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Ginga no Taazan - Crônicas do dia da escuridão - Pt.4 - Daizuke Uehara.


 

Ginga no Taazan – “Crônicas do dia da escuridão.”

Parte 3 - Daizuke Uehara.


Olá queridos leitores do blog Mindstorm, tudo certo com vocês?

Depois de um certo tempo com um pesado bloqueio criativo, eis que trago a vocês a quarta parte das crônicas, onde conto os acontecimentos pós derrota de Satan Goss, desta vez com Daizuke.

Tenham uma otima leitura!!!

 

Agosto de 2015.

Manhã de sexta feira na pequena província de Miyashita. Assim como faz nas manhãs a que ele se dá uma folga, Daizuke se aquece para a sua “pequena” corrida. Em seus fones de ouvido, que estava sintonizada sua rádio favorita, a música suave fora bruscamente interrompida com uma vinheta conhecida, que aparecia quando alguma notícia urgente acabava de chegar. Dentre as manchetes, destacavam-se os diversos assassinatos que vinham ocorrendo nós últimos meses em todos os lugares do mundo, o radialista enfatizava a violência e crueldade com a qual eram cometidos e que testemunhas que presenciaram tais eventos alegavam que as pessoas que estavam com a atitude violenta, estava envolto a um tipo de aura avermelhada e semblante de um animal selvagem. Ouvindo isso, Daizuke lembrou-se da mensagem que havia recebido da amiga Kanoko Nambara na noite anterior e pensa:

- “Parece que as palavras de Kanoko naquela mensagem já estão próximas de se realizar, preciso ficar atento”.

Na varanda de sua casa, enquanto se alonga abaixando os braços ao chão, ele mantinha seus olhos fechados e, de repente, um líquido viscoso começa a escorrer por seu rosto, o que além de assustá-lo, o desequilibrou, levando-o a uma queda brusca. Ele olha para o lado e percebe o autor do gesto, seu amado cão da raça labrador, que respondia ao nome de Shiro, que está a abanar o rabo olhando-o, como se aguardasse a retribuição ao carinho que ele havia ofertado a seu dono, alternando o olhar para uma bolinha de tênis, já desgastada por mordidas e babas, que os dois usavam em suas brincadeiras. Daizuke abre um largo sorriso e após erguer-se, o chama para junto de si, passando a acariciar sua cabeça, olhando em seus olhos.

- Olá garotão, está na hora da minha corrida, mais tarde brincaremos, eu prometo.

Após despedir-se de Shiro ele começa a caminhar girando os braços como se fosse um breve aquecimento, indo em direção a uma longa estrada, enquanto lembranças de um passado não muito distante ocupam sua mente.

Depois da derrota de Satan Goss, Daizuke viveu o restante de sua adolescência em sua pacata cidade, mas, ao atingir a maioridade, decidiu ir a capital, pois tinha vontade de expandir o restaurante de seu pai, levando seu nome para um público maior, e para tanto, decidiu cursar gastronomia.

 

TÓKIO, INVERNO DE 1991.

 

Após estar devidamente instalado na residência de seus tios, onde fora recebido de braços abertos, tratou imediatamente de prestar vestibular na faculdade federal de Tókio, e como ele já havia se preparado para tal, conquistou sem ingresso na instituição sem muita dificuldade.

Na primeira semana de aulas, andando pelos corredores, foi surpreendido ao reencontrar sua amiga de muitos anos Kumico Yoshida. Ao avistar o amigo que já não via desde a época que Jaspion havia partido, abriu um largo sorriso por ver um rosto conhecido na vasta multidão de pessoas novas.

- Nossa, Daizuke, quanto tempo. Vai me dizer que vai estudar aqui também?

Mesmo encabulado, ele retribui o abraço amistoso recebido, respondendo de pronto.

- Pois é, vou cursar gastronomia, quero fazer do restaurante do meu pai uma grande franquia, e pra isso, preciso me preparar.

Com um leve tapinha no ombro direito do amigo, ela diz.

- Olha só que bacana, parece que aquele garoto do interior alça vôos grandes, quer dizer grandes corridas, né?

Daizuke deu aquela coçadinha básica atrás da cabeça com certa vergonha, pois naquele momento, aquele lindo sorriso da garota o impressionou.

A partir daí, durante todo o tempo do curso, devido ao vínculo que já possuíam, eles não se desgrudavam, o que estreitou ainda mais os laços de amizade. Porém, no último ano,  Daizuke começou a olhar a amiga de uma forma diferente e especial. Percebeu que a beleza, garra e gênio forte de Kumico, acabaram por conquistar seu coração.

Na última semana de aulas, uma grande festa de confraternização foi marcada em uma badalada boate do centro da cidade, onde todas as turmas estariam presentes. Como de costume, os dois grandes amigos combinaram de ir juntos. Ao chegar o grande dia, Daizuke não via a hora de poder estar junto de Kumico, que após os anos de faculdade que se passaram, seu amor só aumentou e, nessa noite, ele estava disposto a se declarar a ela.

Daizuke saiu da casa de seus tios todo arrumado para impressionar a garota. Ao chegar a república onde Kumico morava com algumas amigas, ficou esperando do lado de fora e passado alguns minutos, eis que surge diante dele, com um vestido vermelho longo de alça única, um penteado bem elaborado e um sorriso radiante, a linda Kumico. Admirado, paralisado e muito encabulado, ele diz com um leve gaguismo.

- Você está... Está... Está... Li... Li ...

Kumico se aproxima rindo, bate em seu peito passando por ele.

- Vamos seu bobo, estamos atrasados.

Chegando a boate, os dois se vêem em uma festa lotada, onde todos divertiam-se a valer. Eles entram e misturam-se aos demais para curtir a noite. Entre danças a bebidas, Daizuke foi reunindo coragem, pois estava decidido. Então, as luzes se apagaram, ficando apenas luzes fracas, e então uma música lenta começou a ser executada. Daizuke engoliu seco e olhou para Kumico.

- Dança comigo?

- Claro! – Ela respondeu com aquele lindo sorriso com que Daizuke havia se encantado.

Os dois embalados pela música e bem próximos um do outro, se olham, então o rapaz toma coragem e começa a dizer.

- Kumiko... Eu...

Então, naquele exato momento, a atenção dos dois voltou-se a um pequeno estrondo próximo ao palco. Uma parte da fiação elétrica entrou em curto, causando uma forte explosão, o que incendiou quase que de imediato toda a parte da frente da boate. Os dois novamente voltam os olhares um ao outro e sem dizer uma só palavra, como se lessem os pensamentos do parceiro, acenaram em positivo com suas cabeças.

Aa pessoas começaram a correr desesperadas para as saídas, foi quando no meio da pista de dança, o teto veio a baixo, assim como em outras partes. Kumico correu para o centro da pista enquanto seus olhos começam a emitir um brilho azulado, o mesmo acontecendo com suas mãos. Com seu poder telecinético, ela retardou a queda dos detritos. Ao mesmo tempo, a energia galáctica cobriu todo o corpo de Daizuke, e utilizando seu poder da super velocidade, começou a retirar as pessoas, levando de duas em duas para fora do local e, em menos de 20 segundos, todas as duas centenas de pessoas que estavam na festa, ficaram fora de perigo, restando apenas a jovem Kumico. Ainda com seu corpo brilhante com a energia, ele parte para dentro novamente a toda a velocidade, lá, os destroços estavam quase atingindo a garota e naquele instante, tudo parecia estar em câmera lenta para Daizuke, que se aproximou, pegou a garota no colo e saiu em disparada, enquanto os destroços acabaram por destruir o que restou daquela boate. Chegando ao lado de fora, o rapaz deixa de usar seus poderes e volta ao normal, porém ainda com Kumico em seu colo, nesse momento ele tenta novamente se declarar a garota. Porém, ela posiciona o dedo indicador nos lábios do rapaz, impedindo-o de falar, e disse.

- Querido Daizuke, sei de seus sentimentos por mim, e também gosto demais de você, mas como amigo.

O semblante de Daizuke entristeceu-se de imediato, então a garota continuou.

- Ainda somos muito jovens e temos muito a viver, quero muito que você seja feliz e, quem sabe um dia... Por isso te peço, continuemos assim, posso continuar sendo sua melhor amiga?

Então o rapaz revigora-se, e sorrindo fala para sua amada amiga.

- Tudo bem Kumiko, eu te entendo, e prometo que estarei sempre aqui e esperarei por você, não importa o tempo que passe ou o que aconteça.

 

DE VOLTA AOS ACONTECIMENTOS ATUAIS...


Depois de se despedir de seu cachorro ele começa a caminhar, e pensa:

- “Acho que hoje visitarei a Itália, faço minha pequena corrida naquelas lindas paisagens e de quebra, pesquiso algum prato interessante em um típico restaurante italiano”.

O rapaz costumava a conhecer outros países em suas “pequenas corridas”, nelas ele sempre buscava por restaurantes típicos.

Mas, antes de concentrar sua energia para dominar sua super velocidade, um forte estrondo chamou sua atenção e em poucos segundos o céu tornou-se negro como a noite mais densa, enquanto relâmpagos vermelhos o rasgavam incessantemente. Nesse mesmo momento ele se lembrou da mensagem de Kanoko, que havia recebido no dia anterior. Então, naquele instante, seus olhos emitiram um brilho azulado intenso que passou a cobrir todo seu corpo, e então, tudo a sua volta pareceu estar em câmera lenta. Enquanto movia-se em super velocidade ele conseguia visualizar as matas pré históricas surgirem e as casas espalhadas pelas colinas passarem a converter-se em ruínas e em meio a tudo isso, seres de uma época longínqua também começaram a aparecer.

Chegando em sua residência, que já estava se tornando ruínas, percebeu que seus pais estavam em locais diferentes da casa. Rapidamente deslocou-se para o andar superior onde sua mãe estava a arrumar seu quarto, já a ponto de ser atingida pelos escombros do teto. Ele adentrou ao recinto já empurrando os detritos em pelo ar com as próprias mãos e quando alcançou sua mãe, agarrou-a pela cintura e correu para procurar seu pai. O encontrou no porão da casa, onde ele guardava uma parte do estoque do restaurante, e estava lá organizando os itens. Ele já estava se abaixando para tentar se proteger das prateleiras que estavam em queda na sua direção.

Agarrando-o também pela cintura, ele parte para fora da casa, desviando com destreza dos destroços da casa, escapando a tempo. Ao passar pelo quintal de trás onde seu cão Shiro geralmente ficava, presenciou uma cena terrível que encheu-lhe os olhos de lágrimas. Um monstro que havia surgido naquele local, estava com as últimas partes de seu amado cão de estimação em sua boca, lavada com o sangue do animal.

- Não... Shiro.... – Ele lamenta.

Então ele parte rapidamente em direção ao local mencionado na mensagem de Kanoko e, enquanto corria, seus pensamentos latejavam.

- “E agora, o que faremos? Será que os outros estão bem? Kumico, como será que ela está?

7 Comentários

  1. Adoro esses contos sobre como os escolhidos estavam antes do fim do mundo cair sobre as suas cabeças...
    Supervelocidade é um poder complicado de se escrever,mas você mandou muito bem.
    Adorei a sacada das "pequenas corridas" para outros países e senti mó pena do fora que ele levou.
    Um excelente capítulo cara! Fico aqui na torcida para que você não tenha mais esses bloqueios... seus textos fazem falta.

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  2. Grande Norberto!!
    Agradeço a leitura.
    Pois é, o pobre do Daizuke tomou um toco da mina, mas parece que no presente ele tá mandando bem hein... Hehehe...
    Forte abraço.

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  3. Maravilhoso, muito bom o episódio, contando em poucos linhas o caminho trilhado por Daizuke até chegar ao momento da nova batalha! Muito interessante o relacionamento dele e de Kumico, confesso que me partiu o coração quando ela pediu pra continuar sendo apenas amiga, mas, muito bacana também a forma como Daizuke reagiu à isso tudo e ainda foi capaz de seguir em frente numa boa! A super velocidade de Daizuke foi muito bem trabalhada e se pode ver na mente as imagens e cenas dos resgates acontecendo, a narrativa ficou muito bom! Parabéns Renato, muito bom te ver postando de novo meu velho, vida longa aos posts, seja bem re-vindo cara!! \0/

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    1. Obrigado pela leitura Lanthys.
      Daizuke é uma cara bacana, e é como dizem, o amor é paciente.. hehehehe.
      Achei que seria válido interligar os os dois em um dos contos, pra fazer o link com a saga principal para que a proximidade deles fizesse sentido.
      Mais uma vez obrigado.

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  4. Olá, meu amigo Renato !

    Você é muito talentoso!


    Eu havia lido Ginga Crônicas referente ao de Kanoko , que aliás , achei muito bom.


    Os outros lerei em breve.


    Mas fiz questão se ler esse , pra te incentivar a continuar.


    Você é talentoso!

    Um fictor muito bom!

    Bloqueios existem, mas acredite em você e no seu talento!

    Quanto às crônicas de Daisuki , um emocionante episódio.


    Explorou muito bem os poderes de super velocidade dele.

    Parecíamos qje corriamos com ele.


    O fora de Kumiko foi triste , mas em Ginga no Taazan ele esta dando a volta por cima .


    Daisuke não desiste nunca!!!


    Seus personagens são bacanas e estarão ativos em Guerra Tokusatsu que fecha os meus trabalhos com o Universo toku.

    Parabéns pelo retorno triunfante!



    Mandou super bem!



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  5. Cara, a quanto tempo. Bem vindo de volta. Eu considero você uma das grandes peças desse quebras cabeça que se chama MIndstorm, e tê-lo escrevendo novamente é muito gratificante. Fiz questã de vir ler o seu texto de reestreia e como de costume, você não deixa a desejar em nada. Essas crônicas estão maravilhosas. A do Daizuke, assim como o próprio personagem foi bem rapida rsrs. Entender um pouco da vida e do contexto em que cada personagem estava inserido quando o fim do mundo começou é muito bacana até mesmo para entender um pouco mais de cada personagem dentro do universo de Ginga No Taazan. E deu pra perceber que aqui, na historia do Daizuke que você optou por colocá-lo em um abiente comum aos Jovens, mas também não deixou de lado os momentos de surpresas, a ação e claro, no fim da cronica um pequeno gore só pra dar um gostinho do que mais suas historias podem vir a ser. Parabéns cara, e aproveitando o insejo, te convido pra ler Power Rangers Mundo Sombrio, que tem um clima bem parecido com o apresentado em algumas partes do seu texto. Grande Abraço e mais uma vez seja muito bem vindo!!

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  6. É com muita alegria reler seu texto, Renato.

    Creia: a sua obra do Jaspion é uma das melhores que existem em nosso blog.

    Maravilhoso o super poder do Daizuke. Rapaz, me senti vendo as cenas como Se fosse na TV. Perfeito essa ideia da super velocidade.

    Deste modo brilhante, você enquadra a gente no contexto de vida dos meninos hoje e vai nos levar a grandes confrontos contra Macgarem e Nickgarem.

    Estou muito feliz.

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