Terra Zenith - Sentai Girl #4

 

Quando um desabafo, enfim, revela a verdade.

Olá queridos leitores.

E agora veremos um capítulo bem importante, ainda se desenrolando no passado da Sentai Girl, numa conversa de seu avô com o Expansão quando, finalmente revelo um pouco mais dos poderes da jovem heroína.

Se você estiver acompanhando esse título e quiser conferir outros personagens do universo que criei, pode acessar a página oficial em https://jnsmultiversoliterario.blogspot.com/p/terra-zenith.html

Desejo a todos uma ótima leitura.

Terra Zenith.

Sentai Girl #4.

Fragmentada.

“Nunca vou esquecer quando cheguei na casa de minha filha e encontrei tudo revirado ou destruído, seu marido e ela, ambos caídos, mortos, de mãos dadas, mas o que mais me deixou paralisado foi ver vários dos invasores também mortos e, em meio àquele cenário de pesadelo, minha neta, sentada num dos cantos de seu quarto, abraçando as pernas, olhos arregalados e balbuciando sobre a grande culpada de todas as mortes.”

O herói conhecido como Expansão voltava o olhar para a jovem que acabara de ajudar a fugir do Japão, conforme ouvia a explanação de seu avô, que olhava por uma janela, conforme deixava as lembranças tomarem sua mente.

— “Foi a Black. Ela fez tudo isso.” Assim que eu a tomei nos braços foi o que ela passou a repetir pelas horas seguintes, conforme tratava de tirá-la da casa, após a probrezinha perder os sentidos. Semanas se passaram até ela acordar.

— Imagino que a situação não ficou mais fácil não é?

— Não. Não ficou mesmo Altair-san. Quando os poderes de Akane se manifestaram, apenas imaginamos que fosse algo como uma multiplicação simples, alguns especialistas teorizaram até que ela conseguia trazer para nosso mundo versões dela de outros tempos, ou mesmo de outras realidades, mas a simples possibilidade de ter uma agente com o poder de formar um exército de uma pessoa apenas, era tentador demais para o governo se importar como tal capacidade funcionava, ou mesmo se os pais dela estavam de acordo com o uso militar dela. E assim começamos nossa vida de fugitivos.

Ainda lançando olhares preocupados pelo vidro, que os separam do quarto onde a garota se recuperava dos efeitos do teleporte, Altair, também conhecido como o herói Expansão, continha sua curiosidade, deixando o senhor Ishinomori livre para continuar sua narrativa.

— Só fui entender exatamente o que estava acontecendo pouco antes de pedir a sua ajuda. Eu estranhava o modo como ela parecia e agia de forma diferente em determinados momentos, mas acreditei que seria algo comum a crianças na idade dela, prestes a se tornar adolescente, mas no fim eu só percebi a verdade quando estávamos enfrentando um agente do governo, que exibia poderes baseados no veneno de cobras e que se apresentou como Dokuhebi.

“Ele me pegou de surpresa e enquanto eu estava caído, tentando me recuperar de um envenenamento que estava paralisando meu corpo aos poucos e que ele deixou claro que me mataria quando chegasse ao coração.

Nesse momento uma bola de fogo o atingiu no peito, lançando-o longe, enquanto minha neta se colocava entre nós, suas roupas todas haviam assumido a cor vermelha e os punhos estavam envoltos em chamas.

Enquanto isso uma de suas cópias, com as roupas num tom alaranjado tocou meu ombro e começou a me curar.

— Não se mexa vovô. Já, já você vai estar cem por cento.

Fui pego de surpresa, pois até aquele momento, nenhuma das cópias havia aparecido de uma forma diferente da original e, com certeza, nenhuma tinha falado, ainda mais com aquele tom, que parecia com o de uma menina mais nova do que minha neta.

Não tive tempo para assimilar aquilo, pois logo minha atenção se voltou para a luta entre Akane e o Dokuhebi e foi então que aconteceu.

Após receber um chute no flanco direito que a jogou longe, minha neta se levantou com uma expressão de ódio que assustou até a mim, seus olhos emitiram então um brilho cegante, me forçando a cobrir meu rosto.

Quando minha visão retornou, para minha surpresa, havia mais de cinquenta pessoas ao redor dela, eu digo pessoas e não cópias da minha neta, pois quase todos eram diferentes dela, em tamanho, em idade, haviam até crianças menores e mais, eu cheguei a ver de relance, ao menos uns dez homens.

— Deixa comigo Red.

Todos tinham roupas iguais às de Akane, variando apenas nas cores principais, alguns em vários tons, do mais claro ao mais escuro e, entre todos, um homem com quase três metros, vestindo roupa marrom, se destacou abrindo caminho por todos e até mesmo por aquela que eu identificava como minha neta, chamada por ele de Red.

— Tudo bem Brown. Só não mata ele.

— Você machucou o vovô. — o homem ficou frente a frente com o assassino, precisando olhar para baixo por conta da diferença de altura. — Agora eu vou machucar você.

Eu não consegui nem mesmo ver o primeiro soco que atingiu em cheio no meio da face do Dokuhebi, que só não foi jogado longe, pois o tal Brown o segurou por um dos braços, trazendo-o para perto, acertando outro golpe, agora na boca do estômago, enquanto evitava que o outro sequer conseguisse se afastar, até que o estalo de ossos se quebrando só foi mais baixo do que os gritos de dor do assassino.”

— Aquilo foi um massacre, Altair-san. Quando finalmente Brown o deixou cair para o lado, mais morto que vivo, todos os mais de cinquenta recém-chegados foram desaparecendo, um a um, depois de se despedirem de Akane. Foi então que eu finalmente percebi o que havia mudado nos poderes dela, o que minha neta tinha de verdade.

Alguns instantes de silêncio caíram na sala de espera, Até que Expansão finalmente deu voz ao que o senhor Ishinomori queria lhe contar.

— TDI, ou seja, Transtorno Dissociativo de Identidade, também conhecido como distúrbio de múltiplas personalidades.