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Força Especial Bataranger 3 - Capítulo 1 - Queima de fogos

 




Sinopse:

Os Batarangers precisam deter o plano final da vilã Rosicler Araki, que consiste em perturbar a ordem entre humanos comuns e modificados no Rio de Janeiro.



Capítulo #1 – Queima de fogos



Rio de Janeiro, 2030 – Fim de ano


Três meses se passaram depois das desventuras dos Batarangers na Ilha das Rosas, a ilha que pertencia à família da ex-chefe da Divisão de Ciência & Tecnologia da Força Especial Bataranger Rosicler Araki.

Naquela ocasião, Araki, junto com seu cúmplice, o falecido presidente da Corporação Ômega Pedro Lahm, sequestraram HMs, incluindo a vizinha de Tarso Monteiro (o BataSilver), a adolescente Sabrina Reis, que tem a habilidade da cura. Isso fez com que os Batarangers fossem a campo e por conta de uma emboscada, fossem igualmente capturados e levados à ilha. Eles escaparam de lá, graças a uma estação de rádio, que permitiu com que se comunicassem com a BataBase, para enviar o resgate. O resgate chegou, mas eles foram capturados novamente, dessa vez, levados para um navio. Eles também escaparam de lá, mas Araki também escapou.

Desde então, não houve mais nenhuma manifestação de Araki e/ou de seus correligionários, dando aquela falsa sensação de calmaria. Por mais que a F.E.B. tentasse procurá-la, ela nunca era encontrada. Pelo entender do Comandante Roberto Lopes, Araki saiu de cena, porque está planejando algo muito pior contra os Batarangers e a cidade do que das outras vezes...


Av. Almirante Barroso – Centro do Rio de Janeiro


Na madrugada de Natal, Cristiano Ribeiro e Aline Hashimoto (BataVermelho e BataRosa, respectivamente) estavam indo visitar Tarso e os pais dele. Para Cris, era o primeiro Natal sem sua mãe, falecida em maio, porém, era o primeiro Natal com seus tios e seu primo, pelos quais nem sabia da existência deles antes do falecimento de sua mãe. Já para Aline, era o primeiro Natal com um namorado.

Eles chegaram ao apartamento de Tarso e foram recebidos por ele, que abraçou os dois.

Tarso: “Feliz Natal, primo e Aline! Que bom ver vocês aqui!”

Cris: “Feliz Natal, primo. Igualmente.”

Aline: “Feliz Natal, Tarso.”

Tarso: “Entrem, entrem. Minha mãe está esperando vocês.”

O casal entrou e foram cumprimentar a mãe de Tarso, Lúcia.

Lúcia: “Feliz Natal, meu sobrinho! Estou feliz que tenha vindo!”

Cris: “Feliz Natal, tia. Cadê o tio Alexandre?”

Lúcia: “Está no plantão de Natal, infelizmente, mas ele ficaria feliz em vê-lo.”

Ela percebeu a presença de Aline e a cumprimentou:

“Olha, você veio, Aline. Feliz Natal, minha querida!”

Aline: “Feliz Natal, Dona Lúcia. Que bom ver a senhora novamente.”

Lúcia: “Está cada vez mais linda. Meu sobrinho é mesmo um rapaz de sorte.”

Aline: “Que isso, Dona Lúcia?! Assim, a senhora me deixa sem jeito...”

Lúcia: “Ué, estou dizendo a verdade. Você e Cris formam um lindo casal. Já o Tarso... Não diz uma palavra para a Simone.”

Tarso: “Não começa, mãe...”

Lúcia: “Ué, pensa que eu não sei de vocês dois? Ela parece gostar muito de você, mas vocês ficam na mesma...”

Cris: “Ah, não, Tarso! Depois de tudo que você fez a ela, de encontrar a irmã, vocês ainda estão na mesma?”

Tarso: “É que... a gente não se fala com frequência. Cada um tem seu trabalho, né?”

Lúcia: “Então, faz um favor para sua mãe e leva essas rabanadas lá para a Simone.”

Ela entregou um pote tipo Tupperware ao filho.

Tarso: “Vou levar agora, mãe. Já volto.”

Quando ele estava indo para a porta, Cris o interrompeu:

“Espera aí, primo. Então, Aline e eu queremos convidá-lo para ir à Copacabana ver a queima de fogos no Réveillon. Você topa?”

Tarso: “Claro que sim, primo. Faz tempo que não vou para lá. Agora, dá licença que vou lá na Simone.”

Cris: “Calma aí, ainda não terminei. Então, para você não ficar de vela, você poderia chamar a Simone, que tal?”

Tarso: “Chamar... a Simone?”

Cris: “Sim, já que você vai lá, você aproveita e a convida.”

Tarso: “Não sei, primo. Eu... não sei se ela vai aceitar.”

Cris: “Ué, você só vai saber se você tentar. Vou te falar: é mais fácil prender a Araki do que te fazer falar com a Simone.”

Ambos riram.

Tarso: “Tá certo, eu vou falar com ela. Já volto, pessoal.”

Lúcia: “Fala que eu desejei Feliz Natal lá para as meninas, Tarso.”

Cris: “Diz que eu também estou desejando Feliz Natal. Ah, a Aline também.”

Aline apenas confirmou com a cabeça.

Tarso: “Tá certo, pessoal. Já volto.”

Ele saiu pela porta do apartamento.


***


Tarso caminhou até o apartamento ao lado, o 515, que era o apartamento das irmãs Reis. Durante a curta caminhada, ele pensou como falaria à Simone sobre ir à Copacabana no Réveillon. Realmente, para ele, Cris tinha razão em sua brincadeira, porque era mais “fácil” prender Rosicler Araki do que falar com sua vizinha.

Tarso tocou a campanha do apartamento 515 e quem atendeu foi uma jovem que ele não reconheceu. Ela perguntou:

“Pois não?”

Tarso: “Hã... Eu estou no apartamento certo? Achei que era de Simone Reis.”

A jovem franziu a testa e perguntou:

“Moço Bataranger, não está me reconhecendo? Sou eu, Felícia.”

Tarso olhou atentamente para a jovem. Ele demorou para perceber, mas aquela jovem era Felícia, a mulher-felina que ele e seus companheiros conheceram na Ilha das Rosas e que estava morando com as irmãs Reis desde que saiu da ilha. Só que naquele momento, ela estava com os cabelos castanhos alisados e usava um vestido vermelho, muito diferente do visual de quando a conheceu, quando ela tinha os cabelos despenteados.

Tarso: “Fe-fe-lícia? Nossa, eu, eu nem a reconheci! Com todo o respeito, mas está...bonita.”

Felícia sorriu e disse:

“Obrigada, moço. Sabrina alisou meu cabelo e esse vestido é de Simone.”

Tarso: “Que legal! Ah, Feliz Natal, Felícia.”

Felícia: “Feliz Natal, moço. O que o traz aqui, Bataranger?”

Tarso: “Por favor, me chame de Tarso. Sem o uniforme da F.E.B., sou um cidadão como outro qualquer. Eu... vim ver as irmãs e entregá-las essas rabanadas que minha mãe fez para elas.”

De repente, uma voz saiu de dentro do apartamento:

“Quem é, Felícia?”

Felícia: “É um Bataranger, digo, o Tarso. É o Tarso.”

“Tarso!”

De repente, uma menina de 12 anos, branca, cabelo liso preto e olhos azuis saiu do apartamento correndo feito um foguete. Sabrina Reis foi em direção de Tarso, abraçou-o e beijou-o na bochecha.

Tarso: “Opa! E aí, Sabrina? Feliz Natal!”

Sabrina: “Feliz Natal, Tarso. Que bom que você veio!”

Tarso: “Eu agradeço. Ah, trouxe umas rabanadas que minha mãe fez para vocês.”

Sabrina: “Oba! Vou falar pra Simone que você está aqui.”

Tarso: “Por favor, porque quero falar com ela. Ah, tome aqui as rabanadas.”

Ele entregou o pote Tupperware para Sabrina e ela adentrou ao apartamento. Em alguns instantes, ela voltou acompanhada de sua irmã Simone, que estava usando um vestido vermelho assim como Felícia, mas com estampas douradas. Simone Reis era uma cópia fiel de sua irmã, só que mais alta.

Simone: “Oi, Tarso. Feliz Natal!”

Tarso: “Oi, Simone. Feliz Natal para você também. Como vem passando?”

Simone: “Ah, tudo bem, na medida do possível. E você?”

Tarso: “Tudo certo comigo. Ah, o Cris e a Aline desejaram Feliz Natal para vocês.”

Sabrina: “Sério? Que legal! Estou com saudade deles.”

Tarso: “Eles estão lá em casa agora.”

Simone: “É mesmo? Então, por que não vieram?”

Tarso: “É que eu tenho que falar em particular com você, Simone.”

Simone: “Hum, é mesmo? Espero que não seja nada sério.”

Tarso: “Não, não se preocupe. Não é nada ruim, aliás, é algo bem legal.”

Simone: “Hum, estou curiosa. Hã, Sá, por que não vai lá ver o Cris e a Aline lá no apartamento do Tarso? E leva a Felícia junto.”

Sabrina: “Sim, mana! Vamos, Felícia.”

As duas saíram de mãos dadas em direção ao apartamento de Tarso. Simone fez um sinal para Tarso entrar no apartamento dela e o rapaz entrou. Era um apartamento pequeno como o dele e estava todo decorado para o Natal.

Simone: “Agradeça sua mãe pelas rabanadas por mim. Eu não gosto muito de rabanada, mas a Sabrina adora.”

Tarso: “Estão deliciosas, eu garanto. Não só porque são da minha mãe, mas é que estão ótimas mesmo.”

Ambos riram.

Simone: “E então? O que quer falar comigo?”

Tarso: “Bem, é que... o Cris e a Aline me chamaram para irmos à queima de fogos de Copacabana na semana que vem e eu... queria saber se você gostaria de ir com a gente.”

Simone deu um largo sorriso e disse:

“É sério? Puxa, que legal! É claro que aceito.”

Tarso ficou aliviado por ouvir isto e disse:

“Que bom, Simone. Fico muito feliz por ter aceitado.”

Simone: “Eu ia ficar em casa mesmo no Ano-Novo. Vai ser legal sair com vocês. Eu tenho uma gratidão imensa com vocês, Batarangers, por terem encontrado a Sabrina, quando ela sumiu.”

Tarso: “Nós só fizemos nosso trabalho. Aliás, como vão as coisas por aqui? Vejo que a Felícia sofreu uma ‘metamorfose’, hehehe...”

Simone: “Pois é, mas é só por hoje, hehehe. Eu emprestei meu vestido a ela e a Sá alisou os cabelos. Ela ficou um arraso, não acha?”

Tarso: “Ficou, sim, falando francamente. Como ela vem passando aqui com você?”

Simone: “Bem, ela ainda está se adaptando à cidade grande, mas é um amor de pessoa. Ela me ajuda nas tarefas de casa e está aprendendo a ler e a escrever com a Sabrina. Aliás, quando se juntam, parece que ambas têm a mesma idade, hehehe. Felícia está sendo para Sabrina a irmã que jamais fui, porque sempre fui uma mãe para Sabrina, já que ela mal conheceu nossos pais. Além disso, eu passo o dia todo fora de casa, trabalhando no hospital e quase não tenho tempo de ver minha irmãzinha.”

Ela começou a ficar com os olhos marejados e Tarso tocou-lhe o ombro.

Tarso: “Tudo bem, pode chorar. Não se cobre tanto. Você sempre foi muito boa para com Sabrina e Felícia veio para somar.”

Simone: “Obrigada, Tarso. Você é um amor.”

Ela lhe deu um abraço apertado, mas dessa vez, não era de desespero, como da outra vez (*).

De repente, ouviram passos de pessoas adentrando ao apartamento e eram Cris e Aline, acompanhados de Sabrina e Felícia.

Cris: “Hã.... Estamos interrompendo algo?”

Simone: “Ah, que nada. Cris, Aline, Feliz Natal, amigos!”

Ela se desvencilhou de Tarso, abraçou o casal e disse:

“Tarso me falou sobre semana que vem. Eu vou com vocês.”

Aline: “Que bom, Simone. Vai ser legal ter a sua companhia.”

Sabrina: “Vão pra onde semana que vem?”

Simone: “Em um lugar onde criança não pode ir. Você vai ficar aqui com a Felícia.”

Sabrina: “Tá bom... Não quero ficar de vela dos casais.”

Tarso: “Hã, Sabrina, só Cris e Aline são um casal.”

Sabrina: “E você e minha irmã não são um casal também?”

Tarso ficou sem graça e Simone repreendeu a irmã:

“Chega, Sá! Não se meta na conversa de adultos! Vá já para o quarto, vai, vai, vai!”

Sabrina se afastou e Felícia foi atrás dela. Cris olhou para o relógio e disse:

“O papo tá bom, mas Aline e eu precisamos voltar à base. Que bom ter aceitado ir com a gente, Simone. Durante a semana, combinamos o horário.”

Simone: “Valeu, gente. Obrigada mesmo por terem vindo. Até semana que vem.”

Cris e Aline: “Até.”

Tarso: “Vou acompanhá-los até lá embaixo. Tchau, Simone.”

Simone: “Tchau, Tarso. Mais uma vez, obrigada pelas rabanadas.”

Tarso sorriu e se retirou do apartamento junto com o casal.

No elevador, Cris não podia deixar de comentar com o primo:

“Hum, os dois estavam agarradinhos... Finalmente, teve atitude, Tarso.”

Tarso: “Para sua informação, foi ela que me abraçou. Aí, vocês tinham que chegar e pensar maldade.”

Aline: “Ninguém está pensando em maldade, Tarso. Mas e aí? Não vai dizer que não gostou de ter sido abraçado por ela...”

Tarso: “Claro que gostei. Ela estava... perfumada e o abraço dela é... confortável.”

Aline: “Confortável? É só isso que tem a dizer?”

Tarso: “Bem, é. Não quero entrar em detalhes sobre o que senti.”

Cris: “Entendi, entendi. Não precisa entrar em detalhes. Bom, pelo menos, você a chamou para ir com a gente e conversou com ela por um bom tempo. Caiu o braço, por um acaso?”

Tarso: “Não, mas foi só pela circunstância de ser Natal. Em um dia comum, nunca teríamos essa conversa.”

Aline: “Circunstancial ou não, você finalmente conseguiu conversar com ela e a chamou para sair, mesmo que seja conosco.”

O elevador chegou ao saguão do prédio e Tarso despediu-se do casal. Ele esperou que eles sumissem de vista para subir de volta ao apartamento. Dentro do elevador, ele ficou pensando no abraço dado por Simone e de como ela estava perfumada e extremamente bonita naquele vestido vermelho estampado de dourado.


***


Uma semana depois, na noite do dia 31 de dezembro, por volta das 19h, Tarso saiu de seu apartamento e foi em direção ao de Simone. Ele tocou a campainha e foi atendido pela própria Simone. Ela estava usando um vestido tomara-que-caia branco e preto. Tarso ficou impressionado.

Tarso: “Boa noite, Simone. Está pronta?”

Simone: “Boa noite, Tarso. Estou, sim. Por mal que te pergunte, por que você ficou de boca aberta quando me viu?”

Tarso: “Fiquei? Nem sei porque fiquei assim.”

Simone: “Eu sei porquê, mas vou deixar passar, hihihi. Vou me despedir das meninas e já volto.”

Ela entrou no apartamento e logo em seguida, voltou para junto de Tarso. Os dois desceram até o saguão, onde Cris e Aline os aguardavam. Eles se cumprimentaram e Simone comentou:

“Uau, como estão bem vestidos! Especialmente você, Aline. Você ficou ótima nesse vestido preto.”

Aline: “Obrigada. Eu gosto de usar preto. Aliás, uso preto desde quando me entendo por gente. Além disso, nem dá para me comparar com você, mulher. Esse vestido tomara-que-caia ficou muito bem em você. Ficou tão bem, que me sinto feia.”

Simone: “Você, feia? Só se for na sua mente.”

Enquanto as duas moças trocavam elogios, os primos comentavam:

Cris: “Olha, Tarso, eu nem sei se esses elogios entre elas são sinceros. Dizem que, quando mulheres se elogiam muito, é porque uma está com inveja da outra.”

Tarso: “Bem, eu entendo tanto sobre mulheres como entendo de Física Quântica... Prefiro me abster.”

Ambos riram. As moças vieram na direção deles e Aline perguntou, de cara amarrada:

“O que é tão engraçado, posso saber?”

Cris: “Hã, nada. Tarso me contou uma piada, só isso.”

Aline: “Ah, bom. Então, vamos.”

Simone: “Hã, desculpe perguntar, mas como vamos à Copacabana?”

Cris: “De táxi. Vamos ter que rachar a corrida.”

Simone: “Tudo bem. Tenho algum dinheiro. Sempre saio prevenida.”

Cris: “Beleza. Então, vamos chamar o táxi.”

Os quatro entraram no primeiro táxi que apareceu e o veículo rumou para Copacabana.


Praia de Copacabana


O quarteto chegou por volta das 20h à Praia de Copacabana, cuja areia já estava tomada de gente de todos os tipos. Eles ficaram pela orla, que estava quase toda tomada.

Simone: “Uau, como aqui já está cheio! Nunca vim aqui assistir aos fogos.”

Aline: “Nem eu. É minha primeira vez também.”

Para Aline, aquilo seria uma prova de fogo, porque ela ainda não estava totalmente curada de sua agorafobia, que é o pavor de multidões. Talvez a presença de seu namorado e de seus amigos ajudasse a esquecer este pavor.

Tarso: “Eu vim aqui quando era criança, mas eu assisti de um apartamento daqui da Atlântica. Daqui de baixo, é a primeira vez.”

Cris: “Pois eu já vim várias vezes, mas é a primeira vez que venho com minha namorada e meu primo.”

Aline e Tarso sorriram para ele, em agradecimento.

Simone: “Mas e aí? Como vão os outros Batarangers, a Dra. Angélica, o comandante, o Inspetor Meirelles? Estão todos bem?”

Cris: “Sim, estão todos bem, graças a Deus.”

Simone: “Que bom. E onde eles estão agora? Na base?”

Aline: “Bem, Jefferson e Jéssica ficaram na base, enquanto Mateus e Roberta devem está correndo por aí... Já o comandante, a doutora e o inspetor estão cada um no seu canto.”

Simone: “Ah, sim. Eu sou muito grata a todos vocês. Nunca vou esquecer o que fizeram por mim e pela Sabrina.”

Cris: “Na verdade, agradeça ao Tarso, porque ele fez uma promessa a você.”

Simone: “Claro, claro. Nunca vou me esquecer disso.”

Tarso: “Como sempre digo, fizemos nosso trabalho, mas no seu caso, Simone, foi muito especial.”

Simone: “Hum, obrigada mesmo, Tarso.”

Então, ela deu um beijo na bochecha de Tarso e ele ficou sem graça.

Cris cochichou com Aline:

“Está dando certo. Só falta o Tarso ‘empurrar para o gol’.”

Aline, também cochichando: “Difícil. Temos que dar mais empurrõeszinhos para ele pegar no tranco, hehehe.”

As horas passavam até chegar meia-noite. O público da praia fazia em uníssono a contagem regressiva para a chegada de 2031. E então, começou a queima de fogos. Todos olhavam maravilhados para aquela explosão de cores no céu.

Aline: “Uau, é muito lindo!”

Cris: “Pois é. Sabia que ia gostar. Feliz Ano-Novo, meu amor!”

Aline: “Feliz Ano-Novo!”

Os dois se abraçaram e se beijaram.

Tarso e Simone também se abraçaram e desejaram Feliz Ano-Novo um ao outro. Em seguida, eles abraçaram Cris e Aline.

Contudo, algo interrompeu aquele momento de ternura. Próximo de onde estavam, houve um estrondo, seguido de um tremor de terra, que lançou os Batarangers e Simone, além do público que estava em volta deles, ao chão. As pessoas se levantaram e começaram a correr e gritar de desespero.

Cris: “O que...foi isso?! Com certeza, não faz parte do show.”

De repente, alguém gritou na multidão:

“Fogo!”

De fato, vieram labaredas na direção deles. Rapidamente, eles se abaixaram.

Cris: “O que está acontecendo?! Quem ou o que está fazendo isso?”

De repente, uma voz feminina respondeu:

“Sou eu, Bataranger.”

A dona da voz era uma mulher jovem morena e baixa, vestida de camisa e calça de couro preto e que tinha os cabelos presos para cima, como se fosse um porco-espinho.

Cris: “E quem é você?”

Ela respondeu:

“Pode me chamar de Turana. Sou uma HM pirocinética.”

Cris: “É mesmo? A gente já teve uma experiência não muito agradável com pirocinéticos (**). Vem cá, foi você que provocou aquele estrondo?”

Turana: “Não, mas foi ele.”

Ela apontou para um homem extremamente alto e forte, que tinha um estranho chifre em sua testa.

Turana: “Podem chamá-lo de Hércules. Ele pode provocar tremores ao socar o chão, além de ter esse chifre. Ele só não é muito de falar.”

Tarso: “E o que fazem por aqui?”

Turana: “Ah, viemos cumprir uma missão para nossa Mestra, mas quis o destino que tivesse Batarangers por aqui.”

Cris: “Mestra? Vocês trabalham para Rosicler Araki?”

Turana: “Não sei de quem está falando, mas nós trabalhamos para a Mestra. Ela nos mandou para cá.”

Aline: “Para o quê, exatamente?”

Turana: “Eu não vou dizer. Agora, saiam do nosso caminho, porque precisamos cumprir nossa missão.”

Cris: “Não vamos deixar!”

Turana: “Ótimo. Então, que seja do seu jeito. Hércules!”

O grandalhão socou o asfalto da Av. Atlântica e provocou outro tremor. Os Batarangers foram ao chão rapidamente, junto com Simone.

Cris: “Simone, esconda-se! Nós cuidamos deles.”

Simone: “Tá bom.”

Ela saiu correndo dali e escondeu-se atrás de um quiosque.

Cris: “Vamos ativar as BataFardas, pessoal.”

Tarso: “Espere, Cris, vamos chamar os outros?”

Cris: “Acho que nós três damos conta deles, por ora. Se não dermos, aí vamos ter que chamar reforços.”

Aline: “Tá certo, então. Vamos nessa!”

Cris: “Vamos. BataFarda, ativar.”

Os corpos deles brilham até surgirem as BataFardas.

Cris: “Tarso e eu ficamos com o grandão, enquanto você, Aline, fica com a esquentadinha.”

Aline: “Certo!”

Cris e Tarso foram para cima de Hércules, atirando as BataPistolas, mas não surtiu nenhum efeito. Eles tentaram com a BataBazooka, só que também não surtiu efeito.

Cris: “Que droga! Esse cara deve ser feito do mesmo material dos Omegatrons, só pode!”

Então, Hércules ficou em uma posição semelhante a de um corredor de 100m rasos pronto para a largada. Cris, pressentindo o que viria, ativou sua superblindagem. Porém, Hércules deu-lhes uma chifrada, fazendo com que eles voassem sem asas. Eles aterrissaram no meio da Avenida Atlântica, com as BataFardas desativadas, quase sendo atropelados pelos carros que passavam.

Tarso: “Cris, você tá legal?”

Cris: “Estou vivo, pelo menos. O que foi aquilo?! Não tivemos a menor chance! Nem a superblindagem adiantou.”

Tarso: “Pois é, nem a blindagem da BataSilver adiantou. Espero que Aline tenha mais sorte que a gente.”

Enquanto isso, Aline estava enfrentando Turana. A BataRosa também atirou a BataPistola e a BataBazooka, mas também não surtiram efeito. Então, ela tentou o superchute, só que sua adversária desviava.

Turana: “Você não é rápida o bastante para mim, Bataranger. Acho que você precisa de um...aquecimento.”

Ela soltou labaredas na direção de Aline, que rapidamente deitou-se no chão. Então, Aline viu de relance seus companheiros sendo derrotados por Hércules.

Turana: “Vocês não têm a menor chance conosco, Batarangers. Nem se mandarem os outros.”

Aline: “Não cante vitória antes do tempo. Nunca vamos desistir de lutar!”

Turana: “Que comovente... Mas isso não será o suficiente para eu ter piedade. Você vai se queimar, Bataranger!”

Ela estava se preparando para lançar mais labaredas, quando algo a atingiu pelas costas. Ela virou-se e viu Simone jogar pedras em sua direção.

Simone: “Maldita! Deixe minha amiga em paz!”

Turana: “Ora, ora. Quem você pensa que é para me desafiar, queridinha?”

Simone: “Não te interessa! Já disse para deixar minha amiga em paz!”

Aline: “Simone, não seja estúpida! Você não pode com ela. Fuja daqui e arrume um lugar seguro!”

Simone: “Eu sei, Aline, mas não posso ficar vendo vocês sendo derrotados sem fazer nada.”

Turana: “Você ouviu sua amiga. Fuja daqui ou vai virar churrasco.”

Ela preparou outro jato de fogo, mas Aline deu seu superchute nas costas dela, fazendo-a ir ao chão.

Simone: “Valeu, Aline. Você me salvou de virar churrasco.”

Aline: “Te salvei, mas nunca mais faça isso, sua louca!”

Simone: “Me desculpe, é que, como eu disse, eu não podia ficar sem fazer nada.”

Aline: “Você é corajosa, Simone, mas também é uma inconsequente. Porém, obrigada, mesmo assim.”

Simone: “De nada, amiga... Cuidado!”

Aline, enquanto estava falando com Simone, não percebeu que Turana se levantou e lhe cravou as unhas em seu ombro. Imediatamente, Aline sentiu que estava queimando por dentro. A dor era tão forte que ela desativou a BataFarda e desabou no chão.

Turana: “Hahaha! Por causa de sua insolência, BataRosa, eu fui forçada a usar minhas unhas venenosas. Você vai sentir uma sensação de queimação interna até não poder mais e isso durará cinco minutos! Uma vez que o meu veneno foi injetado, não há como escapar. É morte certa.”

Simone: “Desgraçada! Os Batarangers vão te prender, eu sei que vão!”

Turana: “Bem, então, não será nesta vida. Vamos, Hércules. Temos que terminar nosso trabalho.”

Então, ela e o grandalhão desapareceram no meio da multidão.

Simone ajoelhou-se e abraçou Aline, que se contorcia de dor.

Simone: “Aline, olhe para mim. Esqueça a dor, só olhe para mim.”

Aline: “Não...dá... É muita...dor... Ah! É insuportável! Ah!”

Simone: “Fica comigo, amiga. Logo, os meninos vão chegar.”

Assim que ela disse isso, Cris e Tarso chegaram junto delas.

Cris: “O que houve? Para onde eles foram?”

Simone: “Eles fugiram e aquela doida injetou um veneno na Aline.”

Cris: “O quê?! Aline, como você está?”

Aline: “Com muita dor! Eu não estou suportando! Eu vou morrer, Cris! Eu vou morrer!”

Cris ajoelhou-se e tirou sua namorada dos braços de Simone.

Cris: “Não, você não vai morrer! Tem que ter algum jeito! Tem que ter algo contra esse veneno!”

Simone: “Bem, ela disse que o efeito é de cinco minutos. Ou seja, não tem jeito.”

Cris: “Não, não! Aline, você não vai morrer! Você não vai! Não vai...”

Aline: “Cris, você ouviu a Simone. Não tem mais jeito. Eu vou morrer... Eu... vacilei, Cris... Dei as costas para ela... Só por isso, mereço morrer...”

Cris apertou ainda mais seu abraço a Aline, com os olhos marejados.

Cris: “Não, você não merece! Tem que ter algum jeito... Tem que ter algum jeito...”

Enquanto isso, Simone ainda estava ajoelhada, de cabeça baixa e Tarso estava agachado com as mãos na cabeça, em sinal de desespero. Restavam quatro minutos de vida para Aline...


CONTINUA...


(*) Ler Força Especial Bataranger 2, capítulo 5 (“Não encontrados”).

(**) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 3 (“Em chamas”).


7 Comentários

  1. Uma nova temporada !

    O desfecho dessa incrível história!

    Parabéns , Israel, vamos acompanhar!

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  2. Tudo parecia calmo ....

    Três meses sem ataque !

    E na noite de ano novo, após uma bobeira de Aline , Turma , lhe introjeta.um veneno mortal.

    Araki, volta com soldados mais fortes.


    Fiquei preocupado com a Aline!

    O que será do Cris, se ela morrer?

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    1. Pois é, o inimigo ataca quando menos se espera... Mas tudo deve ser resolvido no próximo capítulo, ou não.

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  3. Araki volta com tudo e quer fomentar a guerra de vez entre humanos e mutantes.

    Vamos que vamos na terceira temporada

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  4. Blz! Vamos aguardar os próximos episódios agora!

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