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Força Especial Bataranger 3 - Capítulo 12 - A história do instrutor

 



No capítulo anterior:

O grupo da Ilha das Rosas chega ao Haras e liberta os HMs presos na Granja. Contudo, acabam encontrando o instrutor de Zaira.



Capítulo #12 – A história do instrutor



Ilha das Rosas – Complexo de Araki


O instrutor tirou o capacete e revelou-se um homem moreno com o corte de cabelo militar.

Angélica e Tarso: “Capitão Torelli?!”

Roberta: “Vocês o conhecem?”

Tarso: “Claro que sim! Ele era o comandante da DT (Divisão Tática), na qual eu fazia parte, antes de me tornar um Bataranger.”

O instrutor virou-se para Roberta e disse:

“Muito prazer, minha cara. Sou o Capitão Eduardo Torelli e como o soldado Monteiro disse, fui comandante por cinco anos da Divisão Tática.”

Tarso: “Mas eu pensei que o senhor tinha virado vampiro, na operação do Morro do Morcego (*). Como...como o senhor escapou de lá com vida?”

Antes que o capitão respondesse, Angélica disse em tom severo:

“E mais do que isso, capitão: o senhor nos deve explicações de como era o instrutor de Zaira e dos soldados Ômega durante o período em que esteve no comando da DT. Pelo que estou percebendo, o senhor foi cúmplice de Rosicler Araki.”

Capitão Torelli: “Acalme-se, doutora. Vou explicar tudo. Não foi minha intenção me voltar contra a F.E.B. Eu amava aquele lugar. Foram 10 anos servindo à DT e cinco anos no comando. Eu...eu...não sabia que estava ajudando um projeto de poder criminoso.”

Roberta: “Só que de boas intenções, o inferno está cheio... Por que eu soltei esse cara? Vou prendê-lo de novo, porque é um traidor.”

Zaira segurou o braço de Roberta e disse:

“Não, não vai. Deixe-o falar.”

Roberta: “Me solta, grandona! Eu não ligo se ele era seu instrutor, só sei que é um traidor da F.E.B.”

Angélica: “Zaira tem razão, Roberta. Vamos ouvir o que o capitão tem a dizer. Ele tem o direito de se defender.”

Roberta: “Humpf, tudo bem, mas vou ficar de olho nesse cara.”

Zaira soltou Roberta. Felícia, que estava tentando entender toda a situação, perguntou:

“O que é ‘traidor’?”

Roberta respondeu, de uma forma que Felícia entendesse:

“É quem diz que é bom, mas trabalha para os maus.”

Ao ouvir isto, Felícia virou a fera e partiu para cima do Capitão Torelli, tentando arranhá-lo.

Felícia: “Você fez mal ao Tarso e aos Batarangers! Você trabalha para os maus! Não vou perdoá-lo!”

Capitão Torelli: “Ei, pare com isso, menina! De novo isso?! Saia de cima de mim!”

Tarso: “Felícia, por favor, saia de cima dele!”

Mas Felícia não parecia ouvi-lo e continuou atacando o ex-comandante da DT.

Tarso: “Desculpe-me, Felícia, mas você me obrigou a fazer isto.”

Então, ele tirou o paralisador elétrico do cinto e usou-o na mulher-felina, deixando-a desacordada no chão.

Capitão Torelli: “Ufa, obrigado, Monteiro. Sua amiga é bem...arisca, mas não deve ser maldosa.”

Tarso: “Ela não é nada maldosa, mas o senhor fez por onde. Como a doutora disse, o senhor nos deve muitas explicações.”

Capitão Torelli: “Claro, Monteiro. Eu vou contar tudo a vocês. Como disse, não foi a minha intenção me voltar contra a F.E.B., até porque eu nem sabia que estava treinando aqueles soldados para servir ao projeto de poder da Dra. Araki.”

Angélica: “O senhor assumiu o comando da DT assim que Araki deixou a F.E.B. Então, vocês tinham contato nesse período que Araki trabalhou para a Ômega?”

Capitão Torelli: “Então, quando a Dra. Araki saiu da F.E.B., ela entrou em contato comigo, dizendo que estava indo trabalhar para a Corporação Ômega e que me perguntou se eu queria ajudá-la em criar um Esquadrão de Elite para a corporação. Prontamente eu aceitei, com a condição de que eu conciliasse com meu trabalho como comandante da DT. Ela não viu problema e me levou para cá, para o Haras. Aqui, eu encontrei alguns soldados comuns e os chamados aprimorados, como Zaira. Eu os treinei durante esses cinco anos, mas sem deixar de cumprir minha missão na F.E.B.”

Roberta: “Então, o senhor era um agente duplo. Com certeza, passou muita informação da F.E.B. para Araki.”

Capitão Torelli: “Não, minha cara. Eu nunca passei qualquer informação da F.E.B. para a Dra. Araki, até porque ela conhecia a força de cor e salteado. Minha tarefa era só ser o instrutor dos soldados Ômega, sem saber das intenções da Dra. Araki.”

Angélica: “Pelo que estou percebendo, o senhor também desertou de Araki, assim como Zaira. O que fez o senhor mudar de ideia?”

Capitão Torelli: “Quando ela ordenou a evacuação do Haras para ir ao navio do Mestre Ômega. Eu já estava desconfiando de que algo estava errado, quando o Mestre Ômega ordenou a captura dos HMs e dos Batarangers. Não foi para isso que treinei os soldados, para serem sequestradores. Contudo, eu deixei rolar, o que foi meu erro.”

Zaira: “E o meu também, instrutor. Fui só perceber as intenções da Dra. Araki, quando eu testemunhei o assassinato do Sr. Lahm, o Mestre Ômega, cometido pela Dra. Araki.”

Capitão Torelli: “Então, ela foi capaz de descartar seu aliado... Bem, continuando, a Dra. Araki, que assumiu como Mestra depois da morte do Mestre Ômega, ordenou a evacuação completa do Haras, para que todos os soldados fossem ao navio. Eu resolvi ficar, porque os soldados eram muito mais fiéis a ela, desde quando ela se disfarçava de Comandante Skruk e eu não conseguiria convencê-los a não ir. Resultado: o navio explodiu, vários soldados explodiram junto e os que escaparam nunca mais voltaram para cá.”

Angélica: “E desde então o senhor está aqui... O senhor largou sua família para ficar aqui, guardando um lugar vazio?”

Capitão Torelli: “Claro que não, doutora. Eu sempre vou ao continente ver minha família.”

Tarso: “Mas também quero saber, capitão, como o senhor escapou com vida daquela operação, no ano passado? Todo o contingente tinha sido transformado em vampiros, exceto eu, que fui salvo pelo meu primo. Como não recebi mais nenhuma informação sobre o senhor desde aquele dia, achei que o senhor tinha virado vampiro também.”

Capitão Torelli: “Bem, Monteiro, você precisa saber. Então, naquela operação, eu fui perdendo o contingente, inclusive achei que tinha perdido você. Eu voltei para cá e a Dra. Araki me disse para ficar aqui e ser dado como ‘desaparecido em ação’”.

Tarso: “Mas, capitão, o senhor tinha que ter nos comunicado!”

Capitão Torelli: “Como disse, Monteiro, eu achei que tinha perdido toda a tropa. Não tinha mais como eu ficar na DT, depois disso. Aí, eu só fiquei treinando os soldados Ômega, mas sem saber a intenção.”

Tarso: “Realmente, o contingente da DT diminuiu bastante, depois daquela operação. Além disso, eu fiquei um tempo no Centro Médico e quando voltei ao campo, eu virei Bataranger.”

Capitão Torelli: “Quem está agora no comando da DT?”

Quem respondeu foi Angélica:

“Então, quando o senhor desapareceu, o comando da DT foi incorporado ao comando geral, ou seja, o Comandante Lopes é também comandante da DT.”

Capitão Torelli: “Ah, sim. Como vai o velho Lopes?”

Angélica: “Vai bem, graças a Deus. No momento, está tendo problemas com a imprensa, graças à Araki.”

Capitão Torelli: “Por quê?”

Angélica: “Ela fingiu sua morte e induziu a opinião pública a pensar que nós da F.E.B. causamos seu suicídio falso.”

Capitão Torelli: “Fingiu a morte? Realmente, essa mulher é problemática! Eu me arrependo profundamente de tê-la ajudando a chegar a esta situação.”

Zaira: “Eu também, instrutor. Infelizmente, nós ajudamos a Dra. Araki a causar esse estrago.”

Capitão Torelli: “É verdade, Zaira. A gente soube da verdade um pouco tarde.”

Angélica: “Nunca é tarde para saber da verdade sobre Araki. O que temos que fazer agora é colocar Araki de volta para a cadeia e tirar os HMs daqui.”

Capitão Torelli: “Então, foi para isso que vieram? Libertar os HMs e capturar a Dra. Araki?”

Tarso: “Sim, capitão. Se não fosse por Zaira, a gente ainda estaria no escuro.”

O capitão sorriu para Zaira e disse:

“Ela sempre foi muito aplicada e nunca faria nada por mal, mesmo trabalhando para alguém mal-intencionado como a Dra. Araki.”

Zaira retribuiu o sorriso.

Angélica perguntou:

“Capitão, tenho uma dúvida: o senhor sabe como chegar à Teia, o laboratório secreto de Araki?”

Capitão Torelli: “Sei, sim, doutora, mas nunca entrei por lá. Só ela tem o acesso de lá.”

Angélica: “Bem, para tudo tem um jeito. Vamos para lá imediatamente. Talvez ela esteja por lá.”

Roberta: “Mas, doutora anja, e os HMs lá fora? Eles estão nos esperando.”

Angélica: “Tem razão, Roberta. A gente pode levá-los para a saída e depois ir para a Teia. Que tal?”

Tarso: “Eu concordo. Aí seria uma preocupação a menos.”

Zaira e Roberta assentiram. De repente, Felícia abriu os olhos, levantou-se e perguntou:

“O que...o que aconteceu?”

Tarso: “Ah, você acordou, Felícia. Bem, tive que usar o paralisador elétrico em você, para você ficar mais calma.”

Felícia: “Por que fez isso, Tarso? Só porque ataquei o homem mau? [Ela olhou para o Capitão Torelli]”

Tarso: “Ele não é mau, Felícia, ele foi enganado por Araki, assim como todos nós. E mais: precisamos dele para a derrotarmos de uma vez por todas.”

Felícia: “Humpf, se você diz, então, vou confiar.”

O capitão aproximou-se dela e disse:

“Não precisa confiar em mim, menina, mas como disse Monteiro, não sou mau. Só fiz uma escolha errada.”

Felícia: “Tudo bem, me desculpe por te atacar, moço. É que... não admito que façam mal com meus amigos.”

Capitão Torelli: “Entendo. Eu também não admito que façam mal comigo e com meus companheiros.”

Angélica pigarreou para chamar a atenção e disse:

“Bem, vamos lá para o saguão levar os HMs para a saída. Depois, o capitão nos leva até a Teia, certo?”

Os outros: “Certo!”

Então, o grupo saiu do Haras, em direção ao saguão.


***


Chegando ao saguão, eles viram um grupo de dez pessoas por lá. Eram cinco homens e cinco mulheres e eram todos jovens. Um deles aproximou-se de Angélica e perguntou:

“A senhora é a Dra. Angélica Gomes?”

Angélica respondeu:

“Sim, sou eu. Esses aqui são os soldados Monteiro e Silva, da F.E.B e esses aqui conhecem a saída daqui do complexo.”

Uma mulher ajoelhou-se diante Angélica e disse:

“Graças a Deus, doutora! A gente não aguentava mais ficar aqui preso. Vamos sair daqui, finalmente!”

Angélica: “Sim, vão sair finalmente. As famílias de vocês estão muito aflitas. Hã, Zaira, pode mostrar-lhes a saída, por gentileza?”

Zaira: “Sim, doutora. Acompanhem-me, por favor!”

Então, o grupo de HMs libertos acompanharam Zaira e eles foram caminhando por um corredor, até que chegaram a mais uma porta com leitor de mão. Zaira pôs sua mão e a porta abriu. Do lado de dentro da porta, havia uma composição de vagonetes semelhante a qual os outros vieram.

Zaira: “Subam nos vagonetes e vocês chegarão até o Porto do Rio.”

O grupo subiu nos vagonetes e Zaira acionou uma alavanca e a composição seguiu caminho até o Porto.

Angélica: “Graças a Deus que eles estão livres agora. Agora, vamos à Teia.”

Capitão Torelli: “Sim, vamos lá. É só me seguirem.”

Então, o grupo saiu da estação dos vagonetes e foi seguindo o capitão.


CONTINUA...


(*) Ler Força Especial Bataranger, capítulo 1 (“A primeira missão”)


No próximo capítulo:

No continente, os Batarangers enfrentam novos inimigos.


2 Comentários

  1. Grande Israel!

    Cada vez mais estou cismado com Zaira e, agora com Torelli.

    Tá tudo fácil demais ....

    Queira Deus e você que esteja errado, mas as explicações do Torelli não me convenceram.

    Agora é aguardar ...

    Tá incrível esse arco!

    Parabéns!

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    1. Obrigado pelo feedback de sempre. Minha intenção é essa, causar desconfiança no leitor. Abraço.

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