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Spectrum-EX - Halo 28 - Spectrum-EX vs Vila da Morte 11

 


Episódio indicado para maiores de 18 anos , com palavras de de baixo calão e termos de cunho. cunho sexual 

 

Olá, meus amigos!

 

Estamos de volta a mais uma parte de Spectrum-EX vs Vila da Morte, desenrolando a busca de Miriam por Miguel. Aqui veremos o emergir de um novo personagem a nossa trama. Um emergir, do meu ponto de vista, muito justo, que vem corrigir um dos meus erros com essa história, que é o de não valorizar alguns personagens. Ela tem um gosto ainda mais especial por contar com a participação das meninas do “Blogger Aberração”, de criação do meu amigo de longa data, Kiko Mauriz, honrosamente cedidas a mim para dar um valor maior a essa aventura. Mais do que recomendo a leitura complementar da HQ das nossas heroínas Ana e Bia.

 

Um grande abraço e boa leitura!

 

Jeremias Alves Pires

 

 

Spectrum-EX VS Vila da Morte

 

Parte 11 - A Busca de Miriam parte 4 - Despertar

 

As garotas do Blogger Aberração e Miriam passaram o dia estudando tudo que podia ser importante sobre o estranho caso de Miguel, ou melhor Spectrum-EX. Os casos eram muitos, todos seguindo o mesmo padrão, pessoas salvas de ameaças sobrenaturais, locais destruídos, como se um tipo de batalha tivesse sido travada, acobertamento por alguma organização secreta. Os casos eram tantos que ficava cada vez mais difícil de esconder que um tipo de heroi fantasma obstinado travava noite após noite uma luta para proteger os inocentes das forças do mal.

 

— Nossa, Bia… Como deixamos tantos casos passarem batido? — Perguntou Ana inconformada.

 

— Realmente… Mas nós não tínhamos entendido o padrão… Agora fica fácil…  Além do mais, podemos dizer que esse cara é bem trabalhador… — Bia respondeu quase sem esconder uma ponta de admiração.

 

— É a cara dele… Sempre preocupado com o mundo… Sempre indo pra longe de mim… Deixa eu tentar uma coisa… — Miriam puxou o celular para acessar sua agenda.

 

Não era uma mulher rancorosa, longe disso, mas tinha anotado todas as mancadas de Miguel. Nos dias de fúria, em que planejava terminar o namoro, queria jogar todos eles na cara de seu amado louco. Nunca dava certo… Quando Miguel e Miriam se encaravam, apenas se amavam. 

 

— Eu sou um pouco fanática por organização, então tenho na minha agenda todas as datas em que o Miguel me deixou esperando… São as em vermelho…

 

— Perereca Pelada! Quantas? — Ana se espantou.

 

— Pois é, e todas, sem falhar uma sequer, batem com os casos… — Bia concluiu.

 

— Gata, você nunca sentiu nada perto dele, claro fora o tesão? — Ana olhou bem  no fundo dos olhos de Miriam.

 

— Como assim? Do que você está falando?

 

— Algo estranho… Tipo um arrepio, ou algo assim? — Bia se dirigiu a Miriam, entendo o que Ana queria saber.

 

— Não sei… Talvez… Não tenho certeza… Na verdade, às vezes eu tinha uma dor de cabeça muito esquisita, que só acontecia quando estava com ele, às vezes um pouco antes dele sumir. 

 

Ana ficou séria de repente, pegando a todos de surpresa. Conjurou uma adaga de luz.

 

— Eita peste!!! — Miriam se assustou.

 

— Ana, o que você está fazendo? — Perguntou Bia.

 

— Miriam, não tenha medo! Encare a luz! Me diga o que sente!

 

— Mas pra que isso? — Miriam estava relutante.

 

— Talvez não seja nada… Só olhe pra luz…

 

Miriam não podia mais resistir, encarava a luz enquanto Ana a examinava. A maga das adagas de luz podia até parecer abobalhada e infantil, mas era muito competente em tudo que se referia ao sobrenatural. Notou algo estranho quando Miriam falava sobre Miguel que a princípio ignorou. Talvez fossem as ondas de sofrimento que a amiga recém feita emanava, o que nem mesmo precisava de dons mediúnicos para se sentir. Havia algo mais, não era a razão de Ana quem dizia isso, mas aquela parte de nossas almas que nos arrependemos sempre de não lhe dar a devida atenção, que faz com que se desista de uma viagem da qual se sabe depois que ninguém sobreviveu. Ana sabia muito bem conversar com a própria alma. 

 

— Miriam… Me diga o que sente!

 

— Minha cabeça… doi… 

 

— Estranho, muito estranho… — Comentou Ana, desfazendo a adaga de luz.

 

— Ana, fala logo o que está acontecendo… Estou ficando nervosa! — Inquiriu Bia.

 

— Eu também não estou muito confortável com isso… — Reclamou Miriam.

 

Ana levantou-se do sofá, muito séria. Respirou fundo e começou a explicar:

 

— Quando se está perto de alguém com os dons de Miguel, é natural sentir certas coisas e até ficar atormentado, devido à forte movimentação espiritual. Ao contrário do que se pensa, todos nós temos algum tipo de sensibilidade espiritual, que se pode até mesmo treinar. 

 

— Você acha que eu também posso ver o sobrenatural, igual o Miguel?

 

— O desenho que vocês fizeram, pode ter sido intuído por forças espirituais superiores… — Disse Ana.

 

— Faz muito mais sentido pensar assim, do que imaginar que tudo foi só um grande acaso. Vocês dois foram escolhidos para algum tipo de missão. — Ponderou Bia.

 

— Missão? Mas qual missão? — Miriam ainda se recusava a acreditar.

 

— Tem uma outra pergunta mais estranha para responder? Seu terceiro olho, o olho da mente, está selado… — Tentou explicar Ana.

 

— Olha da onde? — Miriam estava completamente perdida.

 

— Essa deixa que eu explico… Segundo o espiritualismo, o olho da mente é o responsável por ver o mundo sobrenatural. Algumas culturas dizem que através dele podemos fazer contato com seres de diversas outras dimensões. Através desse contato podemos até pedir aconselhamentos e até intervenções, tanto para o bem, como para o mal… — Bia tomou a liberdade para explicar.

 

— Não tenho nenhuma dúvida de que seu namorado fez contato com a dimensão dos seres arcanos… O que me intriga é porque seu terceiro olho está selado? — Ana ficou pensativa por um instante.

 

— Você pode remover o selo? — Miriam quis saber.

 

— Nem pensar… Deve ter um bom motivo pra isso… Melhor deixar como está! — Bronqueou Bia.

 

— Olha só, meu amor… Eu cometi um erro, me deixei levar pela curiosidade… Vamos deixar isso pra lá… — Se desculpou Ana.

 

— O meu Miguel tem o dom do olho da mente superdesenvolvido, não tem? — Miriam olhou para baixo tristemente.

 

— Ou ele já nasceu com o dom, ou ele desenvolveu quando a melhor amiga dele morreu, talvez devido ao seu sofrimento… Não tenho como ter certeza. O que sei é que talvez você mesma não vá querer esse dom, as vezes ele é mais maldição do que benção… — Ana  Miriam.

 

— Como assim? Eu não entendo… — Reclamou Miriam.

 

— Ter o dom significa ser diferente dos demais, ver o que ninguém mais vê… A grande maioria é visto como estranho, como doido, charlatão… Muitas vezes é solitário e atormentador. Você vai ver coisas muito belas, como anjos, mas também vai ver coisas abomináveis, como demônios e gente morta… — Ana explicou.

 

Miriam percebeu uma sombra no olhar de Ana, que pouco conhecia, mas sabia que era de temperamento alegre, que não se podia imaginar que tivesse qualquer tipo de peso sobre a alma. Estava claro que Ana falava da própria solidão.

 

— É, sua besta… Mas você achou uma irmã de mentirinha que te ama muito, mesmo você irritando ela todo santo dia. — Bia abraçou Ana, a fim de não a deixar mergulhar em dores de feridas antigas.

 

Ana derramou uma lágrima sentida, revelando que o assunto a machucava demais. Miriam pensou novamente em Miguel, desta vez como nunca tinha pensado antes. Quantas vezes ela mesma não o chamou de louco? Quantas vezes não o fez sentir aquela esmagadora solidão, que fazia até mesmo uma alma doce e alegre de uma poderosa maga chorar? 

 

— Quantas vezes meu Miguel precisou desse abraço? Quantas? Tudo que dei a ele foi… Preconceito… Frio e solitário preconceito… — Miriam lamentou.

 

— Espera aí, ele também não te dizia a verdade? — Quis consolar Bia.

 

— Será que eu teria acreditado? Ana, acreditavam em você? — Miriam encarou Ana.

 

— Não… Até a Bia demorou um pouco pra aceitar quem eu sou… — Ana revelou enquanto Bia se recolheu sentindo um pouco de vergonha.

 

— Tudo faz sentido agora, até o selamento do meu olho da mente… Tudo que ele sempre quis foi me proteger… Ana, se o selo for rompido, vou ver o que ele via, vou ser igual a ele?

 

— Olha, amor… Essa área é muito complexa, não dá pra ter certeza de nada…

 

— Eu não ligo… Se você pode fazer, faça… Faça agora!

 

— Mulher apaixonada é uma coisa mesmo… Faz logo Ana, ela não vai desistir. — Bia encorajou.

 

— Mas Bia…

 

— Se nós não fizermos, outra pessoa vai fazer… Só deixa eu preparar umas coisas… 

 

Bia demorou um pouco e voltou com uma mochila velha que entregou para Miriam.

 

— Pega… Vai por mim, você vai precisar disso…

 

— E o que seria isso? 

 

Para responder Miriam, Bia abriu a bolsa, revelando seu conteúdo.

 

— Perereca pelada, parte dois… — Ana se admirou.

 

— Você está me dando armas… — Miriam não podia acreditar naquilo.

 

— São armas de baixa letalidade. Esse revólver mete medo, mas é de pressão. Tem também pistola taser, bastão retrátil e spray de pimenta… Ganhei de presente do meu pai quando fiz dezoito, ele chamava de kit virgindade… Tudo funcionando, pode ficar…

 

— Tá explicado porque ela não tem namorado… — Ana não resistiu a piada.

 

— Você está me assustando… — disse Miriam.

 

— É muito cedo pra você se assustar… Você é boa de briga?

 

— Bem… Tenho curso de defesa pessoal e pratico capoeira.

 

— Já é alguma coisa… — Bia preparou o revólver e entregou a Miriam — É só apontar e puxar o gatilho, ela tem força bastante para quebrar ossos… Melhor não apontar pra cabeça, nem pros olhos de ninguém.

 

— Certo… Deixa eu fazer minha parte… — Ana conjurou um encantamento que fez o revólver brilhar por alguns segundos — Agora ele vai causar um dano de respeito em criaturas sobrenaturais.

 

— Meninas isso é muito legal, mas precisa mesmo de tudo isso?

 

— Gata, escuta… Você vai ver o mundo dos mortos, e o mundo dos mortos vai ver você… — Ana repreendeu Miriam.

 

Suor frio começou a escorrer pelo rosto de Miriam, enquanto calafrios a tomavam por completo. Por um segundo pensou seriamente em desistir… Mas lembrou de Miguel…

 

— Que se foda… Vamos logo com essa merda… — Disse resolvida.

 

— Certo, sente-se aqui… Vamos começar… 

 

Miriam sentou no sofá, tentando ficar confortável, mas sem largar o revólver, agora encantado. Bia tinha seu próprio equipamento de defesa, um par de luvas biônicas que davam a ela uma força esmagadora por algum tempo, tratou de as vestir, enquanto Ana se concentrava.

 

— Miriam, se o bicho pegar, atire sem dó… — Disse por fim Bia.

 

Um círculo de luz surgiu ao redor de Ana, com inscrições mágicas de uma língua perdida. As luzes piscaram, um vento frio começou a soprar. Na mão direita de Ana surgiu mais uma vez sua adaga de luz que ela apontou para a testa de Miriam, emitindo um pequeno raio. 

Quando foi atingida, primeiro Miriam viu um clarão. Não estava mais com as garotas. Tudo ao seu redor era branco. Não sentia chão sob seus pés. As mãos tremiam, tomou cuidado para não disparar o revólver por acidente. Agradeceu por ainda estar com ele. Um líquido quente escorreu por seu rosto. Sangue puro, saído da testa que começou a doer. 

 

— Argh!!!! — Miriam gritou.

 

O sangue não parava de jorrar. Mancha suas roupas, revelou um chão, no qual ela se ajoelhou. Tentou conter o sangramento com a mão esquerda, a mão direita segurava firme o revólver. O sangue jorrava, formava uma poça. 

 

— Oi querida… Lembra de mim?

 

A alguns passos dela surgia o corpo putrefato da amiga morta de Miguel. “Atira logo nessa puta”, dizia a si, mas não era mais dona de seus movimentos. A defunta se aproximava, num caminhar vagaroso, torturante. 

 

— Fica… Fica longe!!! — Miriam conseguiu gritar.

 

A defunta estava face a face com Miriam.

 

— Você tem que lembrar…

 

Pedaços do rosto da defunta começaram a cair, ela então arrancou os próprios olhos e os colocou na boca de Miriam, que começou a alucinar, a lembrar. Via a si mesma desacordada nos braços de Miguel que falava com Leon, como se fosse um filme em preto e branco.

 

— Ela vai ficar bem? — Miguel perguntava.

 

— Vai sim. Não sou perito em magia, mas o selamento também vai apagar a memória. Ela pode enlouquecer de vez se lembrar que esteve no….

 

Miriam não conseguiu entender as últimas palavras de Leon, que soaram tão alto que quase fez seus ouvidos estourarem. A dor era insuportável. “Não solte a arma, não solte a arma”, dizia a si. Ficou tudo escuro.

 

— Não podemos deixar ela lembrar… — Ela ouviu Miguel dizer em meio às trevas.

 

— Não se preocupe, eu sei o que fazer… — Leon respondeu.

 

Miriam voltou a enxergar. Já não estava mais vendo um filme, Miguel a estrangulava, enquanto Leon cerrava seu crânio.

 

— Tira, tira a loucura… — Miguel ria.

— Fica quieto… Você vai dizer a palavra… Ela não pode ouvir…— Leon abria a cabeça de Miriam.

 

Miriam gritou, novamente tudo se apagou. Não sentia mais dor, não sentia mais o corpo, não sentia nada, estava presa no nada. 

 

— Diga… Diga… Diga… — Vozes mortas diziam próximas ao seu ouvido.

 

— Dizer o que? Que porra vocês querem que eu diga?

 

— A palavra… Diga a palavra…

 

— Qual palavra? Eu não sei do que vocês estão falando.

 

— Vamos lá pra baixo, lá ela vai lembrar, lá ela nos verá…

 

Miriam sentiu que o corpo começava uma queda livre. Sentiu os ossos se quebrando quando o cair terminou. 

 

— Diga… Onde você esteve? Dá onde ele tirou você? Onde você está agora?

 

— Inferno… O Miguel me salvou do inferno… — Miriam por fim se lembrou.

 

O chão começou a pegar fogo, queimando Miriam. Ao seu redor demônios dançavam.

 

— Viva!!! Ela pode nos ver!!! Vamos comer a alma dessa piranha…

 

Os demônios se armaram de facas, para rasgar e devorar. 

 

— Gata, reage!!! — Miriam ouviu a voz de Ana.

 

— Senta o dedo nessa porra!!! — Ouviu também a voz de Bia.

 

Alguns pedaços de sua carne já estavam sendo arrancados, servidos. Miriam se levantou e começou a atirar, matando alguns de seus agressores. Tudo ficou branco de novo e o corpo voltou a subir. Estava de volta a realidade, mas nada estava bem. 

 

— Ajuda ae!!! — Bia ordenou, enquanto arrancava a cabeça de um demônio com sua super força.

 

— Gata, eu sabia que você ia conseguir! — Ana comemorava enquanto rasgava a garganta de um demônio com sua adaga de luz.

 

O recinto estava repleto dos filhos do inferno. Miriam demorou um pouco para se dar conta da situação. Um demônio a pegou pela garganta, ela encostou o revólver na barriga do bicho e atirou, matando-o. Quando a munição de Miriam acabou, por sorte as criaturas já tinham sido todas abatidas, transformando-se em cinzas. O escritório estava todo destruído.

 

— Me conta, gata! Como foi o seu despertar? — Ana perguntou empolgada.

 

— Foi horrível, caralho!!! Eu lembrei de tudo. A amiga morta do Miguel virou um obsessor que trabalhava para um demônio. Claro que ele me salvou, mas a treta toda foi na porra do inferno… 

 

— Deu pra perceber… Como você lembrou, alguns deles conseguiram atravessar pro nosso mundo pra te pegar. Com certeza já estavam atrás de você… Por isso a merda do selamento… Era uma merda de proteção… Quanto prejuízo… — Bia sentou no chão olhando em volta.

 

— E agora? — Miriam perguntou.

 

— Agora sim, você está pronta pra entrar de vez no mundo do Spectruumm-EXXX!!! — Ana fez pose de heroi.

 

— Que prejuízo… que prejuízo da porra… — Bia não parava de repetir.

 

Uma nova heroína havia acabado de nascer.

 

Continua...

 

2 Comentários

  1. Grande Jeremias !.


    Simplesmente,fantástico !

    A ascensão de Miriam como a nova super heroína tendo a ajuda de Bia e Ana, foi algo muito bem construído .

    Trabalhou muito bem as três personagens do capítulo ,além de fazer uma ligação com toda a saga e o porquê dos poderes de Miguel .

    Tudo encaixado , sem ponta solta .

    A paranormalidade , a espiritualidade tratada de um modo muito bem feito e crível.


    Ficou maravilhoso !

    Capítulo top!

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  2. Valeu meu amigo, confeso que um trabalho danado... rs. Espero que a Miriam consiga conquistar o coração de todos

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