI e a Sala do Comandante, também estava limpa. Só restava a Ala Oeste, para onde Cris e Tarso foram e onde fica a carceragem.
Os primos Ribeiro-Monteiro chegaram na portaria da carceragem e lá viram os soldados Ômega entrarem por lá. O carcereiro foi logo rendido, sem oferecer muita resistência. Os soldados falaram algo para o carcereiro, que tocou na tela de seu tablet e as portas das celas foram abertas! Depois, um dos soldados deu uma coronhada no carcereiro, que desmaiou.
Cris e Tarso, encondidos, observavam tudo aquilo assustados. Cris comentou:
“Então, eles vieram só para libertar os prisioneiros. Essa história de ir atrás da Dra. Araki foi cascata.”
Tarso: “Temos que impedir que eles fujam. Vamos chamar os outros.”
Cris: “Eles ainda estão longe. Nós dois podemos dar conta.”
Tarso: “Cris, não vai fazer besteira de novo. Já não basta o que aconteceu lá na Ômega? Quase fomos processados.”
Cris: “Tem razão. O que nos resta é aguardar os outros.”
Falando pelo comunicador do capacete, ele disse ao resto da equipe:
“Pessoal, nós encontramos os soldados. Eles estão na carceragem. Venham logo!.”
Os outros: “Certo!”
Eles chegaram em quatro minutos. Cris e Tarso descreveram tudo o que viram. Porém, os outros chegaram tarde, porque os prisioneiros foram saindo da carceragem, como se fosse estouro da boiada. Eles foram para um caminho oposto aonde estavam os Batarangers. Os soldados Ômega foram pelo mesmo caminho.
Cris: “Droga, eles foram para a outra saída e agora, os criminosos estão soltos pela rua!”
Aline: “Então, não estavam atrás da Dra. Araki?”
Cris: “Que nada! Vieram aqui com este pretexto, mas eles acabaram soltando os criminosos.”
Tarso: “A culpa foi minha. Se eu não tivesse falado para o Cris aguardar o resto do grupo, isso não aconteceria.”
Cris: “Tarso, não se culpe. A culpa mesmo foi de quem sabotou o nosso sistema de segurança, permitindo a entrada dos soldados Ômega.”
Jefferson: “Com certeza, quem fez isso, conhece muito bem o sistema.”
De repente, Cris teve algumas lembranças:
Cmte. Lopes: “Com certeza, ela blefou para vocês, só porque mencionaram o pesquisador e quis dar-lhes um susto.”
Dr. Flávio: “Bem, depois que a Dra. Araki saiu, do nada, Skruk apareceu, dizendo ser ‘comandante do Esquadrão de Elite’ da Ômega.”
Cmte. Lopes: "Garanto que Skruk não seja tão corporativista assim em relação à Ômega. Ela tem seu próprio projeto de poder."
Angélica: “Não sei como Skruk conseguiu criar uma BataFarda, a não ser que ele tenha acesso à tecnologia que nós da DCT desenvolvemos as BataFardas.”
Jefferson: “E se ele foi daqui da F.E.B. no passado?”
Angélica: “Pode ser, mas o projeto das BataFardas era ultrassecreto. Apenas o comandante, minha equipe e eu sabíamos do projeto.”.
Voltando a mente para o tempo presente, Cris disse aos companheiros:
“Pessoal, vocês não vão acreditar! Acho que tenho ideia de quem seja Skruk!”
Aline: “Sério?! Então, quem é? Fala, homem!”
Cris: “Ainda não. Antes, eu quero saber se a Dra. Angélica está com a Dra. Araki.”
Usando o comunicador do capacete, Cris entrou em contato com Angélica:
“Doutora, está na escuta?”
Angélica: “Sim, Cris. O que houve? Encontraram os soldados Ômega?”
Cris: “Sim, mas infelizmente, eles soltaram os detentos da carceragem. Não pudemos impedi-los.”
Angélica: “Ai, ai... Só piora... Bem, estou indo me encontrar com o comandante no saguão ou o que sobrou dele.”
Cris: “A Dra. Araki está aí com a senhora?”
Angélica: “Não, está no quarto do pânico da DCT. Por quê?”
Cris: “É que... os soldados Ômega não vieram atrás dela, mas sim para soltar os detentos.”
Angélica: “Sério? Bem, vou falar isso com ela, depois de me encontrar com o comandante.”
Cris: “Ah, doutora... Se importa da gente ir também falar com a Dra. Araki? Tenho algo importante para falar para ela.”
Angélica: “Cris, se for a história do Arakinus, já falei para deixar para depois...”
Cris: “Não é isso, mas é sobre outro assunto... É sobre quem é Skruk.”
Angélica: “Cris, ela disse não saber quem é Skruk.”
Cris: “Será? Acho que ela sabe muito bem...”
Angélica: “Ih, não estou gostando desse papo, Cris. Bem, de qualquer forma, vou me encontrar com o comandante e depois, vamos ver a doutora.”
Cris: “Valeu, doutora. Câmbio, desligo!”
Os outros estranharam a conversa de Cris com a doutora.
Tarso: “Cris, por que quer falar com a Dra. Araki?”
Cris: “Vocês vão saber, quando chegar lá.”
Jéssica: “Ih, que mistério é esse? Tô curiosa.”
Angélica foi se encontrar com o comandante, que estava com cara de poucos amigos, ao ver o que tinha restado do saguão.
Angélica: “Oh, comandante. Já quero lhe pedir as mais sinceras desculpas. Foi...uma falha... no ...sistema e de repente... os soldados Ômega...invadiram...”
Ela falava de forma ofegante. O comandante simplesmente disse:
“Tudo bem, doutora. Infelizmente, já previa que isso poderia acontecer, mas não tão rápido. Diga-me: a Dra. Araki está por aqui?”
Angélica: “Como...? Bem, sim, ela está... na DCT. Como adivinhou que ela estava aqui, comandante?”
Cmte. Lopes: “Nada, foi um palpite. Eu quero vê-la."
Angélica: “Estranho, porque agora há pouco, Ribeiro também queria vê-la, mas para falar sobre Skruk.”
Cmte. Lopes: “Hum, parece que Ribeiro e eu estamos pensando a mesma coisa... Vamos logo.”
Angélica: “Perdão, comandante, mas pensando o quê?”
Cmte. Lopes: “Sobre Skruk. Pelo visto, Ribeiro matou a charada.”
Divisão de Ciência & Tecnologia
O comandante, Angélica e os Batarangers (sem as BataFardas) se reuniram na DCT e foram até o quarto do pânico onde estava a Dra. Araki. Ela ficou com uma semblante animado ao vê-los.
Dra. Araki: “Ah, que bom que voltaram. Lopes, há quanto tempo! Vim fazer uma visita à base, mas pelo visto, escolhi o dia errado.”
O comandante não parecia está tão animado quando sua ex-chefe da DCT e disse:
“Realmente, faz anos que não a vejo, Dra. Araki, ou devo chamá-la de... Skruk?”
Os demais fizeram expressão de surpresa, exceto Cris. O que o comandante queria dizer com isso?
Dra. Araki deu um leve risada de incredulidade e disse:
“Não entendi, Lopes. Você me chamou de... Skruk? Juro que não entendi.”
Cmte. Lopes: “Pode parar de fingir, Araki. Diga aos demais que você é Skruk. Não adianta mentir para eles, porque você se revelou para mim, lembra?”
Dra. Araki: “Eu...não sei do que está falando, Lopes. Olha, eu sei que minha saída daqui da F.E.B. foi meio repentina, mas não sabia que você guardava rancor, ao ponto de me acusar de ser esse tal Skruk.”
Foi a vez de Cris falar:
“O comandante tem razão. Dra. Araki é, na verdade, Skruk. Jefferson tinha comentado há poucos minutos que, quem causou a falha no sistema de segurança, só podia ser alguém que o conhecia. Pois bem, além da Dra. Angélica, somente a Dra. Araki conhecia o sistema. Além disso, quando os soldados Ômega soltaram os prisioneiros e simplesmente foram embora, matei a charada. A doutora fingiu visitar a base, causou a falha no sistema de segurança e permitiu a invasão dos soldados Ômega, sob pretexto de ir atrás dela. Além disso, quando o comandante comentava sobre ‘ela’, achei que ele estava se referindo à Ômega, mas não, era à Dra. Araki.”
Os outros voltaram o olhar para Dra. Araki. Ela mantinha a expressão de incredulidade e um sorriso de canto de boca. Ela comentou:
“Realmente, Lopes doutrinou bem seus Notáveis. Inclusive, eles estão comungando do mesmo pensamento do chefe. Que feio, Lopes! Não esperava isso de você. Você mesmo me acusa sem provas e seus pupilos, pelo visto, também me acusam.”
Angélica e outros Batarangers ouviam tudo aquilo sem entender o porquê do comandante e Cris falarem que a Dra. Araki era Skruk. Será que eles tinham como provar esta afirmação?
Angélica: “Comandante e Cris, vocês têm provas da doutora ser Skruk?”
O comandante simplesmente respondeu:
“Doutora, acabei de lhe enviar uma imagem. Veja no seu celular.”
Angélica pegou seu celular e olhou na tela. Ela ficou com os olhos arregalados e mostrou aos outros. Eles também fizeram expressão de surpresa.
Dra. Araki: “O que houve?”
Cmte. Lopes: “Bem, Araki, você diz que eu não tenho provas que você seja Skruk. Dizem que fotos não provam nada, porque podem ser editadas. Porém, essa foto tirada por mim foi no momento em que você tirou o capacete...”
E ele mostrou a foto pela tela do celular. Era um foto da Dra. Araki com o uniforme de Skruk, no dia em que se revelou ao comandante.
Dra. Araki mudou sua expressão confiante para uma expressão de derrota.
Cmte. Lopes: “E então, Araki? Vai dizer que é mentira minha?”
De repente, Dra. Araki sacou uma pequena pistola e apontou para a têmpora de Angélica, fazendo-a de escudo humano. Imediatamente, os Batarangers e o comandante apontaram suas BataPistolas. Dra. Araki disse a eles:
“Ninguém se mexe! Qualquer movimento, eu atiro em Gomes!”
Cmte. Lopes: “Não faça nada estúpido, Araki!”
Dra. Araki: “Paciência, Lopes, paciência. Não farei nada à Gomes, a não ser que vocês não colaborem. Abaixem as armas!”
Eles abaixaram as armas.
Dra. Araki: “Muito bem. Isso não estava nos meus planos, mas você vem comigo, Gomes. Se resistir, eu atiro.”
Angélica estava tensa. Se o espaço do quarto fosse maior e não tivesse com uma arma apontada para a cabeça, poderia abrir suas asas. Ela não teve escolha.
Angélica: “Tudo bem, eu vou, mas não atire, por favor.”
Dra. Araki: “Ótimo.”
De repente, Angélica sentiu um choque e caiu desmaiada.
Batarangers: “Doutora!”
Dra. Araki deu uma gargalhada típica de vilã e disse:
“Hahaha! Quem diria que Gomes seria vítima de sua própria criação, o paralisador elétrico. Bem, como disse, não estava nos planos, mas Gomes vai vir comigo. Se quiserem, vão atrás dela, mas terão que lidar com seus prisioneiros andando soltos pela cidade. Eu sempre dizia a vocês: a cidade terá o caos que merece e vocês nada farão para impedir!”
Ela soltou a cortina de fumaça ninja de Skruk e sumiu, junto com Angélica.
CONTINUA...
No próximo capítulo
Os Batarangers se dividem para resgatar Angélica e devolver os criminosos soltos para a cadeia.
Dra. Angélica Gomes
Dra. Rosicler Araki
9 Comentários
A história pegou fogo com a revelação da identidade de Skruk...Nada menos que Rosicler Arakaki,a antiga chefe do DCT.
ResponderExcluirNuma investida ousada ela, invade a base dos Batarangers e,além de soltar os presos , faz Angélica de refém.
Agora a situação ficou tensa!
Capítulo muito bem escrito!
É notável como em tão pouco tempo, sua narrativa evoluiu muito.
Continue assim,prezado Israel!
Está mandando muito bem!
Obrigado por sempre comentar em meus posts. Sobre o capítulo, parece que tudo fez sentido agora, né? Não tinha infiltrado na F.E.B. Skruk conhecia tudo sobre eles, porque era a Dra. Araki. Abraço.
ExcluirMeu caro,Israel!
ExcluirVolto aqui ,ao perceber que dois dos fundadores da Mindstormpro,e ícones da escrita, maratonaram sua excelente obra.
Que privilegio!
Junto ao Norberto e Rodrigo Pereira, o Lanthys e o Artur são o quarteto que dão sustentação a esse blog!
Seria interessante você ler pelo menos uma obra de cada um.
Isso fará com que os outros Fictors se interessem mais por seis trabalhos.
O objetivo do blog é essa troca.
Todos só tem a ganhar!
Minha escrita melhorou muito depois que comecei a ler.
Eu não sou mais o Jirayrider de o Desafio de Reiha.
Com as leituras, minha escrita cresceu!
Vai por mim!
Fica a dica!
É, lá atrás quando começou a se falar muito dessa cientista que desapareceu, ela era uma das minhas suspeitas, junto do Dr. Flávio, mas eu apostava mais no Flávio por parecer que Skruk era um homem. Quando o comandante Lopes começou a falar em "ela" e se puxou de novo sobre a doutora ter desaparecido, juntando isso ao fato do BataMorpher do Tarso, eu tinha quase certeza de que era a Rosicler! Aliás, quando ela surgiu ligando, que vinha fazer uma visita eu fiquei, cara, justo no dia que o comandante não tá? Depois quando ela passa pelo sistema de segurança, o sistema buga e os soldados chegam... Mas quando disseram que vieram buscar a Araki me instaurou certa dúvida, mas logo depois, tudo se esclarecia e se descobre ser ela realmente o temido Skruk! Agora é ver como os BataRangers salvam a Angélica e ver o desfecho final da saga! PS.: Apesar do título, com certeza este não foi o último ato de Skruk kkkkkk, parabéns cara, mandou bem!
ResponderExcluirAh, que bom ter leitores atentos! Eu dei todos os sinais para esta revelação e vocês estavam atentos aos sinais. Abraço.
ExcluirRapaz.
ResponderExcluirÉ impressionante como seu texto melhorou de nível se compararmos do início para cá.
Olha. Amei mesmo a revelação. Perfeito! Dessa forma, não havia infiltrado algum. O perigo era da antiga chefe do F.E.B. Dra. Araki maldita;
Ela agora invade a base, ameaça Angélica e coloca nossos heróis a um risco jamais imaginado até então.
Meus mais sinceros parabéns.
Fico muito feliz quando veja uma autor novo no Mindstorm e que vai crescendo grandemente com seu trabalho. E, mais... que ensina a gente a melhorar! Textos objetivos, com diálogos contando a história. Quando é necessário, você coloca ação na medida certa.
Sugiro muito que você procure ler outras obras aqui no Mind. Há Sentais valorosos que acho que gostará e irão agregar MUITO no seu estilo. Hallwengers (do Maxi Rider), NeoChangeman (Aldo), Force V (Rodrigo) são bons exemplos. Tupangers do George Firefalcon é um trabalho que você vai gostar muito com certeza! Mexe com mitologia brasileira.
Falo essas coisas porque uma razão:
Rodrigo, Norberto e Lanthys empregaram a alma nesse blog e ele hoje parece uma NETFLIX de fics. É muito bom ver a produção das pessoas. Mas, algo maravilhoso é a gente escolher algumas obras e poder ler e degustar. Criticar e comentar no trabalho de outras pessoas é fundamental para que todos nós aqui cresçamos.
Então, eu gostei bastante do seu trabalho. Com certeza, a interação sua com a gente fará todos melhorarem.
Grande abraço.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirEu acompanho algumas histórias daqui, inclusive eu soube deste site lendo Tupanger. Agradeço os elogios
ExcluirQue bom que veio por meio de ler uma saga tão boa. Mas, reitero o que eu disse acima: todos crescem com as críticas e dicas de todos. Além de que a gente cresce por meio desta interação. Procure ler, comentar e interagir. Esta é a dica que dou.
ResponderExcluirMas, é isso. Seu trabalho é bom. Suas séries serão muito bem vindas.