Capítulo V - Sonho (parte II)
CONTINUAÇÃO DO SONHO
Peter Pan está visivelmente furioso com o que está vendo.
“Isso só pode ser coisa tua, Gancho! Seu miserável, você vai pagar por tudo!”,
diz um furioso Peter Pan. O olhar de Pan exala sangue e ódio, vendo que o todo
o encanto e a magia de seu mundo particular estão ruindo. Ele não está para
brincadeira, como veremos.
“Hoje o teu reinado de terror acaba, Pan!”, Gancho responde,
apontando a espada na direção de seu inimigo jurado. Os dois fitam olhares
entre si, e em seguida a luta de espadas começa com os dois lados trocando
golpes entre si. “Você Gancho, cruzou uma linha muito perigosa, um ponto de não
retorno!”, responde Pan. “Você não passa de um sequestrador de crianças, Pan!
Uma hora você pagará por tudo o que fez!”, Gancho responde.
Enquanto isso, Tupac (vulgo Makaveli) e Biggie têm de lidar
com os ataques de fadas. Eles passam alguns perrengues com elas, mas graças aos
poderes mágicos tanto da espada de Makaveli quanto do cetro de Biggie elas são
neutralizadas e colocadas fora de ação. “Essas fadas me deram nos nervos, mas
agora estão fora de ação, né Pac?”, pergunta. “Sim”, Makaveli responde.
A luta entre Capitão Gancho e Peter Pan continua. Uma vez
livres das fadas, Makaveli e Biggie se prontificam a ajudar Gancho. Os outros
piratas também se livram das fadas.
De seu canto, vendo a briga entre Gancho e Peter Pan, Michael
hesita. Ele se sente indeciso, dividido por dentro, não sabe o que fazer ao
certo. De um lado estão seus companheiros de viagem que o guiaram por Neverland
e lhe mostraram algo aterrador, e de outro Peter Pan, o herói favorito de
infância, com o qual ele se identifica profundamente, a tal ponto de já ter
dito que é Peter Pan no coração.
De repente, Michael tem uma visão dentro de si. A imagem de
uma criança de pele negra aparece na frente dele, e ela revela tratar-se de
Brandon David Jackson. Que é ninguém menos que o irmão gêmeo de seu irmão mais
velho Marlon, finado ainda em 1957 horas após nascer, vítima de insuficiência
respiratória. Dessa forma, Michael não o conheceu em vida. Ao ver Brandon, o
irmão que morreu prematuramente um ano antes de seu nascimento, Michael de
início nem acredita, mas logo se emociona. Os dois se abraçam, calorosamente.
“Michael, aqui é o teu irmão, o Brandon. Sei como você se
sente agora, mas enfim chegou a hora de dar um passo muito importante na tua
vida. Ouça o teu coração, tenho certeza que você no fim fará a escolha certa.
Confio em você, maninho”. E em seguida Brandon termina sua fala e sua imagem
some da vista de Michael.
Eis que Michael, após muito pensar e incentivado pelas
palavras do irmão mais velho, resolve se interpor entre os dois lados, bem no
meio do calor da batalha. Ele quer dar um fim a essa batalha campal entre as
duas partes.
Michael pede aos gritos para que a briga seja encerrada.
Pede para que eles parem de brigar e que chegou a hora da paz, de curar as
feridas e deixar desavenças para trás. Mas seu apelo não é atendido.
Biggie, um homem da quebrada e já viu de tudo na vida nos
bairros de Nova York, não está gostando nem um pouco da atitude de Michael.
“Michael, que m* é essa?!”. Gancho e Makaveli também não estão gostando nem um
pouco disso. “Todos vocês, acho que está havendo um mal-entendido. Vocês estão
enganados sobre o Peter Pan”, diz Michael. Segundo Michael, Peter Pan é um ser
angelical, mágico, que representa coisas como pureza, inocência, juventude e
magia. Não tem como ele ser um ser maligno.
E Pan se aproveita da situação, tentando jogar Michael
contra Gancho, Makaveli e Biggie. “Michael, eles mentem sobre mim, eu não sou o
vilão que eles dizem”, diz Pan. Pan ainda lembra-se do que a imprensa
sensacionalista, em especial os tabloides, diziam sobre ele. Tudo o que ele
passou nas mãos deles, aos quais ele dedicou músicas como Leave me alone (Bad) e
Tabloid Junkie (HIstory). “O que eles falam sobre mim, não passam de mentiras!
E eles pagarão muito caro por isso! É a mesma coisa que os tabloides falavam
sobre você! Lembra?”, o menino que se recusa a crescer diz a Michael.
“Michael, não caia na conversa dele! Ele sim é um vilão,
essa é a verdadeira face dele!”, diz Biggie a Michael. Mas Michael não dá
ouvidos a Biggie. Furiosamente, Michael parte para cima de Makaveli. “Vocês vão
pagar por todas as mentiras que disseram sobre o Peter Pan!”, grita Michael.
“Michael, Michael, pelo visto você ainda não se tocou da
verdade sobre o Peter Pan”, diz Makaveli. “Você não me deixa outra escolha a
não ser fazer isso”. Makaveli então ergue a sua espada na direção do sol e
começa a fazer uma recitação. “Espada do destino, revele a nós a verdadeira
forma que se esconde por trás do angelical sorriso e aparência desse menino que
se recusa a crescer!“, diz Makaveli.
Terminada a recitação, a espada de Makaveli emite um grande
clarão de luz que é canalizado na direção de Peter Pan e por alguns instantes
cega a todos. E conforme o clarão se dissipa, a verdadeira aparência de Peter
Pan surge diante dos olhos de todos. O menino jovem, alegre e sorridente dá
lugar a uma criatura decrépita, bem envelhecida, de aspecto vampiresco, cabelos
grisalhos, roupa enegrecida, dentes caninos pontiagudos, garras afiadas nas
mãos cheias de sangue.
Segundo o Capitão Gancho, essa é a forma que Peter Pan assume
durante os rituais de sacrifícios de crianças. “Eu me lembro muito bem,como se
fosse ontem, ele assumiu essa forma naquele dia”, diz Gancho, se lembrando do
dia em que ele e outros meninos perdidos resolveram fugir da Terra do Nunca. Segundo
Biggie e Gancho, Peter Pan sempre assume essa forma vampiresca e decrépita
quando realiza seus rituais de sacrifício.
Michael não acredita no que está vendo. “Michael, aquele é o
verdadeiro Peter Pan, em toda a sua decrepitude e vampirismo”, diz Biggie.
Michael começa a surtar, a dizer que isso não pode ser verdade, que isso tudo
não passa de histórias falsas sobre o Peter Pan. E assim o sonho chega ao fim.
FIM DO SONHO
Michael, horas depois, acorda visivelmente assustado no
hospital. Na companhia dos pais, Joe e Katherine, Michael conta sobre o sonho
que teve. Segundo as palavras de Michael, o sonho foi muito real para ser um
mero sonho bizarro.
1 Comentários
Sinto dó do Michael.
ResponderExcluirMesmo com todas as evidências , ele insiste em acreditar no Peter Pan.
Mas, ao mesmo tempo, se tivesse no lugar dele, também eu hesitaria.
Situação complicada.