Loading....

Quem é M. Bison? - A história nunca antes contada (Capítulo VIII)

 

                                 Capítulo VIII - Vega e Balrog, as duas faces de Janus (parte I).

A notícia da morte de Dubal correu o mundo. E um dos que ficaram sabendo da novidade é um velho amigo dele chamado Gen, que atualmente vive em Hong Kong. Gen é um famoso assassino que vaga pelas ruas de Hong Kong. Por meio de uma fonte que esteve no campo de batalha junto com Dubal, Gen ficou sabendo de como que o velho amigo foi morto. E, invariavelmente, ficou muito chateado com a morte do velho amigo.

Os dias se passaram, e pouco a pouco a tristeza da jovem Čun Li foi abrandando. Viúva, a senhora Fei Li passou a cria-la e a educá-la dali em diante sozinha, com uma ajuda aqui e acolá de outros parentes mais distantes.

Dali em diante, a jovem Čun Li passou a querer se vingar de Bison pela morte do pai. Certo dia, Čun Li se encontrou com Gen nas ruas de Fučou, e esta lhe contou sobre o desejo de vingança dela. Mesmo sendo um assassino, Gen pediu para que Čun Li desista do desejo de querer se vingar de Bison. Por respeito a Dubal, ele não quer que a jovem filha se enverede por esse caminho.

Segundo Gen, ela enfrentar Bison é sinônimo de morte certa, visto que o poder dele está muito além do que qualquer humano comum pode imaginar. E que dedicar uma vida apenas à vingança contra ele é algo muito perigoso, que pode trazer consequências perigosas à alma dela. A jovem chinesa diz que irá pensar no que o velho assassino lhe disse.

Concomitantemente à fundação da Shadaloo, Bison descobriu, por meio de um pergaminho, a respeito de um antigo poder a muito esquecido, o Psycho Power.

Certa vez, antes mesmo de fundar a Shadaloo, Bison foi fazer uma visita às ruínas da antiga mansão na qual o seu chefe, Huang Čao Bo, vivia, e em uma das salas encontrou tal pergaminho.

O que Bison não sabe é que aquele pergaminho nunca pertenceu ao senhor Bo de fato. Na verdade, depois que ele foi morto, um dos membros da organização de Gill, Urien, colocou o pergaminho no local sem que ele soubesse e pacientemente esperou pela visita de Bison ao local. Sob as ordens de Gill, obviamente.

Ao ler o pergaminho antigo, Bison ficou fascinado com o que leu. De tal modo que decidiu, por meio de um intenso treinamento, dominar tal poder. E para isso ele procurou um mestre para orientá-lo. Seu nome Kamon de Lampang, um eremita que vaga pelas florestas do norte da Tailândia e que também treinou outros três estudantes.

Sem notar as intenções reais de Bison (visto que ele soube ocultá-las muito bem de seu mestre), depois de anos de prática Bison ganhou um montante de força considerável. A força que ele adquiriu com o treinamento foi tamanha que ele expeliu de sua alma sentimentos como remorso, compaixão e humanidade. Ganhou habilidades como voar, levitar, flutuar, se teletransportar, o uso da telecinese, manipulação de almas e o controle de mentes, entre outras tantas. Graças a essas habilidades que ele conseguiu escapar das balas que Dubal atirou nele.

E, tão logo Bison atingiu o poder que ele tanto almejava, ele mesmo resolveu matar seu mestre. Afinal, ele já não lhe era mais útil. Bison o encontrou em uma clareira e enfim, depois de tanto tempo, abriu o jogo com ele. O desafiou para um combate, e sem muita dificuldade o derrotou. Foi uma luta extremamente desigual, dominada por Bison do começo ao fim. Kamon nada podia fazer, a não ser enrolar a luta e acertar golpes pouco eficazes nele, tamanha a disparidade de poderes entre os dois. No fim das contas, Bison o matou com os mesmos requintes de crueldade usados para matar Dubal.

Uma vez formada a Shadaloo, questão de tempo foi arregimentar seguidores. E um deles é o toureiro espanhol Fábio Luiz Vega.

Natural de Barcelona, região da Catalunha, Vega é um prodígio no mundo das touradas. Um dos mais eminentes toureiros de toda a Espanha, de tal modo que foi questão de tempo ele adquiriu não apenas muitos admiradores, como também muitas belas garotas aos seus pés.

Vega é um homem muito bonito, dotado de uma cabeleira loira na qual ele costuma fazer tranças. Mas o que poucos sabem é que Vega possui uma história de vida muito triste e conturbada. Como diz o velho ditado, “atores vemos, costumes não sabemos”.

Nascido no seio de uma tradicional família da nobreza catalã cuja linhagem reivindica descendência de Rolando, um dos comandantes do exército de Carlos Magno que atuou no norte da Península Ibérica e que foi morto em 778 por conta da emboscada perpetrada pelos bascos em Roncesvales (episódio esse que deu origem à famosa canção de Rolando), a família de Vega era uma das eminentes de toda a Espanha nos anos de grandeza do Império Espanhol. Fez fortuna com o comércio da Espanha com as colônias americanas.

Mas, da mesma forma que a Espanha a partir do século XVIII entrou em decadência e o teve seu poderoso império colonial reduzido a pó e escombros no século XIX, o mesmo aconteceu com a família Vega. Assim tornaram-se nobres caídos, que nem aconteceu com a estrela Vega há mais de 10 mil anos, quando perdeu o posto de estrela polar para Polaris, a estrela alfa da constelação da Ursa Menor.

Isso forçou a mãe de Vega (cujo marido veio a óbito quando Vega tinha apenas cinco anos de idade, vítima de câncer no pulmão) a se casar pela segunda vez por uma questão de segurança financeira. Ao atingir a maturidade, Vega estudou a arte da tourada, uma milenar tradição cultural ibérica, e depois disso foi ao Japão e aprendeu nindžutsu na Terra do Sol Nascente. Ao combinar as duas artes, a arte do Ocidente e a arte do Oriente Distante, ele entrou em um circuito subterrâneo de lutas e em pouco tempo tornou-se um dos melhores e mais eminentes toureiros de toda a Espanha.

Mas o que mudou de fato a vida de Vega, a ponto de dizer que tal fato foi um divisor de águas na vida do toureiro, foi a morte da mãe. A mãe dele era uma mulher muito bonita, enquanto o padrasto era um homem horrendo.  A relação entre os dois azedou com o tempo e o padrasto matou a mãe de Vega durante uma briga de casal, depois que a mãe descobriu que ele vinha tendo um caso com uma prostituta local. Em retaliação, Vega acabou matando o padrasto. Do episódio da morte da mãe, Vega desenvolveu uma obsessão por beleza e passou a acreditar que a feiura é algo abominável e deve ser expurgada da face da Terra.

Desde então não apenas o narcisismo de Vega exacerbou-se, como também o toureiro desenvolveu uma dupla personalidade. Pode-se dizer com propriedade que ele é como se fosse um bom e velho disco de vinil (a propósito, ele adora escutar música em discos de vinil).

No lado A, ele é um nobre gentil e honrado durante o dia, querido e admirado pelo público (em especial pelas garotas que pulam aos seus pés), amante de boa música e de bons vinhos e que comumente se mostra clemente com os touros durante as touradas, enquanto que na calada da noite o lado B dele aflora, tornando-se um terrível e sádico assassino mascarado. Também veio desse incidente a obsessão dele por beleza e a crença de que a feiura é algo abominável de deve ser erradicada e expurgada da face da Terra.

Nisso, Vega entrou para o mundo dos assassinatos políticos. Certo dia o toureiro, um pouco alterado pelo vinho tinto que tomou, fez essa confissão a um de seus melhores amigos, Juan Velásquez Alvarado, em um encontro na taverna que eles frequentam. Ao saber da novidade, Juan fez um conselho de amigo a Vega: para pular fora desse barco o mais rápido possível, pois no momento em que ele afundar o político que o emprega irá abandoná-lo e não moverá um único dedo para tirá-lo da cadeia.

Ignorando o conselho do amigo, continuou com seu trabalho como assassino de aluguel a serviço de determinadas forças políticas locais interessadas na eliminação de adversários políticos. Para isso, ele adotou um nome de guerra: Balrog. E assim o foi por um bom tempo.

Vega e Balrog, o Alfa e o Ômega, o Yin e o Yang, o Sol e a Lua, o dia e a noite, Kami Sama e Piccolo Daimaoh, as duas faces do deus Janus contrapostas entre si. Assim podemos resumir essa macabra ópera.

1 Comentários