Fala galera!!!
Aqui estamos novamente com mais uma parte curta da história “A ERRANTE”, que faz parte do universo do herói “SPECTRUM-EX”. Mais pra frente essas partes curtas vão formar uma única história. Estou fazendo dessa forma para não ficar sem fazer postagens por um período muito longo.
Sinopse:
Após a morte trágica de seu pai, Carla vê sua irmã se tornar uma alma perturbada, enquanto forças sobrenaturais parecem estar prestes a piorar ainda mais a situação, levando Carla aos limites de sua sanidade.
Obrigado a todos pelo apoio.
BOA LEITURA!!!
Nota: O presente capítulo não é indicado para menores de 18 anos! O mesmo contém muitas falas e cenas de cunho sexual ou baixo calão, pois compõem a personagem retratada dentro do contexto apresentado. Se por ventura se sentir constrangido ou não concorda com tal tipo de texto, não recomendamos a leitura.
Jeremias Alves Pires
Relato de Carla Rose Silva, 22 anos, sobre sua possessão demoníaca.
Registro da Ordem da Luz: cod. 20222506/case-spc/ex-001980
“INFESTAÇÃO - PARTE II””
As lembranças do velório e enterro do meu pai são nubladas. Talvez por eu não aceitar que ele havia partido, ainda mais de modo tão brutal. Nenhum de nós foi mais afetado que Célia. Por quase um ano inteiro ela ficou vegetativa, apenas olhando para o vazio. A situação financeira em casa ficou complicada, mamãe precisou se virar pra não nos faltar nada. De repente me vi completamente sozinha. Ia para escola de manhã, chegando em casa à tarde, tomava conta da casa e da Célia, tendo que lhe dar comida, dar banho,vestir... Célia parecia estar em um transe constante. A noite abraçava Floquinho e chorava. Fiz isso muitas vezes, uma noite algo estranho aconteceu. Ouvi a Célia cantar. Nossos quartos eram um ao lado do outro, separados por uma parede muito fina. Nos bons tempos conversamos por horas, sempre que não nos permitiam dormir juntas.
- Eles estão aqui… Lá, Lá… Vieram para ficar… Vão te assustar… Vão te rasgar… Pro inferno levar… Você vai gritar… - A voz de Célia era medonha, tanto quanto a música.
- Célia? - Perguntei e ela parou. Um calafrio percorreu meu corpo.
Fui até o quarto de minha irmã bem devagar, estava muito assustada, mas tinha que ver o que estava acontecendo. Meu coração parecia que ia explodir. Parei um segundo em frente a porta do quarto. Um sentimento de autopreservação me conteve, era como se algo terrível me esperasse do outro lado.
- Eles estão aqui… Lá, Lá… Vieram para ficar… Vão te assustar… Vão te rasgar… Pro inferno levar… Você vai gritar… - Célia voltou a cantar.
- Célia? É você?! - Comecei a me tremer toda.
- VOCÊ VAI GRITAR! VOCÊ VAI GRITAR! SUA VAGABUNDA… VOCÊ VAI GRITAR…SUA FAMÍLIA TODA VAI GRITAR… - Já não era mais a voz de Célia, mas uma voz masculina rouca que parecia mais grunhir que falar.
Fiquei paralisada de pavor. Não sabia se corria, ou se metia o pé na porta para salvar Célia do quer que estivesse lá com ela. Foi então que a maçaneta girou sozinha e a porta se abriu. Célia estava em pé na cama, longe da porta, de modo que não tinha sido ela a abri-lá. Ela estava anormalmente pálida, olhos arregalados, repletos de loucura e boca escancarada num sorriso maligno. Manifestando uma terceira voz, uma bem fina irritante, machucava os ouvidos.
- O mestre vai gostar de você… Seu gosto deve ser muito bom… HAHAHAHAHAHA!!!!
Aquela gargalhada maldita. Não sei como explicar, pois não era deste mundo. Era uma mistura de várias vozes, várias vozes dentro da minha irmã. Corri até o quarto da minha mãe, como era possível que ela não tivesse ouvido.
- Mãe!!! Mãe!!! Acorda!!! - Estava em total desespero.
- Calma filha! O que houve?
- É a Célia… A Célia…
- Puta que pariu… - Mamãe nem mesmo esperou por qualquer explicação, correu para o quarto de Célia.
Esperei um tempo e fui atrás pra levar uma baita bronca.
- Que merda, Carla! Não tem nada de errado aqui… Ela está dormindo de roncar…
- Não pode ser… Ela estava em pé na cama cantando uma música estranha… Ela falou com um monte de vozes estranhas…
Mamãe respirou fundo.
- Cacete… Olha… Foi só um pesadelo… Nós estamos passando por um momento muito difícil… - Ela acariciou meu rosto e não consegui parar de chorar.
Duvidei da minha própria sanidade, afinal aquilo era surreal demais, mal sabia que era apenas o começo…
CONTINUA...
Jeremias Alves Pires
4 Comentários
Uau! Que cena foda e assustadora!
ResponderExcluirAdorei a construção, com a música sendo sinistramebte cantada e a Carla indo até a irmã e criando coragem pra abrir a porta
Bom demais cara! Parabéns
Rapaz! Você é muito bom na arte do terror! Que isso...
ResponderExcluirToda a construção da cena... Tudo remete aos clássicos filmes de terror com aqueles cortes de cenas inesperados e que amedrontam muito a gente. O detalhe mórbido da música cantada... Carla tentando ir até sua irmã... Cacete! Matou a pau!
A mãe dando bronca achando ser só um pesadelo de Célia. Coitada, ela mal espera o que ainda virá... Até nisso, deu medo! Baita gancho!
Muito bom, o terror impregnou por completo com a música e a cena da Carla tentando chegar ao quarto... A porta se abrindo sozinha e a irmã falando com mais vozes foi realmente assustador! Mandou muito bem Jeremias, parabéns cara!
ResponderExcluirGrande Jeremias!
ResponderExcluirCurto,direto , preciso e macabro!
O canto de Célia, tomada por uma legião de espíritos trevosos assustou.
Pobre Carla!
O fato de sua mãe não acreditar no que ela viu, só piorará as coisas.
Grande capítulo!