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Esquadrão Mítico Tupangers - Capítulo 23, O Inferno - Parte 2

 

Boa noite a todos! Espero que curtam este capítulo.


Não havia brecha nas ações de Dain segundo a análise dos Tupangers. O inimigo era bem mais experiente, sabia com quem estava lidando. Não era a toa que Japeusá observava tanto as lutas e não participava delas.

Até o momento, não tinha como chamar a atenção do Cavaleiro da Guerra e fazê-lo aparecer sem ferir alguém no processo. Amanda já começava a se desesperar por não agir, não acabar com isso de uma vez por todas.

Com um abraço de Fábio, ela se acalmou, passou a ter um pouco mais de paciência. Os demais tinham uma calma fria.

Tsukiko observou algo estranho... Havia um mendigo que não saía de perto do conflito, parecia estar amando a situação e só se esquivava quando um tiro, uma pedra outras coisas passavam perto de si.

Observadora por profissão, ela chamou Eduardo, bem discretamente.

- Eduardo... Olha só isso... Aquele mendigo não sai de perto do protesto. – Citou Tsukiko.

- Mas será que as coisas dele não estão por ali perto? – Conjecturou Eduardo.

- Mas olha bem pro rosto dele... Ele parece gostar de estar no meio da briga, da confusão generalizada... Será que este não é quem procuramos? – Ela estava com essa ideia fixa na mente. Ela queria ter uma segunda opção.

Eduardo observou bem o rosto do mendigo que lhe dirigiu um olhar misterioso e tentou fugir.

- Realmente, Tsukiko! Ele tá muito estranho! É ele tá tentando fugir, vamos atrás dele! – Alertou Eduardo.

“Pessoal, eu e o Eduardo achamos alguém suspeito que pode ser o Dain, Cavaleiro do Apocalipse da Guerra! Estamos indo atrás dele, avisamos caso de alguma coisa”, avisou Tsukiko por meio de telepatia.

Todos os outros, menos Eduardo, deram seu ok para a cena, e seguiram observando.

Pará qualquer um que olhasse, eram só dois soldados, um homem e uma mulher, indo atrás de um mendigo.

Aquele protesto acontecia no centro de São Paulo, próximo ao prédio da prefeitura, pouco depois do Viaduto do Chá. Os dois deram perseguição ao mendigo pela Rua Direita, passando na frente de uma loja de departamentos, que havia fechado as portas para não dar prejuízo.

Do nada, o mendigo parou, em meio a um trecho da Rua Direita deserto, quase próximo à Praça da Sé.

- Então vocês me descobriram. Parecem ser os mais inteligentes da equipe. Meus parabéns. Mas sabe, só vocês dois não vão conseguir dar cabo de mim. – Respondeu o mendigo, já não escondendo mais quem verdadeiramente era.

Deixando o canal mental aberto para a audição, não foi difícil para os demais Tupangers entenderem que Eduardo e Tsukiko haviam achado o inimigo e o encurralado.

E apareceram atrás deles sem demora alguma.

- Ora ora, vocês têm um método de comunicação bastante efetivo! Me contem o que é, vai? Sou doido por tecnologia!

Como se tivessem treinado por toda suas vidas, Tsukiko e Fábio disseram, em uníssono:

- O segredo você só vai saber depois de ir pra vala, idiota! Estamos aqui pra acabar com você, e é o que vamos fazer! Tupangers, a nós!

- Pelo poder do amor e das coisas boas da vida, pelo entendimento entre os povos! PICE PINK!

- Pelo poder da escuridão benéfica, que traz o descanso e a reposição de energia! ANHA BLACK!! – Bradou Eduardo.

- Pela natureza e pelos desprovidos de poder, que os possamos proteger! PICE BROWN!! – Bradou Débora.

- Pela magia que música pode trazer e curar a alma humana! ANHUM GOLD!! – Bradou Alexandre.

- Pelas águas e pela preservação da fauna aquática!! YARA LIGHT BLUE!! – Bradou Amanda.

- Pelas florestas e que possamos protegê-las contra o desmatamento! CEUCI GREEN!! – Bradou Ada.

- Pelo sol que nos ilumina e nos traz calor, e pelo fogo que nos aquece! GUARA YELLOW!! – Bradou Pedro.

- Pelos céus e contra a poluição, de qualquer tipo! TUPAN BLUE!! – Bradou Fábio.

- Pela noite benéfica, pela Lua que incendeia as paixões e que une as pessoas em sentimentos bons! JACI WHITE! – Bradou Tsukiko.

- E nós unidos somos... – Bradaram Tsukiko e Fábio juntos.

- TUPANGERS! – Encerrando com todos bradando, já transformados, com uma pose simples para cada um.

Dain assumiu sua forma verdadeira como um guerreiro bastante alto, forte e que vestia uma armadura tecnológica preta, similar às suits dos Tupangers, mas apenas com um capacete no lugar dos elmos fechados dos heróis.

E bateu palmas, rindo no processo.

- Ora ora, não é que vocês assumiram a personagem mesmo? Tão achando que São Paulo é Tokyo e que vocês vão salvar o dia derrotando o monstro fracote? Ah, façam-me o favor!

Aquele rompante sarrista não atingiu os Tupangers em nada, que apenas revelaram suas armas e partiram pra cima de Dain, taticamente. Os que possuíam armas de longo alcance começaram disparando, seguidos dos de médio e, por fim, os de curto alcance.

Fábio e Tsukiko começaram a trançar suas rotas de ataque conforme treinado, seguindo-se de Amanda e Alexandre. Os quatro, por terem armas de curto e médio alcance, seguiam desferindo golpes em Dain vindos de todos os lugares: de cima para baixo, de baixo para cima, da esquerda para a direita, da direita para a esquerda.

Pouco depois assumiram Débora e Eduardo, que tinham apenas alcance curto, mas eram extremamente velozes. Esses seis passaram a intercalar-se com os ataques, mal dando tempo para que Dain respirasse, mas este se provou um guerreiro formidável. Defendia-se de todas as investidas e atacava, e seus golpes eram defendidos pelos Tupangers.

Pedro e Isis ficaram esperando, de longe, o melhor momento para atirar, porém não tinham abertura. Seus amigos travavam uma luta épica contra o Cavaleiro mais forte de Japeusá, ou assim lhes parecia no momento. Era sem dúvida alguma mais forte que Takhal e Uushgi.

Foi quando Ada resolveu se mover também, pois tinha estudado a luta e viu um hábito ruim de Dain em seu modo de lutar... Ele costumava começar os combos com uma das pernas esticadas, e isso daria margem para que ela o prendesse com seu chicote.

“Pessoal, pressionem ele a lutar sem girar. Tenho um plano”, enviou Ada aos demais.

Os outros enviaram confirmações de que entenderam e que agiriam conforme o plano dela. Os seis que lutavam a curta distância forçaram Dain a lutar fazendo com que seus golpes fossem enviados em uma direção só, e ele percebeu a mudança do padrão, sabia que eles aprontariam uma, e seria quando menos ele esperava.

E quando menos ele esperou foi logo em seguida, quando Ada aproveitou-se da falha de Dain para prender suas pernas com seu chicote, seis golpes diferentes foram disparados em direção a ele e, para finalizar, os dois Tupangers que atiravam de longe dispararam seus projéteis. Primeiro veio Isis com uma de suas flechas explosivas e depois Pedro com um de seus disparos de seu canhão de mão.

Os nove se afastaram do inimigo, ficando longe, esperando por uma segunda rodada de ataques...

E observaram que Dain recuperava seu corpo de maneira semelhante ao que Uushgi fazia, mas em velocidade mais lenta.

Débora teve o estalo e avisou a todos.

“Pessoal, lembra que o corpo e o sangue do Uushgi sumiu do nada na nossa luta com ele? Acho que agora já sei onde foi parar”.

Todos olharam para Dain e ficaram bestas. Ele já era um guerreiro e tanto, e agora tinha o principal poder de Uushgi consigo, o de restaurar partes de seu corpo com seu alimento principal.

O caso de Uushgi era a fome, o que era fácil de remover. O problema de Dain era a violência, a raiva, o ódio causado por conflitos. E seu poder também causava isso, ou seja...

Ele podia alimentar a si mesmo sem muito esforço, sua própria influência alimentava seu corpo.

Um pouco envergonhada por ser a primeira vez que dava a ideia, Tsukiko mandou a mensagem particularmente a Fábio.

“Fábio, podemos dividir a equipe em 4 pontas de ataque, dois curtos e dois médios. Estes passam a atacar Dain sem dó, enquanto Ada ajuda os demais a, invisíveis, montar o maior canhão que já montamos. E, depois disso, nos juntamos a ele quando ele estiver se recuperando e disparamos!”

O que Tsukiko não sabia era que Fábio estava transmitindo a ideia em tempo real para todos os outros Tupangers, e ela ouviu no final todos se comunicarem com ela. A mensagem principal era para que não ficasse com vergonha, que todos concordavam com a ideia e a colocariam em prática.

Com isso Débora, Eduardo, Tsukiko e Fábio partiram em combate para cima de Dain, que estranhou não virem seis. Aliás, os outros simplesmente sumiram. Era cara de plano, só que desta vez não parecia ser golpe que o prenderia de alguma maneira. Acessando as memórias de Uushgi por ter tomado sua essência, viu que eles poderiam fazer maxi canhões, e que poderiam disparar de todos os cantos, uma vez que eram móveis.

“Isso é perigoso... Foi assim que eles acabaram com ele. Mas espera aí... Eles teriam que se dividir em números pares para disparar mais de um canhão, e cinco deles sumiram...” – Dain acessava as memórias de Uushgi enquanto lutava de maneira automática com os outros quatro Tupangers, porém a velocidade com que ele podia acessá-las era lenta. Ele via quase em tempo real a batalha enquanto lutava a sua, o que lhe prejudicava em saber o que os adversários podiam fazer.

Quando ele tomou uma rasteira por não focar na luta e caiu no chão, se viu sozinho no meio da Praça do Patriarca, com o protesto rolando solto. Na verdade todos pararam, pois viam a verdadeira forma de Dain ali.

O Cavaleiro da Guerra olhou para todos os lados, e vendo apenas humanos, não vendo os Tupangers, ele começou a se preocupar. Eles haviam se tornado mais poderosos desde a última luta contra Uushgi, e agora estavam mais entrosados com o nono elemento recém chegado. Aquilo era perigoso para ele lutar sozinho, e para invocar os humanos para lutar a seu lado levaria horas de preparação com uma técnica de lavagem cerebral...

Então...

- CANHÃO SUPREMO DE TUPÃ, PREPARAR!! – Dain ouviu o brado do Tupanger azul. Mas não conseguia acha-los. Para disparar, eles precisavam de uma visão privilegiada, senão acertariam os prédios tombados do centro da cidade, por isso ele escolheu aquele lugar para que fosse seu campo de batalha, para que eles não ousassem utilizar disparos assim, para que não fossem caçados pelos outros humanos.

Mas a preparação não deu em nada, eles estavam se preparando para atirar. Ele ainda não estava completamente recuperado e sua aparição na praça fez com que os manifestantes o olhassem com assombro, substituindo tudo o que o alimentava por apenas uma coisa, que era ruim: medo. Isso alimentaria muito bem seu outro companheiro, porém ele não funcionava muito bem com isso.

Foi quando ele ouviu...

- FOGO!! – Ouviu a voz da Tupanger branca. E foi quando ele sentiu o disparo atravessar seu corpo. Quando ele conseguiu olhar, eles tinham disparado de cima. Os Tupangers azul e branca seguravam o construto todo com suas asas desfraldadas e os demais uniam-se na energia que o mega canhão formado emanava. O máximo de destruição que causaria seria o ponto do ônibus para onde ele havia sido arrastado.

Ele sentia sua vida esvair-se de si rapidamente. A restauração que pegara de Uushgi não servia, até porque não era nativa de si, ele não teve tempo de assimilá-la apropriadamente. “Japeusá resolveu apressar as coisas... E isso causou também a minha ruína”, pensou ele enquanto caía.

A luta em si durou o mesmo tempo que durou o protesto iniciado no centro da cidade, por cerca de 15 horas ininterruptas. Japeusá acompanhava toda a luta, vibrava quando um Tupanger era acertado, mas na maioria do tempo ele ficava em silêncio, principalmente quando Dain era acertado e jogado longe.

No final, temendo que sobrasse apenas um Cavaleiro do Apocalipse, o deus do Caos lançou seu poder sobre Dain, e ele se recuperou inteiramente, além de assumir um tamanho gigantesco.

Todas as pessoas ali presentes começaram a correr, aterrorizadas.

- MERDA!! Se lutarmos com Dain aqui, o dano vai ser gigantesco, e dessa vez vamos ser caçados pro resto de nossas vidas... – Exclamou Pedro.

Como se ouvisse o Tupanger amarelo, o Cavaleiro do Apocalipse resolveu realmente começar a destruir tudo o que tinha a seu alcance, principalmente os prédios tombados ali na região.

- Pedro, agora Inês já é morta. Vamos defender a todos. Depois nos desculpamos com eles e ajudamos a reconstruir o centro. Mas agora a prioridade é óbvia. – Disparou Fábio.

Tsukiko colocou a mão em seu peito e, rapidamente, trouxe do plano mítico sua parceira, uma coruja branca. O céu escureceu, a Lua se fez presente e, além de todos os necessários para esta luta foram teleportados para um terreno ao norte da capital, cheio de obras...

O terreno do trecho do Rodoanel norte.

10 Comentários

  1. O trabalho em equipe funcionou muito bem e foi bem descrito.
    É incrível ver como o Japeusá subestima os heróis... Se ele, ao menos parasse um pouco prá pensar...hehehe
    Agora quero ver como será a batalha dos gigantes.
    Parabéns!

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    1. Calma, Norberto... O tempo que Japeusá está subestimando os guerreiros tá acabando... Fico feliz que tenha curtido ler.

      Abraço.

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  2. Um grande episódio, com a equipe entrosada a a liderança compartilhada se Fabio e Tsukiko começando a dar os primeiros frutos.


    Japeusá não aprende.

    Subestima os heróis, que sempre o surpreendem.

    Mas, no final , Dain , o cavaleiro da Guerra fica gigante deixando um gancho para o próximo episódio, que promete ser épico!

    Muito bom!!!

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    1. Fico feliz em saber que curtiu a leitura.

      Obrigado por acompanhar sempre.

      Abraço

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  3. Muito bom, a equipe está realmente bem formada, coesa, unida e profissional, eles sabem o que fazer, no momento certo, eles conseguem se adaptar às situações e conseguem seguir em frente mesmo que algo não saia exatamente como o planejado, e isso tá indo tão bem que Japeusa não consegue acompanhar e toma um pipoco atrás do outro! Meus parabéns Jorge, mais um excelente episódio! \0/

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    1. Fico feliz que tenha curtido, Lanthys. Depois de acompanhar as obras de vocês, eu não tinha como não melhorar a minha escrita.

      Obrigado por todos me aceitarem aqui, no Mindstorm.

      Abraço

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  4. Rapaz....

    Japeusa vai levar um grande tombo ainda.

    Em compensação destaco a alegria e união dos heróis. Cara, você criou uma equipe invencível!

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  5. Foi uma luta interessante devido às estratégias dos heróis e subversões como o medo substituir o ódio, mas, apesar de parecer q foi como Dain satirizou- heróis enfrentando o monstro fraco da vez- n sei, acho q Dain poderia ter durado um pouco mais, n senti q foi apenas arrogância da parte dele contra os heróis, mas bem, tbm n posso exigir demais pq os Tupangers tão sim bem preparados e fortes, mas sei lá, tive essa impressão. Mas q bom q agora vem a briga de gigantes, ainda tem coisa pra acontecer ss nessa luta, vamos lá ent

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    1. Eu meio que forcei demais o lado arrogante, que subestima e tal. Por isso que pareceu ser fácil demais para os Tupangers.
      Mas obrigado por continuar acompanhando, mano.

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