Jiraiya Nova Geração #9 Horror.

Olá Tokuleitores! Espero que todos estejam bem nessa quarentena. Força e, se possível, permaneçam em casa!
Estamos chegando ao final da primeira temporada dessa nova saga, mostrando a chegada de novos aliados e de uma nova ameaça!
Será que a nova geração de ninjas será capaz de enfrentar tudo o que se coloca em seu caminho?
Descubra já!
Boa leitura!

Jiraiya

Nova Geração #9

Horror.

Já passava das três da manhã, quando uma ligação fez a senhora Yasu Matiko interromper seu merecido descanso, fazendo com que ela acordasse toda uma equipe de empregados, apenas para que ela ficasse pronta e seguisse, com um Osaka de olhos inchados de sono, praticamente grudado em seus calcanhares, direto para um laboratório em especial.

Ela adentrou uma sala, sem nenhuma cerimônia, pois se a haviam acordado, que estivessem também preparados para seu mau humor.

- Bem... O que tem para mim Doutor Toshiro?

- Bom dia Senhora Presidente... – o homem era franzino, a pele, ao menos o que o jaleco impecavelmente branco permitia ver, era repleto de manchas e marcas de idade, como pequenas rachaduras endurecidas, seu rosto não era diferente, uma criatura que, se vista na rua, não chamaria atenção, pois todos evitariam olhar uma segunda vez para ele. – Sei que arrisquei minha saúde, para não dizer minha vida, ao entrar em contato tão tarde... Mas juro que valerá a pena...

- Doutor... – fazendo o contrário do que se esperaria de uma mulher, ainda mais uma tão linda, Yasu avançou vigorosamente na direção do pequeno homem, literalmente forçando-o a sentar em uma cadeira próxima, evitando por pouco cair no chão. – Você não me pegou num bom momento... A base Distopia foi invadida mais fácil do que eu imaginava, Informações foram roubadas, segundo o próprio Killer, pelo ninja da família Reinin, os projetos Cyber e KR ainda estão engatinhando, vide como as cobaias foram vencidas pelos jovens ninjas... Nada capaz de atrapalhar meus planos, mas com certeza atrasos acabarão acontecendo... E isso me enerva de um tanto que você não faz ideia... Agora tenho meu sono interrompido... Eu deveria...

Conforme as ameaças aumentavam, com ela descrevendo o que poderia ser capaz de fazer se alguém viesse com outra falha, o doutor Toshiro se pegou sentindo algo que provavelmente nunca lhe acontecera na vida solitária e isolada que levava desde a mais tenra infância.

Ele estava com uma ereção tão grande que latejava.

Tentando disfarçar sua vergonha ele se desvencilhou de sua líder da forma mais educada e servil que conseguiu, procurando se esconder sob o jaleco, enquanto acionada um controle que, pouco a pouco, fez parte de uma parede deslizar para o lado, deixando à vista, por detrás de um vidro que ele explicou ser um espelho como o que os policiais usam em salas de interrogatório.

Do outro lado, estava um homem nu, corpo simples de alguém que levava uma vida sedentária, mas que não ganhara peso demais. Era, assim como o doutor, alguém que não se repararia ao encontrar na rua.

O que mais chamava a atenção era seu rosto, transfigurado numa máscara de medo e terror.

O motivo não tardou a surgir, na forma de uma imensa sombra negra que parecia surgir de todos os cantos da cela, avançando na direção do aterrorizado homem, que tentava manter os filamentos negros longe, com inúteis chutes e socos.

Logo o homem começou a urrar de forma animalesca, conforme as pontas da sombra começaram a penetrar por várias partes de seu corpo, abrindo caminho a força quando não achava uma das entradas naturais, pouco a pouco desaparecendo no que parecia um mar de piche.

Logo depois, silêncio.

- Decepcionante... – o ar gélido das palavras da CEO da Starshine conseguiu fazer até o cientista se arrepiar. – Se realmente me chamou até aqui só para isso eu...

Ela interrompeu a ameaça, quando o corpo do homem se ergueu de repente da massa negra, da boca um guincho inumano preencheu o ar, enquanto pele, músculos e ossos começavam a se transformar em algo totalmente novo.

Após minutos de agonia, que passaram tão devagar que muitas vezes Yasu praticamente precisou se lembrar de respirar, finalmente uma criatura grotesca se ergueu e voltou seu olhar para a parede espelhada, parecendo fitar as pessoas escondidas ali atrás.

- Muito mais rápido que os tais Amazons ou Kamen Riders, seja lá como meu colega chama os monstros dele... Mais poderoso, impiedoso... E totalmente sobre nosso controle...

Por duas aberturas que surgiam do outro lado da sala, foram colocados para dentro um coelho e uma pedra imensa.

- Horror... Se alimente.

No instante seguinte da ordem, dada por meio de auto falantes escondidos na sala de Renascimento, como era chamada pelo Doutor Toshiro, o monstro já estava com o coelho numa das mãos e prestes a enfiá-lo inteiro por uma bocarra que se abria de forma impossível.

- Não... – ao ouvir novamente a voz, o monstro parou. – Coma a pedra.

E foi o que a criatura fez.

- Agora sim... – a presidente havia retomado a compostura, sua voz agora estava muito mais calorosa, provocando novamente reações contraditórias no corpo do velho cientista. - Impressionante Doutor Toshiro... De fato muito impressionante... Quero seus relatórios no meu e-mail amanhã sem falta... Adeus.

Assim que ela se foi, Toshiro teve se fechar os punhos até suas unhas fazerem as palmas das mãos sangrarem, tentando recuperar seu controle, conseguindo somente após vários minutos de auto flagelação.

O som da mastigação da pedra ecoava pelo local e então finalmente o cientista se dirigiu a seus aposentos, mas não sem antes pegar uma ultima vez no microfone que ele usara para dar ordens à sua criação.

- Chega disso... Pode se alimentar direito.

Os guinchos de morte do coelho embalaram o sono do doutor Toshiro.

XXX

Sakura e Reinin Eclipse andavam quase arrastando os pés pelo corredor principal da casa que também servia de base para as operações da jovem equipe de ninjas, desde que Toha havia finalmente compartilhado seu segredo com sua família e amigos.

Os dois tinham enfrentado criaturas parte humanas, parte ratos, que estavam atacando pessoas e levando-as para os esgotos para devorá-las e, já que os demais colegas estavam em outra missão, havia sobrado para eles ter que chafurdar na sujeira.

Mesmo fedendo, assim que ouviu uma voz familiar vinda do escritório dos pais, Sakura jogou sua máscara e a peruca vermelha para longe, correndo como uma criança que acaba de acordar numa manhã de natal, querendo abrir seus presentes antes de todo mundo.

A ansiedade era tamanha que ela abriu a porta do escritório do exato jeito que enervava sua mãe, sem bater ou mesmo anunciar sua chegada, mas a alegria que a garota sentia era maior que a preocupação com o provável sermão da mãe.

- Tia Jabi!

A monge Makai não pode nem sequer dizer uma frase e logo estava repleta da sujeira que Sakura havia trazido no uniforme, mas nada disso importava pois ela tentava, na verdade, sobreviver aos braços juvenis que apertavam excessivamente seu pescoço.

- Desse jeito você vai ter sucesso onde um mundo de Horrors nunca teve pequena guerreira...

- Desculpa... Mas fiquei animada demais! Se você está aqui é sinal de boas notícias né? Achou uma cura?

Jabi e Agnes trocaram um olhar desanimado e significativo, o suficiente para que Sakura entendesse e, de cabeça baixa para que ninguém a visse derramando uma insistente lágrima, saiu da sala.

Eclipse permaneceu na porta, dando passagem para a jovem colega e, vendo o clima pesado que permeava o local, tirou seu capacete negro, ajeitou os cabelos rebeldes e empapados de suor, olhou na direção dos dois jovens que permaneciam calados num dos cantos da sala.

- Olá, sou Reinin Eclipse... Acho que vocês são mais reforços, certo?

Jabi então pareceu despertar, desviando o olhar por onde Sakura havia passado, sentindo uma tristeza anormal tomar seu coração, por ter encerrado as esperanças da menina de forma tão abrupta.

- Hã... Sim... Raiga queria muito vir, mas o poder do Garo se faz ainda muito necessário na Guerra do Makai... Depois da visita que Kouga e eu fizemos a Toha e Agnes, pouco depois de recebermos a notícia da doença dele, houve muitos debates e decidimos que um aliado como Jiraiya não poderia ficar desamparado na atual situação... Podem se apresentar rapazes.

- Eu... - o jovem em trajes predominantemente brancos, deu um passo a frente e, sem descruzar os braços, deixando claro que não iria cumprimentar o recém chegado, se apresentou brevemente. – Sou Satoru, Cavaleiro Makai do Dragão, ou Doragon, quando estou com minha armadura...

- Eu sou Hitori! – ao contrário do cavaleiro makai, o jovem vestindo a típica vestimenta de um monge makai foi mais efusivo, agarrando com as duas mãos a mão direita do Eclipse. – Sou um recém iniciado nas artes da magia, mas estou muito feliz de conhecer tantas pessoas interessantes... Espero que possamos ser bons amigos e companheiros de luta...

- Se puder devolver minha mão podemos ser mesmo amigos...

Hitori se afastou rápido e envergonhado, mas logo uma risada sincera do ninja desanuviou o clima, ainda mais quando o brinco em forma de dragão de Satoru começou a se mexer, mostrando que era um ser vivo.

E eu sou Dryoru, Madougu que ajuda esses dois a permanecerem vivos... Um verdadeiro oráculo de sabedoria e...

- Metido a besta sabichão...

Ora seu monge moleque... Eu...

- Chega... Não sai do meio da guerra no makai para aguentar vocês dois discutindo.

- Célio... – Agnes, apesar de apreciar um pouco de alegria nesses dias dolorosos, precisava ficar a sós com Jabi. – O restante do pessoal já voltou e está indo dormir... Será que poderia mostrar aos nossos novos amigos o quarto onde eles ficarão?

- Claro. Vamos nessa pessoal.

Assim que se viram sozinhas Agnes ficou novamente com o semblante sério.

- Jabi... Sei que deve estar doida para ir falar com a Sakura, mas antes...

- Sim Agnes... Antes precisamos conversar...

Uma conversa difícil, sobre futuras difíceis decisões.

XXX

Dias depois, um grupo de jovens desordeiros ocupava uma boa parte da calçada diante de um barzinho, no centro de Tóquio, incomodando quem passasse perto, confiando que a polícia não poderia fazer nada caso fosse chamada, devido ao fato de todos serem menores de idade.

A polícia, infelizmente, teria sido a melhor opção para encontra-los àquela hora da noite.

- Cadê a lata de cerveja Shiro? – um rapaz que se mantinha no centro das atenções, após mexer no piercing em forma de círculo em seu nariz, jogou uma lata vazia no novato que se juntara a eles a poucas semanas - Você era o responsável pela bebida porra...

- Foi mal Tetsuo... – o jovem embriagado, obedecendo ao líder da gangue, saiu tropeçando atrás da última lata de bebida, que ia estranhamente rolando até um beco próximo, tomado pela escuridão. – Merda... Cadê você latinha, latinha, latinha...

Um grito agudo de dor, vindo do beco, retirou momentaneamente os membros da gangue de seu estado de torpor alcoólico, fazendo todos pegarem o que podiam de arma, desde pedaços de cano que alguns traziam consigo, até algumas garrafas quebradas.

Seguindo Tetsuo, o líder, todos foram até o beco, sem reclamar das garotas que, mostrando ser mais espertas, fugiram procurando por ajuda, mas assim que os marginais entraram na escuridão, sem ao menos reparar como era incomum o lugar estar daquele jeito, se arrependeram.

Um a um eles primeiro sentiram um puxão violento, na maioria deles, resultando em um membro arrancado do corpo, seus gritos agora sendo abafados pelo verdadeiro piche onde mergulharam sem pensar.

Tetsuo foi deixado por último, em total desespero, pois suas bravatas não eram ouvidas nem por ele mesmo e só tarde demais ele sentiu que algo viscoso havia entrado por sua boca e agora ia preenchendo sua garganta até o limite, quando seu pescoço literalmente explodiu.

A cabeça, no entanto, não chegou a tocar o chão, sendo pega por imensas presas, de uma bocarra que engoliu todo o lado esquerdo, destruindo-o, antes de terminar de engolir tudo.

Quando uma dupla de policiais chegou ao local indicado pelas jovens, acabaram se amaldiçoando por ter dado ouvidos às adolescentes, que provavelmente os enganara, uma vez que, ao observar o beco, nada viram de anormal.

Se tivessem prestado mais atenção teriam percebido um pequeno a abandonado piercing no chão imundo, em meio ao que parecia restos de carne e se afastaram se preparando para dar um sermão no dono do  bar sobre como descartar comida.

Longe dali, Agnes amparava sua amiga Jabi, que parecia ter tido um mal estar súbito e quase caíra no chão do escritório onde conversavam.

- Você está bem? Espere só um minuto que vou chamar alguém e...

- Não... Não é preciso... – logo a orgulhosa monge makai ajeitava a postura altiva. - Já estou bem... Não foi uma tontura comum... Foi...

No mesmo momento Satoru e Hitori entravam em desabalada correria no escritório, ambos falando juntos e de forma rápida, até que o brinco que se apresentou como Dryoru se fez ouvir acima da balbúrdia.

Jabi. Apareceu um... Não é bem um Horror, pelo menos não um que eu já tenha visto em minha centena de anos... É algo... Novo... Novo e profano... Precisamos agir imediatamente.

- Certo... Rapazes... Chegou a hora e...

- E nós não ficaremos de fora dessa, né tia Jabi?

Atrás de Sakura estavam Tomoko, Célio, Aisha e Jack, todos com seus uniformes à mão, alguns até já se vestindo e, em pouco tempo, todos estavam prontos para o combate.

Ao ver o grupo reunido, tanto Agnes quando Jabi sentiram, não apenas o peso da idade, mas a esperança do futuro crescendo em seus corações, ambas então não conseguiram resistir a um sorriso que ia nascendo, conforme a Jiraiya se voltava para os companheiros gesticulando.

“Vamos lá. Hora de salvar vidas.”

Continua.