Kamen Rider Peacemaker #8.

 

Olá Tokuleitores!

E chegamos à penúltima edição dessa minha versão de Kamen Rider, spin off de Kamen Rider Zero One.

Espero que vocês estejam gostando até aqui e que gostem também do final que está chegando!

Por isso, sem mais delongas... Boa leitura!

Kamen Rider

Peacemaker #8

Confronto.

“Querido Aruto. Meu filho.

 

É isso. Não tem mais volta.

 

Após ouvir a conversa entre seu avô e meus dois colegas e descobrir onde provavelmente sua mãe está, não me resta outra opção a não ser partir para lá imediatamente.

 

Gravo essa mensagem conforme sigo pilotando o jato da equipe, foi fácil hackear os arquivos onde as informações haviam sido “escondidas”, por isso resolvi que salvar sua mãe, ou morrer tentando, é uma responsabilidade só minha e de mais ninguém.

 

Por isso, se você estiver vendo essas mensagens, no futuro, eu, muito provavelmente, estarei morto.

 

Ainda assim agradeço muito ao meu pai por aquele dia que conseguimos passar juntos, quando você acreditava que eu era o seu pai HumaGear.

 

Foi o que me fez ficar dividido entre continuar ou não minha missão, mas ao ter a confirmação de que sua mãe estava viva e nas garras daquele desgraçado… E agora com uma chance de salvá-la...

 

Portanto, mais uma vez e acredite, sei que falei isso demais, peço seu perdão…

 

Eu, infelizmente, não ouso voltar a olhar nos seus olhos enquanto não libertar sua mãe.

 

Mesmo que isso me custe a vida…

 

Pela, provável, última vez...

 

 

 

De seu pai... O humano... Soreo Hiden,”

 

XXX

 

O alarme luminoso de aproximação começou a piscar pouco depois que Soreo Hiden terminara de gravar e enviar sua última mensagem para um servidor nas industrias de seu pai, que chegariam a seu filho apenas muitos anos depois.

 

Era hora de pousar e encarar seu destino.

 

Daca, a capital de Bangladesh possuía mais de sete milhões de habitantes, um ótimo lugar para se passar despercebido, quando se pretendia fazer algo que poderia atrair atenção indesejada.

 

Foi isso que Soreo percebeu quando viu alguém saindo de uma lan house de forma furtiva, olhando nervosamente para os lados, segurando um notebook num abraço apertado, como se sua vida dependesse daquilo.

 

O rider decidiu confiar nos seus instintos e passou a seguir a figura, que caminhava em meio à multidão, tentando, com extrema dificuldade, não esbarrar em ninguém, reagindo como um coelho assustado cada vez que alguém lhe tocava.

 

Mesmo em meio à multidão que caminhava pelas ruas num fluxo constante, parecendo um rio de águas caudalosas, Soreo conseguia manter sua presa ao alcance de seus olhos, até chegarem em um hotel simples nos arredores do centro.

 

Soreo ficou do lado de fora e usou uma das mais recentes invenções de Karin, algo que parecia uma mini luneta, mas que gravou o momento em que a pessoa que ele estava seguindo pegou as chaves de seu quarto.

 

Em seguida ele aproveitou que o saguão estava extremamente movimentado para subir as escadas sem ser visto, pegando no caminho um pedaço de papel que estava abandonado no balcão.

 

Soreo seguiu cauteloso até o quarto cujo número viu na chave que sua presa havia pego, escreveu algo no papel que pegara e jogou por debaixo da porta, aguardando alguns instantes até que, lentamente, a mesma se abriu.

 

Ele entrou, o coração batendo acelerado conforme passava pela pessoa que estava seguindo, percebendo que ela havia retirado o excesso de roupas, o que deixava claro se tratar de uma mulher, cujo capuz da blusa ainda escondia sua identidade e que mantinha o pedaço de papel de forma trêmula numa das mãos.

 

No bilhete estava escrito “me liga” seguido de uma sequência numérica.

 

- Esse é o número do meu celular, que não mudo a anos… Imaginei que você se lembraria disso… Yoshina...

 

Só então a mulher puxou o capuz para trás, no rosto um sorriso largo,  de felicidade plena, mas com lágrimas rolando soltas, deixando suas bochechas brilhantes.

 

- Eu… - as palavras encontravam barreiras para serem ditas corretamente, tamanha a emoção que ela sentia. - Eu sabia que você me encontraria…

 

-  Yoshina… - ouvir a voz da amada, depois de tanto tempo em luto e de descobrir que estava viva, mas longe do seu alcance, era demais para ele também. - Eu te amo tanto…

 

Se beijaram, primeiro de forma tímida e contida, ambos rezando para que não estivessem sonhando, mas quando perceberam que era real o que estavam vivendo, a paixão falou mais alto.

 

Algumas horas depois eles estavam deitados e abraçados, queriam que aquele momento não acabasse nunca, mas infelizmente o tempo não pertencia ao casal e foi Yoshino quem quebrou o silêncio contemplativo em que estavam, primeiro contando tudo que havia passado nas mãos do maldito Mercador da Guerra, depois como ela foi vencendo a programação e controle mental que lhe foram impostas, mandando pistas para Soreo e sua equipe, até o aquele momento do reencontro deles.

 

Ao final do relato, percebendo a crescente raiva se acumular no peito do marido, Yoshino, com a habilidade adquirida nos anos de casamento, soube desviar o assunto para algo que aliviasse os sentimentos de Soreo.

 

- Então você viu o Aruto? Passou mesmo um dia com ele? Como ele está?

 

- Sim… Foi algo realmente mágico... Ele é uma criança tão alegre e carinhosa... Você não imagina como foi difícil para mim e, me perdoe meu amor, mas eu estava pronto para desistir de te encontrar, para ficar com ele… Não fosse eu ter ouvido que Karin havia te achado, que foi você a enviar os dados da negociação com os cartéis de droga… Não acredito que meu pai queria esconder isso de mim e…

 

-  Tenho certeza absoluta que Korenosuke só queria o melhor, não só para você, mas principalmente para o Aruto… Assim que eu finalmente consegui recuperar totalmente a memória e o controle do meu corpo… Nossa… Só de lembrar dele… É como se meu espírito doesse de tanta saudade…

 

Soreo tomou a esposa num abraço apertado, dessa vez muito mais focado em consolá-la do que qualquer outra coisa. Por ele, ela nunca mais sairia do seus braços.

 

- Mas… E agora meu querido? O que faremos?

 

Soreo permaneceu em silêncio por alguns instantes, o olhar intenso fixado no belo rosto da esposa, ainda orando em seu íntimo para que não estivesse sonhando.

 

Ele então se levantou, foi até a janela do quarto, conferindo a rua e o topo dos prédios próximos, se voltando para Yoshino só quando teve certeza de que os arredores estavam seguros.

 

- Tudo o que pudermos... Vou entrar em contato com meu pai e minha equipe, eles devem chegar rápido e... - Ele ia pegando seu moderno comunicador, apesar da raiva que sentiu, ao ouvir a conversa do pai e dos amigos, ele foi prudente em manter meios para chamá-los em caso de necessidade. - Estranho...

 

- O que foi meu amor?

 

- Meu comunicador… - ele voltava a olhar pela janela, no íntimo rezando para que não acontecesse o pior. - Não consigo sinal, mas isso deveria ser impossível e...

 

Foi nesse instante que, para horror eterno de Soreo, uma voz eletrônica ecoou às suas costas.

 

“Kamen Rider!”

 

- Henshin! - a voz de Yoshina soava mais mecânica.

 

“Que a Guerra seja seu destino.”

 

No Instante seguinte o quarto explodiu, forçando Soreo a saltar para a rua, agradecendo à providência divina por ter conseguido um quarto localizado  num andar próximo, ele caiu sobre um caminhão e com outro salto, já estava na calçada oposta à do hotel.

 

No alto um imenso buraco dava passagem para uma coluna negra de fumaça, saindo do quarto onde ele estava com sua esposa, mas o Rider não se desesperou, manteve a feição séria, ajeitou a postura, e manteve o olhar fixo para cima.

 

Ele sabia que ela não estava morta.

 

Como que confirmando sua certeza, a Kamen Rider Warhammer, bem como a WarGear Phoneutria, além de vários outros seres, que apresentavam um visual mais simples que elas, provavelmente meros soldados desenvolvidos pelo Doutor Osaka.

 

- Bem, bem, bem... O que temos aqui? - o próprio Mercador da Guerra se aproximava, mãos cruzadas atrás do corpo, semblante plácido, cercado por dezenas de suas novas criações. - Sabia que o galante cavaleiro branco viria voando para salvar sua donzela em perigo.

 

O riso de escárnio do Mercador logo foi seguido por uma face incrédula, quando um moderno jato deu um rasante sobre a rua, fazendo aterrissar a Harmonizer ao lado de Soreo e um tipo de aparelho que, ao tocar o solo fez surgir um domo de força, que garantiria o tempo que eles precisavam para se preparar.

 

- Demoraram... - Soreo levou um dedo ao comunicador auricular que ele ligou numa de suas idas ao banheiro do quarto, pouco depois de fazer amor com Yoshino e perceber que ela estava estranha demais em pontos que somente ele, como seu marido, podia perceber. - Pensei que eu ia ter que encarar essa sem as últimas melhorias...

 

“E entrar nessa sem seus presentes de Natal antecipado?” era Hideki quem falava primeiro com o amigo “Aproveita e traga a nossa amiga para casa.”

 

“Daí eu mesma vou te encher de pancada por você ter saído sem avisar ninguém seu idiota...” Karin não conseguiria ficar sem dar uma bronca em Soreo “E vê se usa logo o presente que o senhor Hiden preparou... Quero abraçar minha amiga ainda hoje.”

 

- Todos queremos... - Soreo tinha lágrimas brotando nos cantos de seus olhos, conforme respondia aos amigos. - Todos queremos.

 

O campo de força caiu, mas os inimigos foram ofuscados pelo brilho da energia liberada pela nova transformação, por isso só puderam ouvir o que acontecia, sem tempo de reação.

 

“Kamen Rider!” uma voz eletrônica preencheu o ar, conforme Soreo encaixava em sua cintura um novo cinto.

 

- Henshin!

 

“Battle Shield” a voz eletrônica voltava a ressoar.

 

“Fighting Hopper!”

 

“Quando não resta outra opção, para a paz ser alcançada, o Peacewarrior ergue seu punho.”

 

Quando o Mercador da Morte e seus servos finalmente puderam voltar seus olhares na direção de onde estava Soreo Hiden, o que viram foi o nascimento de um novo Kamen Rider.

 

O momento da batalha final havia chegado.

 

 

 

Conclui a seguir