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Força Especial Bataranger 2 - Capítulo 12 - O lobo atrás da porta





No capítulo anterior:

Araki sai da prisão e visita Angélica e Lahm. Na manhã seguinte, Simone vai à BataBase saber notícias sobre sua irmã e na base, Angélica recebe um “sinal”.



Capítulo #12 – O lobo atrás da porta



Voltamos à Ilha das Rosas, horas antes dos eventos do capítulo anterior...



Ilha das Rosas


Cris e Tarso aproximaram-se da cabana, que era feita de madeira. Cris bateu na porta várias vezes, mas não teve resposta.

Cris: “Ninguém atende. Será que a cabana está vazia?”

Tarso: “Eu vou dar a volta nela, para ver se tem alguma janela.”

Cris: “Falou.”

Tarso deu a volta na cabana e encontrou uma única janela, mas estava fechada. Ele voltou para junto do primo e disse:

“Cris, eu encontrei uma janela, mas está fechada. Acho que não tem ninguém lá dentro.”

Cris: “Que pena. Pelo visto, vamos ter que continuar explorando este lugar, que nem sabemos onde estamos.”

Ele encostou suas costas na porta, que abriu de repente. Os dois se entreolharam.

Tarso: “Cris, como... como você abriu a porta?”

Cris: “Eu não abri. Eu só encostei as costas e ela abriu. Ela estava só encostada.”

Tarso: “Se estava encostada, é porque alguém esteve aqui recentemente.”

Cris: “Então, vamos ver o que tem lá dentro.”

Tarso: “Espero que quem more aí não se incomode, porque só queremos respostas.”

Cris: “Certo. Vamos entrando, porque está começando a escurecer.”

De fato, o Sol começava a se pôr na Ilha das Rosas.

Os primos foram entrando na cabana, que estava escura. Ambos ligaram suas lanternas e viram que a cabana estava sem ninguém.

Cris: “Pelo visto, para deixar a porta encostada, quem quer que seja saiu às pressas daqui.”

Tarso exclamou de repente:

“Cris, achei um interruptor! Espero que acenda a luz.”

Ele apertou o interruptor e a cabana iluminou-se com a única lâmpada que havia nela.

Como a cabana estava iluminada, eles puderam vê-la com mais detalhes. Era do tamanho de uma kitchenette, onde só havia uma pequena sala com uma cama desarrumada e uma cozinha embutida, com pia, fogão, armário e geladeira. Além disso, no fundo da cabana havia um pequeno banheiro, com a privada e um chuveiro. Tarso entrou no banheiro, abriu o chuveiro e saiu água gelada de lá.

Tarso: “Aqui tem luz elétrica e água encanada, pelo menos. A água é gelada, mas é melhor que nada.”

Cris gritou da cozinha embutida:

“E tem comida também. Olhe aqui.”

Tarso saiu do banheiro e viu Cris agachado diante do armário da cozinha.

Cris: “Veja, aqui tem enlatados e alguns biscoitos doces e salgados. Seja quem mora aqui, de fome não passa.”

Tarso: “Bem, os canais de sobrevivencialismo sempre dizem para a gente estocar comida para qualquer ocasião.”

Cris: “Eu já passei fome e não desejo isso para ninguém. É a pior sensação de todas. Por isso que eu roubava comida.”

Tarso: “Cris, esqueça isso. Você agora é um Bataranger. Agradeça a Deus por não mais passar fome.”

Cris: “Eu agradeço todo dia, primo.”

Eles viram que, ao lado do banheiro, havia uma escrivaninha e colado na parede, havia um mapa de uma ilha, cujo título estava na parte superior do mapa e estava escrito “ILHA DAS ROSAS”.

Cris: “Hum, então eu estava certo. Estamos em uma ilha, mas não é deserta, porque alguém mora nesta cabana, além da estrada.”

Tarso: “Vamos examinar o mapa. Talvez a gente finalmente tenha alguma resposta sobre onde nós estamos.”

Ele tirou o mapa da parede e o colocou na escrivaninha. Os primos se debruçaram ao mapa e o examinaram.

Tarso: “Olha isso, Cris. Aqui no mapa está a praia onde nós estávamos e a maior parte da ilha é só vegetação. Nós estamos no centro da ilha e do outro lado, tem um cais. Se tem cais, tem alguma embarcação. O problema é que a ilha é muito isolada do continente.”

Cris: “Pois é... O problema é que estamos incomunicáveis.”

De repente, Tarso exclamou e ficou agitado:

“Cris, olha isso! Perto daqui tem uma estação de rádio! Se a gente for lá, talvez consigamos se comunicar com a base e pedir ajuda.”

Cris: “Isso aí. Finalmente, as coisas estão progredindo. Só estou preocupado com os outros. Nem sabemos se eles estão aqui.”

Tarso: “Bem, pelo mapa, a ilha é pequena. Significa que não é difícil encontrá-los. O problema são os Omegatrons circulando pela mata.”

Cris: “É verdade.”

Ele estava olhando para a parede onde estava o mapa. De repente, ele exclamou e cutucou o primo:

“Tarso, olha esse quadro! Olha que bizarro!”

De fato, havia um quadro, onde havia uma rosa vermelha cercada por patas de aranha.

Tarso: “Parece ser uma espécie de brasão ou insígnia. Deve ser da ilha.”

Cris tirou o quadro da parede e o examinou. De repente, ele exclamou:

“Tarso, você não vai acreditar no que está escrito aqui!”

Ele mostrou ao primo uma espécie de dedicatória no canto inferior do quadro, que estava escrito assim:


“Para minha neta preferida Rosicler, simbolizando a união do Oriente com o Ocidente.”

Avô


Tarso: “Rosicler... É o primeiro nome de Araki! E tem mais: no brasão, a rosa está cercada por patas de aranha, porque Araki lembra ‘aracnídeo’.”

Cris: “Hum, muito criativo. E a ‘união do Oriente com o Ocidente’, é porque Araki descende de libaneses. O avô deve ser por parte de mãe.”

Tarso: “Será que Araki morou aqui? Ou será que a ilha é dela?”

Cris: “Não faço ideia, mas a presença dos Omegatrons significa que Pedro Lahm, que virou um lacaio de Araki, nos mandou para cá.”

Tarso: “Sim, mas eu queria saber se os outros também estão aqui ou estão em outro lugar. Por isso que precisamos ir à estação de rádio tentar a comunicação com o continente.”

Cris olhou para fora e disse:

“É, mas já escureceu. Já que estamos aqui, vamos passar a noite por aqui mesmo.”

Tarso: “Vendo por esse lado, você tem razão. Ainda não estamos preparados para encarar os Omegatrons.”

De repente, eles ouviram um uivo, daqueles de gelar a espinha...

Cris: “Não pode ser! Não pode ser o que estou pensando...”

Ele saiu da cabana e olhou para o céu. Era noite de Lua cheia!

Então, Cris viu vários licantropos se aproximando da cabana. Ele voltou para cabana correndo e fechando a porta.

Tarso: “Ei, Cris, o que houve?”

Cris: “São os licantropos! É noite de Lua cheia e eles estão aqui!”

Tarso: “Sério?! Quantos são?”

Cris: “Pelo o que eu vi, devem ser uns seis.”

Tarso: “E essa agora... Já não bastam os Omegatrons?”

Cris: “Pelo menos, nós podemos dar conta dos licantropos. Vamos ativar as BataFardas e dá um jeito neles!”

Tarso: “Certo!”

Ambos: “BataFarda, ativar!”

Os corpos deles brilharam, até surgirem as BataFardas.

Eles saíram da cabana para enfrentar os licantropos, porém... viram que eles eram do tamanho do licantropo-líder (*)!

Tarso: “Cris, você não me disse que eles eram anabolizados.”

Cris: “Foi mal, eu nem vi direto, por causa da escuridão. Mesmo sendo noite de Lua cheia, é difícil enxergar por aqui.”

Tarso: “Não há tempo para se lamentar. Vamos mandá-los para fora daqui!”

Cris: “Certo!”

Eles sacaram a BataBazooka e o BataRifle e atiraram contra os licantropos. Nada aconteceu a eles.

Cris: “Putz, até os licantropos aqui são mais fortes. Vamos tentar de novo.”

Tarso: “Falou.”

Eles atiraram novamente, sem sucesso.

Os licantropos avançaram contra os dois Batarangers. Cris ativou sua superblindagem, o que fez um deles recuar. Tarso deu um chute no licantropo, mas ele agarrou seu pé e lançou o BataSilver para longe.

Cris: “Tarso!”

Ele foi até onde o primo caiu. O impacto da queda fez com a BataFarda dele fosse desativada. Cris desativou sua BataFarda.

Cris: “Primo, você tá legal?”

Tarso: “Estou vivo, pelo menos. Esses bichos são muito fortes!”

Cris: “Pois é, mais uma vez fomos derrotados, porque nossa equipe não está junta.”

Tarso: “Vamos nos retirar para a cabana.”

Cris: “Certo!”

Os dois correram para dentro da cabana. Os licantropos foram atrás. Cris fechou a porta e ficou segurando-a. Os licantropos forçavam a porta.

Cris: “Tarso, ajuda aqui! Não vou conseguir segurar por muito tempo!”

Tarso olhou em volta da cabana e viu a cama.

Tarso: “Cris, vou arrastar a cama até você, aí você levanta para ela segurar a porta.”

Cris: “Falou.”

Tarso arrastou a cama até Cris e este levantou a cama até a porta.

Os licantropos continuavam a forçar a porta. Parecia que a cama não suportaria por muito tempo...

De repente, os licantropos pararam de atacar a porta.

Cris: “Ué, por que pararam? Não que eu esteja reclamando, mas por que pararam?”

Ele afastou a cama para abrir a porta e viu que os licantropos já não estavam mais na porta e que eles estavam indo em direção a uma luz ali próxima.

Tarso aproximou-se de Cris e perguntou:

“Ué, o que houve? Que luz é aquela?”

Cris: “Vamos descobrir.”

Ele gritou na direção da luz:

“Alô, tem que alguém aí?!”

A resposta veio:

“C-cris, é você?!”

Cris e Tarso logo reconheceram a voz.

Cris: “Jefferson?!”

Jefferson: “Sim, sou eu. É você mesmo, Cris?”

Cris: “Claro que sou eu, Jeff. Venha até aqui.”

Ele se aproximou da cabana e os primos puderam vê-lo nitidamente. Ele correu para abraçá-los.

Jefferson: “Cris, Tarso, que bom ver vocês!”

Cris: “Igualmente, cara. Valeu por ter espantando os licantropos.”

Jefferson: “De nada. A gente viu esses bichos atacando a cabana e eu me iluminei para atraí-los para longe de vocês.”

Tarso: “’A gente’?”

Então, ele e Cris viram Mateus se aproximando. Eles foram abraçá-lo.

Mateus: “Que bom ver vocês, meus amigos!”

Tarso: “Igualmente, Turbo.”

Mateus: “Bem, por enquanto, não sou mais o Turbo, porque meus tornozelos estão presos.”

Ele mostrou os tornozelos presos pelos grilhões.

Cris: “Que chato, hein? Araki e Lahm literalmente te deixaram com os pés atados.”

Todos riram.

De repente, em meio àquele clima de descontração, Tarso percebeu que havia mais alguém ali. Alguém que tinha desaparecido e que ele prometeu encontrar...

Tarso: “Sabrina?! É você mesma?!”

De fato, Sabrina estava com Jefferson e Mateus. Ela respondeu:

“Sim, Tarso, sou eu.”

Tarso deu um abraço apertado na menina e disse:

“Oh, minha querida! Que bom vê-la! Finalmente te achei! Você...não sabe o quanto sua irmã está preocupada com você.”

Sabrina: “É mesmo? Você falou com a minha irmã?”

Tarso: “Sim, tanto que ela me pediu para encontrá-la. Coitada, ela nem dormiu de preocupação.”

Sabrina: “Nossa, logo a Simone, que é uma dorminhoca.”

Todos riram.

Cris também foi abraçar Sabrina.

Cris: “E aí, garota? Lembra de mim? Você curou minha clavícula, há três meses(**).”

Sabrina: “Claro que lembro. Você é o primo do Tarso e que tem uma namorada japonesa.”

Cris: “Hahaha, sim, sou eu mesmo. Bem, eu nem sei se minha namorada está aqui na ilha.”

Sabrina: “Ilha? Estamos em uma ilha?”

Tarso: “Bem, é uma longa história. Acredito que vocês têm também muito a dizer.”

Jefferson: “É verdade. A gente passou por maus bocados até chegar aqui.”

Cris: “Vamos conversar na cabana, antes que os lobinhos voltem.”

Os outros acenaram com a cabeça em concordância e os cinco entraram na cabana.


(*) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 9.

(**) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 5.



No próximo capítulo:


Jefferson e Mateus contam como encontraram Sabrina na Ilha das Rosas.




Licantropo

4 Comentários

  1. Grande Israel!

    É impressionante como a narrativa da segunda temporada está muito melhor e mais encorpada que a primeira.

    Não que a primeira fosse ruim . De maneira nenhuma!

    A primeira fase foi muito bacana e eu curti!

    Entenda!

    Mas, é inegável constatar que a narrativa deu um salto qualitativo que é bem percetível.

    Os capítulos estão mais elaborados, as tramas mais amarradas e o suspense tem sido a tônica.

    O que eu pude entender do desfecho desse capítulo foi que , por mais que Rosicler Araki seja inteligente, não existe plano perfeito.

    Um pequeno detalhe... um quadro...um simples quadro com o seu nome estampado e uma rosa com várias patas, colocará tudo a perder, pois , daraá condições dos Batarangers se comunicarem.

    Jéferson e Matheus , junto a Sabrina encontram Cris e Tarso.

    Agora só faltam Aline e Jéssica e a mulher-onça.

    Excelente gancho!

    Parabéns pela evolução!

    Tá mandando muito bem!

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  2. Obrigado pelo feedback de sempre.

    - Tenho que reconhecer que a narrativa ficou melhor, porque na primeira temporada, eu fiz algo despretensioso e avaliando elogios e críticas de vocês, pude ter mais cuidado em elaborar a narrativa.

    - Na verdade, o que deu a brecha para os Batarangers terem a chance de se comunicarem foi o mapa. O quadro foi só para que eles descobrissem que a ilha era da família de Araki, algo que o leitor já sabia lá do episódio anterior.

    - Finalmente, eles estão se reunindo aos poucos, mas muito coisa ainda vai acontecer até o desfecho.

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  3. Bom.

    Considerando que já tínhamos noção de que a ilha era relacionada a Araki de alguma forma, não havia função de elemento surpresa no quadro. Mas, entendi o uso do elemento com a função de comunicar e dar lógica para a ação subseqüente dos heróis.

    Bem interessante o gancho final e é legal perceber que você vai brincar conosco ao contar de modo detalhado no tocante à forma como reunirá os personagens de novo.

    Parabéns.

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