Jiraiya VS Garo #3 Surpresa Mortal.

Olá Tokuleitores!
Seguindo a mini Jiraiya vs Garo!
Conseguirão os ninjas e o cavaleiro dourado trabalhar em conjunto para salvar as crianças?
Descubra já!

Jiraiya VS Garo #3
Surpresa Mortal.

- Toha?

Nenhuma resposta.

- Toha... - Agnes aconchegou-se ao lado do marido, este se mantinha sentado numa cama, ainda vestindo sua armadura e, ignorando a dor que vinha de um ferimento no abdômen, fitava seu capacete, as mãos tremendo levemente. - Por favor... Fale comigo... E-eu... Eu...

O capacete foi jogado violentamente contra uma das paredes, indo parar próximo de uma bela cômoda, sobre a qual havia uma televisão, ligada num dos canais de notícia mais prestigiado do país.

A palavra “mude” brilhava na tela, Toha não conseguia ouvir mais nada a respeito do ocorrido da noite anterior, principalmente depois do que ele descobriu.

As comportas de seu pesaroso coração finalmente se abriram e ele chorou copiosamente, abraçado a sua esposa, que também tinha o corpo, coberto com vários curativos, estremecendo com soluços violentos.

Permaneceram assim, num pranto doloroso, por algumas horas, até que finalmente foram interrompidos por leves batidas na porta.

- O mestre Kouga pede perdão, mas precisa de sua presença no salão de música...

Gonza não queria, por nada no mundo, atrapalhar a dor de pessoas que, no breve contato que tiveram, já haviam conquistado um lugar especial no coração do mordomo e sua dor foi ainda maior quando o casal, ambos com olhos ainda avermelhados, mas parecendo o mais recuperados que tal situação permitia, abriram a porta.

- Mostre o caminho senhor Gonza... - até mesmo a voz do ninja deixava claro que a tristeza de seu coração demoraria muito tempo para passar. - Precisamos realmente conversar.

O casal caminhou pelos corredores da mansão, mãos dadas, um procurando forças no outro, mas as mentes voltando invariavelmente para o exato momento em que invadiram a escola.

Quando aquele maldito pesadelo havia começado.

XXX

- Todos on line? - a voz eletrônica de Smith ecoava nos ouvidos dos três invasores. - Vou guiá-los de modo que Agnes seguirá até uma porta próxima das crianças, enquanto Toha e o Kouga aparecem diante do monstro, atraindo sua atenção...

O plano era simples e por isso mesmo bom o suficiente para que eles acreditassem no sucesso do mesmo, por isso todos começaram a se mover em silêncio, evitando os policiais que, chamados pelos pais, começavam a cercar a escola.

Infelizmente o plano estava fadado ao mais completo fracasso.

Kouga seguia por um corredor, logo depois de forçar sua entrada através de uma janela, um andar acima de onde estavam as crianças. Ele precisava se adaptar à nova experiência, de agir com outros guerreiros que não eram Cavaleiros Makai, usando tecnologias como aquele comunicador que trazia preso a sua orelha.

Agnes foi a primeira a se colocar logo atrás da porta que dava acesso ao salão onde as crianças permaneciam sentadas, presas dentro de um cercado feito de algo que lembrava galhos mortos e retorcidos, de onde pingava um tipo de seiva.

Jiraiya já empunhava a Espada Ancestral, um dos ombros encostados na porta, pronto para entrar, distraindo a criatura que ele conseguia ver com mais clareza que seus companheiros.

Havia formas que lembravam uma mulher, mas qualquer sinal de humanidade estava enterrado sob uma massa disforme e negra, parecia que imensos tumores inflavam e se esvaziavam em rios de pus, conforme a criatura respirava, algo que lembrava olhos disformes se espalhava por diversos pontos da pele, se movendo freneticamente de um lado para o outro.

De um dos braços partia um tentáculo que dava forma à cerca que mantinha as crianças presas, o ninja estranhou que todas se mantinham abraçadas e quietas, nenhuma sequer derrubava uma lágrima.

Ele então olhou para os pés do Horror.

Foi nesse momento que ele percebeu a armadilha.

Mas já era tarde demais.

Repentinamente o chão ruiu ao mesmo tempo debaixo dos três guerreiros e dos buracos surgiam tentáculos, iguais aos que estavam ao redor das crianças, se enrolaram ao redor deles e, destruindo o piso, as paredes, portas e o que mais aparecesse pela frente, os levou até o centro do salão.

Totalmente imobilizados, só restava a eles aguardar a morte.

O som de palmas fez com que eles olhassem para outro ponto do salão.

Ela surgiu, como que saindo das sombras de uma imensa pilha de caixas.

O rosto escondido por uma máscara de samurai, a roupa tinha peças de armadura em alguns pontos, enquanto em outros a pele ficava exposta, com poucas faixas de couro a lhe proteger a nudez, mas, ainda assim, deixando boa parte de sua pele à mostra.

Era um misto de armadura e roupa sadomasoquista.

- Você nunca foi um gênio tático Toha... - a voz era incomodamente familiar. - Aliás, “gênio” é um termo que não combina com você...

Seus movimentos eram esguios e sensuais, ela mantinha a ponta de uma katana raspando o chão, deixando um rastro negro e fino no piso conforme ia se aproximando.

- Satã Ashura... - o nome saiu arranhando a garganta de Agnes, assim que finalmente havia reconhecido partes da armadura amaldiçoada. - Você atacou minha família? Como conseguiu tirar essa maldição do lago...

A mulher deu apenas uma leve e despreocupada olhada para sua prisioneira e todos tiveram certeza de que, por baixo da máscara, ela sorria, um sorriso sem nenhum traço de alegria.

Mais alguns passos e ela se postou diante do cavaleiro dourado, um pouco atrás o Horror movia a cabeça, antecipando com gosto o que estava por vir.

Um ataque rápido e sangue começou a verter de um corte lateral, efetuado no peito de Kouga.

Satã Ashura passou um dedo pelo ferimento e com um discreto levantar da máscara, lambeu sensualmente o líquido escarlate. Seu corpo todo estremeceu de prazer.

Só então ela pareceu perceber algo errado e se voltou para Jiraiya.

- Você está muito quieto e...

A frase foi interrompida porque ela precisou abaixar, se esquivando quando os tentáculos que mantinham o ninja literalmente explodiram, espalhando restos fétidos de carne apodrecida pelo local.

Assim que ela voltou seu olhar, Jiraiya estava de pé e a lâmina da Espada Ancestral emitia um forte brilho azulado, que logo desenhou um arco descendente em sua direção.

Ashura teve tempo apenas de erguer um braço em defesa e se surpreendeu ao perceber  que o único impacto que sentiu foi de algo gosmento acertando-lhe todo o corpo.

O Horror estava postado diante de sua senhora, parte do tronco totalmente destroçado pelo ataque do ninja, deixando um dos braços pendendo inerte, o que pareceu afrouxar o aperto dos demais prisioneiros.

Um brilho dourado preencheu o ambiente e Garo entrou no combate, errando por pouco a mulher de armadura, mas acertando um golpe certeiro nas costas do monstro, deixando o caminho livre para que Jiraiya se voltasse para a nova inimiga.

Os dois então travaram suas lâminas medindo forças e só se separaram depois que um imenso tentáculo quase os acertou, conforme o monstro tentava se defender dos ataques do cavaleiro dourado.

Ashura se afastou, sendo seguida de perto por Jiraiya, ela então saltou, dando passos rápidos numa parede próxima, aumentando a força do ataque quando se voltou para o inimigo, obrigando este a dar alguns passos para trás.

Jiraiya conseguiu de se defender, mas sua oponente não perdeu tempo, cobrindo a distância que os separava com outro salto espetacular, tirando sangue do braço do ninja, com um corte que foi superficial apenas por pura sorte.

No mesmo instante, usando apenas um braço, o ninja fez um arco ascendente com o fio da espada, errando por pouco sua inimiga, conseguindo apenas cortar uma das tiras que protegia o seio esquerdo, que ficou à mostra.

Enquanto ambos respiravam pesadamente, tentando recuperar o fôlego, Ashura nem sequer parecia interessada em cobrir sua nudez, no olhar era possível apenas captar um ódio enlouquecido.

Um urro inumano chamou a atenção dos combatentes por alguns instantes, lembrando-os que não estavam sozinhos, mas logo após uma rápida olhada na outra batalha que se desenrolava ali perto, voltaram ao combate.

Garo era pura violência, cortando os tentáculos que buscavam atingi-lo, espalhando por mais e mais restos apodrecidos, chegando próximo de seu objetivo.

Decapitar seu inimigo.

Quando sua espada estava a centímetros de fazer contato com a cabeça do Horror, três tentáculos se enrolaram, formando um porrete que, assim que defendeu o monstro, atingiu o flanco direito do Cavaleiro Makai, fazendo-o atravessar uma parede próxima.

O monstro se aproximou do buraco, pretendendo atacar o inimigo caído do outro lado, mas tudo o que conseguiu foi ter o tronco trespassado pela lâmina de Garo, que se mantivera em pé, tendo ignorado a violência com que fora atingido.

Após cruzar as espadas mais algumas vezes, Ashura deu um salto para longe, tentando ganhar tempo para se recuperar.

- Pensei que “heróis” fossem mais preocupados com inocentes...

- Que inocentes?

A inimiga olhou para onde deveriam estar seus reféns, mas a cerca se encontrava totalmente vazia, bem como o tentáculo que mantinha Hananin Agnes presa.

A kunoichi, mesmo ansiosa para saber como a armadura amaldiçoada havia sido levada do lago onde deveria estar aprisionada, se ateve ao plano original, levando todas as crianças para uma sala indicada por Smith como um local seguro.

Sem dizer uma palavra sequer Ashura voltou ao ataque, agora lutando com mais raiva e menos técnica, foi fácil para Jiraiya conseguir encaixar mais golpes, o último acertou a máscara dela, que voou alguns metros até se chocar com uma mesa próxima.

Na sala para onde Agnes havia levado as crianças, vários pequenos olhos começaram a emitir um brilho rubro.

Jiraiya ergueu a lâmina, pronto para desferir o golpe final, quando sua inimiga mostrou enfim seu rosto.

O mundo de Toha Yamashi congelou.

- Ke... Kei?!

E então uma lâmina atravessou seu corpo.

Continua.