Olá Tokuleitores!
E chegamos ao episódio 6, agora só falta mais um para encerrar essa mini com o encontro de dois Tokusatsus tão incríveis!
Espero que vocês estejam gostando.
Portanto sem mais delongas...
Boa leitura!
Jiraiya VS Garo #6
Irmãos.
Irmãos.
Os
dois guerreiros se encaravam, armaduras devidamente vestidas, capacetes
mantidos debaixo dos braços, espadas ainda embainhadas, mas com os cabos
seguros por punhos firmes.
Toha
Yamashi e Kouga Saejima mantinham os olhos fixos uns nos do outro, a tensão era
palpável entre eles e os céus noturnos pareciam ainda mais enegrecidos pela
tempestade que se aproximava.
Foi
assim, sem palavras desnecessárias, apenas com um leve aceno de suas cabeças,
que os guerreiros assinaram um tratado, um tratado de proteger todas as pessoas
dos Horrors, custe o que custasse.
Mal
sabiam que, num futuro não muito distante, algo pior que esses demônios,
apareceria como uma ameaça, não apenas para ninjas ou cavaleiros makai, mas a
todo o planeta.
Naquele
momento, entretanto, conforme ambos vestiam seus capacetes e se viravam de
frente para a horda de inimigos que se aproximava, as espadas finalmente eram
desembainhadas e as almas dos dois eram como a de irmãos.
Irmãos
de Guerra.
XXX
Mimada.
Era
assim que a maioria das pessoas que haviam conhecido Kei Yamashi a
descreveriam.
Ela
odiava aquilo.
Por
isso, assim que a primeira batalha contra a família de feiticeiros se encerrou,
ela tratou de se esforçar e conseguir vaga numa conceituada faculdade de
direito em Nova York, se mudando o mais rápido que pode, extremamente excitada
com as possibilidades que o futuro traria.
Menos
de um ano depois, sem a constante proteção do velho Yamashi, Kei havia se
envolvido com o tipo errado de amigos, que a apresentaram para o destrutivo
mundo das festas regadas a álcool e drogas.
Quando
seu pai morreu, ela acabou terminando a faculdade aos trancos e barrancos,
voltando para o Japão no dia seguinte de sua formatura, acompanhada pelos
irmãos que, se não estivessem fazendo grandes feitos pela humanidade, pareciam
felizes em como estavam em suas vidas.
Ela
não conseguiu se encaixar, preferindo usar o dinheiro que seu pai lhe deixou
para se mudar para uma cidade distante de Toquio, procurando abrir um
escritório de advocacia, que ela mal conseguia manter aberto, mas que lhe dava
uma falsa sensação de estar conseguindo se virar sozinha.
O
dinheiro que entrava de pequenas causas que ela defendia, eram o suficiente
para uma vida sem luxos, mas que a permitia manter seus vícios e, o mais
importante, viver uma vida longe das sombras dos irmãos.
Por
isso, quando se iniciou a batalha da ressurreição de Dokussai, ela mal deu
atenção quando Toha tentou entrar em contato, tendo a certeza de quem quer que
fossem os novos inimigos, ninguém viria atrás dela.
Em
seu íntimo ela ansiava ter algum perigo de verdade para enfrentar, tirando-a
assim do marasmo e desperdício em que sua vida estava se transformando.
Ela
então decidiu não ir ao encontro de sua família e esperou.
Esperou.
E
esperou.
Quando
Toha veio à sua casa, para avisar que tudo estava encerrado, em parte ela ficou
aliviada, em sey íntimo ela não tinha certeza de que ainda poderia fazer frente
a um oponente, devido a todo tempo em que ela deixara de treinar.
Algo
se quebrou em seu espírito quando finalmente o verdadeiro motivo da visita do
irmão adotivo se revelou.
Manabu
estava morto.
E
foi assim que, na época em que a dor de ter perdido o irmão a deixou à beira de
perder totalmente a sanidade, que Kei acabou, como quase todo viciado faz,
culpando Toha pela desgraça em que estava, e tomou a pior decisão que podia.
Se
entregar a um demônio.
E
pior, matar várias crianças para que o Horror que havia se ligado a ela,
permitindo que ela conseguisse usar a armadura Satã Ashura, finalmente pudesse
se manifestar fisicamente na terra, após um complicado e profano ritual.
Foi
algo que ela se arrependeu assim que o primeiro tentáculo nojento invadiu seu
corpo, causando uma dor que a paralisou, se tornando assim uma vítima indefesa,
enquanto todo o seu ser foi se transmutando em algo terrível.
Algo
mortal.
Desde
esse momento foi como se seu corpo tivesse se tornado um veículo e ela foi
lançada e acorrentada no banco de trás, vendo o Horror que lhe possuíra
colocando em prática seus planos para poder abrir um portal ainda maior para o
mundo humano, invadi-lo com seu exército maldito e espalhar seu domínio.
Cada
vez que Satã Ashura, o monstro adorou o nome e resolveu adotá-lo como seu,
acabava por tirar uma vida, nunca sem violência extrema, Kei tinha o espírito
mais e mais enfraquecido, o terror em sua alma seguindo numa espiral crescente,
atingindo logo limites extremamente perigosos para sua sanidade.
Ela
sentia quando suas mãos, que já não eram só suas, agora sob o comando de um
monstro, rasgavam carne inocente, desmembravam corpos, que agora pareciam tão
frágeis ao contato de suas, não, das mãos de seu corpo possuído.
O
terror foi ainda maior na primeira vez em que o monstro consumiu carne humana,
o gosto ferroso tomou seu paladar, ela sentiu a pele alva tornar-se vermelha,
conforme rios de sangue escorriam pelos cantos da boca e sua vergonha atingiu
todos os limites quando percebeu que ficara excitada conforme o demônio ia
chafurdando cada vez mais e mais naquela orgia sinistra.
A
antiga Emiha não resistiu quando Satã chacinou um grupo de crianças apenas para
montar uma armadilha para Toha, seu amado irmão adotivo, de quem ela se
afastara por conta da dor irracional que invadira sua alma após a morte de
Manabu.
Toha.
Como
ela se arrependia por não tê-lo procurado em busca de conforto, ainda mais
agora, com a alma prisioneira dentro de um Horror, como poderia voltar a olhar
nos olhos de seu irmão, caso um dia se livrasse da influência de Satã Ashura?
Por
causa dela, de sua incapacidade de lidar com a perda de Manabu, agora o último
membro de sua tão amada família que ainda estava vivo, não permaneceria assim
por muito tempo.
Após
a luta na escola, Satã conseguiu fugir, espalhando um rápido e tenebroso rastro
de dor e morte conforme ia avançando pelas ruas da cidade, matando
indiscriminadamente quem entrasse em seu caminho, até chegar a um lugar
específico, dentro de uma floresta cerrada, local esse que já fora usado para
cerimônias demoníacas.
Lugar
que Satã Ashura conhecia muito bem.
A
dor que a garota sentiu, quando seu corpo começou a sofrer horrendas mutações,
mesclando características humanas e demoníacas, a teriam enlouquecido por
completo, não fosse a chegada de seu irmão, sua cunhada e novos aliados.
Kei
tentou gritar por ajuda, por perdão, mas tudo o que saía da boca de seu corpo
possuído eram palavras de ódio e desprezo pelos inimigos de Satã e, contra toda
a sua vontade e tentativas de retomar o controle, pouco a pouco o monstro foi
conseguindo vantagem contra seus inimigos.
O
combate enchia Satã com um frenesi praticamente animal, o mesmo que toma um
tubarão quando sente sangue próximo, por isso focou todos seus sentidos na
direção de Jiraiya e Garo.
De
repente uma dor aguda atingiu as costas do imenso corpo transformado, conforme
colunas de fogo iam destruindo a horda de Horrors que Satã havia conjurado.
A
surpresa tomou não só Kei, mas também quase todos os presentes, quando a imensa
lâmina de dois gumes, obviamente pertencente a uma espada de origem europeia,
pareceu brotar de seu peito.
XXX
Jiraiya
permanecia parado, espada em punho, se fosse possível ver através de sua
máscara, as lágrimas fartas destoariam das palavras firmes que saíam de sua
boca.
-
Muito bem... - o guerreiro que trespassara o corpo daquela que Toha chamava de
irmã, pouco a pouco ia girando o monstro, finalmente aparecendo para os demais
presentes. - Barão Owl.
O
filho do guerreiro santo original trajava um novo uniforme, uma armadura muito
mais moderna, aparentando um nível tecnológico análogo ao que Jiraiya envergava
e assim que conseguiu apoio, forçou a espada para baixo, deixando Satã Ashura
cair de joelhos sobre a relva, enegrecida e morta por causa de sua presença.
-
E eu não recebo nenhum cumprimento?
Saindo
de um grupo de árvores, um jovem de roupas brancas, com detalhes em vermelho e
chamas estilizadas, mantinha as mãos erguidas e realizando pequenos movimentos
circulares, que eram imitados pelas chamas que terminavam de consumir os
Horrors que a pouco ameaçavam Zero e Agnes, que se mantinham na posição de
protetores da monge Makai Jabi.
-
Esse é o novo Kanin Chang Kung Fu? - Agnes encontrava-se aturdida, não apenas
pela chegada inesperada dos guerreiros, mas ainda mais pelo modo como seu
marido agia, como se ele soubesse sobre a presença daqueles dois, ou ainda,
como se tivesse planejado tudo. - Como é que eles...
De
repente foi como se uma luz se acendesse na mente dela e tudo fez sentido para
a bela kunoichi, mas antes que ela pudesse se manifestar, Toha se adiantou,
guardando a espada e tirando o capacete, ficou a poucos centímetros de Satã
Ashura, que era forçado a ficar de joelhos pelo Barão Owl, acabando assim por
ficar com a mesma altura do ninja.
-
Eu nunca teria coragem de atacar minha irmã, não importa o que ela tenha feito,
quais pactos terríveis que acertou com você, mas esses dois não partilham do
mesmo zelo que eu tenho...
Para
enfatizar as palavras de Toha, o Barão Owl moveu um pouco sua espada,
aumentando a dor que o demônio sentia, enquanto o novo Kanin Chang Kung Fu
movia as mãos, fazendo algumas labaredas chamuscarem a pele do Horror.
-
Mas não lhe interessa como meus aliados chegaram... Interessa apenas que, por
mais que me doa, eles vão destruir esse corpo tão facilmente quanto acabaram
com os outros monstros... Mesmo se eu resolvesse intervir... - Jiraiya respirou
fundo, tomando coragem para dizer as próximas palavras. - Eles sabem o que está
em jogo e farão o necessário para acabar com a sua existência miserável.
Satã
Ashura permanecia em silêncio, procurava alguma saída, havia subestimado os
inimigos e finalmente entendia porque Dokussai havia sido derrotado
anteriormente, apesar dos poderes que ele havia recebido. E mesmo que fosse
perceptível a dor que afligia o espírito do homem à sua frente, era também
quase palpável sua determinação.
Ali
estava um homem que não cederia, mesmo que custasse a vida e alma de sua irmã,
aquela luta seria encerrada com a destruição total de Satã Ashura.
Já
que era assim, o horror tomou sua decisão.
A
mão monstruosa se ergueu, conforme o Horror empurrava o inimigo que o mantinha
imobilizado e imediatamente uma imensa nuvem negra se lançou aos céus,
chocando-se violentamente contra o domo de energia mística.
Kanin
Chang Kung Fu juntou as mãos, fazendo a coluna de fogo começar a se fechar ao
redor do monstro, não tendo tempo de prestar atenção ao grito que Toha soltou,
um segundo antes das chamas finalmente tomarem o corpo monstruoso.
Jiraiya
saltou, agarrou Satã Ashura e caiu longe do fogo, a armadura chamuscada,
respirando com dificuldade por causa da falta do capacete, que jazia caído onde
ele estava a alguns segundos atrás, mas o alívio que tomava seu ser era
superior a qualquer dor.
Em
seus braços permanecia desacordada, mas respirando, Kei Yamashi, aparentemente
livre da influência do Horror, ainda que vestindo a versão demoníaca da
armadura, que já era amaldiçoada e que ganhara novos contornos sinistros graças
à possessão de um Horror.
Toha
a abraçou, lágrimas rolando fartas, tamanha era sua felicidade que mal percebeu
quando Kouga, ainda trajando sua armadura, mas com o capacete em uma das mãos,
exibindo um semblante sério, olhou fixamente em seus olhos e depois se voltou
para a nuvem negra que crescia cada vez mais no alto do domo.
-
Ainda não acabou. - sentenciou o cavaleiro makai.
Toha
seguiu o olhar do outro e percebeu que, pouco a pouco, a nuvem de fumaça
começava a se dispersar em pequenos pontos negros disformes, mas assim que
estreitou os olhos, o ninja percebeu que se tratava de centenas de Horrors, de
diversos tamanhos, cores e formas, todos ao redor de uma pequena criatura
amorfa e branca, que ele identificou como o monstro que havia possuído sua
irmã.
Com
seus resquícios finais de poder, a criatura que assumira a alcunha de Satã
Ashura, conseguiu clamar por seus subordinados, com a promessa de ganhar um
mundo novo, sem qualquer restrição, onde poderiam se refestelar com as almas e
corpos dos humanos.
Os
Horrors atenderam de imediato.
A
feição de Toha se endureceu, ele carregou então sua irmã, ainda desacordada,
até Agnes e depositou Kei, recebida com novo abraço caloroso, nos braços da
kunoichi que, ficando de joelhos, sentou-se ao lado das pernas de Jabi, que
conseguia manter, ainda que fragilmente, a estrutura do domo.
-
Cuide dela sim? Quanto a vocês... Zero, Barão Owl, Kanin Chang Kung
Fu... Deixo com vocês a
segurança tanto de Jabi quanto de minha irmã... – ele estendeu um sorriso à sua
esposa antes de começar a se afastar. – Tenho pena do pobre coitado que se
aproximar de Agnes...
Ele
então caminhou até ficar frente a frente com Kouga.
Palavras
não eram mais necessárias, portanto eles trocaram nada mais que um simples
aceno de cabeça, recolocaram seus capacetes e se voltaram para os inimigos que
se aproximavam.
E
desembainharam suas espadas.
Finalmente
começava o combate final.
Conclui a seguir.
6 Comentários
Bravo, maravilhosa narrativa expondo o lado da Key... Eu sinto em te dizer, não sei se foi tua intenção com a narrativa, mas se não foi te peço perdão, mas a Key foi realmente muito mimada! Toha passou desde a humilhação fazendo de tudo, trabalhando como serviçal pra Key e pro Manabu por ser adotivo e nunca quis simplesmente "fugir de tudo"... Além de deixar os dois para trás, ela ainda recusou as explanações de Toha sobre tudo que acontecia, só quis se manter bem enquanto os dois se lascavam... Sinceramente eu acho que ela foi tipo acostumada a ter tudo e ser a mimosa e com isso se frustrou quando não soube sequer conduzir sua vida sozinha... Enfim, ver o Toha trazer os aliados, ver eles superando o Horror dessa forma, ver eles se preparando para o embate final, tudo muito bem amarrado e bem descrito, eu curti pra caramba, mas com certeza a marca gigante desse episódio é a "frase motivacional" do Toha ao horror, "- eu não conseguiria, mas esses caras aqui tão nem aí pra minha irmã". Até eu pensaria duas vezes antes de reagir huhhueuhuhauhuah! Muito bom cara, realmente muito bom, convergimos a um final espetacular e fico triste apenas que não teremos mais Key Hentai Sexy kkkkkk! Parabéns Norberto, maravilhoso episódio meu amigo!
ResponderExcluirGrande Lanthys! Fico muito feliz por você ter curtido esse capítulo, eu realmente não queria dar algum motivo nobre para que a Kei fosse dominada pelo horror num momento passageiro de fraqueza, mas sim, como eu disse no texto, toda uma sequência de escolhas ruins, exatamente por ter passado boa parte da vida sendo mimada.
ExcluirQuanto ao plano do Toha, foi uma maneira dele evitar que sua irmã fosse morta diretamente pelos cavaleiros Makai e ainda assim detida de alguma maneira. Quanto a kei hentai... Será que nunca mais teremos uma personagem assim?
Valeu demais pelo comentário meu amigo! Até o grande final!
Parabéns, Norberto... de fato, a key merecia uma super surra como una criança mimada! Mas, Tona deu mais um gde exemplo após superar a armadura satã... ele cuida e ama a irmã: perfeito!
ResponderExcluirNão adianta... os elementos de Garo são essenciais, mas só consigo ficar mais focado no Jiraya.
Agora, eu aguardo o embate com kouga.
Parabens
Valeu pelos comentários amigo!
ResponderExcluirEu sou mais fã do Jiraya, então não tem muito jeito de não dar a ele o protagonismo...
Fico feliz por você estar curtindo!
Penúltimo capítulo fabuloso.
ResponderExcluirSó comprovou o que comentei no capítulo anterior.
A essência de Key era essa.
Mimada ,individualista, sexolatra e masoquista.
Sem a proteção do mestre Tetsuzan, o que estava oculto, acabou se revelando.
Key,se arrependeu um pouco tarde .
Quanto a Touha ,sem palavras....
A dor o remodelou.
Fez das cinzas ,um grande guerreiro...
Parabéns!!!
Cara, simplesmente tu deu o desenvolvimento para a Kei que ela não teve na série! Eu achei isso incrível! Isso também ajudou a entender melhor a atitude de Kei sobre se deixar possuir pelo Horror, e legal ver que o atual Kanin Chang Kung Fu é um aliado, ao menos é o que parece. E que venha a batalha final!!!
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