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A verdadeira história do trágico amor de Siegfried e Hilda (capítulo 6)

 

                                             Capítulo VI - O amor que atravessa gerações e séculos, parte II


Em 1963, ou seja, dois anos depois do nascimento de Siegfried, nasceu Hilda de Polaris. Tal como a linhagem de Siegfried, a linhagem de Hilda também se destaca em Asgard desde os tempos da Era Viking. Entretanto, enquanto que a estirpe de Siegfried se destacou em assuntos militares, a estirpe de Hilda se destacou em assuntos religiosos e políticos. A linhagem de Hilda alcançou tamanha distinção na época que ela forneceu sacerdotes até mesmo para o grande templo de Gamla Uppsala na atual Suécia. Mas após a conversão da Suécia, o último reduto pagão da Escandinávia, ao cristianismo o templo foi abandonado e no mesmo local um arcebispado foi erguido em 1164. Além disso, Hilda pertence à família real que governa Asgard desde o século XVI, mais precisamente desde 1554, quando uma rebelião sob a liderança de Magnus Haraldson depôs a dinastia que até então reinava no país nórdico.

Como já dito anteriormente, todo aquele que governa Asgard é também o representante terreno do deus Odin, o deus supremo do panteão nórdico-germânico. Em outras palavras, todo aquele que governa Asgard detêm ao mesmo tempo o poder político e o poder religioso em suas mãos. E diferente de outros deuses como Athena, Poseidon e Hades que periodicamente reencarnam em um hospedeiro humano, Odin, que também viveu em uma época muito remota, não se faz presente fisicamente no Plano Terreno. Ele prefere fazer-se presente no Plano Terreno por meio de um representante. Ou seja, não se faz presente diretamente na Terra.

Quando Hilda nasceu, Asgard ainda era governada pelo mesmo Magnus que foi o líder da resistência antinazista em sua nação. Magnus é ninguém menos que seu avô paterno, e ele logo após se tornar o governante de Asgard desposou uma belíssima mulher. Seu nome Emma. Magnus adotou uma política exterior de entendimento com os vizinhos de Asgard. Tal política era criticada por seu sobrinho Durval. O mesmo Durval que quando jovem fora partidário de Waldemyr e membro da Divisão Thule, o grupo de voluntários de Asgard que lutou no front oriental durante a Guerra. Esta história pouquíssimas pessoas conhecem. Durval participou do cerco a Leningrado (atual São Petersburgo), e ao final do longo cerco foi preso como prisioneiro de guerra e enviado para um gulag na Sibéria cheio de muitos prisioneiros comuns, além de outros prisioneiros de guerra originários de países como Estônia, Letônia, Ucrânia, Romênia e Eslováquia (os quais estavam na guerra sob o comando germânico). No gulag siberiano, situado nas proximidades de Jakutsk (capital da república da Jakutija), Durval ficou preso três anos, convivendo com os piores prisioneiros do sistema penal soviético. Mas o asgardiano conseguiu de lá fugir e voltar para seu país sem que fosse percebido pelos guardas do presídio e depois pelos serviços de segurança soviéticos. Nem mesmo a KGB foi capaz de encontra-lo após uma caçada.

Na época em que Hilda tinha oito anos de idade, Durval se tornou o governante de Asgard em decorrência da morte de Magnus. Na verdade, Durval fez com Magnus a mesma coisa que Saga fez com Shion dois mais anos tarde: um golpe palaciano que o levou a morte e sem que ninguém soubesse e nem desconfiasse de nada. Na opinião de Durval, Magnus era um governante inepto e por causa disso Asgard perdeu de forma humilhante para Vanaheim na guerra anterior, além de dizer que ele é um homem fraco e incapaz de governar. Se Asgard continuasse na mão de um homem como Magnus, segundo Durval, seria conquistada por algum poder estrangeiro a qualquer hora. Não só isso como também disse a Magnus que ele já não era mais o governante legítimo de Asgard. Após o golpe, Durval disse a toda Asgard que Magnus morreu subitamente de um ataque cardíaco fulminante e que o encontrou morto em seu próprio quarto. E durante seu reinado, passou a glorificar sua fuga do gulag na Sibéria Oriental e reabilitou Waldemyr, entre tantas outras coisas.

Quando Siegfried tinha 10 anos, recebeu uma ilustre visita vinda do Palácio Valhalla. Folken, um dos mais destacados guerreiros de Asgard, foi até a cabana de Atli pegar uma espada que ele mesmo tinha encomendado a seu pai adotivo em pessoa. Consigo Folken trouxe junto seu filho adotivo Mime. As armas de Atli são famosas por sua qualidade e excelência em toda Asgard, e ele com o passar do tempo se tornou um ferreiro renomado. Pessoas de todas as classes sociais requerem seus serviços. Vendo a espada que Atli lhe fez, Folken ficou maravilhado. Sua lâmina, seu cabo, sua textura, seu corte. Aos olhos de Folken essa espada parecia uma verdadeira obra de arte. Folken congratula Atli pela espada, e enquanto os dois conversavam Mime tenta tocar em uma das armas da cabana, mas Siegfried não o deixa. Um pequeno estranhamento entre os dois tem início. 

Vendo isso, Folken pede para que os dois se acalmem e dá uma dura em seu filho. “Mime, quem lhe disse que você pode chegar na casa dos outros e ir tocando em seus objetos?”. Em seguida Folken apresenta seu filho adotivo a Atli e a Siegfried, e Atli apresenta Siegfried aos dois. Atli diz a seu filho adotivo que Folken é um dos guerreiros mais renomados de Asgard e que tem acesso ao Palácio Valhalla. “O Palácio Valhalla, lá onde meu irmão está treinando faz algum tempo... queria muito ir lá”. Ao ver Siegfried, Folken tem uma grande surpresa. Ele se sente como se estivesse frente a frente com um velho parceiro de armas seu, Sigmund. “Siegfried, me diga uma coisa, por um acaso você não é filho do general Sigmund?”. Siegfried responde que sim, mas que tinha lembranças bem vagas dele, já que o perdeu quando tinha seis anos de idade. “Como vocês são parecidos!”, exclamou Folken. Em seguida Folken faz a seguinte pergunta a Siegfried: “Então filho de Sigmund, você gostaria de fazer uma visita ao Palácio Valhalla?”, e Siegfried responde que sim. Ele ainda revela a Folken que um dia quer se tornar Guerreiro Deus. Terminada a conversa e depois de entregue a espada, Folken propõe a Atli que deixe Siegfried fazer uma visita ao Palácio Valhalla. Após pensar um pouco, Atli diz que sim. Mas antes que Siegfried se vá, ele lhe dá alguns conselhos. “Filho, por favor, comporte-se no palácio!”.

Dentro do Palácio Valhalla, Siegfried acompanhado de Folken e Mime, fica impressionado com sua opulência e seu tamanho. Isso é algo que ele, um plebeu, jamais imaginara que veria em sua vida. Dentro do palácio, Siegfried se encontra brevemente com seu irmão, que estava no meio de um treinamento, e após muito andar eles chegam até a presença de Durval. Folken requer uma audiência com Durval, e ele afirma ao soberano de Asgard que vê em Siegfried um imenso potencial escondido e que ele precisa iniciar seus treinamentos o mais rápido possível. Ao mesmo tempo, Siegfried bem por acaso dá de cara com uma garota da qual só de olhar para seus belos olhos azuis e cabelos prateados começou a sentir sensações que nunca sentiu antes em sua vida. Essa garota era ninguém menos que Hilda de Polaris. E tais sensações eram nada menos que o mesmo sentimento que o Siegfried lendário e Brunhilde tinham um pelo outro: o amor entre um homem e uma mulher, o mais sublime e mágico sentimento que pode existir entre uma pessoa e outra. Siegfried também não passou despercebido por Hilda, a qual sorriu para o jovem rapaz ao vê-lo. Este respondeu com uma expressão facial avermelhada. Vermelha de vergonha. Se isso significa algo, é que o amor está no ar.

Ao final da visita ao Palácio Valhalla, foi acertado que Siegfried, mesmo ainda não tendo a idade certa para ser levado para iniciar treinamentos no Palácio Valhalla (12 anos), para lá seria levado para treinar e para futuramente se tornar Guerreiro Deus. Ao término da audiência com Durval, Siegfried enfim pode conversar com Hilda. Quando conversou com Hilda, Siegfried, além de sentir em seu íntimo que ela é o amor de sua vida, disse a sobrinha de Durval que tem a sensação de que, muito embora essa a primeira vez em que a vê em sua vida, já a conhece há muito tempo. Hilda, por seu turno, diz a Siegfried que tem a mesma sensação. Ao término da conversa Siegfried ganhou de Hilda um beijo no rosto. “Espero poder te ver aqui o mais rápido possível”, disse Hilda a Siegfried. Após o encontro, esperanças dentro de Siegfried e de Hilda de que futuramente venham a se casar (embora sem expressá-las um ao outro) emergiram. No fundo, Siegfried sabia que a pessoa certa para poder se casar no futuro era ela. Hilda também. Mas será que dessa vez o destino será benevolente com os dois, ao contrário do que aconteceu com suas encarnações do século V?

1 Comentários

  1. Vemos aqui, os personagens reencarnando.

    Uma nova oportunidade....


    Os mesmos erros serão cometidos?

    Ou Siefrield e Hilda aprenderão e evoluirão?

    A maldição continua?

    Perguntas que merecem respostas.

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