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Terra Zenith - Sentai Girl #7 - Final.



O fim?

Olá queridos leitores.

Assim como dito aí encima, chegamos ao último capítulo da origem da Sentai Girl. Com receio de acabr caindo em uma perigosa "barrigada" ou "encheção de linguíça", resolviu encerrar essa primeira série de uma forma que, acredito eu, pode até deixar os leitores satisfeitos, mas, talvez, com uma vontade de "quero mais".

Em breve estrearei outras minisséries como essa, com poucos e curtos capítulos, expandindo ainda mais o universo da Terra Zenith, seja aqui no Mindstorm, como também em meu blog pessoal.

Agradeço a todos que acompanharam até aqui e até a próxima!

Se você estiver acompanhando esse título e quiser conferir outros personagens do universo que criei, pode acessar a página oficial em https://jnsmultiversoliterario.blogspot.com/p/terra-zenith.html

Desejo a todos uma ótima leitura.



Terra Zenith.

Sentai Girl #7.

Reunião.

 

O chão da área do combate apresentava diversas marcas de queimado, em vários pontos alguns focos de chamas ainda ardiam, sendo devidamente combatidos pelos bombeiros, deixando também que um senhor idoso, sendo escoltado por um herói, conseguisse se aproximar do marco zero da explosão.

 

— Akane…

 

A poucos metros dele, estava a jovem heroína conhecida como Sentai Girl, caída de joelhos sobre o chão calcinado, o rosto à mostra, já que seu capacete jazia caído ao lado.

 

Seus olhos pareciam embaçados, notou o senhor Ishinomori, assim que se aproximou, ajoelhou ao lado dela e tomou-a nos braços, clamando por seu nome, tentando conseguir alguma reação, o medo de perder a neta aumentando mais e mais.

 

— Vamos levá-la para a Ilha da Cura. O Caduceu vai cuidar bem dela.

 

O Expansão se adiantou e, pedindo licença ao idoso, ergueu a garota, após verificar, através do sistema de escaneamento de sua armadura, que era seguro movê-la.

 

— O que pode ter acontecido a você, minha neta?

 

Para que sua pergunta tivesse uma resposta, o senhor Ishinomori precisaria voltar no tempo, alguns instantes antes da explosão que ele acompanhou pelos telões da base da Brigada Extrema.

 

— Eu vou, finalmente, me tornar a primordial!

 

— Nunca!

 

Red e Black que eram, no momento, as personalidades mais fortes da psique de Akane Ishinomori, mantinham os dedos de suas mãos entrelaçados, numa disputa de força que definiria o destino da garota e quem finalmente tomaria o controle de sua mente e corpo.

 

— Desiste vermelhinha. Eu sou mais forte!

 

Tamanho era o esforço que Red realizava naquele momento, para conter os poderes de sua contraparte e, ao mesmo tempo, procurar uma maneira de vencer, que ela nem encontrava palavras para rebater Black, que continuava a aumentar a pressão.

 

Pouco a pouco a garota de traje vermelho foi se abaixando, não importando o quanto tentasse fazer frente a outra, era como se tentasse erguer um carro que estivesse tombando sobre ela e logo um de seus joelhos tocava o chão.

 

Lágrimas escorria de seus olhos, encharcando o interior de seu capacete, os dentes trincados pareciam prestes a quebrar, conforme ela sentia os músculos arderem, conforme ela tentava se erguer.

 

— Vamos lá sua cadela. Você sabe que sou mais forte! Afinal, não fui eu que nos salvou quando aqueles merdas do governo japonês invadiram nossa casa e mataram o papai e a mamãe?

 

Os olhos de Red se arregalaram quando sua mente foi levada até o passado, na noite em que ela perdera tudo.

 

Seu pai entrou em seu quarto e a escondeu em um armário, mas antes dele sair, os invasores levaram sua mãe até o cômodo e, com disparos precisos nas cabeças dos dois, levaram a pobre menina a sair de seu esconderijo, tentando usar seus poderes para se vingar, mas ela simplesmente congelou ao ver os corpos dos pais caídos sobre seu tapete da Hello Kitty.

 

Akane caiu de joelhos, algo dentro de si acabou se fragmentando naquele momento, assim que um dos assassinos, mantendo-a sob a mira de uma pistola, começou a estender a mão em sua direção, pretendendo agarrar seu braço.

 

Foi a última ação da vida dele.

 

Com um ensurdecedor grito de desespero, Akane jogou o assassino longe, que morreu ao atingir e atravessar a parede atrás de si, deixando claro que os poderes da garota haviam mudado.

 

Diante dela, que se mantinha deitada em posição fetal no chão do quarto, surgia uma versão com roupas da cor preta, no rosto uma expressão de ódio, que se intensificou ao olhar novamente para os pais mortos.

 

O poder da garota havia sido classificado apenas como multiplicação, ela era simplesmente capaz de fazer cópias de si, mas antes elas eram iguais à Akane, o que não estava ocorrendo naquele momento.

 

— Seus filhos da puta. Acham que podem invadir minha casa, matar meus pais, tentar nos sequestrar e se safar de boa? Vão se arrepender.

 

A pobre Akane acabou ficando em estado catatônico durante um bom tempo, após ver o que deveria ser apenas uma cópia sua, usando um poder que ela nunca tinha usado, um tipo de energia sombria, para destroçar os corpos dos assassinos.

 

Quando tudo acabou, aquela que escolheria o simples nome de Black, se voltou para sua versão original e estendeu-lhe a mão direita, que foi prontamente afastada com um tapa.

 

— Ah, é assim sua vadia? Pois bem. Um dia vamos nos reencontrar e então eu vou assumir o controle desse corpo. Me aguarde!

 

Mal terminou sua frase e Black se lançou para fora da casa pela janela, sumindo na noite.

 

Quando o avô de Akane a encontrou, a pobre garota só conseguia ficar repetindo uma frase.

 

— Foi a Black. Ela fez tudo isso.

 

De volta ao presente, sentindo a raiva crescer, ainda mais pelas lembranças destravadas devido ao combate intenso contra a Black, Red começou a expandir as chamas de seus punhos, conforme ela ia erguendo o corpo.

 

— O que está fazendo desgraçada? Era pra você estar desistindo! Era para, finalmente, eu assumir o controle! Me larga!

 

Agora era Red quem não permitia que a outra se soltasse, conforme as chamas iam cobrindo o restante do corpo da garota.

 

— O que foi Black? Quente demais para você? Se prepara, pois vai esquentar ainda mais.

 

 Com um comando mental, o capacete da garota se desfez, revelando sua fisionomia, transformada em uma careta, devido à dor por levar seus poderes a um nível que nunca havia tentando antes.

 

Seus olhos haviam se transformado em duas brasas avermelhadas.

 

— Red!

 

— Black!

 

No instante seguinte houve a explosão que encerrara aquele combate e, torcia muito o avô da garota, resolvesse aquela situação com a personalidade rebelde de sua neta.

 

Os dias se tornaram semanas e o Senhor Ishinomori não saiu do lado de Akane, durante todo o tempo em que a garota permaneceu em observação num dos quartos da Ilha da Cura.

 

Ele havia saído do quarto para pegar um café e quando voltou até deixou o copo cair, quando viu sua neta sentada na cama, olhando pela janela do quarto, como se nada tivesse acontecido.

 

— Akane! — ele tomou as mãos da garota nas suas, o que fez com que ela voltasse seu olhar na direção dele. — Você está bem?

 

A voz do Senhor Ishinomori parecia ecoar ao longe, conforme sua neta sentia as dezenas de personalidades em sua mente despertando aos poucos, todas haviam se esgotado após a garota ultrapassar os limites que seu próprio corpo havia imposto, tudo para se manter como a primária.

 

Apenas uma voz era ouvida, nos recônditos mais isolados e afastados de sua psique, na forma de gritos repletos de ódio.

 

— Sua piranha! Eu ainda vou escapar daqui! Tá me ouvindo?

 

Dentro de uma jaula, com diversas paredes sobrepostas umas às outras, feitas com material onírico, tão forte quanto o mais indestrutível metal do mundo físico, presa com correntes absurdamente grandes e pesadas, estava Black, a única personalidade rejeitada por Akane Ishinomori.

 

— Filha da puta!

 

As ofensas continuariam ecoando pela mente da garota, mas, com um pouco de concentração, ela logo aprenderia a encobrir o som com mais uma camada da jaula, deixando o pior de si enterrada para sempre.

 

Ao menos era o que ela torcia para que acontecesse.

 

— Você está me escutando criança?

 

Uma voz conhecida fez com que a consciência de Akane voltasse a focar no mundo real.

 

— Vô! — ela se adiantou e abraçou com força o pescoço do senhor Ishinomori. — Agora eu estou bem sim. Tô me sentindo inteira, completa, como não me sentia a muito tempo.

 

A garota torcia para que aquilo durasse e, enquanto tentava manter a atenção em tudo o que o avô lhe contava, sobre como o herói Expansão e os demais membros da Brigada Extrema haviam ficado impressionados com ela, Akane prometia para si mesmo que, assim que tivesse alta, treinaria com ainda mais afinco.

 

“Eu prometo, mamãe, papai. Serei a melhor heroína que for possível.”

 

Se ela conseguiria manter a promessa ou não, caberia apenas ao futuro responder.

Fim.


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