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Changeman - Asas Rosadas - Capítulo 03

 


CAPÍTULO 03 – TREINAMENTO, MISTÉRIOS DO PASSADO, SENTIMENTOS DESABROCHANDO

 

Passados cinco dias desde o início do treinamento, Mai se encontrava deitada numa clareira às margens do lago Hamanako, completamente exausta e sem energia. Seu kimono rosa (ela não abria mão da cor nem mesmo no treino) estava sujo de terra e suor (*01). Não se sentia tão cansada desde o duro treinamento sob o Sargento Ibuki antes de se tornar uma Changeman.

Mesmo sendo apenas uma “relembrada” do seu treinamento ninjutsu, o tio de Mai não tornava a coisa nada fácil. Shiunsai a fazia levantar bem cedo da cama, antes do sol nascer. O café da manhã era rápido para não consumir horas de treino. O treino em si sempre começava com uma corrida ao redor do campo de treinamento, com pesos amarrados no corpo, “para acordar os músculos” dizia Shiunsai.

No primeiro e segundo dia, Mai teve que relembrar o básico das artes ninjas, como o arremesso de projéteis e técnicas de luta corpo a corpo. Mas esta foi a parte fácil. Depois teve que passar por uma série de exercícios para aumentar a agilidade, como correr por pistas de obstáculos (que incluía até mesmo explosivos de baixa intensidade, “para motivar” também dizia Shiunsai), tudo cronometrado e indo até altas horas da noite (o que significava pouco tempo para dormir). (*02)

O terceiro e quarto dia foram para relembrar as técnicas de furtividade de sua família. Inicialmente ela teria que atravessar uma parte da floresta patrulhada por outros ninjas em treinamento, sem que estes a vissem. Para isso, ela deveria se valer de uma combinação de técnicas de camuflagem, distração, substituição e até incapacitação temporária dos oponentes (além é claro, de usar um kimono de cores menos chamativas, para contragosto de Mai). Se fosse vista, teria que começar todo o trajeto de novo. Uma vez realizado, o desafio era refeito, mas com ninjas mais experientes e mais numerosos a cada turno.

Finalmente no quinto dia, Mai estava relembrando as técnicas de combate passadas por gerações de seu clã. Ao contrário de muitos clãs ninjas, que favoreciam a ninjatou (espada ninja reta) ou a katana (espada longa curva), o clã Tsubasa preferia o uso de duas tantou (adagas curtas), uma em cada mão (*03). Isso era também um contraste com a Change-Espada, com a qual Mai estava mais acostumada.

E era exatamente em um treino de combate que Mai estava minutos atrás. Tendo como oponente seu próprio tio.

Mesmo tendo sua força e vigor físico aumentados pela Força Terrena, Mai não conseguia derrotar Shiunsai. O velho ninja, mesmo em idade avançada, tinha reflexos surpreendentemente rápidos. Por mais força que possuísse, de nada adiantaria se não conseguisse atingir o adversário. Shiunsai ora se esquivava dos golpes com uma flexibilidade impressionante para alguém de sua idade, ora usava suas adagas de madeira para desviar a força dos ataques.

Foi neste momento que Mai estava percebeu o quanto estava destreinada nas artes ninjas. Acostumada a lutar como Change Fênix, com movimentos que priorizavam poder de fogo e sincronização com seus companheiros, e tendo à disposição a proteção da Change Proteck e os demais equipamentos dos Changeman, Mai percebeu o quanto precisava deste treinamento para ter sucesso na missão de resgate das crianças.

- Levante-se! – ordenou Shiunsai, com um tom autoritário que lembrava o Sargento Ibuki.

Com alguma relutância, Mai se levanta e prepara para atacar mais uma vez, segurando suas adagas de madeira como se fossem duas espadas. Ela avança contra o tio que, ao contrário dela, segurava suas adagas de maneira reversa, com as lâminas ao longo dos braços.

Num movimento rápido, Shiunsai desvia o ataque de Mai, fazendo com que as adagas dela escorregassem pelas suas próprias e, rapidamente adentrando no espaço pessoal de Mai, lhe dá uma rasteira que a derruba. Antes que ela percebesse que está no chão, Shiunsai lhe põe a adaga no pescoço, encerrando a luta.

- Você ainda está pondo muita força no braço direito e pouca no esquerdo! – Shiunsai corrige Mai, removendo a adaga de seu pescoço – Lembre-se que lutar com adagas não é o mesmo que lutar com espadas.

- Eu não entendo, tio, por que nosso estilo usa adagas ao invés de espadas? – questiona Mai, se levantando. – Não seria mais vantajoso ter uma lâmina maior?

Shiunsai fica em silêncio por alguns minutos, e daí responde:

- Mai, você sabe da onde vem o nome do nosso clã?

- Sim, “Tsubasa” significa “asas”.

- Exato. Assim como um pássaro não voa com apenas uma asa, nosso estilo necessita o uso das duas mãos para ser efetivo. Nosso estilo exige destreza em ambas as mãos para se aproveitar de uma fraqueza comum dos adversários.

- Fraqueza? Qual fraqueza?

Mas Shiunsai responde com outra pergunta:

- Mai, por que você escreve com apenas uma mão?

Mai fica confusa com aquela pergunta. O que isso tinha a ver com a questão anterior?

- Porque foi assim que aprendi na escola. – ela responde simplesmente.

- Porque se uma criança fosse aprender a escrever com as duas mãos ao invés de uma só, levaria o dobro do tempo para dominar a escrita. – completa Shiunsai. – Da mesma maneira com as técnicas de espada, se um aprendiz tentasse desenvolver a mesma destreza com a espada nas duas mãos, levaria o dobro do tempo para se tornar um espadachim experiente.

Mai fica estarrecida com a explicação de seu tio. Assim como escrever, usar a Change-Espada com uma mão sempre foi o natural para ela, mas nunca havia pensado daquela maneira.

Shiunsai continua:

- Assim, a maioria dos adversários que você encontrar dominará a técnica da espada em apenas uma mão. É disso que nosso estilo tira vantagem: ao utilizar adagas em ambas as mãos, podemos focar no lado em que ele é mais vulnerável. Em uma luta direta, um espadachim destro é condicionado a esperar ataques pelo seu lado esquerdo, achando que o oponente também o é. Mas se for atacado pelo lado direito, poderá ser surpreendido e as chances de ser atingido são maiores. É uma maneira de usar o próprio condicionamento do adversário contra ele mesmo.

Realmente Mai não havia pensado desta maneira. Mas ela indaga:

- Mas isso não faria com que o treinamento do nosso clã levasse o dobro do tempo como consequência?

- Sim, se usássemos espadas. Daí a nossa preferência por adagas. Elas são mais leves e requerem menos força que espadas para manejar. Mas em contrapartida, lâminas mais curtas colocam você mais próxima do adversário, o que requer reflexos rápidos se quiser sobreviver.

Foi aí que a ficha caiu para Mai: o estilo de luta do clã Tsubasa se focava em agilidade, e não em força física. O objetivo era surpreender o adversário, e não em causar danos massivos ao mesmo.

Com isso em mente, Mai pôde finalmente avançar no treino, conseguindo lutar de igual para igual com seu tio.

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Ao final do dia, Mai e Shiunsai retornaram à residência do velho ninja. A jovem estava cansada, mas feliz por um treino produtivo. Só que não esperava encontrar um certo alguém esperando por ela, sentado na varanda em frente à casa:

- Hayate! – Mai exclama ao ver seu colega de esquadrão.

O jovem galanteador sorri ao ver sua colega:

- Mai, aí está você!

- O que está fazendo aqui, Hayate? – Mai questiona, claramente surpresa por ele estar ali. – Não deveria estar treinando com os outros na base?

- O sargento me enviou para ver como seu treino estava indo. – ele responde, com o ar galanteador que sempre lhe fora próprio. – Ou melhor, eu me voluntariei para vir. Sempre quis conhecer o Lago Hamanako, e quando soube que seu vilarejo era aqui, não pensei duas vezes.

Mai põe a mão no rosto, em frustração:

- Você veio aqui fazer turismo enquanto os outros estão se preparando para a missão?

- Opa, calma aí, gracinha! Assim você me ofende. – Hayate brinca, sabendo como Mai detestava ser chamada assim. – Eu vim também para te levar de volta assim que puder. Houve uma mudança de planos.

Mai, que já ia esbravejar com ele pelo “carinhoso” apelido, fica séria de repente:

- Mudança de planos? O que houve?

- Mais uma criança foi raptada por Gozma. O sargento disse que é arriscado esperar mais e quer começar o resgate o quanto antes.

Mai tensiona ao ouvir isso. Parece que o seu treinamento seria interrompido antes do planejado. Mas ainda não se sentia pronta para tal missão. Eis que seu tio intervém:

- Mai, vá tomar um banho e descanse. Amanhã de manhã finalizarei seu treinamento e então pode partir.

- Mas, tio, as crianças...

- Não poderá ajudar ninguém exausta como está. Precisa descansar o corpo e a mente. Fique tranquila que a última parte do seu treinamento amanhã não será tão exaustiva.

Mai pensou em recusar, mas Hayate põe a mão em seu ombro e a encoraja:

- Mai, ele está certo. Precisa estar em condições para salvar as crianças. Pode deixar que eu aviso o sargento que estaremos de volta amanhã. No mais tardar, a missão se inicia amanhã de tarde. – Hayate então se dirije ao velho ninja. – Olá, meu nome é Shou Hayate, companheiro de esquadrão da Mai. O senhor deve ser o tio dela.

- Sim, sou Shiunsai Tsubasa, atual patriarca da família Tsubasa. Eu lhe dou as boas vindas ao vilarejo. – Shiunsai então se dirije a sua sobrinha. – Mai, como eu disse, tome um banho e descanse. Eu farei sala ao senhor Hayate.

Vendo que seu tio tinha razão, e estando realmente cansada, Mai solta um suspiro e nada diz, simplesmente acenando com a cabeça e entrando na casa, onde um banho quente a esperava.

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- Então quer dizer que os ninjas do clã Tsubasa remontam desde antes da Revolução Meiji, e já serviram de guarda costas até para o imperador? – pergunta um espantado Hayate, sentado com um copo de chá verde em mãos. Nas últimas horas, Shiunsai lhe contara toda a história da família.

- Sim, e nossa técnicas vêm sendo passadas de geração em geração da família, sendo que sou o atual sucessor.

- E Mai é próxima sucessora, imagino?

Shiunsai, por um instante, abandona sua expressão austera e severa, deixando transparecer tristeza. Mas que desapareceu tão rápido quanto apareceu:

- Na verdade, a sucessora era para ser minha filha...

Hayate percebe que tocou num assunto delicado e se desculpa:

- Oh, sinto muito. Ela está...

Shiusai balança a cabeça:

- Não, ela não está morta, até onde me lembro. – ao ver a expressão confusa de Hayate, Shiunsai detalha melhor. – Minha filha desapareceu há anos, poucos meses depois de nascer. Ninguém sabe do paradeiro dela desde então.

Hayate ficou estarrecido com tal revelação. Principalmente com a semelhança com a atual situação das crianças raptadas.

- E não acharam nada? Nenhuma pista?

Shiunsai novamente balança a cabeça:

- Nada, e o que é pior, eu próprio não me lembro bem das circunstâncias do desaparecimento dela... – O velho ninja então dá um discreto, porém amargurado sorriso. – Eu sei, “casa de ferreiro, espeto de pau” como dizem. Nós ninjas nos especializamos em obter informações sobre qualquer coisa, mas não conseguimos saber do paradeiro dos nossos próprios familiares... Tudo o que me lembro foi de algumas luzes estranhas, e de mais nada depois... (*04)

- Luzes estranhas... – pensa Hayate, intrigado. Foi aí que lhe veio à mente a conversa que teve com o Sargento Ibuki na base, sobre as crianças raptadas anos atrás.

- Senhor Shiunsai, quando sua filha desapareceu, mais ou menos?

- Há uns 19 anos atrás mais ou menos. Minha esposa faleceu poucos anos depois, então não tive mais filhos. Por isso, gostaria que Mai fosse a sucessora do clã...

Mas Hayate não ouvira o resto da fala de Shiusai. Sua mente estava divagando:

- 19 anos!! Será possível que... não, não, é improvável. Seria coincidência demais...

Seria mesmo?

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Na manhã seguinte, antes mesmo do Sol nascer, Mai se encontrava sentada sozinha, em posição de meditação, numa cabana isolada numa montanha próxima.

Era este a última parte do treinamento passado por seu tio: entrar num profundo estado de meditação, ao ponto de integrar-se com a natureza ao seu redor. Este treinamento tinha duas funções: aguçar sua percepção do ambiente ao redor sem depender da visão (tanto que usava uma venda sobre os olhos), e descansar sua mente racional (o lado do cérebro que controla os pensamentos conscientes) para a importante missão que lhe aguardava à tarde.

Claro, tal ato era mais fácil falar do que fazer. Mai sempre foi muito “esquentada”, sabia disso e, portanto, esvaziar a mente para alcançar tal ponto de meditação não era tarefa fácil para ela. E a ansiedade da missão de resgate também não ajudava.

Surpreendentemente, havia também mais um pensamento que atrapalhava sua meditação. Pensamento sobre um certo rapaz atualmente no vilarejo, cuja presença não era esperada (embora não fosse indesejada).

Mai não tinha muita certeza em que pé estava o relacionamento entre ela e Hayate. Sabia que havia um sentimento entre eles maior que o simples companheirismo entre irmãos de armas durante uma batalha. Mas não se lembrava ao certo quando tal sentimento surgiu. (*05)

Na verdade, Mai nunca foi do tipo que ligara muito para isso. Até conhecer o Dr. Naoto Togo (*06), a jovem não parecia ligar para o sexo oposto, chegando até a pensar que os homens não a achavam atraente, devido ao seu jeito marrento e invocado. Neste ponto, Mai admitia que possuía uma ponta de inveja de sua melhor amiga, Sayaka, que sempre foi feminina sem deixar de ser profissional. Mai nunca poderia imaginar que chegaria a chorar pela partida do Dr. Naoto, quando ele foi para o planeta Rindo, para ajudar na cura de uma doença que assolava o planeta, e provavelmente nunca mais voltar.

Coincidentemente, Mai sabia que Hayate também passara por uma situação parecida antes. Ele havia se apaixonado por Sakura (*07), uma sobrevivente do planeta Meril, que fora destruído por Bazoo. Sakura, entretanto, devido aos poderes únicos de sua raça para apaziguar violência, tinha um dever para com outros povos espaciais que desejavam se libertar de Gozma. Então, muito a contragosto de ambos, ela e Hayate não puderam ficar juntos.

No final, foram provavelmente estes dois eventos que acabaram aproximando Mai e Hayate. Eles tinham um sofrimento em comum: um amor platônico rompido porque a pessoa amada tinha um dever mais importante a cumprir.

E por mais mulherengo que fosse, Mai sabia que Hayate a via de forma diferente das outras mulheres. Volta e meia, Hayate ainda dava suas cantadas por aí, mas nunca ia além disso (até porque as garotas riam de tais cantadas). Mai tinha a impressão que ele fazia isso mais para manter sua imagem de galã bad boy. E ela certamente se lembrava das vezes em que Hayate se deu algumas “liberdades” com ela, como tocá-la em “locais inapropriados” não uma, mas duas vezes (*08), coisa que ele nunca fez com outras mulheres. Claro que, mesmo assim, Mai não deixou tais “liberdades” baratas, prontamente enfiando um sorvete na cara dele como punição.

Mai sacudiu a cabeça. Estes pensamentos não estavam ajudando na tarefa atual. Ela precisa esvaziar a mente para meditar, coisa que nunca achou fácil. Precisava atingir o tal ponto de integração com o ambiente para passar no treinamento.

Foi aí que lhe veio uma ideia. Por que não usar a conexão que tinha com Hayate para auxiliar na tarefa? Após tantas missões juntos, Mai já se acostumara, de certa forma, a sentir a presença única do Change Griffon, algo que era facilitado pelo fato dele também ter sido banhado na Força Terrena. Mai sabia que o rapaz estava próximo ao sopé da montanha onde meditava, provavelmente aguardando para levá-la de volta à base assim que terminasse. A jovem ninja então se focou em sentir a presença dele de onde estava e, partindo deste ponto, expandiria sua percepção para as outras formas de vida que estivessem entre ele e ela. Faria algo como uma integração em etapas com o ambiente, começando pelas presenças que lhe fossem mais familiares. Aos poucos foi sentindo a presença dos pequenos animais que habitavam a floresta ao redor, dos pássaros e, finalmente, dos insetos.

Quando finalmente conseguiu tal integração, Mai sentiu uma presença se aproximando da cabana onde estava. Não era Hayate, pois ele permanecia no mesmo lugar no sopé da montanha. E tal presença se aproximava rápido, mas era tão silenciosa que quase não fazia som. Quanto o misterioso indivíduo chegou à entrada da cabana, Mai não podia vê-lo (pois estava vendada), mas sabia que ele estava ali. O indivíduo sacou algo nas mãos e atirou contra ela que, mesmo não sabendo do que se tratava, se jogou para o lado, desviando do projétil. Um barulho de algo metálico cravando em madeira se seguiu, o que fez Mai concluir que o projétil era uma faca ou um shuriken. Mas ela não teve tempo de pensar muito a respeito, pois o indivíduo imediatamente saltou sobre ela, com intenção clara de atacar.

O tempo pareceu desacelerar neste momento. Quando o atacante chegou bem perto, Mai segurou o braço dele, parando uma lâmina a milímetros de seu rosto e, num instinto, o arremessou para o outro lado da cabana. O atacante rapidamente se levantou, mas não atacou. Ficou parado lá, enquanto Mai se preparava para um ataque.

Foi então que ouviu o atacante falar:

- Muito bem! Você passou no teste!

E a voz era bem conhecida de Mai:

- Tio Shiunsai! – ela exclamou, removendo a venda dos olhos.

Shiusai estava lá, vestindo um traje ninja camuflado, sua expressão austera, mas com um traço de orgulho em seus olhos.

- Você conseguiu sentir minha presença se aproximando, mesmo eu tendo usado todas as técnicas em meu arsenal para escondê-la. E foi perceptiva o bastante para inclusive bloquear meus ataques. Agora você está pronta para sua missão!

Mai abre um largo sorriso e, entusiasmada, corre para abraçar seu tio:

- Muito obrigada, tio. Não vou me esquecer das suas lições!

- Pois bem, agora você deve partir. O senhor Hayate a aguarda lá embaixo. Salve aquelas crianças.

Uma expressão de determinação cruza a face de Mai:

- Pode deixar! Prometo que salvarei aquelas crianças, mesmo que custe a minha vida.

Mas Shiunsai franze a testa. Não era bem esta a resposta que queria ouvir:

- Mai, salve aquelas crianças, mas prometa que cuidará de sua própria vida também. Não quero perder uma filha de novo...

Ao ouvir estas palavras, o entusiasmo que Mai sentia dá lugar a uma profunda tristeza, que lhe aperta o coração. Realmente não devia ter se expressado daquela maneira. Afinal, naturalmente sabia da dolorosa perda de seu tio, que lhe era quase como um pai. Ele ajudara sua mãe a criá-la desde que seu verdadeiro pai havia morrido, tratando Mai como a verdadeira filha que perdera anos atrás...

Os dois ficam em silêncio por alguns segundos, até que Mai diz:

- Tio, sobre a questão da sucessão da família, eu...

Mas Shiunsai a interrompe:

- Eu sei, Mai. Eu gostaria muito que você fosse a sucessora de nosso clã, mas sei que seu trabalho com os Defensores do Planeta Terra toma praticamente todo o seu tempo, e não posso colocar mais responsabilidades sobre seus ombros. Apenas... prometa que vai pensar a respeito, sim?

Mai responde com um aceno da cabeça, mas mentalmente proclama:

- Quero fazer melhor que isso, tio! Um dia vou encontrar sua filha desaparecida e trazê-la de volta!

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No trajeto de volta até a base, Hayate ia dirigindo para permitir a Mai um tempo a mais de descanso. Ela ia sentada no banco do lado, de olhos fechados, como se estivesse dormindo. Até que fala de repente, quebrando o silêncio:

- O que você e meu tio conversaram na noite passada?

Momentaneamente surpreendido, pois achava que ela estava dormindo, Hayate responde:

- Bom, ele me contou sobre a história da sua família, sobre como suas técnicas foram transmitidas por muitas gerações.... – ele pausa, ponderando se deveria prosseguir. – Ele também me falou sobre sua prima...

Mai, agora de olhos abertos, tem uma expressão triste neles:

- É meio que um tabu na família. Meu tio nunca se esqueceu da filha desaparecida, mesmo que não se lembre dos detalhes do sumiço...

- Acha que sua prima é uma das crianças raptadas pelas tais ameaças espaciais que o sargento falou?

A jovem ninja balança a cabeça:

- Não sei, eu era pequena demais para entender o que aconteceu na época, e, depois de todos estes anos, não gosto muito de ficar trazendo isso à tona com meu tio.

Hayate concorda. Há 19 anos atrás, nos idos dos anos 60, se uma criança desaparecesse sem rastro e sem testemunhas como foi o caso, certamente seria quase impossível recuperá-la. A tecnologia não era tão avançada como atualmente. Passado tanto tempo, a maior probabilidade é que a criança já estivesse morta. Talvez por isso Mai preferia não ficar relembrando o tio deste assunto.

- Ele também mencionou que gostaria que você o sucedesse nas artes ninjas.

Mai suspira:

- É, ele quer. Mas além do meu dever como Changeman, não sei se tenho condições de assumir esta responsabilidade. Não me sinto pronta, sabe? Depois deste treinamento, percebi o quanto tenho a aprender ainda... Por isso pedi ao sargento para vir relembrar meu treinamento aqui...

Hayate olha estarrecido para Mai. Em todos estes anos que a conhecia, ela sempre fora confiante em suas próprias habilidades (a ponto de parecer arrogante às vezes), nunca demonstrara insegurança. E ali estava ela, expressando dúvidas sobre si mesma e quanto à missão.

Ele nota que a mão dela estava repousando perto da divisória entre os bancos, então tira uma das mãos do volante e a posiciona sobre a mão dela.

Mai fica surpresa com o gesto de Hayate.

- Você vai conseguir, - diz ele, num tom firme. – Você não sabe, mas cheguei a ver uma parte do seu treino, quando você estava lutando com seu tio no lago. E quando vi seus movimentos, rápidos e precisos, não tenho dúvida de que Gozma não terá a menor chance contra você.

Hayate mentalmente admitia que veio até Hamamatsu não apenas para buscar Mai e repassar as ordens do sargento, mas também para prestar apoio moral, que ela sabidamente precisaria numa missão difícil como a que estava prestes a realizar.

Mai, da sua parte, estava se sentindo surpreendentemente confortável em conversar sobre estes assuntos pessoais com Hayate. Normalmente ela não deixaria ninguém ver este lado dela. Apenas Sayaka, como sua melhor amiga, sabia das inseguranças delas. Para todos os outros, ela passava uma imagem de uma motoqueira marrenta e orgulhosa.

- Mas talvez não seja tão ruim que Hayate saiba deste meu lado também... – ela pensa, segurando a mão dele durante todo o trajeto de volta.


 

NOTAS:

(*01) O figurino de Mai foi inspirado na kunoichi Ayame, da série de games de ninjas Tenchu

(*02) Esta parte do treinamento foi inspirada no treino de Touha Yamashi (episódio 02 de Jiraya)

(*03) Mais uma vez, as armas também usadas por Ayame, em Tenchu

(*04) Ideia baseada na obra “A verdadeira história do rapto dos Flashman quando pequenos”, do autor Tripa_Seca, na plataforma Spirit

(*05) A relação entre Mai e Hayate foi baseada na obra “Changeman – A Batalha do Amor”, do autor Bison_Shadowlaw, na plataforma Spirit

(*06) Episódio 26 de Changeman – “Toque da Primavera”

(*07) Episódio 16 de Changeman – “O Anjo do Planeta Meril”

(*08) Cenas finais do Episódio 44 de Changeman – “Mai em Ação”


15 Comentários

  1. Um excekente capitulo repleto de revelações importantes.


    O primeiro ponto que destaco é o treinamento de Mai .

    Seu tio, um velho mestre ninja pegou pesado.

    Me lembrou Touha em " O Desafio "...

    Agora , Hananako é a sede do vilarejo dos Hananins .


    Qual será a relação de Mai com Agnes, se é que existe?

    A prima de Mai foi sequestrada por Caçadores Espaciais há 19 anos .

    Isso me cheira ao universo de Flashman.

    Fica a dica .

    Se essa bomba for verdade, e minhas suspeitas estiverem corretas, teremos uma grande revelação que desaguará nos eventos de Amizade Estelar, de minha autoria.


    Aos demais comentaristas .

    Se atentem a alguns detalhes.

    Eles serão explorados e breve lá.


    É por fim, temos o bad boy metido a garanhão tendo um sentimento diferente pela herdeira de Phoenix , que aparentemente é correspondido por ela, que também teve uma queda pelo médico Togo, conforme mostrado em " Toque da Primavera " de Changeman .


    Capítulo importantíssimo pra compreensão sua fatos.


    Parabéns , Treinador!

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    1. Obrigado pelo comentário, Antônio. Como você notou, este capítulo prepara o terreno para várias ligações entre Changeman e outras séries, seguindo a continuidade das tramas vistas em "Amizade Estelar" e "Passado vs Presente". As conexões ainda estão implícitas e, claro, não serão todas reveladas nesta história, mas são parte do processo gradativo de construção do universo unificado tokusatsu, do qual suas obras são o grande núcleo.

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  2. A história segue muito bem escrita, sei domínio da gramática e das construções de frase são excelentes.
    A história segue boa. Como pai fico angustiado em saber que temos crianças em perigo enquanto os heróis treinam e, aí saber que mais uma foi sequestrada, tiram uma noite para descansar.
    Como pai acho que eu tentaria salva-las mesmo sem uma perna... espero mesmo que a missão se inicie na próxima edição e realmente seja tão difícil como parece, para justificar toda essa preparação por parte dos heróis.
    As citações a flashman e a outras séries foram muito bem feitas, seria Mai prima da Lu, a pinkflash?
    O início do romance da Mai com o Hayare promete.
    Um ótimo capítulo! Parabéns

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    1. Olá, Norberto. Realmente como o Rodrigo também havia comentado no último capítulo, a questão do tempo de preparação para o resgate das crianças (mesmo já se sabendo do local do cativeiro) foi um ponto que tive que pensar bastante. Mas garanto que o resgate será difícil, pois os sequestradores não são pessoas comuns, são agentes de Gozma, o que penso justificar toda a preparação de Ibuki para minimizar ao máximo o risco às crianças e à Mai (que, lembrando, estará sozinha e sem a Change Proteck na missão). Comparo estas circunstâncias mais à uma situação de guerra (onde uma equipe de Black Ops precisa resgatar prisioneiros em território inimigo) do que uma situação policial com reféns. Tentei adicionar um pouco mais de complexidade à trama de Changeman, aproximando-a de um cenário da vida real, onde os heróis teriam que utilizar mais estratégia e menos força bruta.

      E como pôde notar, já surgiu um ponto de ligação entre Changeman e as outras séries tokusatsu, seguindo a continuidade de "Amizade Estelar". Inclusive foi sugestão do Antônio criar este ponto de ligação (e, pelo que conversei com ele, prepare-se que há vários outros ainda por vir). Obrigado pelo comentário.

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  3. Cara, é impressionante como uma série pode trazer visões tão diferentes a pessoas distintas. Eu confesso que essa visão que você está apresentando dos personagens de changeman está muito diferene do que eu vejo. Maaaaaasssss...Não da pra negar que toda a explicação que liga as séries, em especial Changeman e Flashman está ficando senssacional. Tudo amarradinho, tudo fazendo sentido lógico. Então eu to focando mais nessa parte curioso pra saber mais sobre esse universo unificado. Quanto a trama do sequestro, eu sinceramente acho que faltaram argumentos mais plausiveis pra justificar tamanha demora na ação, independentemente de quão dificil e perigoso seja o resgate. Você justifica que o resgate vai ser dificil por que são agentes de Gozma que estão lá com as crianças e por isso o treino e as preparações, mas os Changeman não lutaram contra Gozma por diversas vezes? É essa dificuldade que você tenta criar e que eu não consigui captar ainda. Mas a historia é sua, e eu sou apenas um espectador então vamos aguardar rssr!! Grande Abraço!!

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  4. Olá, Rodrigo. Concordo que podem haver visões distintas sobre uma mesma série. Neste caso, creio que seja porque estou tentando adicionar um pouco mais de complexidade à trama de Changeman. Gosto muito da série, mas queria adicionar um "tempero" à trama. No mundo real, um comandante militar competente não mandaria um soldado numa missão arriscada sem uma preparação adequada. E por dois motivos: não só haveria o alto risco de morte do soldado, como principalmente de falha da missão por conta do primeiro motivo (e por mais que Mai seja uma Changeman bem treinada, lembre-se que ela estaria sozinha e não poderia usar a Change Proteck na missão, duas condições adversas que ela nunca teve simultaneamente). Tal comandante tentaria maximizar as chances tanto de sucesso da missão quanto de sobrevivência do subordinado (e mesmo que Ibuki tenha concedido a Mai o tempo de preparação, disse também para ela ficar de sobreaviso em caso de urgência). Claro, os Changeman poderiam simplesmente chegar no local e resgatar as crianças na marra, e realmente alguns episódios da série são lineares assim, mas acho que seria um roteiro muito previsível. Quando eu era criança e assistia os episódios, naturalmente não prestava muita atenção nisso, mas agora como adulto, eu queria tornar a história mais interessante, colocar um pouco mais de desafio para os heróis. Espero ter explicado minha abordagem.

    E quanto à ligação com outras séries, fico feliz que esteja gostando. Um dos meus objetivos, além do mencionado acima, é criar estas ligações entre as séries, ainda que de forma implícita. É um dos motivos que amo histórias crossovers (foram inclusive o que me atraíram para o mundo das fanfics em primeiro lugar). As histórias que tenho planejado para o futuro também revelarão mais ligações.

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  5. Parabéns. Você está fazendo um trabalho diferente e inovador. Isso merece ser ressaltado.

    O duro treinamento de Mai foi destaque nesse episódio. Ela sofreu mesmo. Mas é muito necessário para que ela evolua e possa ser uma pessoa melhor e apta como ninja a cumprir qualquer missão.

    Espero que eles salvem logo as crianças. As referências e conexões estão claras nesse episódio. Com certeza, haverá a intercessão com Flashman. Estou lendo com cuidado para entender os links.

    Meus sinceros parabéns!

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    1. Obrigado pelo comentário, Arthur. Pode ficar tranquilo que no próximo capítulo o resgate das crianças começa. Sei que deve estar uma agonia, ficar esperando os Changeman começarem o resgate desde o primeiro capítulo (quando a primeira criança foi sequestrada) e parecer que estão "enrolando". Deve estar parecendo batalha de Dragon Ball Z, onde a explosão de Namekusei de cinco minutos leva trocentos episódios rsrsrs. Mas acredite que o resgate será complicado, e todo este treinamento da Mai foi necessário, caso contrário não faria sentido toda esta espera.

      Fico feliz que estejam gostando da ligação com outras séries, este é um dos pontos que queria destacar quando comecei a escrever esta história. "Asas Rosadas" se foca na intercessão com Flashman (embora o primeiro capítulo tenha mencionado outras séries também), mas infelizmente o Comando Estelar não dará as caras ainda nesta história, pois ela se passa em 1985, um ano antes da chegada dos Flashman na Terra.

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  6. Vamos lá, antes de mais nada TreinadorPokemon, é necessário dizer e deixar bem claro que a escrita é magnífica, o português muito bem utilizado, a distribuição do texto e das falas é organizado ao extremo sem falar na narrativa que é clara e envolvente, me senti dentro do clã ninja vendo tudo acontecer de uma forma muito perfeita! Além disso, a história sendo contada é maravilhosa, ver a Mai treinando, os ensinamentos passado, as lógicas de armas e estilos bem como o que ela preciso treinar e aprender, simplesmente foi fantástico e muito realista! Além disso, a ligação do mestre talvez quem sabe, ser pai de Sara ou Lu é sem dúvida fantástica e uma integração entre os universos de Changeman e Flashman sem igual, aliás, se a partir desse ponto Changeman quisesse continuar a saga, contando a vinda de cinco dessas crianças que hoje eles mencionam, para a Terra em busca de vingança, isso faria sentido total e realmente me empolgou pra caramba! Seu texto e história estão perfeitos e cara, estão empolgantes eu diria, pois estou curioso com os acontecimentos seguintes, apesar de discordar de alguns pontos que são estes e é importante que leia isso tendo em mente o seguinte, eu estou apenas explanando meus pontos de vistas diferentes e não contrariando seu trabalho, veja tudo que disse acima e ainda direi ao final, então, veja apenas como meu ponto de vista que assiste Changeman pelo menos uma vez por ano inteiro de novo, certo? Bom, vamos lá:

    - Apesar de Hayate ter realmente segura os glúteos de Mai, nunca vi na série inteira qualquer relação entre os dois que pudesse indicar um romance, atração fisica até talvez, mas romance eu jamais cogitaria... Ambos são diferentes ao extremo (ok, as vezes isso aproxima mais as pessoas que sincronização, mas estes dois eram opostos mesmo) e Mai fez uma cena tão linda pelo Dr. Togo que jamais cogitei ela querendo amar outro homem de novo, poderia até ter relacionamentos, mas não um sentimento intenso e puro como narrastes... Sequer consigo ver o Hayate apresentando bons argumentos como ele usou ali...

    - Sobre Hayate e Sakura, nunca houve uma contra partida de Sakura para com Hayate, desde sempre ela diz que ela não poderia corresponder o amor do badboy por sua consciência e missão diferenciada, então não houve essa questão de os dois ficarem contrariados, apenas Hayate ficou chorando enquanto ela seguiu sua missão sem qualquer ressentimento quanto ao fato!

    Continua...

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    1. - Sobre o treinamento - Como citei acima, o treinamento de Mai foi incrível e muito bem escrito, eu realmente curti, mas, uma semana pra tirar as crianças de lá... Qualquer cinco minutos que eles ficassem à mais nas mãos dos vilões sem algo ser feito, elas poderiam morrer, então realmente não consigo ver Hayate indo buscar Mai e conversando tranquilamente com ela enquanto crianças estavam chorando nas mãos de vilões... Ou mesmo Tsurugi, o cara meteu soco no Hayate, meteu soco no Ozoora, se fingiu de morto e foi contra as decisões de todos em vários momentos para fazer o certo, até mesmo Sgt Ibuki e os altos escalões dos militares ele desafiou sem qualquer preocupação, o Tsurugi de Changeman, jamais iria aguardar esse tempo pra resgatar crianças, fosse a ordem que fosse, fosse o risco que fosse, ele ia entrar e ia resolver, mesmo sem técnica ninja ou qualquer outra coisa! Por mais que você tenha esclarecido a questão de segurança das crianças, que poderiam morrer e tal e tal, não há como tu associar Changeman que vimos na TV (se tu tiver usando realmente as mesmas personalidades da série e tal) fazendo algo assim, nunca aconteceria, pelo menos não com Tsurugi à frente deles ainda, ele iria sozinho se fosse o caso, mas as crianças não ficariam nem mais cinco minutos ali, assim eu vejo! :)

      Bom, dito isso, volto a enfatizar que tirando estes fatos, tua narrativa tá perfeita, a trama e os acontecimentos são perfeitos e muito bem trabalhados e que se tu estivesse falando de outra série qualquer, eu não teria tanto problema em ver essas diferenças, mas no caso de Changeman, eu não consigo encaixar essas situações, é por que tenho lido ela cogitando um Changeman talvez de uma outra dimensão, de uma outra versão, de um outro universo onde eles poderiam ser diferentes da série e então cara, não teria uma vírgula pra questionar porque a tua escrita é realmente perfeita, empolgante, cativante e eu quero continuar acompanhando sem sombra de dúvidas! Meus sinceros parabéns e por favor, não me tome como arrogante ou chato, apenas estou sendo detalhista e dando valor ao teu trabalho e à tudo que tu criou, mostrando o quanto me envolvi e refleti sobre tudo! UM grande abraço e mais uma vez parabéns! \0/

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    2. Olá, Lanthys. Como seu comentário foi feito depois que postei um novo capítulo, só o percebi agora (seria legal se o site tivesse uma funcionalidade de alerta ao autor sempre que um comentário fosse postado). Mas respondendo os pontos levantados:

      Quanto ao relacionamento de Mai e Hayate, eu meio que me baseei numa obra que li do autor Bison_Shadowlaw, lá na plataforma Spirit (eu conheci o mundo das fanfics de tokusatsu por lá, foi somente depois que conversei com o Antônio que descobri outras obras e plataformas de leitura). Mas devo admitir que abordei esta relação entre os dois mais para dar uma "apimentada" na história, para mostrar um pouco o lado humano dos Changeman, em especial de Mai, já que ela sempre foi durona e raramente falava de suas questões pessoais para outras pessoas. Escolhi Hayate para fazer este papel de "facilitador", tanto por inspiração da obra do autor mencionado, quanto pelos eventos dos episódios mencionados nas notas. Mas como você disse, canonicamente não havia muito o que ligasse os dois de maneira mais permanente, até porque romance nunca foi o tema central de Changeman. Escrever romances também não é meu forte, então vejo esta relação entre os dois mais como uma atração mútua, um namoro ainda tímido e inicial, do que um relacionamento firme e certo (eles não vão se casar no final da história, disso pode ter certeza rsrsrs). Portanto não necessariamente esta parte da trama precisa conflitar com a continuidade de NeoChangeman (na qual sei que Mai e Hayate não estão juntos). Eles podem não permanecer juntos até a chegada do Império Makura à Terra.

      Em relação à questão do tempo de preparação vs resgate imediato das crianças, creio que este será um eterno ponto de contenção entre eu e alguns dos leitores rsrsrs. Mas reconheço que, se eu fosse seguir o roteiro básico de Changeman ao pé da letra, sem mudar absolutamente nada, talvez Tsurugi realmente fosse lá resgatar as crianças na marra, sozinho e contra as ordens de Ibuki. E pelo roteiro básico da série, ele também provavelmente conseguiria (se arrebentaria todo, mas conseguiria). Mas, como eu disse, ao escrever esta história, quis ir um pouco além do roteiro básico, quis adicionar alguma complexidade que tornasse a trama um pouco mais "realista": num mundo mais complexo, mais próximo da vida real, alguém que tentasse um resgate de prisioneiros na marra, sem preparação ou planejamento, provavelmente acabaria morto e, pior, causando a morte dos prisoneiros também. Num comentário do Arthur, num capítulo anterior, eu mencionei que gostava de Changeman pelas cenas de lutas e ação, e de Flashman pela dramaticidade e desenvolvimento dos personagens. Minha percepção é que o enredo geral de Flashman era mais complexo que o de Changeman, então ao unir as duas séries numa história crossover, tentei juntar também os pontos fortes de cada uma.

      Não se preocupe, pois não tenho problemas com críticas, até porque elas mostram que o leitor está atento aos detalhes da história (o que é motivo de orgulho para qualquer escritor). O fato de você ter se dado ao trabalho de apontar e esclarecer todas as suas críticas é muito bem vindo na verdade. Tanto que até alterei alguns pontos dos próximos capítulos para "mitigar" um pouco esta diferença de visão sobre o comportamento dos Changeman. Obrigado pelo comentário.

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    3. Fala Treinador, tudo beleza? Fico realmente feliz que tenha entendido minha ideia de apontar os detalhes que não concordei, muitas vezes os autores não aceitam observações, e nós aqui no Mind costumamos sempre colocar nossas considerações, justamente porque como acontece conosco, uma linha às vezes muda todo um rumo de uma história, como foi do Rodrigo Pereira ao comentar que "numa guerra nunca acaba tudo bem pra todo mundo", isso mudou o rumo de NeoChangeman drasticamente, então fico feliz que saiba interpretar!

      Bom, o romance de Hayate e Mai, fique tranquilo, nada tem a ver com NeoChangeman por "n" motivos, por exemplo, a série está concluída e vamos que várias e várias outras fics surgissem tipo, matando Tsurugi ou coisas assim, Neo está dentro de um universo imutável por estar concluída e ter sido projetada em cima de uma linha de tempo "onde tais fatos aconteceram"! Os universos que tu, Jirayrider e mais pessoas possam a vir escrever, usando NeoChangeman ou Chageman talvez, mesmo que mude toda a situação base da qual partiu Neo, não altera a saga, porque ela está concluída, então, fique tranquilo que em nenhum dos meus comentários tenho a preocupação ou necessidade que os autores mudem suas rotas para "emparelhar" com Neo, vocês tem de criar suas sagas e dar os destinos aos seus personagens livremente porque embora se una eles em diversas sagas, na real, na original, na versão base de toda e qualquer trama ou fic que escrevemos, a linha do tempo é uma só e não é alterada por demais obras, fica tranquilo tá? Pelo menos pra mim! :) Ah sim, a treta com Hayate e Mai é porque justo o que tu descreveu, uma cena leve e romântica, é que não tem entre eles, se tu tivesse narrado eles parando o carro e se pegando pra depois ir pra missão, na minha visão ficaria mais o estilo deles do que o jeito romântico e sereno, entendeu? Só por isso que citei!

      Sobre o tempo do resgate, é como disse acima, estou buscando ver sua saga como uma outra linha de tempo, tipo assim, aqui está o ponto onde até todos nós conhecemos Changeman e de onde tu entrou com tua saga, e daqui desse ponto pra frente é outra coisa que vai culminar em uma nova linha de tempo e não a mesma na qual eu foquei e fiquei achando treta kkkk! Assim, eu consigo encarar melhor a trama e esqueço das nuances do seriado original!

      No demais, muito obrigado pela cordialidade, paciência, boa vontade e interesse em responder e ainda com um comentário tão perfeito! Gratidão por estar entre os autores do MindStorm! \0/

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    4. Tranquilo, Lanthys. Não sou do tipo que não aceita críticas ou observações. Creio que são importantes para que o desenvolvimento do autor, afinal ninguém já nasce um Machado de Assis da vida. Quanto à cena da Mai e do Hayate se pegando no carro, talvez até combinasse mais com o estilo deles, mas não sei se teria tanta ousadia de escrever uma cena assim rsrsrs. Como disse, romance não é o meu forte, então achei aquela cena "light" mais adequada para a situação (talvez eles façam algo mais "hardcore" depois que a missão estiver terminada, e estejam menos pressionados por tempo). E a razão de eu me preocupar com algum de nível de continuidade é que minha intenção era que esta história fosse complementar a "Amizade Estelar", que segue a continuidade de NeoChangeman.

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  7. quem diria que a Pink flash e a Change Fenix fossem primas O.O

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    1. Olá, Kiske. Este é o primeiro elo de ligação entre as séries tokusatsu, inicialmente entre Changeman e Flashman. Fique ligado que, conforme o Tokuverso for se expandindo para mais séries, mais ligações serão reveladas.

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