No capítulo anterior:
Âmbar visita o restaurante do pai de Rita e o captura, para atrair a garota com os Cristais Elementares.
Capítulo #18 – Sem segredos
Bangu Shopping
Rita chegou ao local combinado por Âmbar, que era um dos galpões do Bangu Shopping e chegou em menos de meia hora. Ela estava muito receosa com a situação, porque corria o risco de perder algo mais importante que os Cristais Elementares: seu pai.
Falando nele, Rita o encontrou amarrado e desacordado. Imediatamente, ela correu até ele, mas uma voz atrás dela a interrompeu:
- Não toque nele, Rita!
A garota virou a cabeça e viu a Profa. Ambiel. Sem entender, Rita perguntou:
- Professora, o que... O que significa isso?!
A falsa professora sorriu e de repente, seu corpo brilhou e surgiu uma armadura amarela-dourada. Então, a terrível verdade veio à tona...
- Âmbar?! Você... fingia que era professora? – questionou Rita, perplexa.
Âmbar deu uma gargalhada vilanesca e respondeu:
- Sim, Rita. Fui designada pelo Imperador Obsidius para me infiltrar na superfície por esta região, porque nós capturamos Radya, mas o Cristal do Raio não estava com ela. Então, fingi ser professora, alegando que a outra professora não poderia mais dar aula. Eis que conheci você, Rita. Quando vi seu pingente, tive que tocá-lo e quando levei o choque, constatei que tinha encontrado o cristal.
- Só que eu ganhei minha armadura e derrotei você e os soldados obsidianos. – afirmou Rita – E hoje, você foi ao restaurante como minha professora e tentou fazer amizade com meu pai, para depois capturá-lo...
- Exatamente. Aliás, queria fazer uma pergunta sincera: há quanto tempo vocês conhecem Radya?
Rita estranhou a pergunta, mas respondeu mesmo assim:
- Eu conheci Radya, na verdade, a consciência dela, no dia que nós nos enfrentamos.
- É mesmo? Então, por que o retrato dela estava no restaurante?
Rita espantou-se com a pergunta. No restaurante, haviam vários retratos na parede e esses retratos eram dela, do pai e de sua mãe.
- Está enganada. – replicou Rita – Lá só tem retratos da minha família. Não há retrato de Radya.
- Não minta, Rita. Tem um retrato de Radya lá. – insistiu Âmbar.
- Não, não tem. – retrucou Rita.
- Bem, isso não importa agora. Trouxe os cristais?
Rita pôs a mão direita no bolso e tirou-a fechada, como se segurasse algo.
- Estão aqui, mas solte meu pai primeiro.
- Não, quero vê-los primeiro. Abra a mão para que eu possa ver – pediu Âmbar.
Rita fechou ainda mais sua mão e disse novamente:
- Não, solte meu pai primeiro.
Âmbar gargalhou mais uma vez e disse:
- Acha mesmo que eu ia soltar seu pai? Ele só foi útil para atrair você para cá com os cristais. Agora, ele não é mais útil.
De repente, quem gargalhou foi Rita. Âmbar estranhou e perguntou:
- Ei, por que está rindo? Não ouviu a parte em que eu disse que seu pai não é mais útil?
- Sim, eu ouvi muito bem. – respondeu Rita – Aliás, eu já imaginava que você dissesse isso.
- Como assim? – perguntou Âmbar, incrédula.
- Eu imaginei que você não iria facilitar as coisas, mas eu também não vou facilitar. – respondeu Rita.
Então, a garota abriu sua mão direita e na palma dela, haviam cristais, mas não os que Âmbar queria...
- Ei, esses não são os Cristais Elementares! Você me enganou! – exclamou Âmbar, raivosa.
- Não, não a enganei. – retrucou Rita - Você pediu para trazer cristais e eu trouxe, os cristais dos outros servos de Obsidius que derrotei.
A serva de Obsidius observou mais de perto os cristais que Rita trouxe. Haviam três pedras pretas e uma marrom. Ela pegou a marrom e suspirou:
- Zirkon...
Então, tomada pela raiva, Âmbar deu um tapa nas costas da mão de Rita e os outros cristais foram ao chão. Em seguida, ela gritou:
- Já chega, garota da ametista! Pode dizer adeus ao seu querido pai! Soldados, acabem com ele!
- Não! Liberte a Ametista! – bradou Rita.
O corpo da garota brilhou e a armadura roxa surgiu.
Ela se pôs entre o pai e os soldados obsidianos e concentrou o poder do Fogo na lâmina da espada. Ela brandiu a arma e as chamas fizeram os soldados estacarem. Em seguida, Rita concentrou o poder do Ar na espada e lançou uma lufada de vento, lançando os soldados para longe. A garota cortou as cordas que prendiam seu pai, que ainda estava desacordado. Ela o sacudia e gritava:
- Pai, pai! Acorda, pai! Vamos! Acorda!
De repente, Rita sentiu-se puxada e de fato foi puxada por Âmbar, que jogou a garota no chão. A serva de Obsidius pôs um dos pés no abdômen de Rita e apontou a espada para a garota. Rita não conseguia se mexer e sua espada tinha caído para longe dela.
De forma triunfante, Âmbar disse:
- Está tudo acabado, Ametista! Diga adeus!
De repente, algo fez com que Âmbar tirasse o pé do abdômen de Rita. O "algo" era Zé Camilo, que deu um empurrão na serva de Obsidius. Ele aproximou-se de Rita e perguntou:
- Você está bem?
Para que seu pai não a reconhecesse pela voz, Rita apenas assentiu. Em seguida, fez um gesto para que ele se afastasse. O pai obedeceu.
Âmbar recuperou-se e disse, furibunda:
- Você teve sorte, garota, mas não terá sorte o tempo todo. Vai se arrepender!
Então, ela avançou com tudo contra Rita, que pegou sua espada de volta e se defendia dos ataques. Elas ficaram batendo espadas, até que Âmbar deu um chute no plexo solar de Rita.
- Ei, isso é sujeira! – reclamou Rita.
- Eu nunca jogo limpo, garota. – afirmou Âmbar - Quero que saiba disso.
- Acho que já sabia.
Então, elas continuaram a bater espada. Contudo, quando Âmbar ia desferir outro chute, Rita desviou e se pôs às costas da outra. A garota concentrou todo o poder do Raio na lâmina da espada com uma intensidade nunca vista e disse à serva de Obsidius:
- Você joga sujo, mas eu também sei jogar sujo!
Então, ela desferiu um golpe frontal de espada nas costas de Âmbar, que deu um grito agonizante e desapareceu. Em seu lugar, surgiu uma pedra amarela-dourada. Rita a pegou e disse:
- Mais uma para a coleção.
Ela também pegou os cristais que foram derrubados por Âmbar. De repente, ela escutou passos por trás dela. Eram de seu pai, que disse, gaguejante:
- O-o-brigado... Ametista, não é?
Rita pensou muito antes de responder ao pai. Ela poderia muito bem ir embora sem responder e fingir que nada aconteceu, mas por outro lado, achava que não deveria haver mais segredos entre eles.
Pensando na segunda opção, virando-se para o pai, ela respondeu:
- Não há de quê. Aliás, sou eu que agradeço por me salvar daquela mulher.
- Estranho... – disse Zé Camilo – Sua voz é familiar, não sei porquê.
- Minha voz é familiar, porque...
Então, ela tirou o capacete da armadura e revelou seu rosto ao pai.
- ... sou eu, pai. Eu sou a Ametista.
Naturalmente, Zé Camilo ficou espantado com a revelação. Ele falava mais uma vez de forma gaguejante:
- V-v-ocê... Ri-ri-ta.. é a Ametis-tis-ta?! C-como? Como isso é possível?
- O pingente, pai. – respondeu Rita – Graças ao pingente, eu tenho essa armadura.
- Eu não entendo. Como isso pode ser possível? – perguntou Zé Camilo.
- Ih, pai, é uma longa história... – respondeu a garota – Mas agora, vamos para casa. Tá tudo bem com o senhor?
- Um pouco tonto, mas estou bem. – respondeu Zé Camilo – Vamos, já tive emoções demais por hoje.
Então, pai e filha se retiraram do galpão.
2 Comentários
Esse capítulo foi maravilhoso, onde você decidiu escancarar a verdade de tudo o que é jeito...kkkk
ResponderExcluirA mão de Rita é a Radya, e Rita , após ser salva pelo pai, resolve abrir o jogo!
Por esdsa eu não esperava
Surpreendeu...
Vamos ver como o seu Zé Camilo vai lidar com isso...
Parabéns!
Obrigado pelo feedback de sempre. Pois é, as coisas vão se esclarecendo... Um abraço.
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