Quem é M. Bison? - A história nunca antes contada (capítulo XIII)

 

                                           Capítulo XIII - O aliciamento das dolls (parte II)

Desde que a Shadaloo foi fundada, Bison vem dizendo que esta não será uma mera organização de venda de narcóticos pelo mundo. Ela também se envolveu em vendas de armas ilegais, tráfico de órgãos humanos, lavagem de dinheiro, entre tantas outras atividades do submundo. Mas um dos ramos nos quais a Shadaloo vem se envolvendo e tendo grande destaque é o da experimentação humana. E isso não envolve apenas lavagem cerebral, como também clonagem humana e outros experimentos genéticos macabros.

Por meio do material genético coletado de Dekapre enquanto a operação era feita nela, este foi clonado em um dos laboratórios de pesquisa da Shadaloo. O experimento foi um sucesso, e por meio dessa experiência de clonagem mais uma doll surgiu, que foi batizada de “Killer Bee”, a abelha assassina. Ela também é conhecida como Cammy. Em outras palavras, Cammy é uma espécie de irmã genética de Dekapre.

E Cammy não é uma doll qualquer. Assim que ela foi concluída tornou-se especializada em técnicas de assassinato. Um trunfo a ser usado contra todos aqueles que se opõe ao poder da Shadaloo.

E não é só isso. Bison tem grandes planos para com Cammy. Ele pretende utilizá-la como um receptáculo para sua alma caso ele mesmo venha a ser morto e destruído em combate. Como se vê, Bison pensou em tudo quando a criou.

Uma vez formada a Guarda de Bison, cada doll ganhou uma especialidade, como previsto pelo demônio fardado: Enero é especializada em comunicações; Février é especializada no uso de armas; März é especializada em informação e reconhecimento utilizando-se de seu laptop; Aprile possui habilidades médicas; Satsuki é especializada na luta com espadas; Santamu é especializada em luta com lança e tem como fiel escudeiro um mico-leão-dourado; Xiaoyu se especializa no combate com nunchaku; Yan’yu se especializa em luta com bastão; Noembelu se especializa no combate com machadinhas; Cammy é especialista em assassinatos de pessoas importantes.

Assim que a missão foi concluída, uma figura de aspecto angelical metade laranja e metade azul clara aparece na frente de Bison. Essa figura revela-se tratar de Gill, o imperador da Sociedade Secreta, e ele está muito contente com os resultados que Bison obteve com a presente operação. Mas não é só para isso que Gill veio até a presença do demônio fardado.

Gill: “Bison, meus parabéns. Sabia que você teria sucesso nessa missão”.

Bison: “Quem é você?! E como sabe tanto sobre mim?”.

Gill: “Digamos que sou aquele que vem acompanhando seus passos há séculos, caro Bison”.

Bison fica atônito ao escutar a afirmação de Gill, e nem sabe como respondê-lo. Pela primeira vez na vida, sentiu um medo na vida. O medo de estar ante alguém contra o qual ele nada pode fazer. Bison pode ser muito poderoso, mas o poder que o atual corpo dele pode lhe oferecer não se compara ao poder de Gill.

Gill: “Estou muito contente com o teu sucesso. O teu potencial é imenso, e você faz jus à confiança que venho depositando nele. Mas antes de tudo você precisa saber de algo: eu sou o dono do jogo, e não você”.

Ante a petulância do ser de aspecto angelical, Balrog tenta atacá-lo com seus potentes socos, mas os socos se revelam todos inúteis. Gill some magicamente do local.

Essa foi a primeira vez que Bison viu Gill em toda sua vida. Para o demônio fardado, saber que há alguém acima dele é algo inconcebível. Ele é que tem que ser o homem mais poderoso de todo a Terra e ninguém mais. Um dia, Bison será mais poderoso que Gill e as coisas enfim se inverterão. Bison será o senhor do jogo e ele é quem irá rir da cara de Gill.

Gill, por sua vez, agradeceu ao irmão e à Kolin por terem ajudado Bison a formar a guarda feminina dele. “É o mínimo que posso fazer por você, meu senhor”, diz Kolin após o elogio de seu mestre. Urien, por seu turno, não vê a hora de poder passar a perna no irmão.

Como não poderia deixar de ser, o caso do rapto das garotas que uma vez submetidas a uma série de operações de lavagem cerebral deram origem às dolls repercutiu e muito na imprensa mundial. Pais desesperados, querendo saber de notícias sobre o paradeiro de suas filhas raptadas, apareceram nos noticiários tanto impressos quanto televisivos e radiofônicos, querendo informações sobre o paradeiro delas e cobrando das autoridades que sejam feitas massivas investigações para descobrir quem é o responsável pelo rapto das garotas e que esquema foi utilizado para tal.

Histórias sobre o rapto das jovens garotas também surgiram rapidamente, tentando explicá-lo. Algumas bem cabeludas e recheadas de boatos infundados, outras mais verossímeis, outras no meio termo. Entre elas, histórias de que elas foram raptadas por vampiros e enviadas a castelos abandonados na Transilvânia para que esses vampiros tenham um suprimento de sangue surgiram. Também surgiram histórias de que elas possam ter sido abduzidas por alienígenas ou mesmo enviadas a um lago na costa do Oceano Ártico, para lá ficaram adormecidas por centenas ou mesmo milhares de anos, como os mamutes encontrados no permafrost siberiano.

Invariavelmente, esse incidente foi comparado com outro desses que teve lugar cerca de 20 anos antes, mais precisamente em 1966, no qual um grupo de invasores alienígenas raptou cinco crianças no Japão. Depois disso nunca ninguém mais ouviu falar uma única palavra sobre as crianças em questão. Há até quem acredite que as pessoas por trás desse rapto sejam os mesmos alienígenas do rapto de 1966, que resolveram aumentar as apostas e promover um rapto de ainda maior envergadura no Planeta Terra.

Um dos que ficaram sabendo sobre essa notícia é o oficial do Exército dos Estados Unidos Charlie Nash. No intervalo entre um exercício militar e outro, ele costuma tomar café na cafeteria próxima ao quartel. Em um desses intervalos, ele tomou conhecimento sobre o caso lendo uma matéria de um jornal. Enquanto Nash lia o jornal, eis que seu amigo e colega de quartel Guile aparece, também querendo tomar um café. Os dois jogam conversa fora, até que a conversa chega ao incidente das garotas perdidas.

Charlie Nash: “Está sabendo da última, Guile? Parece-me que raptaram umas garotas em várias partes do mundo, e ninguém sabe de nada sobre o paradeiro delas”.

Guile: “Sério? E quem será que as raptou?”.

Charlie Nash: “Não tenho certeza, mas desconfio que isso só pode ser coisa dos Mišima”.

Guile: “Os Mišima, aquele grupo de criminosos do Japão. Mas o que será que eles querem com as garotas? Isso eu não entendo, sinceramente...”.

Charlie Nash: “Os Mišima de tudo são capazes, e tenho certeza de que eles têm algum plano em mente com elas. Um plano bem macabro, por sinal”.

Guile: “De qualquer modo, não podemos deixar pessoas como o Heihači ou qualquer outro criminoso faça o que bem entenda”.

Charlie Nash: “Sim”.

Em questão de tempo, tão logo a quantidade de garotas necessária ao experimento foi atingida as agências de fachada (que operavam sob o sugestivo nome “Shadow Arts”) foram todas desativadas e fechadas. Em pouco tempo, o mato tomou conta dessas unidades, de tão abandonadas que ficaram. E é por meio dessas unidades que se iniciará as investigações que irão estabelecer quem é o culpado por esses sequestros em massa.