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Ginga no Taazan - Crônicas - Parte 2 - Hiroshi Takano.



Olá leitores do blog, tudo certo?
Trago hoje a vocês o segundo conto das "Crônicas - O dia da escuridão."
Nesse, o foco é o quarto escolhido, Hiroshi, e conheceremos um pouco de sua história até o dia do ressurgimento de Satan Goss.
Tenham uma boa leitura!



Ginga no Taazan – Crônicas – O dia da escuridão. 

Parte 2 – Hiroshi Takano.


Agosto – 2015.


O dia amanhecia calmo naquela sexta feira, Satiko acordou calmamente, já percebendo que seu amado marido já havia levantado para ir ao trabalho. Ela alongou-se saltando da cama logo em seguida e, antes de seguir para a cozinha, passou pelo quarto de Hiro, e viu que o filho ainda dormia profundamente, pois nesse dia haveria reunião de conselho dos professores e, devido a isso às aulas estavam suspensas.

Ela então desce as escadas a encontra Hiroshi sentado a mesa degustando algumas torradas, juntamente com uma generosa xícara de chá, enquanto acompanhava o noticiário na TV que possuíam na cozinha. Nos últimos meses ele estava a notar que as notícias sobre violência e maldades vinham aumentando exponencialmente, não só no Japão, mas em diversas partes do mundo. 

Ao perceber que sua esposa vinha em direção a cozinha, imediatamente desligou a TV, pois não gostava de expor a sua amada a esse tipo de informação. Quando ela adentrou no cômodo, ele a olha com carinho dizendo.

- Minha querida, hoje novamente terei que ficar até mais tarde na empresa.

- Tudo bem Hiroshi, já sabemos que a sextas-feiras isso já vem acontecendo há um tempo, esse dinheiro de hora extra vem nós ajudando bastante,  fique em paz. – Ela responde com sua voz doce, que fazia o coração de Hiroshi se encher de felicidade.

Ele então dá um último gole termina seu chá, se levanta e equipa-se de sua mochila preta. Apesar de estranhar que somente às sextas-feiras seu marido levava aquela mochila, Satiko não comentava, pois conhecia o temperamento dele, que apesar de carinhoso e compreensivo, tinha um gênio forte e não gostava de ser questionado em sua forma de fazer as coisas.

Como era de praxe, antes de sua saída voltava ao quarto de seu filho para dar-lhe uma última olhada e um beijo carinhoso em sua testa. Mesmo dormindo, o pequeno Hiro de 4 anos, sentiu grande amor que seu pai nutria por ele era muito feliz com isso.

- Te amo meu menino! – Ele sussurra ao pé do ouvido do garoto.

Ao descer novamente as escadas Hiroshi despede-se de sua amada Satiko sai pela porta principal da casa. Já na rua, uma vibração em seu bolso chamou sua atenção, ao pegar o aparelho celular, notou que tinha algumas ligações perdidas, e o número salvo era de sua amiga, Kanoko Nambara.

Abaixo dessas notificações havia uma mensagem de voz.

- “Hiroshi, o momento sobre a qual conversamos está próximo, esteja preparado e proteja sua família.”

Ele incrédulo com as premonições de Kanoko, as ignora totalmente e segue em direção ao trabalho, sabendo que seu dia seria longo. Hiroshi formou-se em engenharia de sistemas, o que rende um emprego em uma ótima empresa, porém, não se satisfazia com sua atual remuneração, pois queria que sua família tivesse uma vida confortável e segura, com tudo de bom e do melhor e, isso só foi possível, após uma descoberta que ele guardava em segredo a muitos anos. Ao ser irradiado pela luz divina do universo, sem seu conhecimento, acabou adquirindo poderes do pássaro Dourado, no seu caso, força sobre humana e invulnerabilidade. Devido a isso, todas as sextas feiras, diferente do que dizia a sua esposa, ele frequentava um ambiente diferente, utilizando seu dia de folga do trabalho, o qual sua amada Satiko desconhecia a existência.

Aos 18 anos, após a entrada na faculdade, ele tentou por diversas vezes se enturmar mas, como era desde a sua adolescência, estava sempre só.

Devido ao seu temperamento explosivo, na primeira semana, acabou envolvendo em uma briga. Garotos com maior poder aquisitivo zombavam dele com frequência e certa vez, ao reagir às provocações desferiu um potente soco na região abdominal de outros rapazes, que acabou por quebrar de todas as costelas do lado direito perfurando um dos seus pulmões. Hiroshi ficou surpreso pelo dano que causou, pois não havia colocado tanta força em seu golpe, porém lembrou-se do fato ocorrido de quando era criança e guardou aquilo para si.

Após a mudança de faculdade, onde concluiu os seus estudos, foi durante esse período que se apaixonou por pelas lutas, pois tinha conseguido uma vantagem desconhecida de todos. Desde então dedicou-se aos treinamentos em artes marciais e depois de alguns anos de treinamento ele entrou para o submundo das lutas clandestinas, o que lhe proporcionava grandes quantidades de dinheiro, afinal quem poderia derrotar um oponente agraciado pela força do pássaro Dourado?

Enquanto se dirigia ao local, Hiroshi não via a hora de estar no octógono, pois aquele era o seu escape de uma vida profissional monótona. Seu sangue fervia diante dos seus adversários mesmo já sabendo do resultado final. Ele fazia um grande espetáculo proporcionado reviravoltas durante o embate o que levava os seus fãs a loucura. Neste mundo ele era conhecido como “Imparável”, pois estava sempre mascarado e ninguém conhecia sua verdadeira identidade.

Naquele dia teria uma luta inesquecível, pois um lutador americano famoso no submundo das lutas, tomou conhecimento de sua fama e lançou um desafio, fato que havia deixado-o muito empolgado, tanto pela luta, quanto pelas apostas que eram altíssimas contra ele. Com certeza Hiroshi faturaria nessa noite uma quantia massiva, à qual usaria para a festinha de 5 anos do seu pequeno Hiro.

Chegando ao ginásio clandestino, ele entrou pelos fundos onde ninguém ouviu, fazendo assim que sua identidade continuar sendo conhecida. Então daquele momento em diante ele seria o Imparável, com sua vestimenta totalmente negra em uma máscara onde somente seus olhos estavam expostos. Ao entrar no ginásio, um holofote acendeu se sobre ele levando o público a loucura, ele caminhou andando lentamente até chegar ao octógono ao adentrar nele começou a andar em círculos acenando em direção às arquibancadas lotadas que o chamavam por sua alcunha a plenos pulmões. Do outro lado do octógono o desafiante se aquecia com o semblante sério porém confiante. Hiroshi sorrindo internamente pensava.

- “Pobre coitado, vou brincar com você até o terceiro round, e depois, você vai dar um belo beijo na lona...”

Porém, no momento do embate, todas as luzes se apagaram dando lugar apenas as luzes de emergência, em seguida um forte terremoto inicia, que de imediato, começou a fazer com que a construção do ginásio começasse a desmoronar. Hiroshi imediatamente lembrou-se da mensagem de Kanoko, a qual ele havia ignorado e imediatamente sente um calafrio  e insegurança que há anos não sentia, tamanha era a confiança em sua força e seus poderes, pois sentir-se invencível. Então deixando totalmente de lado manter seu poder em segredo concentra sua força aqui no mesmo momento fizeram que seus braços brilhassem em uma energia azulada e poderosa. 

Correndo em direção à saída ele destrói todos os escombros que estavam à sua frente desferindo diversos e potentes socos, inclusive algumas espessas placas de concreto que estavam bloqueando a porta de emergência, explodindo-as como se fossem meros pedaços de isopor, conseguindo com muito esforço salvar algumas pessoas, porém, muitas delas estavam com um estranho semblante parecendo que estava possuída de alguma forma. Sem entender o que acontecia com as pessoas naquele momento, pois devido a seu desespero pouco importou, pensou até em pegar seu carro mas visto o tamanho do caos, resolveu correr, pois o carro não ajudaria a chegar mais rápido da sua residência. No caminho ele percebeu que os prédios  e casas  começavam a ruir que  vegetações estranhas começaram a surgir.

- Minha nossa, Kanoko tinha razão, por quê eu não dei ouvidos, por quê? - Perguntou-se em seu íntimo.

Muitas pessoas que estavam pelas ruas começaram a contorcer-se e jogar-se no chão como se uma maldade tomasse conta deles. Entrando na rua onde sua casa estava localizada, Hiroshi pode ver ao longe que a mesma já estava em ruínas.

- Não, não, não... – Ele pensou.

Ele pára em frente ao portão ajoelhando-se em seguida, as lágrimas desciam abundante em seu rosto, pois tinha a certeza de duas coisas. Que ali, seria impossível existir algum sobrevivente e que, se tivesse voltado para casa ao invés de ter ido para a luta clandestina, poderia ter salvo sua família. Os céus eram rasgados incessantemente por relâmpagos vermelhos, ao mesmo tempo que a floresta crescia tomando conta de tudo.

Eis que por telepatia ele ouve a voz de Kanoko, dizendo que havia chegado o momento de se reunirem novamente. Ele reúne forças, levanta-se, e com uma tristeza violenta em seu coração, disse as últimas palavras antes de partir.

- Satiko... Hiro... Me perdoem... Eles irão pagar, EU JURO...


7 Comentários

  1. UOU!
    Curti muito esse capítulo! Consegui visualizar todas as cenas e mesmo já imaginando o que o destino aparentemente reservava para a Satiko e o pequeno Hiro, eu me peguei aqui tão envolvido com a aura de amor e ternura que você construiu na cena do Hiroshi com a esposa e o filho que uma parte de mim ficou se agarrando à esperança de algum deles ter sobrevivido...
    Meus parabéns por mais esse excelente capítulo dessa saga incrível.

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    1. Obrigado pela leitura meu amigo. Que bom que consegui passar todo esse sentimento, pois mesmo o Hiroshi sendo um cara temperamental, era um marido e pai amoroso. Por isso ele é o mais sangue nos olhos dos escolhidos, por carregar essa dor de ter perdido sua amada família.
      Forte abraço.

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  2. Faço minhas as palavras de Norberto.

    Renato... desejo que essas crônicas tragam toda a liga que falta pra vc retomar Tarzan. A dor e sofrimento de Hiroshi e sua família mexeram comigo.

    Magnífico meu amigo.

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    1. Agradecido por seu comentário Artur. Viu só o porque do ódio dele por Satan Goss ser tão grande? É meu amigo, a dor da perda pode nos tornar pessoas diferentes e capazes de feitos inacreditáveis.
      Forte abraço.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Nossa Renato, que tenso cara... Bom, eu começo dizendo que senti falta de algo... Hiroshi sendo explosivo como era, ao chegar diante da casa, eu estaria até que alguém viesse me arrastar de lá, cavando e arrancando concreto pra achar os corpos e segurá-los em meus braços... E quando alguém chegasse, eu iria atirar essa pessoa longe e continuar arrancando concreto e depois que os tivesse em meus braços, ai de quem tentasse tocá-los... Felizmente o Hiroshi foi mais sábio e mais civilizado que eu kkkkk! É cara, o destino foi cruel com ele, e digo que foi em boa parte por culpa dele mesmo, conheço um amigo que teve um desfecho trágico em sua vida com a noiva dele, e por motivo semelhante, o fato de ignorar avisos achando que era besteira, e isso me remeteu muito ao que aconteceu com ele... Confesso que fiquei com lágrimas nos olhos quando da cena diante da casa de Hiroshi quando ele percebeu a tragédia, assim como o episódio da Familia Gatta em Changeman que encontram a igreja onde a filinha de Gatta nasceu, em ruínas, tudo destruído porque Gatta não se decidia e ficava ao lado de Gozzma... Cara, que episódio, que narrativa Renato, puxou a emoção e a tensão do fundo da alma... Parabéns meu amigo, maravilhosa crônica cara!! \0/

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    1. Grande Lanthys, obrigado pela leitura e comentário.
      Pois é cara, ele realmente foi negligente, pois sabia com antecedência o que viria e mesmo assim não pensou nas consequências de sua escolha.
      Forte abraço.

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